Entretenimento

O cinema brasileiro está em cartaz e nessa segunda-feira, 10. O Cinemark apresenta a 15º edição do Projeta Brasil. Durante todo o dia a rede de cinemas se dedicará a exibição de filmes nacionais, ao todo, serão projetados 38 filmes em 528 salas de cinemas de 68 cinemas da rede no país.

As sessões estarão com preço diferenciado devido ao evento e cada ingresso custará R$ 3. Dentre os filmes escolhidos, econtram-se “Hoje Não Quero Voltar Sozinho”, de Daniel Ribeiro, que estará concorrendo ao Oscar 2015. Também serão exibidos a animação em stop-motion “Minhocas”, “Trash – A Esperança vem do lixo”, “Tim Maia”, entre outros.

Cota de Tela

Os cinemas são obrigados a exibir filmes brasileiros. Para isso criou-se a Cota de Tela que é uma normatização definida pela Agência Nacional de Cinema (Ancine) para os cinemas no Brasil. O Decreto Nº 8.176, de 27 de dezembro de 2013 define que cada rede de cinema deve exibir no mínimo 60 diárias nacionais por ano com títulos diferentes. Assim, nessa segunda-feira a Cinemark coloca em exibição os títulos brasileiros também para cumprir o que determina esse decreto.

Entretanto, a ideia da exibição de filmes brasileiros passa por um incentivo à procura por filmes nacionais nos cinemas, mas não é o mais eficiente. “Ao colocar os filmes numa segunda o público será pequeno”, explica Joana Soares, cineasta e advogada, que desenvolve pesquisa sobre as cotas de tela no Brasil. “Não tem tanta repercussão”, acrescenta.

Ainda de acordo com Soares, o que falta para o Projeta Brasil ser mais eficiaz na difusão do cinema brasileiro é a Ancine fiscalizar mais efetivamente as salas de cinema quanto ao cumprimento da Cota de Tela. O uso de novas ferramentas, como as mídias sociais ajudaria nessa tarefa, de acordo com a cineasta.

As exibições estão acontecendo ao longo dessa segunda-feira. Em Belo Horizonte o Cinemark corresponde as salas de cinema do BH Shopping, Pátio Savassi e Diamond Mall. Com o término das exibições, a programação retorna a como estava, e filmes como “Trash – A Esperança vem do Lixo” e “Na Quebrada” continuam em cartaz. Veja abaixo quais filmes estarão em cartaz durante o 15º Projeta Brasil.

Filmes em exibição:

Até que a Sorte Nos Separe 2

SOS – Mulheres ao Mar

Os Homens São de Marte… E É Pra Lá Que Eu Vou

Amazônia

Vestido Para Casar

O Candidato Honesto

Tim Maia

Made In China

Confissões de Adolescente

Alemão

Copa de Elite

Getúlio

Não Pare na Pista – A Melhor História de Paulo Coelho

Trash – A Esperança Vem do Lixo

Muita Calma Nessa Hora 2

Quando Eu Era Vivo

Jogo de Xadrez

Entre Nós

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho

Confia em Mim

A Grande Vitória

Praia do Futuro

Do Lado de Fora

O Lobo Atrás da Porta

Meninos de Kichute

Riocorrente

Causa e Efeito

A Onda da Vida – Uma História de Amor & Surf

O Menino e o Espelho

Sobrevivi Ao Holocausto

A Oeste do Fim do Mundo

De Menor

Lascados

Isolados

A Pelada

O Duelo

Na Quebrada

Até que a Sbornia nos Separe

Texto: Umberto Nunes

Foto: Divulgação: Trash – A esperança vem do lixo.

A 37ª Semana Aleijadinho chega ao Circuito Cultural Praça da Liberdade neste sábado, 01. A exposição é um tributo de Carlos Bracher em homenagem especial ao artista e aos 200 anos de sua morte. De 1º a 23 de novembro as telas vão estar no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, na Praça da Liberdade, s/n, Prédio Rosa, na região centro-sul de Belo Horizonte.

A exposição Aleijadinho 200 Anos: Tributo de Bracher é composta por 80 telas que estão dividas entre as cidades de Belo Horizonte, Ouro Preto e Congonhas. As obras foram concebidas por Carlos Bracher especialmente para o evento e inspiradas nas obras do artista mineiro que se tornou ícone do barroco brasileiro.

A Semana do Aleijadinho é uma iniciativa da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Ouro Preto e tem como finalidade preservar a memória artística, cultural e histórica do estado de Minas Gerais, além de valorizar artistas contemporâneos.

