Luta Antimanicomial

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Por Bianca Morais 

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 10% da população mundial têm alguma deficiência, entre elas estão a física, visual, auditiva, intelectual e múltipla. Quando se trata de deficiência física, uma das maiores dificuldades enfrentadas por esse público é a mobilidade urbana, o conceito que consiste em facilitar o deslocamento dentro de uma cidade, muitas vezes é executado ao pé da letra, com ruas esburacadas, inclinadas, falta de rampas em estabelecimentos, escadas, entre outros desafios encarados diariamente por quem utiliza uma cadeira de rodas. 

Mobilidade urbana não se trata apenas de transporte, mas como as pessoas se deslocam dentro de uma cidade. O Brasil avançou muito nos últimos anos, no entanto, ainda precisa melhorar, criar melhores acessos para pessoas com deficiência para que elas possam se locomover e ter acesso a todos os lugares. 

“Lutar pelos direitos dos deficientes é uma forma de superar as nossas próprias deficiencias”, John F. Kennedy.

Sempre com o ideal de inclusão e de transformar o país pela educação, a cada ano que passa a faculdade Una recebe centenas de alunos com necessidade especiais, mudando o futuro deles. É pensando na ideia de acessibilidade a todos que a unidade da Una Catalão, localizada no estado de Goiás, projetou uma Calçada Itinerante para demonstrar aqueles que não apresentam deficiências como é difícil a rotina de um PCD e como é preciso estimular a conscientização sobre acessibilidade.

 

A Calçada Itinerante

A Calçada Itinerante é uma maquete, constituída por módulos de madeira acoplados que simula uma calçada real, possibilitando o seu transporte em ações em diferentes localidades. 

O projeto foi desenvolvido pelo professor Ruvier Rodrigues Pereira, atendendo uma demanda do Diretor regional Éverton Luiz, o Gerente do campus UMA Catalão Luiz Gustavo e pela coordenadora Paola Mundim, começou a ser executado no mês de agosto deste ano, e foi entregue em novembro.

“O propósito do projeto é mostrar para a população todos os obstáculos que pessoas portadoras de deficiência ou de mobilidade reduzida enfrentam todos os dias em seu cotidiano e promover um debate com a população e órgãos responsáveis sobre quais mudanças poderiam ser feitas para melhorar e ou resolver essa problemática”, explica Ruvier Rodrigues.

A calçada itinerante é móvel, por isso, ficará disponível para utilização em eventos, escolas, ações externas, entre outras.

Os alunos que participaram do projeto são dos cursos de engenharias (civil, produção, elétrica e mecânica) da UNA Catalão, a seleção foi feita através de uma inscrição e todos foram selecionados.

“Os alunos ficaram entusiasmados em ver o desenvolvimento do projeto, bem como os outros professores, fazendo parte das simulações. A Aspdec – Associação das Pessoas com Deficiência de Catalão participou do primeiro evento que ocorreu, chamado UMA AJUDA, ficaram empolgados com a representatividade, e fizeram questão de salientar a importância desse tipo de projeto. Diante disso, já fizeram o convite para participarmos de outro evento que ocorrerá no dia 4 de dezembro”, comenta Ruvier.

Os discentes estão sujeitos a problemas reais, indo além dos ensinamentos teóricos e práticos dados pela instituição, de forma a trazer melhor qualidade de vida à comunidade externa. Para a população fica evidente a preocupação com o bem-estar de todos, tentando reduzir as barreiras impostas pela sociedade.

Milena Catalão é aluna do curso de Engenharia Civil e desde pequena sempre teve contato com construções, pois seu pai tinha uma construtora, por isso, a jovem sempre ia aos canteiros com ele e acabou se apaixonando por esse mundo. Foi no ensino médio que a garota decidiu fazer o curso e idealiza seguir duas áreas de atuação, Estradas e Transportes e a Construção Civil. Milena foi uma das alunas que participou do projeto.

Segundo ela, a ideia é incrível, principalmente por ter sido uma atividade que a permitiu vivenciar as dificuldades enfrentadas diariamente pelos cidadãos com mobilidade reduzida ou deficiência para se locomover. 

