Entrevista

Viaturas policiais alteraram, hoje, a paisagem da Praça da liberdade, em razão do revanchismo entre Skinheads e outros grupos jovens, tais como Punks e Emos, intensificado na última semana e que alcançou as páginas dos principais jornais da cidade. Além da polícia, um grupo dePunks estava à espera de um confronto, marcado nas redes sociais, com os Skinheads. Um jovem de 16 anos declara ter participado das brigas da semana passada, nesta entrevista exclusiva do Se Liga Contramão.


Texto e Foto: Felipe Bueno

Áudio: Jéssica Moreira e Natália Alvarenga

Para comemorar os 25 anos do sempre um papo, o idealizador do projeto Afonso Borges reuniu na noite de segunda-feira os escritores Fernando Morais, Frei Betto, Leonardo Boff, Ruy Castro e Heloísa Seixas, que lançaram respectivamente as obras “Os últimos soldados da Guerra Fria”, “Minas do ouro”, “Cuidar da Terra, Salvar a Vida: Como Evitar o Fim do Mundo”, “Terramarear – Peripécias de dois Turista Cultural”. Também participaram do bate-papo Luís Fernando Veríssimo, Zuenir Ventura e o jornalista Zeca Camargo, que mediou o evento.

Centenas de pessoas, dentre estudantes e professores estavam presentes no Palácio das Artes para acompanhar o sempre um papo.

Pioneiro

O escritor Frei Betto foi o primeiro a participar do “Sempre um Papo” em setembro de 1986. “Tenho a honra de ter sido o primeiro escritor a participar do projeto e estou feliz de 25 anos depois participar desta cerimônia”. O escritor destaca que o diferencial do sempre um papo é propiciar a interação entre leitores e autores. “A noite de autógrafos é precedida de uma conversa em que o escritor fala da sua obra e em seguida responde a perguntas do público/leitor. O leitor tem oportunidade de colocar suas duvidas, inquietações e curiosidades em relação ao escritor e a obra que está sendo lançada”, explica Frei Betto.

Frei Betto
Frei Betto durante entrevista ao Jornal Contramão

Confira no vídeo a entrevista com Luís Fernando Verissimo:

Ao final do bate-papo, os autores distribuíram autógrafos e tiraram fotos com o público.

Grevistas marcam presença no Sempre um papo

O projeto “Sempre um papo” é um instrumento de reflexão do conhecimento a partir do diálogo entre a obra, os escritores e os leitores. Enquanto o jornalista e escritor, Fernando Morais, discursava a respeito de uma formação escolar melhor, com escolas mais inclusivas. “Para o Sempre um papo fazer bodas de ouro com o dobro de pessoas na platéia, o governo tem que investir na educação pública”, os professores da rede estadual de levantaram e começaram a bater palmas, seguidos de gritos de protesto: “A greve continua! Anastasia a culpa é sua!”. Os professores que estão em greve, há mais de três meses reivindicam o pagamento do piso nacional, acabando com a política de subsídio implantada pelo Governo do Estado. Ao final do evento, os professores distribuíram panfletos para o público.


Público do Sempre um papo se manifestando contra a greve dos professores estaduais
Público do Sempre um papo se manifestando contra a greve dos professores estaduais

Por: Bárbara de Andrade e Felipe Bueno

Fotos: Felipe Bueno Vídeo: Duda Gonzalez, Vanessa Gomes e Vinicius Calijorne

A declaração já conhecida “quem ama o feio é porque o bonito não aparece” do Barão do Itararé, foi uma das frases citadas na noite de quarta-feira, 31, na Casa UNA de Cultura pelo professor da PUC-Minas, da Fundação Dom Cabral e programador Cultural da Casa UNA, Guaracy Araújo, que ministrou a palestra “o riso contra o poder”.

