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Grupos ligados aos movimentos populares realizaram, ao longo da semana, manifestações na região centro-sul de Belo Horizonte. O ato de hoje é do Movimento Tarifa Zero que defende a implantação do  projeto que reduz as tarifas de transporte coletivo na capital. Na descrição do ato no Facebook explicita-se a escolha da data: “O dia 25 de outubro marca a mobilização nacional na semana de luta pela tarifa zero. Ocorrerão atos em diversas cidades do país.”. O protesto é organizado nos moldes de um carnaval fora de época.

O movimento Tarifa Zero reivindica, ainda, a transparência na prestação de contas das empresas que exploram o serviço de ônibus em BH, no evento criando na rede social lê-se: “Em Belo Horizonte, a manifestação se dará pela abertura da caixa-preta do sistema de arrecadação de tarifas das empresas de ônibus. Iremos da prefeitura até a sede da Transfácil e do sindicato patronal das empresas de ônibus, SETRA-BH, logo depois do Viaduto Santa Tereza, protestar contra a falta de transparência e as arbitrariedades das empresas.”.

Moradia

Na quarta-feira, 23, os moradores da ocupação William Rosa, no bairro Jardim Laguna, em Contagem, protestaram em frente ao prédio do Gabinete Regional da Presidência da República, depois de participarem de uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A principal reivindicação  é a regularização da moradia no bairro (leia a reportagem completa aqui). Durante a noite, um outro grupo de manifestantes se reuniram em frente ao prédio da Prefeitura, na avenida Afonso Pena. O ato contra o projeto de Operação Urbana Consorciada (OUC), conhecido como Nova BH, foi marcado para coincidir com a apresentação do projeto na Casa.

Direitos Humanos

O primeiro manifesto da semana foi realizado na terça-feira, 22, quando ativistas da Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça de Minas Gerais (FIMJV-MG), do Instituto Helena Grecco de Direitos Humanos (IHGDH) e de outros movimentos populares organizaram um ato de repúdio ao debate promovido no Clube Militar que contou com a presença do tenente-coronel Lício Augusto Ribeiro Maciel, definido pelos organizadores do protesto como “um dos maiores repressores do período da Ditadura”.

O ato ocorreu em frente ao Círculo Militar, na avenida Raja Gabaglia, na região centro-sul de BH, onde os manifestantes entoaram palavras de ordem e levaram fotos de guerrilheiros perseguidos durante o regime militar. No Facebook, o evento “Ato em repúdio ao tenente-coronel Lício Augusto Ribeiro Maciel, torturador e assassino” a descrição informa: “Esta palestra do tenente-coronel Lício Maciel, o Dr. Asdrubal, constitui a mais acintosa provocação contra a memória das companheiras e companheiros que tombaram na luta contra a ditadura militar. Trata-se também de agressão à história, à memória, à verdade e à justiça. Trata-se, em suma, de apologia dos crimes contra a humanidade!”. O protesto também marca o apoio à greve dos professores.

Texto por Alex Bessas

Imagem: divulgação/Facebook

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Moradores da ocupação William Rosa, no bairro Jardim Laguna, em Contagem, protestaram em frente ao prédio do Gabinete Regional da Presidência da República, em Belo Horizonte, na tarde de hoje. Após participar de uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o grupo se dirigiu ao Gabinete Regional da Presidência da República e protocolou um documento com as pautas de reivindicações do movimento. A intenção dos coordenadores da ocupação é fazer com que as demandas da comunidade cheguem até Brasília.

O principal pedido dos ocupantes é a regularização da moradia no bairro. Segundo Kátia Araújo, coordenadora da ocupação, a CEASA está reivindicando a posse do terreno, que pertence ao governo federal: “a CEASA está querendo o espaço, porém ela não possui autoridade para demandar, pois a área está sob o domínio do governo do estado”, explica. Para Amantino Mendes, morador da ocupação, a CEASA não tem direito de pedir a reintegração de posse: “Tem quase 40 anos que o espaço está sem utilização e, agora, que estamos ocupando aparece um monte de dono”, sinaliza.

Conforme Mendes, a solução para o problema está no programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida. “Queremos a construção de unidades habitacionais locais ou que o terreno seja cedido para que a gente construa a nossa casa, com financiamento da Caixa Econômica Federal”, propõe. Kátia Araújo reclama, ainda, do abandono do poder público. “Estamos abandonados à própria sorte, os governantes não estão fazendo nada para resolver a situação”.

Segundo o secretário-adjunto do Gabinete da Presidência da República, Geraldo Magela da Trindade, as reivindicações dizem respeito à reintegração de posse e a questão está judicializada. “Um representante da Secretaria-Geral da Presidência da República fará uma reunião com a liderança nesta quinta-feira para dialogar com os membros da ocupação”, esclarece.

De acordo com a PM, cerca de 300 pessoas estiveram presentes, a movimentação foi tranquila e a via não precisou ser interditada.

Por: Fernanda Fonseca

Foto: Fernanda Fonseca

A partir de novembro, a BHTrans ampliará a oferta de estacionamento rotativo no Barro Preto. Além da criação de novas vagas, o tempo de permanência nas vagas já existentes será reduzido. Com isso, serão criadas 1.993 oportunidades diárias de estacionamento na região.