“Assim conseguimos nos colocar um pouquinho no lugar do outro e pensarmos em formas de conscientização da população  e autoridades competentes. Na minha opinião a falta de acessibilidade representa um prejuízo enorme para toda a população, pois esse é o principal direito do cidadão, o direito de ir e vir”, comenta ela.

A jovem comenta ainda a importância de um projeto com esse, se tratando de uma parte da sociedade tão esquecida.  Para ela a inclusão social traz no seu bojo a equiparação de oportunidades, a mútua interação de pessoas com e sem deficiência e o pleno acesso aos recursos da sociedade,assim como o seu direito e ir e vir. 

“Acho um absurdo afinal nos dias de hoje temos tantas ferramentas que nos ajudam e auxiliam, como a criação de um bom projeto antes de iniciarmos uma construção criando assim soluções para tais problemas e deveríamos também cobrar das autoridades competentes uma melhor fiscalização das leis e criação de novas leis que possam assim garantir uma melhor qualidade de vida para as pessoas que necessitam”, completa Milena.

Esse tipo de conhecimento vai além dos ensinamentos teóricos práticos, mostrando realidades para os alunos, os fazendo terem olhares diferentes sobre o mundo ao redor. Com isso, os futuros engenheiros poderão aplicar em seus projetos, visões mais humanas.

A unidade Catalão já teve algumas ações para tentar se adequar e melhorar a mobilidade urbana, principalmente para pcd, no entanto, ainda há pontos de conflitos que prejudicam a acessibilidade de todos, o projeto promete ser uma grande utilidade pública para a cidade.

 

Por Keven Souza

Cidade grande é foda! Sinto que acordo quando me preparo para a primeira competição do dia, a caminho do meu trabalho luto por pequenas satisfações como conseguir sentar em um metro de plástico estofado para completar a carga horária de sono que é impossível de fazer a noite, pois, chego tarde e saio cedo. Porque a cidade grande é foda!

Com muitas janelas, poucos com muito e muitos com pouco (tipo eu), com luzes batendo em frestas e diversos barulhos, observo a movimentação já dentro do ônibus. Estou estressado por estar em pé – afinal a cidade parece ter pressa – comecei a observar que faz tempo que não vejo o sol queimar minha pele e sentir o calor em meu rosto. Talvez, seja porque meu privilégio é apenas sentar em um banco de ônibus e ter o corpo bronzeado é privilégio demais para o proletariado. Deixo isso restrito para meu patrão, que me faz bater ponto às 6h da manhã para enriquecer o bucho dele, que tem pressa para que eu chegue, mas não tem pressa para chegar. 

O trânsito está caótico, dentro no ônibus um rebuliço, são vários como eu que percebem a pressa da cidade e que estão cansados demais para acompanhá-la. É notável o semblante de cansaço, a sensação é de que estou em um filme de zumbi. Cochilando em pé me esbarro em uma moça segurando uma bolsa cor vinho que ocupa grande espaço no ônibus, peço perdão, mas não sou ouvido já que a próxima parada é a sua descida, e como havia falado: a cidade tem pressa! 

Um momento de alívio, ufa! Consigo me sentar. Usufruir do conforto desse assento é o que ainda me resta, mas continuar o cochilo que completa a carga horária de sono é o que mais quero agora, porém, será impossível. 

Vejo que se aproxima da minha parada, e o meu corpo segue inexpressivo, mas tenho que tirar forças de dentro para conseguir vencer mais um dia e suportar toda pressão de cobranças do meu patrão. Essa é a realidade do trabalhador na cidade grande no dia a dia. Dormir pouco e trabalhar muito, é a mesma rotina de sempre, porque no final das contas ela tem pressa.

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Por Keven Souza 

O mercado de trabalho vive uma constante evolução em relação a qualificação dos profissionais, e tem exigido indivíduos cada vez mais comprometidos e capazes de operar em diferentes âmbitos ocupacionais. No Centro Universitário Una, as agências, os projetos de extensão e a Fábrica, que é o coletivo dos laboratórios de Economia Criativa, fazem parte dos núcleos que  desenvolvem habilidades consistentes aos alunos e proporcionam experiências profissionais reais e diversificadas.

