Saúde

Por Keven Souza

Chegou o fim do mês e se você, como tantos outros, não pode sair nesta sexta-feira, porque gastou mais do que devia durante esses dois últimos feriados em abril, fique tranquilo! Hoje, o Contramão traz aquela receitinha para quem tende a sextar na sala de casa, de fácil preparo, baixo custo e ótima opção para quebrar o galho. 

O famigerado macacão com sardinha, preparado agora com limão! Vamos ao passo a passo?

 

Ingredientes 

2 xícaras (chá) de macarrão do tipo casareccia (ou outra massa curta de grano duro)

1 ½ xícara (chá) de tomate sweet grape (200 g)

1 lata de sardinha em óleo (125 g)

2 colheres (sopa) de vinho branco (opcional) 

¼ de xícara (chá) de azeite

raspas de 1 limão siciliano

1 folha de louro seco

sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto

2 ovos cozidos para servir

salsinha picada a gosto para servir

 

Modo de preparo 

Primeiro passo: leve uma panela média com água ao fogo alto para ferver. Lave, seque e corte os tomates ao meio, no sentido da largura. Abra as latas de sardinha, transfira os filés para um prato e, com um garfo, descarte a espinha central. Passe os ovos cozidos pelo espremedor de batatas para formar uma farofinha, reserve.

Assim que a água ferver, acrescente 1 colher (sopa) de sal e junte o macarrão. Misture e deixe cozinhar pelo tempo indicado na embalagem, ou até ficar al dente. Enquanto o macarrão cozinha, aproveite para preparar o molho.

Segundo passo: Leve uma frigideira grande com ¼ de xícara (chá) de azeite ao fogo médio. Quando aquecer, junte a folha de louro, os tomates e refogue por 2 minutos até começarem a murchar. Regue com o vinho branco, junte as sardinhas e misture bem. Acrescente as raspas de limão, tempere com sal e pimenta a gosto e deixe cozinhar por 5 minutos, mexendo de vez em quando para formar um molho rústico – os tomates e as sardinhas vão desmanchar parcialmente. Desligue o fogo e reserve.

Assim que o macarrão estiver cozido, reserve ½ xícara (chá) da água do cozimento. Escorra e transfira o macarrão ainda quente para a frigideira. Misture com o molho delicadamente e junte aos poucos a água do cozimento para deixar o molho mais fluido. Sirva a seguir, polvilhado com a farofinha de ovos e salsinha.

 

Dica do Contramão

Procure utilizar utensílios de cozinha antiaderente para facilitar o processo. Se possível, faça uso também de frigideiras e panelas de tamanho médio a grande porte, para não correr o risco de derrubar os ingredientes no fogão. Você não vai querer perder nem um pouquinho desse preparo!

Gostou? Então, faça e conte pra gente o resultado!

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Capacitismo no ambiente acadêmico dificulta relacionamentos, aprendizados e vivências de pessoas com deficiência 

Por Milena Vieira

Ativista feminista, mestranda no programa de pós-graduação em Comunicação Social da UFMG e criadora do blog “Disbuga”, Fatine Oliveira tem distrofia muscular e é cadeirante desde os oito anos. Trata-se, hoje, de importante voz sobre a experiência da mulher com deficiência, assim como em relação às atitudes e aos comportamentos preconceituosos dentro e fora do ambiente escolar. Ao longo dos anos, houve momentos em que Fatine foi infantilizada, submetida a olhares curiosos e a excessos de elogios, por fazer atividades normais ou impedida de participar de exercícios coletivos por não serem aptos às suas necessidades. 

À forma de Fatine, milhões de brasileiros lidam, todos os dias, com situações capacitistas. O capacitismo pode ser definido como toda forma de discriminação contra as pessoas com qualquer tipo de necessidade especial, seja ela física, seja auditiva, visual, mental e/ou múltipla. Tal comportamento nasce de um sistema excludente, opressivo e preconceituoso, no qual se enxerga a diferença como tradução de indivíduos incapazes de pensar por si mesmos e de atuar em sociedade. Revela-se no cotidiano, sobretudo nos meios acadêmico e profissional, por vezes inconscientemente, como em falas ou atitudes que expõem sentimentos de pena, proteção excessiva e/ou inferioridade, o que afeta violentamente a vida desses cidadãos.