O historiador contemporâneo Felipe Oliveira, 30, formado em história pela Universidade Federal de Viçosa ressalta a importância de eventos como esse para uma aproximação do passado e do presente de uma forma simples e para todos os públicos.

Aleijadinho

Nascido na antiga Vila Rica, atual Ouro Preto, sem um registro certo da data de nascimento. Filho do mestre de obras e arquiteto português Manuel Francisco Lisboa e de sua escrava Isabel. Antônio Francisco Lisboa desde a infância demonstrava habilidade para arte. Por volta dos 40 anos de idade, Antônio foi vítima de uma doença que, não se tem certeza qual, deformou seu corpo e prejudicou suas articulações. Graças a isso ganhou o apelido de Aleijadinho. Especula-se que ele tenha sido vítima da hanseníase.

Nas suas intervenções artísticas, Antônio Francisco Lisboa usou diversos materiais, os mais comuns sendo madeira e pedra-sabão. Suas obras se concentram na região de Outro Preto, São João Del Rei e Tiradentes. Seus trabalhos artísticos misturam alguns estilos do barroco (como rococó e gótico), sendo no Brasil um dos principais artistas do estilo. O escultor morreu na mesma cidade em que nasceu em 18 de novembro de 1814.  “Este evento pode trazer uma proximidade da cultura que era produzida na época e também uma intimidade maior com este artista que encantou a sociedade brasileira do século XVIII e que ainda se faz presente nos nossos dias”, explica Oliveira.

Carlos Bracher

Pintor, desenhista, escultor e gravador, nascido em Juiz de Fora. Frequentou a Sociedade de Belas Artes Antônio Parreiras, em sua cidade natal. Foi aluno de Fayga Ostrower na UFMG. Estudou mosaíco e mural com Inimá de Paula na Escola Municipal de Belas Artes. Ganhou o prêmio viagem ao exterior do Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1967. Em 1989, foi realizada a exposição retrospectiva de seus 30 anos de trabalho, intitulada Pintura Sempre, em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba. No ano seguinte, pintou uma série de quadros em homenagem ao centenário da morte do pintor holandês Vincent van Gogh, que foi exposta em várias galerias e museus do Brasil e exterior.

Barroco

Um dos movimentos artísticos mais complexos, o Barroco surgiu na Europa por volta do século XVI e durou até o século XVIII, período onde se tem o absolutismo dos reis e a influência iluminista nas ideias de vários pensadores. Além disso, o período é caracterizado pelo confronto de pensamentos opostos. “O Barroco vem com a arte que confronta duas ideias: o teocentrismo e o antropocentrismo“, explica Felipe Oliveira.

O movimento é marcado pela dramaticidade, o realismo, o dinamismo e o contraste forte. No Brasil, o Barroco ocorreu durante os séculos XVII e XVII, a partir do ciclo do ouro. O movimento envolveu todas as atividades culturais e foi o primeiro a criar expressões tipicamente brasileiras. O uso de contraste claro-escuro e maior variedade de texturas deram uma característica única para as obras da época expressando emoções da vida e do ser humano.

No Brasil temos destaque para nomes como Aleijadinho, com suas esculturas, e Gregório de Matos Guerra (1633-1696) na literatura, que ficou conhecido como Boca do Inferno por sua poesia satírica que condenava os alicerces da sociedade baiana da época. No cenário internacional surgem outros nomes de grande importância também. “Entre os artistas, podemos citar Michelangelo Merisi da Caravaggio, Annibale Caracci o os belgas Van Dyck e Frans Hals”, acrescenta Oliveira.

Agenda

37ª Semana do Aleijadinho – Exposição Aleijadinho 200 Anos: Tributo de Bracher, com obras de Carlos Bracher

  • Período: 1º a 23 de novembro de 2014
  • Local: Praça de Convivência – MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal
  • Horário: Terça a domingo, das 12h às 18h (quinta, das 12h às 22h)
  • Entrada franca

Toda Quinta e Muito Mais… – palestra Aleijadinho arquiteto, com André D’Angelo

  • Data: 6 de novembro de 2014, quinta-feira
  • Local: Auditório Bateia – MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal
  • Horário: 19h30
  • Entrada franca

37ª Semana do Aleijadinho – Seminário com palestras, performance artística, exibição de documentário e lançamento de livro sobre o projeto com Carlos Bracher

  • Data: 22 de novembro de 2014, sábado
  • Local: Auditório Bateia – MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal
  • Horário: 14h às 18h
  • Inscrições gratuitas pelo e-mail: [email protected].

 

Texto: Umberto Nunes

Foto: Paixão de Cristo por Carlos Bracher. Foto de divulgação.