A ideia geral da palestra foi mostrar como muitas vezes escritores, filósofos, pensadores e humanistas, de um modo geral, usaram o riso como ferramenta para denunciar. “Em muitos momentos da história a gente tem exemplo de situações nas quais o uso do riso foi uma ferramenta para mostrar aquilo que não podia ser dito diretamente”, esclarece. “A ideia foi também lidar com a expectativa de, por meio do riso, mostrar o mundo de cabeça para baixo, pois o riso tem esse poder desestabilizador”, destaca.

O riso tem várias formas, mas a sua forma clássica é a ironia. Por meio dela que se encontra uma maneira de tornar as coisas visíveis e de brincar com as coisas, de usar da linguagem de forma que gere uma impressão de ambiguidade. “A partir da ironia é possível a gente ver como o riso é capaz de suscitar as pessoas numa percepção daquilo que, na realidade, elas não manifestam diretamente ou manifestam às vezes de uma forma sutil”, explica Araújo.

Durante a palestra, Araújo falou sobre personagens de várias fases da história que com poemas, textos e anedotas despertavam muitos risos, dentre eles estão: Diógenes o cão, Alexandre o grande, os bobos da corte, Gregório de Matos, Voltaire, com suas críticas à Igreja e aos poderes políticos. Na Modernidade, foram destaques Swift e Karl Kraus. Já na Antiguidade, o destaque foi Júlio César. Já no século XX, foram citados Oscar Wilde por meio de sua frase: “Quando era jovem achava que o dinheiro era tudo, hoje tenho certeza”; George Bernard Shaw, o jornalista e crítico H.L Mencken, o grande frasista Winston Churchill, Dorothy Parker, Millor Fernandes, com suas piadas sobre o Sarney e o Collor; e Wood Allen. No século XXI, foi destacado o humor involuntário de George W. Bush

“O riso é uma percepção, um momento, uma situação em que todo mundo sabe o que é, todo mundo se reconheci nisso e a partir daí faz com que seja possível usá-lo como um instrumento muito eficaz de crítica política”, destaca Guaracy. “A ironia é a forma mais famosa, mas a sátira, a alegoria e até mesmo a caricatura são maneiras através das quais se pode fazer rir. Rir é fazer as pessoas pensarem também”, conclui.

Guaracy Araújo durante a palestra
Guaracy Araújo durante a palestra

Boa embalagem

O tempo todo se percebe a relação entre o riso e o poder nos jornais. “O riso embala bem as coisas, aquilo que parece muito doloroso, muito difícil e até muito ofensivo, o riso de certa forma atenua isso, além do mais quando as pessoas são capazes de rir de alguma coisa, elas também são capazes de se identificar e se posicionar em relação àquilo”, afirma Araújo.

Ainda segundo Araújo o riso em todas as suas formas “o riso faz com que a gente, ao invés de perceber as coisas de uma forma rotineira, perceba de uma forma transformada. Em muitos momentos da história, essa ferramenta foi usada”, finaliza.

Por: Bárbara de Andrade

Fotos: Jéssica Moreira e Marina Costa

Passeata percorre a região Centro-Sul e impacta novamente sobre o trânsito

Os motoristas, os pedestres e os usuários do transporte coletivo que passaram pela região Cento-Sul de Belo Horizonte, na tarde desta quarta-feira (24), encontraram retenções no trânsito em diferentes pontos. A partir das 17h, os professores da rede estadual de ensino, em greve há 70 dias, saíram numa passeata que começou no pátio da Assembléia Legistlativa, no bairro Santo Agostinho e terminou na Praça Sete. Os principais corredores de trânsito como as avenidas Amazonas, Afonso Pena e Bias Fortes ficaram congestionadas.

Segundo o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), cerca de nove mil pessoas participaram do protesto. Na assembléia, os professores decidiram pela manutenção da greve por tempo indeterminado. De acordo com o sindicato a proposta de política salarial anunciada pelo Governo de Minas não atende às reivindicações da categoria e foi rejeitada. Os professores reivindicam a equiparação do piso salarial do Estado ao piso nacional.