Em uma sociedade, tudo que está fora ao que é posto como “padrão normal” pode sofrer preconceito e discriminação. Pessoas que não aderem às “normas” costumam ser invisibilizadas, marginalizadas e pouco aceitas nos espaços sociais, seja de maneira óbvia e transparente, seja de forma velada e não explícita.

No ambiente acadêmico, onde muitos indivíduos passam grande parte de seu tempo, as pessoas aprendem, ensinam, trocam experiências, constroem laços e memórias, além de lidar com as diferenças. Para que isso aconteça, é preciso que tal espaço seja inclusivo e acessível a todos. 

Segundo Welder Rodrigo Vicente, líder do Núcleo de Apoio Psicopedagógico e Inclusão (NAPI) do Centro Universitário UNA, é determinado por lei que escolas e universidades tenham adaptações em seus ambientes, o que inclui materiais e metodologias, para que atendam às pessoas com deficiência (PCDs), tanto alunos quanto professores e funcionários.

“O NAPI foi pensado, inicialmente, para atender uma demanda de inclusão, a partir do movimento dos alunos com deficiência, principalmente auditiva, realizado no final de 2010, de forma mais intensa. A partir da necessidade do estudante surdo, viemos a olhar para outras necessidades. Se tenho 50 alunos com algum tipo de deficiência, tenho que atender aos 50; se não, não estarei incluindo”, destaca. 

De acordo com estudo feito pela plataforma QEdu, a partir de dados do Censo Escolar 2016, apenas 26% das escolas públicas e 35% das instituições particulares estão aptas, nas cidades brasileiras, à criação de ferramentas de inclusão e acesso, para que as pessoas possam ter um ensino de boa qualidade. 

Já para falar sobre processos inclusivos nas universidades, é preciso, antes, levar em consideração a desigualdade social, fruto do sistema capitalista e da falta de investimento nas áreas sociais, culturais, de saúde e educação. 

Fatine Oliveira, por exemplo, foi uma jovem estudante de baixa renda, e ressalta a importância de discutir o assunto: “Não posso, simplesmente, virar e falar que tive acesso, ou não tive. Quero que entendam que a deficiência não é o pior. Vários outros tópicos da questão social também são ruins. Não consegui entrar na faculdade por falta de acesso. A maioria das pessoas com deficiência pertence a classes baixas, o que interfere mais ainda em sua vivência. Muitas pessoas não conseguem ver a dificuldade estruturada na sociedade. É muito complicado não ter esse apoio político do governo” 

Além de todas as complicações para ingressar no meio escolar, as pessoas com deficiência são, por vezes, expostas a expressões capacitistas de todos os tipos, dos velados aos ostensivos. Uma das vertentes do capacitismo no ambiente escolar diz respeito ao momento em que as pessoas olham para aquelas com algum tipo de deficiência, enxergando-as como “coitadas”, “vulneráveis” ou “inocentes”.

No caso de crianças, aliás, todas são inocentes, e não só quando têm deficiência; no caso de jovens e adultos, eles acabam infantilizados. Deve-se pontuar que o capacitismo não acontece somente em situações ligadas ao corpo físico. Pessoas com deficiências não visíveis também são questionadas quanto à capacidade e à inteligência.

“Em minha vida acadêmica, só me incomodavam as pessoas que olhavam para mim fixamente. Às vezes, riam de mim e tiravam sarro, criticavam. A gente tem que passar por cima, mas havia coisas de que não gostava, mesmo. Eu ignorava, deixava para lá, pois tem coisas que precisamos superar”, conta Letícia Diniz, 22 anos, que tem Síndrome de Down e é estudante de Jornalismo no Centro Universitário UNA.

É possível que, em algum momento, qualquer um tenha presenciado ou feito declarações capacitistas. Frases do tipo “Dar uma de João sem braço”, “Você só pode ser retardado!”, “Está mais perdido do que cego em tiroteio”, dentre outras, são naturalmente usadas no dia a dia, sem que se considere o quanto reforçam a imagem da pessoa com deficiência como incapaz.

