Desvendando BH
Lugares pouco conhecidos da capital mineira

O conjunto arquitetônico “Encontro Marcado” será transferido da Praça Carlos Drummond de Andrade para a Biblioteca Pública Estadual Luis Bessa. A obra, composta pelas estátuas de bronze em tamanho natural dos escritores Otto Lara Rezende, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Hélio Pelegrino, ficavam entre a antiga Secretaria de Educação e o anexo da Biblioteca Pública, em frente à Praça da Liberdade.
Helena Maria Alves, arquiteta responsável pela transposição do monumento, esclarece que com a implantação do Circuito Cultural da Praça da Liberdade, as estátuas perderam a visibilidade no lugar onde estavam. “Nada mais conveniente do que trazer o conjunto arquitetônico dos escritos para frente da biblioteca,” ressalta.
A obra, projetada pelo artista plástico Léo Santana, faz alusão ao livro de Fernando Sabino, “Encontro Marcado“, publicado em 1956, e recria um encontro casual dos “quatro cavaleiros do apocalipse”, como eram conhecidos os escritores. O intuito era eternizar a amizade deles.  O monumento, muito popular, foi inaugurado em 2005 e foi alvo de depredações nos anos seguintes.

Por: Natália Oliveira

No cruzamento das ruas Gonçalves Dias com Bahia, o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual (Sindifisco) protesta contra o governo de Minas. Jovens estendem uma faixa e distribuem panfletos a fim de divulgar a ação. Segundo o sindicato, o governo fezimg_00592 cortes em investimentos sociais como saúde, educação e segurança, enquanto as despesas como o  pagamento da dívida crescem. No panfleto podemos ler: “Nos últimos anos, a dívida do Estado cresceu de R$ 35 bilhões para R$ 60 bilhões e o governo, agora, faz um empréstimo de mais R$ 1 bilhão. O Centro Administrativo, projeto pessoal do governador, orçado em R$ 500 milhões em 2006, já atingiu a cifra de R$ 1,5 bilhão”.

A Assessoria de Impresa do Governo de Minas Gerais rebate as acusações e revela que o custo para a construção da Cidade Administrativa é de R$ 949 milhões, valor inferior ao que estava previsto no início da obra. Sobre os cortes nas áreas públicas, apontados pelo sindicato, o governo garante que continua mantendo os investimentos, mesmo com as perdas sentidas após a crise econômica.

por Mara Rodrigues e Hélio Monteiro

Foto: Hélio Monteiro

Escritor carioca vende suas obras nas calçadas da capital mineira

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“Meus textos são exclusividade das ruas”

“Livrinhos” nas mãos e mochila nas costas. Era assim que carioca Peter Lima parava os pedestres na esquina da Rua da Bahia com Bernardo Guimarães. O rapaz se aproximava das pessoas para vender sua crônica “Coisas de Boteco”. O escritor trabalha de forma independente vendendo sua literatura pelas ruas da cidade por apenas dois reais. Confira a entrevista com o Peter Lima.

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Jornal Contramão: Qual o tema de suas crônicas?

Peter Lima: Primeiro é a vida, não tenho tema específico. Escrevo aquilo que vivo e isso varia a cada momento. Hoje, estou escrevendo crônicas, mas há um tempo escrevia poesias que emitem outras sensações e outros olhares. Depende muito da época que estou passando. É um olhar do homem e sua contingência.

JC: Porque vender nas ruas?

PL: Primeiro porque é uma forma alternativa de divulgar a literatura. O preço é acessível, vendo por 2 reais. E, também, por ser uma iniciativa independente. Vou onde está o leitor. Diferente das livrarias que o camarada tem de ir lá para adquirir o livro, eu acabo surpreendendo as pessoas pelas ruas.

JC: E as pessoas aceitam bem?

PL: Sim, os livros são bem aceitos. É interessante que isso serve para desmistificar o fato das pessoas não gostarem de poesia e literatura. Acredito que as pessoas não leem porque esse tipo de leitura não chegam até elas.

JC: Você é de BH?

PL: Não, sou do Rio, moro em Ouro Preto e sempre venho aqui. Tem 2 anos que moro em Minas.

JC: Você vende apenas aqui na Região da Praça da Liberdade ou também vai para outras regiões da cidade?

PL: Eu ando pelas ruas. Gosto muito da Praça da Liberdade porque ela ainda tem a cultura de praça, não é só um local de passagem. As pessoas param, estão dispostas a ouvir alguém, mas não me prendo somente nela. Nem me prendo a centro cultural algum. Estou nas ruas, à procura de leitores.

JC: Qual a sua formação?

PL: Sou formado em Comunicação pela Federal Fluminense (UFF/RJ) e faço Pedagogia na Ufop. Mas a minha vocação literária veio mais por gostar mesmo de ler e escrever ainda antes de ingressar na Universidade.

JC: É possível encontrar seus textos fora das ruas?

PL: Ainda não tenho nenhuma página na internet, mas estou pensando em montar um blog com uns amigos. Enquanto isso, meus textos são exclusividade das ruas.

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Confira o vídeo com a coordenadora do Museu, Luiza Azevedo Meyer, contando um pouco sobre a história do local.

Neste outro vídeo, Luiza nos mostra uma área do Museu dos Brinquedo que visa ensinar aos visitantes de onde surgiu alguns brinquedos.

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dsc00031Pilhas de vinis espalhados pelo chão, em caixotes, mesinhas e estantes. Nem os LPs estragados são desperdiçados, eles viram cortinas e enfeites. Assim é a discoteca pública. Discoteca não no sentido popularizado, visto como um lugar em que se vai para dançar, mas sim no sentido real da palavra que é um lugar para guardar vinis. Edu Pampani, coordenador da discoteca, conta que a idéia é montar um mosaico com o que foi produzido no Brasil dos anos 50 até hoje. O objetivo é resgatar e manter a memória da música, fazendo com que as pessoas voltem a ouvir vinis para que eles não sejam esquecidos e mal cuidados.

A discoteca tem mais de 12 mil discos somando também os que não funcionam, pois até as sucatas Pamponi conta como LPs. Ela tem álbuns de todos os estilos musicais, “quanto mais desconhecido melhor, porque são esses que não serão regravados”, enfatiza o coordenador do espaço. Nas estantes da discoteca os discos são organizados por estilo e ordem alfabética. As obras são disponibilizadas para audição, gravação e pesquisa.

Tem trilha sonora de novela, musical infantil, discos de piadas, hinos de times, etc. O espaço tem uma sessão só de disco de artistas mineiros, são quase dois mil títulos. A discoteca não vende discos, mas troca os repetidos seguindo o critério de “dois por um”. Segundo Pampani muitas pessoas vão a discoteca para fazer pesquisas, monografia e olhar as capas de discos antigos para ver como as pessoas se vestiam nas décadas passadas.

No site da Discoteca os internautas podem encontrar dicas de onde comprar equipamentos para as vitrolas, fazer manutenção dos aparelhos e comprar ou trocar discos raros. De dois em dois meses a discoteca promove a Feira do Vinil e CDs Independentes onde os músicos lançam CDs e LPs. Durante as feiras as bandas tocam e DJs (muitas vezes os próprios freqüentadores) escolhem as músicas que vão tocar. Edu Pamponi abriu a discoteca em 2005 com o auxílio do fundo municipal de incentivo a cultura. Hoje, ela continua a funcionar, mesmo sem esse incentivo econômico. Confira o vídeo da discoteca Pública: