Por Adria Oliveira 

O nascimento, a meninice, a meninez… quem nunca teve saudade do tempo da infância que
atire a primeira pedra…  Às vezes a saudade pode ser de um cheiro, um gosto, uma memória afetiva ou um sorriso, mas do que eu mais sinto saudade é de não pensar mal dos outros. Parece estranho, mas me diga, qual a última vez que você fez qualquer coisa sem desconfiar de alguém? Quando eu era criança certa vez um vendedor de uma rede de supermercados me perguntou, garotinha, você trocaria seu bico por aquela linda bicicleta rosa? E eu aceitei, é claro, pelo menos foi isso que a minha mãe disse. O fato é que eu nem por um segundo pensei em contestar o porquê daquele vendedor ter aleatoriamente feito aquilo?

Ai que saudade de uma brincadeira tranquila, um desenho animado, de chorar fácil, sorrir fácil, sentir raiva fácil, parar de sentir raiva fácil e não me preocupar se o meu “coleguinha” vai errar comigo de novo. E aí está o paradoxo, porque quase toda a parte da minha infância, tudo o que eu queria era ser adulta.

Você já parou para pensar por que o vendedor me fez aquela proposta? É porque meu pai pagou 50 reais por algo que eu não queria abrir mão: meu bico. Naquela época, eu tinha quase 3 anos e não queria desistir daquela pequena fonte de conforto. É engraçado pensar que, se essa história acontecesse hoje, eu provavelmente estaria procurando uma câmera, pensando que era uma brincadeira ou pegadinha de algum programa de TV divertido, sabe? Às vezes, eu até gosto de ser adulta… Não é tanto a saudade da infância que me bate, mas sim a falta de preocupação em lidar com contas para pagar… ou talvez nem lidar com elas.

Ah, como sinto falta dos tempos da infância! O nascimento, a fase de ser criança, aquela época cheia de pureza… Quem nunca sentiu saudade desses momentos, não é mesmo? Às vezes, basta um cheiro, um gosto, uma lembrança afetiva ou um sorriso para trazer tudo de volta. Mas sabe do que sinto mais falta? De não ter uma mente desconfiada, de não pensar mal das pessoas. Parece estranho, mas me diga, quando foi a última vez que você fez algo sem desconfiar das intenções de alguém? Lembro-me de uma ocasião em que era apenas uma garotinha. Um vendedor de um supermercado se aproximou de mim e perguntou: “Você trocaria seu bico por aquela linda bicicleta rosa?”. E eu aceitei, é claro. Pelo menos foi isso que minha mãe me disse. Naquela época, nem por um segundo passou pela minha cabeça questionar o porquê daquela proposta repentina.

Ah, como sinto falta de brincadeiras tranquilas, de desenhos animados, de rir e chorar facilmente, de sentir raiva intensamente e, em seguida, deixá-la ir embora sem rancor. Sinto falta de não me preocupar se meus amigos vão me machucar novamente. É engraçado como tudo isso é contraditório, porque na maior parte da minha infância, eu só queria crescer logo.

Adria Oliveira na fase adulta. Foto: arquivo pessoal.

Você já parou para pensar por que o vendedor me fez aquela proposta? É porque meu pai pagou 50 reais para me tirar o bico, algo que eu não queria abrir mão. Eu tinha quase 3 anos naquela época, e aquela chupeta era meu pequeno refúgio. É curioso pensar que, se essa história acontecesse hoje, eu estaria procurando uma câmera, pensando que era uma brincadeira ou pegadinha de algum programa de TV divertido, sabe? Às vezes, até consigo apreciar a vida adulta… Não é tanto a saudade da infância que me consome, mas sim a falta de preocupações com contas a pagar… ou, quem sabe, nem precisar lidar com elas.

1 COMMENT

  1. Que texto incrível, estou muito orgulho da melhor e maior jornalista do mundo. Estou aqui pra comentar esse primeiro momento na sua carreira. Minha amiga suas conquistas também são as minhas e eu te desejo todo o sucesso do mundo e desejo que você tenha grandes conquistas cada dia mais e mais. 🥰🫶🏼

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