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Espaço público

Desde sua aprovação, pelo Prefeito Márcio Lacerda, o decreto 13.863/2010, que limita a realização de eventos na Praça da Estação, trouxe à tona insatisfação por parte da população. Como forma de protesto a esse regulamento foi criado o Praia da Estação, com intuito de protestar de forma pacifica e bem humorada esse movimento busca a não privatização do espaço público. Sem periodicidade definida o movimento reúne pessoas que tem como objetivo protestar ou somente se divertir nas fontes, algumas, inclusive, com trajes de banho. Para tratar desse assunto e explicar a importância desse tipo de movimento, o CONTRAMÃO entrevistou hoje o redator e organizador do movimento Fideles Alcantra.

Jornal Contramão: Qual foi a inspiração do movimento Praia da Estação?

Fideles Alcantra: O movimento Praia da Estação foi inspirado no decreto 13.863/2010 do município de Belo Horizonte, sancionado pelo atual prefeito Márcio Lacerda. O decreto, desde dezembro de 2009, suspendeu a autorização para a realização de eventos na Praça da Estação.

Jornal Contramão: Qual o foco da Praia da estação?

Fideles Alcantra: O movimento luta contra a privatização do espaço público. A prefeitura de Belo Horizonte tem feito diversos acordos com empresas privadas, onde essas empresas assumem a manutenção das praças e também podem legislar sobre elas, fazendo exigências de como utilizar este espaço público.

Jornal Contramão: O que você acha da inclusão da Praia da Estação no calendário da prefeitura?

Fideles Alcantra: Essa inclusão é uma tentativa da prefeitura de desmobilizar o movimento e de usá-lo para benefício próprio. A prefeitura já tentou fazer essa inclusão no carnaval desse ano, queriam transformar A Praia da Estação em Samba da Estação, que acabou virando Sol Estação de Samba. Foi uma forma que a prefeitura viu de descaracterizar o movimento, tentando fazer com que a população não tenha ciência do objetivo primordial da manifestação.

Jornal Contramão: E para você, qual é a importância do movimento?

Fideles Alcantra: Movimentos como esse são essenciais para o desenvolvimento da cidade. O movimento foi registrado por diversos meios de comunicação, jornais e revistas de todo Brasil. Teve uma cobertura maior fora de Minas Gerais, onde a imprensa evita colocar comentários contra a prefeitura.

Jornal Contramão: Como é a divulgação do movimento?

Fideles Alcantra: Divulgamos o movimento através das redes sociais e do nosso blog.

Para mais informações acesse: pracalivrebh.wordpress.com

Por Carla Neves, Rafaela Acar, Rute de Santa e Orlando Vinícius

Foto: Divulgação do movimento

Moradores e comerciantes compareceram, ontem, na Câmara Municipal de Belo Horizonte, para uma Audiência Pública que discutiu o Projeto de Lei (2031/11), que visa implantar o espaço cultural “Praça da Savassi”.

A Audiência contou, também, com a participação de representantes de classe, dentre esses agentes culturais, a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) e Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), além de representantes dos moradores da região da Savassi.

A proposta do vereador Tarcísio Caixeta (PT) levanta questões sobre um espaço para a cultura em cena em espaços públicos. Na contramão das reivindicações dos moradores da região da Savassi, Leonardo Cezário, 32, coordenador do Duelo de MC’s, defende uma cidade para todos, com a promoção de eventos e espaços culturais. A despeito disso, ele relembra e se indigna com a forma na qual pessoas denominadas do movimento Hippie são tratados na Praça 7, no centro Belo Horizonte. “Uma cidade silenciosa é uma cidade oprimida. Temos que ter espaço pra fazer barulho”, diz.

Confira a entrevista com Leonardo Cezário no podcast:

Por Felipe Bueno e Raquel Ribas

Edição de áudio: Anelisa Ribeiro


A Audiência Pública realizada, na manhã de hoje, na Câmara Municipal de Belo Horizonte deu inicio a discussões em torno do Projeto de Lei (2031/11), que visa implantar o espaço cultural “Praça da Savassi”. A proposta é do vereador Tarcísio Caixeta (PT) que presidiu a sessão. Caixeta destacou, ao final da audiência que este é apenas o início das discussões que será necessária uma nova para debater a questão dos espaços públicos da cidade.

O debate reuniu vereadores e convidados, formando uma mesa com 10 representantes de classe, dentre esses agentes culturais, a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) e Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), além de representantes dos moradores da região da Savassi e do grupo Família de Rua.

A Praça Diogo Vasconcelos, “Praça da Savassi”, ganhou um novo formato depois das obras de reforma. A ideia é usa-la da mesma forma como já acontece com os quarteirões fechados da rua Pernambuco, conhecidos como “Travessa da Arte”, o espaço abriga exposição de artistas e demais manifestações culturais. A pauta girou em torno da posição receosa dos moradores e da avaliação positiva dos lojistas locais. “Cultura é um direito da população”, afirmou o diretor da CDL, Alessandro Runcini.

Cultura

Já Jane Medeiros, Jornalista e Produtora Cultural frisou que a economia de cultura e serviços de lazer está em crescimento. “A cultura gera mais ICMS para o governo que outros segmentos já consolidados”, afirmou. “Quem trabalha com cultura no Brasil trabalha muito mais por amor do que pelo lucro”, destacou a representante da Livraria Mineiriana, Juliana Campos. “É muito mais interessante trabalhar com pequenos eventos regulares do que com grandes eventos esporádicos”, defendeu.

Coordenador do Duelo de MCs, Leonardo Cesário, organizado pelo grupo Família de Rua, colocou em pauta a burocracia para a legalização de atividades culturais, em Belo Horizonte. “Não cabe a mim entender a legislação para criar um pequeno evento. Quem está empreendendo cultura está fazendo o trabalho do setor público. É necessário que se seja dado suporte”, declarou.

Espaço público

Diretor do Sindicato dos Artistas Técnicos em Espetáculos e Diversões (Sated),  José de Oliveira Júnior, enfatizou que o direito a uso da cidade é de todos e é preciso pensar na circulação de veículos e pessoas. Outro ponto destacado foi que o mau uso do local pode causar depredações ao patrimônio público, como ocorreu, recentemente, no caso do Monobloco, na Praça da Liberdade. A este respeito o diretor da CDL frisou: “Não é a quantidade, mas a organização e cunho do evento que danifica ou não o espaço público”. “Uma cidade silenciosa é uma cidade oprimida. Temos que ter espaço pra fazer barulho”, declarou Leonardo Cesário.

A falta de regulamentação, a frequente interdição da prefeitura para o uso do espaço público e a necessidade de apresentar medidas preventivas para preservação desses espaços forma outros temas apresentado que, de acordo com o vereador Tarcísio Caixeta abrem o espaço para uma nova audiência, ainda sem data. “Essa audiência [de hoje] não tem como objetivo a finalização dos debates, vamos unir moradores, lojistas e promotores culturais para prosseguir o debate”, declara o vereador.

Ouça a entrevista com vereador Tarcisio Caixeta (PT), proponente do projeto.

Entrevista com Tarcísio Caixeta

Acompanhe, amanhã, no CONTRAMÃO uma entrevista com Leonardo Cesário, organizador do Duelo de Mc’s, sobre o uso dos espaços públicos.

Por Raquel Ribas e Felipe Bueno.
Fotos: Felipe Bueno.
Edição de áudio: Ane Ribeiro.