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Por Giovanna Silveira – Metrica livre – Parceira Contramão HUB

 

No meio da noite

e quase virando dia

uma sirene tão estridente e

intensa

ressoa sem trégua

a sirene competia

com o alarme de carro

estilo anos 90′

repetições azucrinantes

de polifônicos em perigo

a sirene e o alarme

competiam

com minha insônia alta

no meio da noite e

quase virando dia

a sirene e o alarme e a insônia

equalizaram harmonicamente

entre alento e criação

no meio da noite, ja era dia

descrevi tudo em vigília.

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Por Davi Fuzari

 

Ao falar do trabalho do cineasta André Novais, raramente não encontramos a palavra simplicidade relacionada ao seu modo de contar histórias. O que acontece em alguns de seus filmes é que André opta por esta falsa simplicidade, potencializando o conteúdo de seus filmes, deixando em segundo plano as complexidades dos dispositivos que ele utiliza e do conjunto de temporalidades dos registros presentes em sua obra.

Uma singularidade de André é o seu conhecimento sobre o cinema nacional.  Ele pesquisou cinema brasileiro na academia, é cinéfilo e mais do que isso, ele se dedica à prática, com ganas de dar continuidade a esta arte que é feita de forma única em nosso país. O cineasta do conteúdo também é o da coerência; com pouco mais de uma década fazendo cinema, podemos perceber a paixão com que ele trabalha e seu caminho evolutivo através de seus curtas até o primeiro longa lançado no ano de 2014, Ela volta na quinta. André se mantém coerente consigo mesmo na busca pelo fazer CINEMA, paixão esta que nos é tão cara e que nos revelou muitos diretores geniais no Brasil.

Em seu primeiro curta, Uma homenagem a Aluízio Netto, de 2004, André tem a oportunidade de trabalhar ainda em película (super 8), fazendo uma homenagem a cineastas de outros tempos, como Mário Peixoto e Humberto Mauro. O curta faz referência a uma quadrilha do partido comunista dos anos 20, que trocava as cartelas dos filmes por outras, com conteúdo de cunho marxista. O filme passa duas vezes, sendo que na primeira vez estamos diante de uma história de romance clássica. Na segunda, o teor do filme muda inteiramente apenas com a troca dos conteúdos das cartelas, revelando um casal militante com ideias comunistas.

A famosa gag nos roteiros de cinema revelavam André,  ainda ali no começo de sua carreira, um caminho de escrita, mas também um caminho pelo labutar no exercício de filmar ideias. A partir daí foram vários os exercícios fílmicos materializados nos curtas que André viria a realizar. Sua coerência vem do cinema brasileiro e das referências de seus próprios filmes, como em Pouco mais de um mês de 2013 – na sequência em que o casal conversa sobre a câmera escura, efeito físico criado no quarto onde o diálogo acontece; o espectador contempla a imagem refletida enquanto a narrativa se desenrola no extra-campo, assim como acontece no curta Fantasmas, de 2010.

Além do trabalho de extra-campo, o preparo e a direção de não atores tem sido um método muito assertivo em seus filmes. O fato de não serem atores profissionais mas de serem conhecidos intimamente pelo diretor (a família atua em seus filmes) revelam resultados surpreendentes. Exemplo disso foram os dois prêmios de “ator/atriz coadjuvante” alcançados no 46º Festival de Cinema de Brasília com o trabalho de atuação de seu irmão (Renato Novais) e sua namorada (Élida Silpe) com o longa Ela volta na quinta. A segurança que ele tem em relação às interpretações traz um certo oxigênio para o diretor lapidar os conteúdos em seus filmes. Os diálogos muitas vezes são improvisados, tendo o roteiro como guia com pontos importantes e imprescindíveis, mas é o improviso e a naturalidade impressos na tela que fazem com que o trabalho de André seja tão singular. Único em sua simplicidade numa tarefa tão complexa que é o fazer cinema, contar histórias que de certa forma são histórias universais, pois sempre tratam do humano e suas relações.

O que seriam das histórias sem alguém que saiba contá-las? O que seriam das ideias de boteco que poderiam virar filmes curtos, sem a perspicácia presente no genial André Novais? Vida longa!

 

Por Hellen Santos

A saúde vai além de só pensar em se cuidar. Uma boa saúde é a combinação de estabilidade física, cerebral e biológico. O conjunto de exercícios físicos e uma alimentação saudável, cortando o consumo de gordura e aumentando ao consumo de água e também um momento de descanso e muito lazer.