E o Contramão traz hoje uma agência que faz parte da Fábrica e que se configurou como o núcleo do curso de Relações Públicas, mas que abrange diversos cursos acadêmicos com o objetivo de conceder aos alunos destaque no mercado de trabalho, mediante a participação na produção de eventos, para capacitá-los profissionais de diversas formações e habilidades.

A Una 360 é uma agência multidisciplinar, situada na Cidade Universitária Una, no campus Liberdade e atua no mercado desde 2014. Os serviços fornecidos no setor de produção, aprimoram a experiência dos estudantes ao conhecerem a estrutura dos grandes eventos em etapas de organização, logística, cobertura fotográfica e jornalística e até mesmo o resultado final.

Alunos em cobertura jornalística

Atualmente, a 360 é gerida pela líder interina Larissa Santiago, que está cobrindo provisoriamente a licença maternidade de Débora Lisboa Quirino (líder efetiva), com o suporte de treze extensionistas de diferentes cursos da área de comunicação e de outros como Arquitetura, Design Gráfico, Cinema e Direito. 

Segundo Larissa Santiago, líder interina e coordenadora da agência LUNA, a Una 360 desenvolve profissionais para o futuro, que além das habilidades técnicas, possuem uma visão humanística nas relações e produções, e entendem a importância de suas ações nas reflexões culturais. Em que, os extensionistas são uma equipe unilateral que trabalha em conjunto nos projetos, e a diversidade de contextos sociais, fortalecem a equipe que é vibrante, múltipla, expansiva e colaborativa. 

Na Una 360 o foco é treinar e revelar novos talentos mediante as produções realizadas, sendo um meio de exposição no que diz a respeito aos extensionistas saírem da agência, na maioria dos casos contratados, em que ambos têm a oportunidade de crescerem profissionalmente e serem reconhecidos no mercado de trabalho em virtude de sua participação no núcleo.

Para o estudante Patrick Bryan Ferreira do Nascimento, que foi um dos extensionistas de jornalismo no ano de 2019, sua participação foi inesquecível e trouxe muitas propostas de trabalho. “Trabalhei para a Rede Minas, por indicação de um colega que trabalhava com a gente nos eventos, e hoje estou indo para uma nova proposta, já formado, pela experiência que tive na Una”, afirma. 

Segundo ele, suas funções eram deliberadas a partir de sua formação, e desenvolveu habilidades fundamentais como profissional e que sua atuação como assessor de imprensa e social media na Una 360, trouxe a oportunidade de cobrir eventos e entrevistar famosos como a Ivete Sangalo, Fernanda Gentil, Iza, Seu Jorge, Melim e outros, nos mais de duzentos eventos produzidos ao longo de sua participação. 

“Sempre fui interessado no entretenimento desde criança e de repente, tão cedo, você estar na produção de um mega show, na sala de imprensa com artistas que você sempre ouviu e admirou é muito emocionante”, explica Patrick. 

À frente de tantos outros projetos focados na produção de eventos, a Una 360 viabiliza contribuir com a experiência e o network dos alunos, e amparar na prática os conhecimentos aprendidos em sala de aula com assertividade. 

As oportunidades são únicas, capazes de ofertar o contato com o mundo exterior, que ao convergir com o amadurecimento profissional, acarreta no estímulo dos sonhos dos alunos de prestarem serviços à grandes festivais. Por essa razão, promover eventos corporativos ou de entretenimento na agência, é construir experiências enriquecedoras, inesquecíveis e divertidas, que auxiliam os estudantes a iniciarem as carreiras. 

Isabella Rosa Tavares, que está no décimo período do curso de Direito, afirma que, o que a levou ser extensionista da Una 360, e possuir jornada a mais de três anos na equipe, foi a possibilidade de trabalhar com eventos dentro de sua área, focada em otimizar seu tempo aos estudos e agregar conhecimento acadêmico.

Para ela, a agência motivou o seu sonho de produzir eventos, porque durante as festividades lidava com pessoas e grupos distintos, e se permitiu descobrir que é ótima em trabalhar com o público. E, que hoje ama participar dos eventos e o sentimento que permanece a cada produção é o de dever cumprido.

“Me sinto realizada e preparada para encarar o que vier pela frente, porque foi exatamente essa junção de teoria e prática que abriu não só o leque do conhecimento, mas também me tornei uma pessoa muito melhor do que a Isabella que ingressou no início da graduação”, desabafa Isabella.

Parceria e serviços 

Devido ao cenário imposto pela pandemia de Coronavírus, o setor de eventos é um dos mais afetados e as produções externas permanecem estagnadas para a realização de festividades. Entretanto, os principais serviços prestados pela Una 360 dão oportunidades aos extensionistas de participarem ativamente de ações como planejamento de espaços e plantas arquitetônicas, atendimento em postos médicos, assessoramento digital, cobertura fotográfica e produção de filmagem, coletivas de imprensa, acompanhamento e interface com fornecedores contratados, processos de marketing, apoio logístico, gestão de contratos e uma infinidade de outras tarefas que fazem parte da realização de um grande evento. 

Neste momento, a agência tem se adaptado para executar exclusivamente projetos de caráter online, que viabilizam a prestação de serviços seguindo as normas de segurança contra a Covid-19, e atividades como a gestão de redes sociais, cenografia, websérie, produção de conteúdo, cobertura fotográfica e audiovisual, têm sido as principais tarefas realizadas atualmente. 

Em Belo Horizonte, a Una 360 cresceu no mercado diante da sua trajetória, e reúne em média mais de duzentos eventos anuais com parcerias entre produtores de pequeno a grande porte, como o Planeta Brasil, Sarará, Prazeres da Mesa, Bloco Pirraça, Tardezinha e tantos outros renomados do setor de produção. Além de realizar eventos institucionais do Centro Universitário, como o GastroUna (gastronomia) e o UnaTrends (moda). 

Para a estudante Thalia Aparecida da Costa, que está no sexto período do curso de Relações Públicas, é através dos serviços realizados ao longo de sua participação na 360, que alcançou uma maior agilidade na resolução dos problemas que surgem durante os eventos, sua postura firme foi trabalhada diante das situações que lidava com o público diretamente. E afirma que atualmente a habilidade que mais tem desenvolvido é a sua criatividade na criação de conteúdos.

Segundo ela, ter a possibilidade de se conectar com a profissão, ainda na faculdade, é uma maneira de abranger o seu conhecimento e entendimento da área, além de auxiliar no networking para o mercado de trabalho.

Um dos eventos realizados pela agência foi o Festival internacional de jazz, que antes da pandemia de Covid-19, trazia para Belo Horizonte artistas nacionais e internacionais, privilegiando o jazz clássico de New Orleans, anualmente na Praça do Papa com apresentações gratuitas. 

Na época, a atuação da Una 360 ocorreu desde os anos de 2016 a 2020 (última edição realizada por causa da pandemia), sendo contratados para enviar convites, confirmar presenças, apoiar no desenvolvimento da planta arquitetônica e montagem do evento, identificar os convidados na portaria do evento, apoiar na logística do traslado dos convidados, fiscalizar e apoiar durante o coquetel, quick massage, fotografia e filmagem do evento. 

I Love Jazz – Foto: Marcos Vieira
I Love Jazz – Foto: Marcos Vieira

Vércia Oliveira, que é Gerente de Eventos do Grupo Diários Associados de Minas Gerais e a responsável pela contratação da Una 360 neste festival, afirma que a parceira é uma mão de via dupla, que além se ter o custo-benefício em relação a mão-de-obra para o organizador, é ofertado diretamente a oportunidade ávida dos alunos vivenciarem momentos reais com ação proveitosa para proporcionar o crescimento imprescindível para torná-los profissionais mais completos. 