Outro gesto capacitista é tomar como superação os feitos de sucesso, esforços e conquistas realizadas por PCDs, a exemplo de frases como “Eu reclamando da vida e olha você aí, vivendo, apesar de tudo”, “Ela é tão inteligente, nem parece ser especial”, “Te acho tão guerreira por chegar até aqui”. A deficiência, porém, não impede a pessoa de alcançar seus objetivos. Exemplo disso são os Jogos Paraolímpicos, um dos maiores eventos esportivos do mundo a envolver PCDs, que mostram que qualquer indivíduo é capaz de descobrir (e superar) novos limites.

Em palestra sobre capacitismo, realizada na plataforma do YouTube, no canal TV FEC SC, Federação Espírita Catarinense, o pedagogo Eduardo Torto Meneghelli, mestre em educação, conta que, na Antiguidade, acreditava-se que os indivíduos que nasciam com alguma necessidade não agradavam aos deuses e não tinham alma. A deficiência era vista como castigo, e muitos acabavam abandonados, ou mortos, pelas próprias famílias.

Tal violência não acabou com o passar do tempo. No Brasil, em meio à pandemia, registrou-se crescimento de ataques contra pessoas com deficiência, sendo a maior parte vítima de familiares e conhecidos. Segundo Cleyton Borges, supervisor do Centro de Apoio Técnico da Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência em São Paulo, o isolamento fez com que tais pessoas ficassem mais expostas. Ele reforça a necessidade de conscientização da população quanto às denúncias, que podem ser feitas, de qualquer parte do país, pelo Disque 100.

Discutir o capacitismo não é somente um dever das pessoas especiais. A conscientização é popular. Para cortar as raízes estruturais do preconceito, é necessário que todos estejam dispostos a se pôr em posição de escuta e aprendizado. Além disso, é vital cobrar do Estado a garantia dos direitos humanos, para que, então, seja construída uma sociedade em que todas as pessoas consigam viver dignamente. “Um caminho para aprender mais sobre as diferenças seria assumir uma postura de abertura, em que o olhar superasse os limites do conhecido e alcançasse a potência de novos aprendizados, que só o outro pode oferecer”, destaca Fatine Oliveira. 

Manifestação pelo direito das pessoas com deficiência em 2013, na cidade de São Paulo (foto: Danilo Verpa/Folha S.Paulo)

 

 

 

 

 

 

 

Conscientização nas redes

Desde o início da pandemia, nota-se crescimento de conteúdos produzidos nas redes sociais, em apps como TikTok e Instagram. Em consequência do isolamento social, o número de visualizações e engajamento tem tido aumento relevante, se comparado aos anos anteriores. Mais do que apenas conteúdos, alguns influenciadores têm conseguido abordar assuntos delicados e importantes por meio do humor.

É o caso da influenciadora digital e psicóloga Lorrane Silva, mais conhecida como “Pequena Lô”, diagnosticada com displasia óssea. Ela tem quase 10 milhões de seguidores em suas redes sociais, e, em vídeos humorísticos, aponta os problemas sociais enfrentados por pessoas com deficiência. Além de se divertirem, as pessoas acabam conscientizadas com o conteúdo. 

“O preconceito ainda está longe de acabar. Muitas pessoas têm um pensamento muito fechado. Estou na internet para mudar essa visão em relação a nós, pessoas com deficiência. Quando comecei, impactou muito. Uma pessoa com deficiência, que dança, faz humor, formada em psicologia, não é todo dia que a gente vê. As pessoas com deficiência não ficam reunidas em um só lugar, mas, hoje, conheço muitas que estão na internet, pondo a cara à tapa para apresentar essas informações”. 

Origem do “capacitismo”

A palavra capacitismo é a tradução do inglês “ableism”, que, em português, significa “capaz”. Segundo a BBC, o termo foi usado, pela primeira vez, nos Estados Unidos, na década de 1980, e era mais conhecido dentro de organizações políticas pelo direito à igualdade. No Brasil, apesar de também existirem movimentos ativistas de pessoas com deficiência pela reivindicação de seus direitos, desde os anos 1980, o termo se popularizou em 2016, quando um grupo de jovens com deficiência se reuniu nas redes sociais e criou a hashtag #ÉCapacitismoQuando, com o objetivo de ampliar a discussão sobre a discriminação contra pessoas com deficiência. É importante que exista a denominação do preconceito, para que ele seja exposto e confrontado. 

