#FBF – Sexta-feira de flashback

#FBF – Sexta-feira de flashback

0 670

Compositor e interprete Renato Russo em sua obra nos apresentou celebres personagens da música brasileira tais como, Eduardo e Mônica, João de Santo Cristo e Maria Lúcia. Renato também em seu vasto repertório nos traz várias reflexões de vida, como por exemplo nas músicas “Que país é esse?”, “Pais e filhos” e “Tempo perdido”.

Em 2016, completa 30 anos de existência um dos casais mais famosos do rock brasileiro. Eduardo e Mônica, nos foi apresentado em 1986 e continuam um retrato da juventude brasileira apaixonada. Só que agora além de Eduardo e Mônica nossa juventude permite-se ser cada vez mais Eduardo e Eduardo e também Mônica e Mônica. Apesar de gostar de meninos e meninas como diz em sua outra música, Renato criou letra desta na década de 80, uma época de grande opressão a quem ousava ser “diferente”. Hoje ainda vítimas da nossa sociedade conservadora a juventude LGBTQ+ vêm conquistando seu espaço cada vez mais colocando a cara a tapa em busca não apenas de direitos iguais, mas também de poderem ser quem são sem medo de serem oprimidos.

Contemporâneo ao casal do parágrafo acima, João de Santo Cristo nos foi apresentado em 1987. A música fala da história do jovem, pobre, negro e revoltado rapaz que deixa a “cercania onde morava” em destino a Brasília. Lá envolve-se com coisas ilícitas e se também apaixona por Maria Lúcia, jovem de classe social superior à dele. Lendo esse breve resumo da música parece que estou descrevendo a vida de um atual jovem morador de uma comunidade carente não é? Pois é, quase 30 anos que se vão e ainda vemos histórias assim acontecer: o jovem rapaz da periferia que se envolve com o que não deve em busca de ascensão social ou apenas para impressionar uma paquera acaba tendo um final trágico. Isso que acontece muito, pois apesar de todo esse tempo corrido nossa sociedade capitalista ainda valoriza mais o ter ao ser.

Que pais é esse, Pais e filhos e Tempo perdido de 1987, 1989 e 1986 respectivamente, mostrava o Brasil e os brasileiros como eram na época, e adivinhem: quase nada mudou. A sujeira continua para todo lado, tanto nas favelas quanto no senado. As que eram filhos na década de 80 hoje são pais, muitas não amam as pessoas como se não houvesse amanhã, mas continuaram sendo o que seus pais eram depois que cresceram. E o mal da nossa juventude é achar que temos todo o tempo do mundo, achar que ainda temos muito tempo, mas na verdade não temos nem mais o tempo que passou, devemos seguir em frente pois não temos tempo a perder.

Matéria produzida pelo aluno do quarto período de jornalismo, Raphael Assis, na disciplina de TIDIR/JOR2B

NO COMMENTS

Leave a Reply