Trânsito

Conforme a BHTrans, as principais vias de acesso ao centro ficaram interditadas. Contactada pela reportagem, horas antes da passeata, o órgão que gerencia o trânsito da cidade afirmou que desconhecia a informação de que haveria uma passeata na região Centro-Sul.

Muitos motoristas e pedestres ficaram revoltados com a situação, mesmo concordando com a legitimidade da greve. Para o assessor parlamentar Abraão Issa as  manifestações tem que ter lugar certo e a hora certa, tem que ser marcada. “Não concordo nem com a manifestação dos professores, nem com o trânsito idependente de manifestação, está tudo horroroso nesta cidade, muito mal planejada”, avalia.

Já o operador Felipe Guedes manifesta concordância com o manifesto. “Mesmo que esteja me atrapalhando no trânsito eu tenho que aceitar”, destaca. A funcionária pública Valdecir Batista endosssa essa opinião. “Com relação ao trânsito eu não gosto, mas eu sou a favor da manifestação dos professores”.

O empresário José Antônio Alcântara, por sua vez, critica o horário escolhido pelos professores. “A manifestação está atrapalhando o trânsito demais, me atrapalhou a buscar os meninos na escola, me atrasou totalmente. É uma falta de responsabilidade dos professores em fazer uma coisa dessa e logo no horário de pico, prejudica todo mundo”.

O cabelereiro Deivison Tavares também critica o horário escolhida para a passeata dos grevistas. “Deveria ter uns horários melhores, porque a gente sai cansado do serviço, fica agarrado dentro do ônibus”. Mas reconhece a importância do movimento. “Mas não deixa de estar certo fazer a manifestação, porque a categoria ganha muio mal”,conclui.

De acodo com o Sind-UTE/MG, a próxima assémbleia dos professores da rede estadual de ensino está prevista para o dia 31 de agosto.

Por: Bárbara de Andrade e Marina Costa

Fotos: Felipe Bueno

Durante uma conversa descontraída, na Praça da Liberdade, na tarde desta quarta-feira, a cantora Aline Calixto, umas das representantes da música mineira contemporânea, mostra a sua afinidade com o samba. “Hoje, em Belo Horizonte, tem uma gama de espaços noturnos que dedicam a sua programação ao samba, os próprios programas estão dando muita abertura ao samba. Eu, enquanto sambista, fico feliz em poder ver esse gênero se estabelecendo e fortalecendo cada vez mais aqui”, declara a cantora nos intervalos do programa Viação Cipó, da TV Alterosa, que aconteciam no local.

Bastidores do programa Viação Cipó com a cantora Aline Calixto
Bastidores do programa Viação Cipó com a cantora Aline Calixto

De acordo com Aline Calixto, apesar de Minas Gerais não ter o samba como o ritmo musical predominante, o Estado tem um histórico grande de sambistas importantes. “Muitos cantores e compositores saíram daqui, mas, claro, foram se estabelecer no eixo Rio – São Paulo, a gente pode citar o João Bosco, a Clara Nunes, o Ari Barroso e o Ataulfo Alves”, enumera.

Vinda do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, aos 6 anos de idade, Aline Calixto enfatiza a pluralidade cultural do país ao avaliar o seu trabalho como uma mescla de influências do samba carioca com a música mineira. “O samba que eu faço tem a presença muito marcante das harmonias de Minas, como Toninho Horta, o João Bosco, Thiago Delegado, acho que isso faz a diferença aqui e fora”, explica.

“Na atualidade a gente passa por um momento muito expressivo da música como um todo e, também do samba claro. Isso se deu muito em função aos espaços que se abriram mais para esse gênero”, avalia a cantora. O novo CD “Flor Morena”, fruto dessa diversidade, está disponível no site da cantora que aposta nas mídias digitais para divulgar o seu trabalho. Flor morena também é nome de uma das músicas do CD, uma parceria de Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho, a canção foi composta para a filha mais nova de Zeca.