Nas telas

Confira dicas de filmes e seriados que retratam a vivência de pessoas com deficiência e os efeitos de uma sociedade capacitista 

The Good Doctor (O bom doutor)

A série tem como protagonista Shaun Murphy, jovem autista formado em medicina, que sonha em ser cirurgião e tem suas habilidades questionadas e postas à prova o tempo todo, por colegas e superiores, após começar a trabalhar em um hospital famoso.

Extraordinário
O filme narra a história de Auggie Pullman, garoto de 10 anos, que nasceu com uma deformidade genética no rosto e precisou passar por 27 cirurgias plásticas. Com o apoio da família, Auggie começa a frequentar a escola pela primeira vez. 

Hoje eu quero voltar sozinho

Um romance brasileiro. Conta a vida de Leonardo, jovem estudante do ensino médio com deficiência visual. Aborda os desafios para a inclusão e os questionamentos sobre a própria sexualidade, após o protagonista conhecer Gabriel, novo aluno da escola. 

Por Keven Souza

Hoje (18) se comemora o Dia Nacional do Livro Infantil. A data é uma referência ao nascimento, em 1882, de Monteiro Lobato, considerado o pai da literatura infantil brasileira. O escritor é a personificação erudita do gênero literário com obras clássicas ligadas a linguagem da criançada, como Sítio do Pica-Pau Amarelo, O Saci, Fábulas de Narizinho, Caçadas de Hans Staden e Viagem ao Céu.

São realizadas neste dia diversas ações, projetos e campanhas para celebrar a leitura infantil em toda a sua essência e universo lúdico que se faz singular. Acima de tudo, 18 de abril é também um momento de reflexão sobre uma iminente conscientização dos adultos e das instituições responsáveis pela formação das crianças acerca do incentivo à leitura desde a fase pequena. 

Seja na sala de aula, campo aberto ou até mesmo em casa, o ato de ler contribui para o desenvolvimento de capacidades que fundamentam a base de um ser pensante que está em construção. Mas em tempos de uso de tantas telas, e agora com o ensino remoto ou híbrido, os livros infantis ainda têm espaço na rotina das crianças? Será que a leitura possui ainda valor e magia? 

É a partir dessas nuances que muitos professores e escritores têm feito um trabalho genuíno, pensado em conservar o hábito da leitura e disseminar a importância do livro físico. E nesse mar de heróis literários, temos a jornalista, escritora e heroína mineira, Paula Fernandes, que procura voltar seus esforços e conhecimentos à atividades e ações transformadoras no mundo pueril. 

Natural de Belo Horizonte, Paula é amante da escrita infantojuvenil e sua paixão pela área vem desde cedo. “Sempre gostei de crianças e de literatura. Acho um universo lúdico e repleto de possibilidades. Por volta dos meus 18 anos, eu era catequista e achava a linguagem da Bíblia complexa para crianças menores de 9 anos. Fiz o resumo do Novo Testamento e imprimi, por minha conta, alguns livretos e conversava com meus catequizandos sobre o tema. Essa foi minha primeira experiência com o público infantojuvenil”, diz Paula.

Ela conta que mais tarde, como jornalista, a vontade de escrever para a criançada se tornou ainda maior após perceber um gap de assuntos destinados ao público infantil. “Ao fazer matérias jornalísticas sobre educação e saúde, percebi um gargalo de alguns temas, por exemplo, sobre inclusão e política, e queria retratar algumas realidades de forma que não subestimassem a inteligência das crianças, aliás, elas são extremamente inteligentes”, explica. 

Com olhar disruptivo e voltado ao universo infantil, em 2016, Paula uniu literatura, inclusão e diversidade em seu primeiro livro, “O que Beca tem de diferente?”. Já no ano de 2018, lançou “Aprendendo sobre Honestidade com Lili”, levando a criançada a pensar, refletir e aprender um pouco sobre honestidade e política. 