[Circuito Aberto] Diálogos Cênicos começa a fazer parte da programação do Circuito Cultural Praça da Liberdade a partir do dia 29 de outubro. Todas as quartas-feiras, até 10 de dezembro, os museus e praça ficarão ocupados com o projeto.

Os grupos e coletivos participantes foram selecionados por meio do edital aberto em julho de 2014. Ao todo, 185 inscrições foram realizadas e por meio de uma curadoria assinada pelo diretor, professor e gestor na área teatral, Marcelo Bones, pelo autor e diretor de espetáculos de teatro, dança e bonecos, Rodrigo Campos e também pela jornalista, mestranda em Artes na UFMG, Soraya Belusi. Os curadores selecionaram 21 atividades, sendo distribuídas em 14 apresentações e seis ações formativas de circo, dança, performance e teatro.

O [Circuito Aberto] Diálogos Cênicos apresenta uma democratização do acesso à cultura, e proporciona a diversidade da produção em artes cênicas do estado, promovendo assim, um diálogo e uma reflexão a fim de contribuir para a ocupação de espaços públicos. Toda a programação é gratuita. O público participante poderá doar livros para a ampliação da biblioteca do Centro Cultural “Lá da favelinha”, do Aglomerado da Serra e para o GASS – Grupo de Apoio Social Solidariedade, no Santa Tereza.

O projeto foi idealizado pela Associação No Ato em parceria com o Instituto Cultural Sérgio Magnani e faz parte da plataforma #ClaroExperiências por meio da Lei Estadual de Incentivo a Cultura (LeiC).

No primeiro dia de projeto

No dia da abertura, 29, logo pela manhã, entre 9h e 13h, está marcado no Centro de Arte Popular – Cemig,a atividade formativa, com o Ateliê de Crítica e Reflexão Teatral. O encontro, que acontecerá todas as quartas-feiras, trazendo o debate e a produção de textos críticos, com jornalistas, críticos, artistas e público interessados.

A programação continua a partir das 18h30, na Praça da Liberdade com muita dança. Os projetos “Se essa rua fosse nossa”, e “FDR AllStyles – Desafio na Pista”, apresenta a dança de rua, conhecida como breaking no asfalto. No desafio realizado pelo Coletivo Família de Rua e com curadoria do ícone das danças urbanas no Brasil, Eduardo Sô, o vencedor receberá um prêmio no valor R$1.000,00.

Para finalizar a programação desta quarta-feira, o projeto “Dança em projeção”, apresenta videodanças de obras de artistas de Belo Horizonte. Neste projeto, a união de dança com audiovisual apresentando trabalhos ricos em detalhes e percepções imagéticas.

Texto: Lívia Tostes

Foto: Divulgação

A 8ª CineBH – Mostra internacional de cinema e 5º Brasil CineMundi foi aberta na noite de quinta-feira, 16, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). A noite de estreia apresentou o longa-metragem “Deserto Azul”, do mineiro Éder Santos. O diretor subiu ao palco com toda sua equipe de produção, incluindo os atores Odilon Esteves e Chico Diaz, protagonistas do filme.

Durante a apresentação, Éder pediu para que todos deixassem os celulares ligados. Sua equipe montou quatro redes de wifi com o nome do filme e distribuíram um código para que pudessem digitar. Durante a projeção, o público pôde obter informações adicionais sobre o que estava sendo exibido, criando assim, uma forma de interação entre os espectadores e o filme em exibição.

O cineasta argentino Santiago Loza, foi surpreendido antes da sessão. A produção preparou uma singela homenagem. “Faço filmes pequenos, muito pessoais e intimistas, não esperava por isso, não imaginava que meus filmes seriam tão reconhecidos”, comentou Loza. A programação aprensenta uma retrospectiva pela carreira  do cineasta.

A sexta-feira, 17, começou agitada no Palácio das Artes. Com 21 convidados internacionais, o 5º Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting apresentou uma série de seminários e debates. Entre os temas, “Mercado Audiovisual Brasileiro – Políticas Públicas, Avanços e Perspectivas”, contou com a presença de representantes da Ancine, SAV (Secretaria do Audiovisual) e ABTIV (Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão), com mediação do crítico e jornalista Pedro Butcher, no qual debateram diretrizes públicas, ações de intercâmbio e coprodução do audiovisual brasileiro.

Santiago Loza apresentou uma masterclass onde relembrou toda a sua carreira, que passa pelo cinema, literatura e teatro. O crítico mais aguardado da CineBH e Brasil CineMundi foi Tag Gallagher, que também ministrou uma masterclass. Tag, é conhecido no meio do audiovisual como um dos maiores nomes da crítica cinematográfica em atividade, mas ninguém conhecia o rosto dele, nem a produção, nem seus próprios admiradores.