No Brasil foi decretado o dia 05 de agosto como o dia Nacional da saúde para homenagear o médico Oswaldo Cruz pelo seu trabalho pela erradicação de perigosas epidemias (exemplos como febre-amarela e varíola) que angustiava o Brasil, no final do século XIX e início do século XX. A data tem como objetivo promover a informação para população sobre a importância da educação sanitária. Esta data visa despertar valores relacionados a saúde, cuja definição vai muito além da ausência de doenças, pois está diretamente relacionada a presenta de uma autêntica qualidade de vida no cotidiano da população, que abranja sentidos mentais.

Em mais um dia Nacional da Saúde, ainda percebemos pouco avanço na saúde. Em nosso país vivemos um momento delicado quando se trata da saúde pública. Para a enfermeira Rogéria Celestino de 48 anos e com mais de 29 anos de carreira na saúde pública o que falta para melhoria da saúde pública é Ética dos gestores e comprometimento real com as necessidades da população.

Segundo a enfermeira, para a melhoria das condições de trabalho na rede pública precisaria de melhores áreas físicas, qualidade e quantidade de materiais, melhor remuneração e melhores condições de trabalho. “Falta também um setor de Recursos Humanos no suporte dos profissionais. Se a remuneração fosse boa diminuiria as cargas horárias e com isso os profissionais ficariam em apenas um emprego consequentemente a qualidade da assistência aos pacientes melhoraria, infelizmente o profissional da saúde não é valorizado”, diz Celestino.

Gustavo Henrique Machado Miranda de 28 anos, Assistente Administrativo na Prefeitura de Belo Horizonte, desde 2005 diz que a falta qualificação dos gestores prejudica o rendimento, “Muitos que lideram não possuem o conhecimento necessário. Praticamente para ser um gestor da saúde precisa ter só curso superior e ser concursado, eles esquecem da necessidade de conhecimentos administrativos públicos”.

Miranda destaca ainda que o que precisa melhorar na saúde é a transparência. “Ouvimos muito que o governo disponibiliza vários valores para a saúde pública e o que observamos aqui de dentro é a péssima aplicação desse dinheiro, por exemplo: necessita de um material para as unidades; não existe uma pesquisa mais qualificada e a compra é feita sempre de um determinado grupo que tenha algum interesse político e quanto compra esse material é escasso, isso sem contar nos desvios”.

 

O acumulo de atividades é uma das preocupações de Miranda que revela o favoritismo de um profissional. “A gestão sobrecarrega um profissional que desempenha melhor as atividades do setor, esquecendo de outras pessoas que também trabalham no local. Grande parte dos servidores públicos trabalham sem compromisso, apenas com intuito de receber o salário no fim do mês, sem se preocupar que prestação de serviço é para população e nós somos a população”.

Indignado Miranda desabafa: Quem realmente trabalha é apenas um “peão” do sistema e não tem mérito nem valor. “Os profissionais que possuem apoio político, esse já é extremamente valorizado, até por não fazer nada e as vezes nem trabalhar diretamente com a saúde”.

 

Condições de Trabalho

 

Muitas unidades não possuem o básico para que o profissional na saúde possa exercer o seu trabalho, é uma questão que sempre é levantada, mas sempre resolvem da mesma forma, dizendo que há verba.

Pesquisas realizadas pela Datafolha, destaca que 90% dos brasileiros estão insatisfeitos com o Sistema Único de Saúde (SUS). As reclamações vão de ausências de profissionais, demora no atendimento e em marcação de exames, até higiene sanitária dos hospitais públicos na opinião dos usuários. Já a dos profissionais é a ausência de pagamentos em dia. O Brasil tem muito a evoluir e um dos pontos a mudar e a valorização dos profissionais da saúde.

O cuidado com a saúde é um hábito que todos devem ter. É importante lembrar de nossa saúde todos os dias. Priorize sua saúde, pense em menos em trabalho e mais em sua saúde, sem ela não somos nada!

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Por Henrique Faria

Há 32 anos acabava no Brasil a Ditadura Militar, nessa época os jornalistas e músicos brasileiros foram diversas vezes censurados pelo governo por se mostrarem contra o regime. Na época, após o AI-5, os militares tinham total liberdade para realizar ações sem mandados judiciais, logo, ficou mais fácil censurar o povo.

A censura na Ditadura era constante, principalmente após a assinatura do Ato Institucional Número 5 realizada pelo presidente Costa e Silva no ano de 1968, que concedeu total liberdade aos militares para realizar ações sem mandados judiciais, como por exemplo prender e ocupar as redações de jornais. Assim que assinado o documento, vários meios de comunicação foram ocupados pelos “censores” que realizavam o trabalho de editores. Eles eram responsáveis pela releitura e aprovação das matérias que seriam publicadas na próxima edição e desta maneira começou o trabalho de censura dentro dos meios de comunicação. Muitos jornais contrários às atitudes do governo continuaram publicando matérias negativas e que denunciavam os abusos da época, estes porém, tiveram suas redações invadidas e destruídas, como por exemplo o “Jornal do Brasil” e o “Correio da Manhã”, que sofreu com a prisão de sua proprietária.