Em 2019, a escritora escreveu o livro “Turminha Adownrável”. Na obra, a autora abre espaço para a discussão sobre o tema síndrome de Down, de modo simples e lúdico. Trabalho que entretém, informa e emociona, e que, de certo modo, traz orgulho aos leitores mineiros. 

Incentivo à leitura 

Ao adentrar nas páginas de um livro, aprendemos não só novas palavras e frases, mas também outras culturas e o que se mais tem rico na mente humana: a imaginação. 

O poder de imaginar é uma excelente experimentação, e é ainda mais forte quando se é menor. As crianças podem adquirir novas habilidades e diferentes conhecimentos através do imaginário que a leitura permite. Hoje, é mais do que comprovado que por meio dela o leitor mirim aprofunda o conhecimento, constrói relacionamentos interpessoais e desenvolve a empatia, além da cognição.   

Para Paula, o livro é um instrumento poderoso na fase pueril. “Certa vez, eu li que ‘os livros são portas para o conhecimento’. Acredito que o gosto pela leitura deve ser desenvolvido já na primeira infância, pois estimula a criatividade, a imaginação, o raciocínio, a criticidade, a reflexão, desenvolvimento cognitivo, ampliação de vocabulário e muito mais”, afirma. 

Segundo ela, escrever um livro voltado ao público infantojuvenil, bem como estimular o hábito de ler, não é uma tarefa fácil. Requer seriedade além de técnicas que ajudam a reter a atenção dos pequenos. “É imprescindível ter responsabilidade com o que você está escrevendo, sobretudo, com o público infantojuvenil. Todos os meus livros passaram por uma revisão cuidadosa de profissionais das áreas da educação e da saúde, além de especialistas nos assuntos que escrevo para os menores”, ressalta. 

Entre as estratégias para se fazer um bom livro infantil citadas por ela, estão a criação de tema, enredo e vocabulário adequados para a faixa etária; a utilização de título de fácil memorização; uso de muitas cores e ilustrações chamativas; uso correto da tipografia e animais nas histórias. 

A escritora ressalta ainda que é interessante fazer uso de nomes de personagens na qual a criançada se identifique. Os sujeitos de suas estórias, por exemplo, foram desenvolvidos por influência de seus amigos e familiares. “Todos os meus livros são baseados em fatos e as minhas personagens são inspiradas em crianças reais, ora por meio de alguma matéria que escrevi, noticiário ou até filhos de colegas. Os nomes são em homenagem às crianças da minha família”, pontua. 

Como escolher um bom livro na era digital 

Embora as telas sejam grandes concorrentes do livro, temos que desprender a imagem de serem competidores e usar ambas a favor da aprendizagem àvida. 

O livro físico tem seu valor e não pode ser deixado totalmente para trás, isso é fato! Agora, é preciso unir forças com a tecnologia para que juntas possam atrair a atenção do leitor mirim e fomentar a leitura em toda sua totalidade. “Independentemente da era digital, o importante é estimular a leitura da criançada e os pais e professores devem ser grandes aliados”, comenta Fernandes. 

Dito isso, é preciso ter cautela na hora de escolher a leitura do seu pequeno. A autora do livro “Turminha Adownrável”, deslumbra que, de maneira bem objetiva e subjetiva, as dicas mais importantes na hora de buscar por um livro infantil é estar atento a faixa etária e a mensagem que aquele livro possui.

Outro ponto a ser destacado é usar a leitura atrelada aos interesses da criança, como fazer roda de leitura em parques e bibliotecas; diversificar os livros com personagens que estimulam a imaginação; bem como optar pelas obras clássicas do universo da criançada.

Paula e o cartunista e escritor Maurício de Sousa

Neste dia de celebração do livro infantil, leia para uma criança! Permita ela experienciar o poder da imaginação que se forma quando se entra em contato com o mundo da fantasia. A magia é real e precisa ser cultivada em toda sua instância e constância. 

Recado para marcar a data

Ler para uma criança é um portal para um universo repleto de conhecimento e possibilidades, além dela desenvolver habilidades que serão imprescindíveis para sua vida. Uma criança que lê será um adulto leitor, com mais criticidade, que brinca com vocabulário, que permite conhecer outros universos e com sede de conhecimento, porque sabe que será um eterno aprendiz”, diz Paula. 