A CineBH e Brasil CineMundi se estende até dia 23 de outubro. Filmes, seminários e oficinas são gratuitos.

Mais informações: https://www.cinebh.com.br/

Por Lívia Tostes

Uma batalha de rimas, a disseminação da cultura do Hip hop em BH, o Duelo de MC’s será nesse sábado, 18, a partir das 14h, na Praça 7 de Setembro, no centro da capital mineira. Após todas as complicações que os organizadores do evento enfrentaram na Prefeitura de BH com a liberação dos alvarás de funcionamento e a isenção dos impostos, o duelo acontecerá mais uma vez, e estará arrecadando fundos para a disputa nacional desse ano.

Iniciado há sete anos, o duelo acontecia toda sexta-feira no Viaduto Santa Tereza, no baixo centro de BH. Entretanto, no início do ano, a Prefeitura de Belo Horizonte fechou-o para implantação do Circuito de Esportes Radicais Santa Tereza e recuperação estrutural do viaduto.

Desde então o duelos aconteciam em espaços públicos da capital, como forma de protesto à prefeitura por não ter cedido um novo lugar para o evento e pela isenção dos impostos cobrados para a realização dele. “A prefeitura cobra uma taxa de 0,85 centavos, se não me engano, por metro quadrado pelo uso do espaço, fora a questão dos banheiros, da segurança, sei que dá mais ou menos uns 600 reais que não temos condições de pagar, pois o duelo acontece de forma independente e gratuita”, explicou Izabela Egídio, 22, colaboradora do coletivo Família de Rua que organiza o duelo.

Importancia cultural

O duelo de MC’s em BH foi o primeiro evento que apoiou a cultura Hip Hop na capital. Iniciado na Praça da Estação em 2007, o evento era uma pequena reunião de amigos que faziam suas rimas. Ao passar do tempo, foi-se ganhando destaque e notoriedade tanto na qualidade da produção quando na importância para o reconhecimento da cultura urbana na capital.

A cada duelo, mais gente se agregava ao movimento, com isso não era mais possível fazê-lo na praça. Então o movimento migrou para o vão do Viaduto Santa Tereza onde fez sua casa. O local, antes, era conhecido como um ponto de uso de drogas, o movimento do Duelo transformou o ambiente. “Muitos no início não tinham noção do que estava acontecendo ali, mas aos poucos começaram a também ser parte daquilo”, contou Trax Machado, 20, estudante de Produção Multimídia.

O Duelo ganhou uma enorme proporção e foi agregando gente sempre que acontecia. Intensificou-se o movimento e gente de todos os cantos de BH participavam. “É gente de todas as classes sociais, etnias e crenças, que estão juntos no mesmo lugar se respeitando. O encontro não é só de MC’s, o encontro é feito de gente do bem e que tem em comum o rap e a diversidade”, ressalta Julia Portuense, 23, estudante de jornalismo.

Infelizmente não são todos que veem a importância cultura do Duelo. “Eu vejo o duelo como uma ligação entre a galera do morro e do asfalto. Infelizmente rola um preconceito”, contou o estudante Lucas Silva, 21. Entretanto, o movimento falou mais alto e permaneceu, sendo um percursor dos movimentos culturais da capital mineira. “Depois do Duelo diversas mobilizações urbanas surgiram, e no meu ponto de vista ele foi um divisor de águas”, ressaltou Trax Machado. “Existe BH antes e depois do Duelo de MC’s. Hoje temos mobilizações culturais de todos os tipos, gostos, em locais e horários diversos rolando na cidade”, acrescentou o estudante.

O duelo nacional

Esse ano ainda está em projeto o Duelo de MC’s Nacional 2014. Uma batalha entre rimadores de oito estados do Brasil (Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal) que vão se reuinir em Belo Horizonte para a disputa. O vencedor leva o título de Melhor MC Improvisador da Cultura Hip Hop e o prêmio de R$ 5 mil. O evento ainda não teve a data divulgada. A arrecadação de fundos para a disputa nacional está acontecendo de forma coletiva. A data do duelo será divulgada assim que a meta dos R$ 25 mil necessários para a realização seja atingida.

Amanhã, 18, ocorrerá mais uma edição do Duelo na Praça 7 de Setembro, no centro de BH. A disputa começa às 14h. Ao final do duelo será sorteado um Kit Cultural, uma rifa no valor de R$ 5,00 para ajudar na arrecadação de fundos para a competição, e no dia 02 de novembro, os organizadores realizarão “Uma Batalha De Todos Nós”, na Casa de Shows Granfinos (Av. Brasil, 326. Santa Efigênia, Belo Horizonte).