Para ela, as inúmeras parcerias com a agência são sempre muito enriquecedoras e ao longo dos anos muitas produções aconteceram e em todas elas o comprometimento da equipe foi excepcional para serem reconhecidos no setor de eventos.

“Eu espero, em todas as produções, ter passado um pouco de nós pra eles, pois sempre deixaram muito deles conosco.  Somos muito gratos às parcerias realizadas com a Una 360!” diz Vércia. 

Hoje o Contramão traz o artigo opinativo da nossa ex-estagiária de jornalismo, Joyce Oliveira. Ela que conclui sua graduação ainda esse semestre e atua como social média e produtora de conteúdo.

A mudança das redes sociais

Por Joyce Oliveira

Em 2020, o mundo se deparou com uma realidade completamente atípica. A chegada da Covid-19 forçou a sociedade a mudar sua rotina e as formas de relacionamento. Isso, obviamente, influenciou na maneira como as pessoas utilizam as redes sociais. A distância física fez com que os indivíduos procurassem se conectar ainda mais virtualmente, a ponto de comerciantes, empreendedores e empresários buscarem, no ambiente on-line, uma maneira de se reinventar. Todo esse ciclo tem transformado os padrões de consumo na internet e a presença das pessoas nas redes sociais.

Essa necessidade de conexão tem explicação na psicologia. De acordo com tal campo de estudo, as pessoas precisam se conectar umas às outras para manter qualidade de vida e boa saúde mental. Portanto, estar presente nas redes, em um momento de distanciamento físico, tornou-se a forma mais fácil de manter as relações e, também, de aliviar um pouco da saudade e da solidão.

Esse movimento acelerou ou adiantou mudanças nos padrões de uso e consumo da sociedade. O marketing digital e as estratégias de mídia mostraram, às pessoas, que a enorme necessidade de conexão com o outro acabou se tornando algo rentável– e até as empresas começaram a buscar humanização.

Por falar em negócios, até as próprias redes sociais iniciaram uma corrida sobre quem alcançaria mais pessoas e quais atualizações poderiam fazer para que o público ficasse cada vez mais “preso”. Só no último ano, o TikTok ganhou mais de 600 milhões de novos usuários, o Instagram aderiu a mudanças na plataforma– incluindo “Reel” e “Instagram Shop” – e muitas outras alterações no algoritmo. O que nos leva a pensar que são estratégias para tornar o público cada dia mais dependente das plataformas, além de mostrar que elas podem ser extremamente versáteis, tanto para posts pessoais, quanto para compra e venda de produtos e serviços, criando a sensação de uma realidade paralela, na qual é possível encontrar tudo em um só lugar.

A cada dia, está mais claro que toda essa transformação causada pela pandemia, mundo afora, não é uma coisa temporária. Na verdade, há novos padrões que, provavelmente, sofrerão mudanças e avanços, mas farão parte de nossa rotina, ou, como costumamos chamar, nosso “novo normal”. Cabe a nós aprender e nos adaptar a esse turbilhão de informações, que, agora, mais do que nunca, circula por todas as redes sociais. Precisamos, também, entender se estamos preparados para acompanhar tudo. Mas, isso é assunto para outra conversa.

 

 

Por Carlos Fernandes 

Naquele 7 de março de 2020, quanto o árbitro apitou o fim do clássico entre Atlético e Cruzeiro, com mais uma vitória do alvinegro, não imaginávamos o que estava por vir. Até a data de hoje, foi a última vez que vimos as arquibancadas do Mineirão lotadas, e não temos perspectivas de quando voltaremos a prestigiar o show das torcidas mineiras.

Desse modo, o futebol perde parte de seu encanto. Parece outro esporte, não tão apaixonante. Muitos são os que defendem as atividades futebolísticas ativas em meio à pandemia, tendo como argumento que se trata de uma das “alegrias do povo”. De fato, é. O espetáculo, porém, está, hoje, sem seu principal personagem: o torcedor.

Obviamente, o momento pede, e devemos seguir as recomendações da OMS. No momento, é impossível imaginarmos torcida nos jogos de futebol. Entretanto, também é impossível pensar no futebol como um esporte tão apaixonante… sem torcida.