Entretanto, os jornais não foram os únicos afetados pelo AI-5, os artistas e intelectuais também foram perseguidos e censurados, muitas músicas escritas pelos artistas foram censuradas, mas mesmo assim Caetano Veloso, Chico Buarque entre outros conseguiram lançar músicas que denunciava a atitude da polícia como “É proibido, proibir” e “Cálice”, respectivamente. Essas canções caíram nas graças do povo e foram eternizadas pela população, porém vários artistas como Caetano e Gilberto Gil foram exilados e outros foram presos e torturados.

A data de hoje, 03 de agosto é lembrado como dia da Censura, apesar dela ainda estar tão atual, não podemos esquecer do que ela foi, o que causou e o que ela representa nos dias de hoje e o que ela promoveu durante a ditadura, em que jornalistas, professores, músicos eram perseguidos apenas por apresentar a sua própria opinião ou escrever uma matéria que seja contra as ideias do antigo governo.

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Por Jeferson Cirilo – Start – Parceiros Contramão HUB

 

TheWrap revelou que Chiwetel Ejiofor está atualmente em negociações para expressar o principal antagonista Scar no remake da Disney O Rei Leão.

 

Se Ejiofor fechar um acordo, ele se juntará a Donald Glover, que é a estrela de Simba, e James Earl Jones,que retorna para ser a voz de Mufasa pai de Simba. Além disso, o filme também apresenta Billy Eichner e Seth Rogen como as vozes de Timão, o suricato e Pumbaa o javali, respectivamente. John Oliver está pronto para expressar o Hornbill com notas vermelhas Zazu e o diretor Jon Favreau também está olhando Beyoncepelo papel do interesse amoroso de Simba, Nala.

 

O Rei Leão está programado para chegar aos cinemas em 19 de julho de 2019.

 

Leia também: John Oliver entra para o elenco de Rei Leão O Rei Leão| Billy Eichner e Seth Rogen Como Timão & Pumba

 

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Por Auspicioso Acapela – Coletivo parceiro Contramão HUB

Depois de uma tarde fria e cansativa no trabalho, resolvo me permitir um pouco de ousadia fora da rotina. Diferente das pessoas que convivo, não sou dada a bares, boates, casa de jogos e semelhantes. Sempre fui mais caseira e aprecio muito um bom filme, no meu quarto, com a Nan, minha gata. Mas por outro lado me sinto vazia e sozinha, então o erro pode estar em mim ou em minhas escolhas.

Vou para um bar, distante do serviço e de casa, pois não quero ser vista bebendo. O tempo se arrasta e as pessoas estão demais, demais, DEMAIS. Tomei 1 litro de cerveja, mas já me parece o suficiente. Estou consciente, tudo continua horrível.

Vazia.

Vou ao banheiro que não parece ter vaso, pela quantidade de urina que tem no chão. As paredes brancas têm pixos interessantes como: “Tequinha têve aqui”, “João gostoso” e “Aninha te amo”, percebo isso ao fazer toda uma acrobacia para não sentar no vaso nem sujar a minha roupa. Poderia ler mais, porém chega a hora de colocar a cara no sol e voltar para aquilo que eles chamam de diversão.

Abrindo a porta, entre frestas, vejo duas mulheres se beijando, são tão bonitas, mas aqui fede, mas elas parecem não perceber a mim nem o mau cheiro. Adio minha saída da minha cabine, mas elas suspiram cada vez de forma mais intensa, preciso tomar coragem e sair.

Saio, e como uma idiota encaro o fundo da minha pupila no espelho, pedindo aos céus para eu parar de passar vergonha. Lavo minhas mãos. EM TODOS OS SENTIDOS. Respiro fundo e me preparo para sair, dou uma última olhada para as duas e viro para porta, quando uma delas grita: “Eii!”.

Depois disso?

Vazio.

Bebo mais um pouco e ainda aceito cantar com um cara. Depois disso? Sorrisos e paquera. Depois disso? A casa de um estranho. Depois disso? Perder o último ônibus da madrugada e só pegar o das 5h da manhã e demorar mais de 50min para chegar em casa.

Depois disso?

Vazio e arrependimento.

Sinto que nem todo dinheiro do mundo pode me preencher.

Não quero uma pessoa ao meu lado, não quero bares, não quero contar sobre nada para ninguém, porque o que faço, fiz ou penso, é mais do mesmo de sempre. Hoje é Sábado e vou sorrir para meus parentes que virão me visitar. A expectativa? Não tenho. Criei na minha mente que existe uma possibilidade de vida melhor que a minha. Subestimei minha criatividade e agora me decepciono a cada santo dia.

Só não posso negar que ESTOU VIVA.