Saiba mais sobre o Duelo e sobre a organização da competicação nacional em: https://www.catarse.me/pt/duelodemcsnacional.

Texto: Umberto Nunes

Foto: Divulgação.

As histórias em quadrinhos (HQ’s) fizeram parte da infância de muitos jovens, principalmente nos anos de 1970 a 1990. Não é difícil encontrar quem já tenha lido as aventuras do “Homem-Aranha”, do “Homem de Ferro”, ou ainda do “Batman”. Entretanto, os quadrinhos não se resumem somente ao universo DC Comics e Marvel Comics. Existem também os quadrinistas independentes, as editoras novas, como a brasileira Blue Comics, e também, as editoras que distribuem verdadeiros livros em forma de quadrinhos, como foi o caso da Devir Livraria, que lançou em julho o terceiro livro da sequência “Yeshuah”, do paulista Laudo Ferreira Jr, que é quadrinista há mais de 30 anos e ilustrador há cerca de 20.

Com um nome meio diferente, em hebraico, “Yeshuah” significa “salvação”. A HQ narra a trajetória de Yeshu, ou traduzindo para o português Jesus. A história que Laudo conta em seus quadrinhos não é, exatamente, a mesma que a bíblia católica ou evangélica narra. No catolicismo a imagem de Cristo é vista como uma divindade. Laudo ressalta, em sua obra, o lado humano de Jesus. Os acontecimentos seguem a mesma cronologia da bíblia, mas a imagem de Cristo é mais como ser humano, uma pessoa com medos e crenças.

O desenvolvimento do HQ teve seu inicio por volta de 1998, sendo sua última parte, “Yeshuah: Onde tudo está”, lançada em julho desse ano. “Minha espiritualidade foi se desenvolvendo ao longo do trabalho. Amadurecendo junto com a obra”, explica o quadrinista. Segundo o autor da obra, a ideia de se criar uma história em quadrinhos demonstrando um lado mais humano de Jesus veio a partir da leitura de evangelhos apócrifos (aqueles considerados não oficiais). “O livro de São Tomé, mostra outra percepção de Jesus”, destacou Laudo.

Da história

A história dos quadrinhos do paulista segue o mesmo rumo da história bíblica, indo do nascimento de Cristo a morte, passando pela travessia do deserto e a traição por Judas. Entretanto, nas HQ’s de Laudo, não se mostram a crucificação em si de Jesus, nem a ressureição. Embora, após a morte, ele reapareça para Maria de Madalena.

Na história de “Yeshuah” o caso é narrado por Maria de Madalena, já idosa, para um jovem que estaria escrevendo-a. No desenvolver dos quadrinhos, o leitor pode notar que o uso dos nomes em hebraico dá a história um ar mais próprio, distanciando-a mais daquela contada nas igrejas.

Outros aspectos, na HQ, reafirmam mais essa distância entre as duas histórias. Como o momento antes da prisão de Cristo, em que ele se retira e revela seus medos e receios com a morte para Adonai (Deus). Ou também o ataque de fúria que o próprio Yeshu sofre ao chegar em Jerusalém. Esses pontos, que trazem ao próprio Jesus a imagem de humano, são os principais pontos da história de Laudo Ferreira Jr.“Às vezes se teatralizam tanto que descaracterizam o fundamento”, disse o quadrinhista.

Da crítica

Apesar de ser uma história sensível, que vai de encontro com os dogmas da igreja, os quadrinhos foram bem recebidos pela crítica especializada em HQ’s. “O trabalho foi muito elogiado”, ressalta Laudo. Após a divulgação do trabalho, o ilustrador foi convidado para participar de feiras de quadrinhos, inclusive de mangás, mas explica que são cosias diferentes. “O leitor de mangás não é, necessariamente, leitor de histórias em quadrinhos”, explica Laudo.

Por outro lado, o trabalho recebeu “pancadas” de alguns religiosos. “Uma mulher me achou na internet e me mandou um e-mail me xingando, dizendo que eu ofendi a imagem de Maria”, contou Laudo.

Lançamento em BH

Na noite dessa quinta-feira, 9, Laudo Ferreira Jr. o autor de “Yeshuah” estará autografando os exemplares da HQ na livraria Saraiva, do shopping Diamond Mall (Avenida Olegário Maciel, 1600 – Lourdes, Belo Horizonte) às 19 horas. Nos últimos meses do ano, Laudo estará na Brasil Comic Con que acontecerá em novembro, e na Comic Con Experience, em dezembro.

Texto: Umberto Nunes.

Foto: Arquivo pessoal.