Quer um exemplo? A última final da Libertadores foi protagonizada por duas equipes paulistas, dois rivais, Santos e Palmeiras. Um dos assuntos mais comentados nas redes sociais foi a falta de “clima de final” no jogo, ou, até mesmo, a “falta de graça”. Alguns até disseram ter sido “a pior final de Libertadores que já vi na vida”.

Para desvalorizar o feito histórico de Santos e Palmeiras, os torcedores de outros clubes até alfinetaram: “Final com dois que ninguém liga”.

Sabemos, contudo, que não é nada disso. O Santos, com suas três conquistas da América, e o Palmeiras, com uma conquista até a final, sabiam bem o peso, e tinham uma história do tamanho de final de Libertadores. Mas, não adianta. Sem o personagem principal, sempre teremos a sensação de que faltou algo. E a resposta é uma só: faltou o torcedor. Faltou o grito de “UUUUUUUUH!”, em um lance de quase gol, faltou a vaia quando o time adversário está com a bola, faltou comemoração, faltou alegria.

No futebol mineiro, o Galo, talvez, encare sua temporada de maior desafio. Com altos investimentos, o clube e a torcida esperam grandes conquistas em 2021. O Cruzeiro atravessa a pior crise de sua história, e, mais do que nunca, precisa do torcedor. Por fim, o América, que volta à primeira divisão depois de cinco anos, após uma temporada espetacular. Nenhuma dessas histórias tem sido vista de perto pelo torcedor. É angustiante.

No clássico do dia 11 de abril de 2021, houve o reencontro entre Atlético e Cruzeiro, pouco mais de um ano depois. As situações são parecidas às de 2020: Atlético na Série A, cheio de esperanças; Cruzeiro na Série B, enfrentando crises. O que muda são as arquibancadas do estádio, que, pela primeira vez na história do clássico, estarão vazias. Não sei o que representa tal clássico, para além da sensação de “jogo-treino em estádio”.

 

*Edição: Professor Maurício Guilherme Silva Jr.

Por Daniela Reis 

Quem acompanha nossas postagens, sabe que na sexta-feira a gente adora trazer aquela receitinha especial! Hoje vamos com a tradicional Ambrosia, porém com um toque de café que deixou essa maravilha ainda mais gostosa. A receita é do Wessery Zago, técnico do laboratório de Gastronomia da Una.

Vamos ao passo a passo?

Ambrosia de Café

INGREDIENTES:

– 5 litros de leite gordo;

– 1 litro de creme de leite fresco (caso o leite seja tipo A)

– 750g de açúcar refinado;

– 8 ovos (sendo 8 claras em neve e 8 gemas peneiradas);

– 2g  de bicarbonato de sódio;

– 2 unidades de pau de canela;

– 2 colheres de sopa de café solúvel meia torra.

Modo de Preparo

– Dissolver o açúcar no leite, misturando ainda frio;

– Se for o caso, acrescentar o creme de leite fresco e continuar mexendo;

– Levar ao fogo, preferencialmente em tacho de cobre bem limpo;

– Manter o fogo médio até começar a ferver, mexer vagarosamente para não derramar;

– Acrescentar o bicarbonato de sódio (serve para escurecer um pouco o doce);

– Acrescentar o café solúvel e mexer bem;

– Quando estiver no ponto de véu, quando passa uma colher e o fundo dela é coberto por

uma fina camada do doce, chega o momento de acrescentar os ovos;

– Bater as claras em neve bem firmes, acrescentar as gemas peneiradas e bater

novamente;

– Juntar ao doce e aguardar o cozimento por uns 10 minutos;

– Revirar os ovos batidos sobre a calda e aguardar mais 10 minutos de fervura;

– Por fim, misturar mais uma vez e cozinhar até que o doce fique homogêneo por cerca de

mais 10 minutos;

– Conservar o doce em potes de vidros e sob refrigeração.

Dica:

– Após aberto os vidros, servir em até 15 dias.