Se você se identifica com o trabalho da Paula e quer mais sobre sua trajetória, siga ela no instagram e leia suas obras em seu site: Livrolândia

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Por Daniela Reis 

Hoje, dia 07 de abril, é comemorado o Dia Nacional do Jornalista. A data foi instituida em homenagem a João Batista Líbero Badaró, médico e jornalista, brasileiro de origem italiana, que morreu assassinado por inimigos políticos, em São Paulo, no dia 7 de abril de 1830, durante uma passeata de estudantes em comemoração aos ideais libertários da Revolução Francesa.

E para celebrar essa data, o Contramão relembra hoje a história desse jornalista.

Giovanni Battista Líbero Badaró (ou Dr. João Batista Líbero Badaró), jornalista, político e médico, formou-se pelas universidades de Turim e Pávia, na Itália. Chegou ao Brasil em 1826, aos 28 anos de idade. Estabelecendo-se em São Paulo, filiou-se à corrente liberal que pregava a autonomia para o Brasil e participou de lutas políticas ligadas à independência.

Em 1829 fundou o jornal periódico “Observador Constitucional” onde denunciava os desmandos e excessos cometidos pelos governantes. Já no primeiro dia de circulação, escreveu: “Não devia vegetar no Brasil a planta do despotismo”.

No dia 20 de novembro de 1830, Badaró sofreu um brutal atentado à bala. A primeira pessoa a socorrê-lo foi o estudante de direito Emiliano Fagundes Varela, pai do futuro poeta Fagundes Varela. Suas últimas palavras foram: “Morre um Liberal, mas não morre a Liberdade”. No dia seguinte estava morto.

Um alto funcionário do Judiciário imperial chegou a ser processado como mandante do crime, mas foi absolvido, por falta de provas. Segundo historiadores, a ordem para matar Badaró pode ter partido do próprio imperador dom Pedro 1°.

A contribuição de Líbero Badaró para a defesa da liberdade de expressão vai além da tragédia pessoal. É seu um dos primeiros escritos publicados no Brasil em defesa da liberdade de imprensa, refutando sempre a tese de que os abusos praticados pela imprensa justificariam o cerceamento da liberdade.

Com sua morte, aumentaram o descontentamento e as manifestações de protesto contra o absolutismo de D. Pedro 1o, que abdicou em 7 de abril de 1831.

 

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Evento destinado aos alunos de Arquitetura e Urbanismo tem como objetivo preparar os alunos para o TCC e promover network

O Inspira Una é um evento de palestras promovido pelo Núcleo de Arquitetura e Urbanismo (NAU) da Fábrica Una. Nesse semestre ele está sendo realizado em três dias, o primeiro encontro aconteceu no dia 23/03 e os próximos serão em 30/03 e 06/04. A ação é voltada para os alunos de Arquitetura e Urbanismo e acontece desde o primeiro semestre de 2020 e já impactou mais de 300 estudantes. Geralmente ele acontece no início do semestre e promove palestras semanalmente, com temas diretamente ligados ao TFG. Demonstração de boas apresentações, dicas de postura e ética, ensinamentos sobre representação visual e muitos outros assuntos compõem o escopo nesta 4ª edição.

De acordo com a líder do NAU, Ana Karolina Oliveira, o nome do evento tem tudo a ver com a sua essência. “O Inspira é um evento de alicerce aos alunos. Seu nome traduz exatamente o que se espera dele: Inspirar. E essa inspiração é direcionada aos futuros arquitetos que estão iniciando seus trabalhos finais de graduação. É a oportunidade dos estudantes que estão na reta final do curso, aprenderem e se motivarem por meio de palestras de recentes egressos da área de arquitetura e urbanismo da Una”, explica.

As palestras são online, duram em torno de 50 minutos e atendem um público de até 50 pessoas. A experiência proporcionada, aproxima os alunos de profissionais que há não muito tempo passaram pelas bancas finais de graduação. Dessa forma, os estudantes se conectam com alguém de visão diferente da que estão acostumados em sala de aula. A experiência é uma oportunidade para que os participantes vislumbrem os próximos passos e como estes serão dados, com relação aos seus projetos finais.

