Por Matheus Dias

Quem agora passa pelo Mercado Novo pode se aventurar de uma forma saborosa. O local, já conhecido pelo estilo boêmio, é um polo gastronômico e reúne uma diversidade da culinária Mineira. Um passeio tanto quanto convidativo para quem gosta de se deliciar. 

No Mercado você encontra desde iguarias, como o famoso pão de queijo à um sushi vegano, sobremesas com um gostinho do interior – mesmo localizado na capital mineira, e uma variedade de tipos de bebidas: café, vinho, cerveja, garapa, ou caldo de cana – para quem preferir chamar assim entre outras. O Mercado Novo possui um espaço diverso,  mas antes de cada restaurante e bar se instalar passa por uma curadoria, para que cada estabelecimento tenha uma proposta distinta e particular.

Com um leque de estabelecimentos para comer e beber, a gastronomia é a responsável por atrair um  grande número de frequentadores. São mais de 40 lojas no ramo, mas que não pretende abrir novos, conta Luiz Felipe Castro, curador do projeto de expansão do Mercado Novo. “O prédio tem uma

Luiz Felipe de Castro, curador do projeto de expansão do Mercado Novo/Foto: Arquivo Pessoal.

capacidade máxima de pessoas, temos uma infraestrutura máxima que é comportada, entre banheiro, segurança, área útil para sentar-se, e estamos muito perto dessa limitação. Então faz sentido que a gente tenha sucesso em outros horários e ramos”, explica.

Mesmo com a ampliação e o desejo de novos polos, o curador deixa claro que a gastronomia continuará ser uma vertente forte e considera que o Mercado esteja em um patamar elevado quando se trata de núcleo gastronômico. “Temos bons chefes e os restaurantes se reinventam reformando seus restaurantes e sempre com novidades”, ressalta.

 

 

 

 

A Borandá é uma pastelaria do Mercado atrativa pelos sabores que dificilmente encontrará em outro lugar, como vaca atolada, queijo canastra e frango com quiabo. E de onde vem essas inspirações? O proprietário Jefferson Margarida conta. “Vem de várias vivências em reunião com os funcionários, sócios e até numa mesa de bar com amigos. Cada sabor da Borandá carrega uma história afetiva com alguém”.  Stheffany Ribeiro, 24, advogada, foi pela primeira vez no Mercado neste ano, 2023, se encantou com a “vibe” do espaço e dentre os restaurantes que visitou se encantou pelo a pastelaria e afirma “os sabores me chamou atenção, o cardápio diferenciado e o gosto que é único”, finaliza. 

Pastéis sendo produzidos na Borandá. Foto: Matheus Dias.

A gastronomia do Mercado tem influências de vários países, mas, inicialmente, só poderia entrar a culinária mineira e aquelas não fosse, deveria ter uma releitura do estado. “A gente sempre tentou ir num foco de não ter um ‘viralatismo’ e valorizar a nossa gastronomia com um serviço de qualidade e que se faz de forma artesanal, local, com pequenos produtores e muitas vezes dos próprios lojistas diretamente com consumidor final. Você não vê uma grande empresa vendendo cerveja, doce e enlatados. Este é um dos critérios para estar no Mercado”, pondera Luiz Castro. 

Existe algo mais local do que pão de queijo quando se refere a culinária de Minas Gerais? No Mercado Novo tem um restaurante especializado neste assunto, a Pão de Queijaria. Recém-chegada, em 2021, mas já conhecida em outro ponto de Belo Horizonte, a loja do Mercado para os clientes é descrita como uma distinta experiência, com variações no cardápio, composição de pratos, e decoração. E o modelo de atendimento é “sem garçom”, como o famoso e velho atendimento no balcão.

Loja do Mercado Novo da A Pão de Queijaria. Foto: Matheus Dias.

Lucas Parizzi é proprietário da A Pão de Queijaria e conta que a proposta é valorizar os pequenos produtores do estado e resgatar as tradicionais receitas de pão de queijo. “Este modelo de valorização da cultura e gastronomia local tem enorme sinergia com o Mercado Novo e seus novos comércios. Desta forma, acreditamos que a proposta do Mercado e o modelo de negócios da A Pão de Queijaria são mutuamente complementares para BH”,  afirma. 

Nos três andares do Mercado há presença da gastronomia, no térreo, onde se tem a feira, localiza restaurantes de balcão, com preço mais acessível e tendo como público os trabalhadores do Centro de BH. Luiz Castro destaca também os restaurantes na madrugada, como é o caso do Bar do Zé Luiz, com funcionamento das 2h da madrugada até às 11hs da manhã, tendo como principal público os trabalhadores na Feira da Madrugada, hortifruti que recebe a mercadoria do Ceasa.  

Sem pretensão de se expandir em lojas voltadas para gastronomia, a proposta é que os valores, cultura e a tradição mineira se mantenham e assim também a relevância do polo gastronômico que se construiu, e assim indo de encontro com o que propõe o estatuto de ocupação: “O Mercado Novo é um retrato histórico da riqueza cultural dos comércios da região central de Belo Horizonte. E isso o torna único e insubstituível”. 

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