Para quem quiser conferir mais de perto a sintonia do samba de Aline Calixto, o show de lançamento do CD aqui em Belo Horizonte será no dia 26 de agosto, às 21 horas, no SESC Palladium. Ingressos à venda na bilheteria do centro cultural.  Os preços são de 30 reais a inteira, e 15 reais a meia.

Por Felipe Bueno

Fotos: Felipe Bueno

As obras de reivintalização da Praça da Savassi têm sido vistas por muitos como transtorno absoluto, mas a expectativa de término das obras é grande. Para muitos, o resultado vai ser muito bom.

Assista ao vídeo:

As obras começaram em março deste ano e fazem parte do Programa Centro Vivo, que visa a recuperação de áreas da região central de Belo Horizonte. Do Programa, estão em andamento os projetos de requalificação da região do entorno do Mercado Central e a revitalização da avenida Amazonas, no trecho entre o Boulevard Arrudas e a rua Espírito Santo.

Os investimentos previstos são superiores a R$ 8 milhões. As obras da praça Raul Soares, escolhidas pela população no Orçamento Participativo Digital, estão adiantadas. Diversas áreas da cidade já foram revitalizadas, como trechos das ruas Rio de Janeiro e Caetés e as praças Sete e da Estação. Também integrou o programa o remanejamento dos trabalhadores informais para os shoppings populares.

Requalificação

Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, a requalificação da Praça da Savassi é uma antiga reivindicação dos comerciantes e moradores da região e tem como objetivo resgatar a unidade visual da praça e melhorar a qualidade das calçadas.

Ainda de acordo com a Prefeitura, o empreendimento prevê o alargamento e elevação das travessias, novo desenho de piso no cruzamento,  extensão da praça nos calçadões e colocação de quatro fontes idênticas nas quatro pontas centrais da praça.

Abaixo a simulação do término das obras:

simulacaovisaoquarteirao

As medidas adotadas pela Prefeitura para amenizar os impactos para a população foram: a obra está sendo feita de forma que garanta o acesso ao comércio, trânsito local para acesso às garagens e passagem de pedestres. “Tudo devidamente discutido e analisado com a comunidade local, como é praxe da Prefeitura de Belo Horizonte de 1993 até os dias atuais”, garante Fabiana Rabelo, da Gerência de Comunicação e Mobilização Social.

“Além disso, a administração municipal tem uma equipe especialmente dedicada ao bom andamento das obras na Savassi. Com um número de telefone à disposição (3277.8139) e um e-mail [email protected] para receber críticas ou sugestões”, informa Fabiana Rabelo.

A PBH defende, por meio da Gerência de Comunicação e Mobilização Social, que as obras agregam em ganhos financeiros e culturais para a cidade. “Após a requalificação, o local terá valorizado a diversidade de suas atividades e se consolidado como um espaço para encontro de todos”, explica Rabelo.

Passagem para pedestres
Passagem para pedestres

Mais informações sobre o Programa Centro Vivo, acesse o site:

https://portalpbh.pbh.gov.br

Os comerciantes não estão satisfeitos

Na manhã do dia 4 de agosto, entre 11h e meio-dia, os comerciantes próximos ao local das obras da Savassi fecharam as portas e, juntamente, com o Sindilojas-BH, fizeram uma manifestação para protestar contra a lentidão das obras. Houve discurso sobre trio elétrico, charanga e distribuição de panfletos para os pedestres.

De acordo com Fabiana Rabelo, a Secretária de obras reitera que a obra está dentro do cronograma e segue rigorosamente todas as normas técnicas relativas a um empreendimento dentro da área urbana.

A previsão de término das obras é março de 2012.

Por: Bárbara de Andrade

Fotos: Felipe Bueno

Edição e Imagens: Vanessa COG