A líder do NAU explica que o evento também é uma excelente oportunidade para fazer contatos profissionais. “Além de assistir uma banca final de outros estudantes, por meio do Inspira, é possível tirar diversas dúvidas e entender como o egresso se desenvolveu neste período. É uma oportunidade de networking e de se conectar com alunos de outras turmas que passam por esta fase tão importante. Ele acontece sempre online, sendo acessível para todos os estudantes da Região Metropolitana de Belo Horizonte”.

Programação

Dia 30/03

10h00: Processo de Elaboração de TCC – Centro de Produção Musical e Audiovisual – Mundo dB Mayara Christina

19h00: Projeto de Interiores na Prática Danielle Cristine

19h50: Coerência e Ética na Apresentação de TCC – Gabriel Benzaquen

 

Dia 06/04

19h00: Processo de Elaboração de TCC – Abrigo LGBTQIA+ – Rafaela Ferreira

19h50: Como Realizar uma Boa Apresentação de TCC – Luciana Araújo

 

A inscrição é gratuita, faça a sua no site. Para saber mais sobre o NAU, visite a página do Instagram

 

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Por Daniela Reis 

Essa é minha história, mas é também a história de muitas mulheres mundo afora. A história da menina que lutou contra o preconceito durante toda sua infância e juventude por ter um corpo gordo, por não estar dentro do padrão proposto pela sociedade. Sim, essa é a realidade delas, de buscarem o corpo perfeito, o parceiro perfeito, o emprego perfeito, educar os filhos de maneira perfeita. 

Essa sou eu, mas poderia ser tantas outras. Aquela que fez uma faculdade, pós-graduação e colocou a profissão em primeiro lugar. Que abriu mão da maternidade e que não caiu no conto de fadas (ou do vigário) que existe príncipe encantado. Essa é a Daniela, mas poderia ser a Paula, a Maria, a Joana. Aquela que não tem vergonha de sentar naquele boteco copo sujo e tomar a sua cerveja com a mesma segurança de quem segura aquela taça de espumante importado. Ela é aquela que viaja sozinha e dirigindo o próprio carro, que banca seus compromissos e luxos com o suor do seu trabalho.  

Ela é forte, já sofreu na mão de machista, já escutou (e escuta) comentários nas festinhas de família: “Você até hoje não casou?”, “Está velha demais para ser mãe!”, “Cadê o namorado?”. Ela não precisa de ninguém para ser feliz, ela aprendeu que de frágil não tem nada, pelo contrário, ela é mais forte que muito macho por aí!

Ela sabe que precisa e deve lutar pela igualdade de direitos e de ocupação de espaço na sociedade, no mercado de trabalho e na construção de uma realidade com mais empatia e respeito. Essa tem sido a história das mulheres desde que o mundo é mundo. Lutar contra a opressão, contra o machismo e contra o abuso verbal e sexual. Guerrear contra pensamentos e atitudes que mesmo em 2022 ainda são latentes de norte a sul. 

Ser mulher não é fácil, nunca foi e talvez nunca será. Garantimos sim, o direito ao voto, nos posicionamos politicamente, assumimos a rotina de ser mais que mãe, esposa e dona de casa. Estudamos, empreendemos, buscamos força física e emocional para mostrar que não somos frágeis. E mesmo assim, ainda temos que “rebolar” para sermos mais que objeto de desejo. 

Ser mulher é ter que competir com outras mulheres, é brigar com a sociedade e a balança, é ter que passar o “reboco” na cara, delinear os olhos, subir no salto e dar um tapa na cara da TPM, pois o dia só tem 24 horas e nós, mulheres, temos muito o que fazer e enfrentar. É ser chamada de “dona maria” no trânsito, é ser assediada como se fosse a coisa mais normal do mundo. Até quando se torna mãe ela padece no paraíso, parece ser uma sina. 

Por isso, peço que nós mulheres sejamos mais unidas, mais empáticas umas com as outras, afinal essa não é uma luta individual, não é uma dor solitária. Que neste dia 08 março, possamos gritar mais uma vez que nós podemos ser o que quisermos e não o que nos obrigam ser.