As medidas visam garantir a rotatividade dos estacionamentos. Serão implantadas 196 vagas com permanência de cinco horas em duas vias. A redução de duas para uma hora de permanência contemplará 18 quarteirões. Em seis quadras, o tempo de permanência nas vagas será reduzido de cinco para duas horas.

A solicitação partiu da Câmara de Dirigentes Logistas (CDL). Segundo o coordenador do conselho regional do órgão no Barro Preto, Fausto Izac, a função rotativa dos estacionamentos não estava sendo respeitada. “Profissionais liberais que trabalham na região acabam ocupando as vagas durante todo o dia, trocando o talão a cada 5 horas, de forma irregular”, explica.

Atualmente o Barro Preto conta com 13 mil vagas de estacionamento rotativo. De acordo com Sérgio Rocha, gerente de estacionamentos e logística urbana da BHTrans, as intervenções representam um aumento de 15% de vagas na região. “A mudança permitirá a maior rotatividade de veículos nas vagas de estacionamento e inibirá a utilização irregular dos estacionamentos, permitindo a melhor fluidez no tráfego de veículos da região”, afirma Rocha.

Os logistas do Barro Preto vêem a ampliação das possibilidades de estacionamento de forma positiva. “A nossa preocupação é garantir o acesso do cliente à loja com o máximo de conforto”, garante Fausto Izac. Para o coordenador do conselho regional, “a loja de rua não sobrevive sem o estacionamento rotativo e a dificuldade em encontrar vagas acaba afastando os clientes do comércio local”. Com o aumento na oferta de estacionamento rotativo, a CDL estima um aumento de 5% nas vendas.

Leia abaixo as ruas afetadas pelas alterações

196 vagas implantadas, com permanência de cinco horas:

Tenente Brito Melo, entre as ruas Gonçalves Dias e Alvarenga Peixoto;

Alvarenga Peixoto, entre as ruas Tenente Brito Melo e Uberaba.

Redução de cinco para duas horas de permanência:

Rua Araguari, entre a rua dos Timbiras e a avenida Amazonas;

Rua dos Goitacazes, entre a avenida Bias Fortes e a rua Mato Grosso;

Rua Guajajaras, entre as ruas Paracatu e Juiz de Fora, e entre a rua Juiz de Fora e a avenida Barbacena;

Rua Tenente Brito Melo, entre a rua Alvarenga Peixoto e a avenida Amazonas – Rua Uberaba, entre a avenida Augusto de Lima e a rua dos Guajajaras.

Redução de duas para uma hora de permanência:

Avenida Augusto de Lima, entre as ruas Rio Grande do Sul e Mato Grosso;

Avenida do Contorno, entre as ruas Ametista e Cássia;

Rua Araguari, entre a rua dos Goitacazes e a avenida Augusto de Lima;

Rua dos Goitacazes, nos trechos entre as ruas Ouro Preto e Paracatu e avenida Amazonas e rua Mato Grosso;

Rua dos Timbiras, entre a rua Paracatu e a avenida Barbacena e na rua dos Tupis, entre as ruas Paracatu e Juiz de Fora.

Por: Fernanda Fonseca e Juliana Costa

Foto: Divulgação/CDL

Bernardo Sabino, traz a Belo Horizonte várias obras do pai, para comemorar os 90 anos de Fernando Sabino, as obras do escritor estarão expostas em diversos museus da cidade, como Museu de Minas e Metal, Centro Cultural Banco do Brasil, Museu Mineiro e Centro de Arte Popular durante a segunda quinzena de outubro até meados de novembro.

O vagão cultural, que percorreu a região metropolitana de Belo Horizonte, agora se encontra na Praça da Liberdade e serão dispostos vários recursos multimídia, além da exibição de documentários com a direção do escritor e alguns depoimentos a respeito do escritor. Na Biblioteca Pública, o destaque são os livros  infantis relacionados a Sabino, como textos, desenhos, peças de teatro e até mesmo alguns cartas direcionadas ao autor.

No museu de Minas e do Metal, serão expostos objetos pessoais, como máquina de escrever e a estante de livros. O Centro de Arte Popular conta com a famosa galinha do curta “ Galinha do Molho Pardo”, caracterizada por Rafael Boneco. No Museu Mineiro, ao lado do colégio em que o escritor estudou, está a exposição inspirada no livro O Encontro Marcado. No espaço, uma peça de teatro mostra o encontro entre os escritores Fernando Sabino, Hélio Pelegrino, Otto Lara Resende e Paulo Mendes Campos. Pra finalizar, no Centro Cultural Banco do Brasil, há o labirinto com diferentes etapas da vida de Sabino, mostrando citações de livros e fotos.

Texto por: Luna Pontone

Foto por: Reinaldo Maximiano

O tempo chuvoso desta quinta-feira (17) causou lentidão no trânsito de Belo Horizonte. O cruzamento da praça Sete de Setembro, desde o início da tarde de hoje, apresentou lentidão no sentido bairro, com o engarrafamento sendo agravado no horário de pico. A chuva que iniciou no final da noite de quarta feira (16) se estendeu pela madrugada.

A Defesa Civil emitiu um alerta para risco de acidentes nas estradas, assim como orientações para conduta em caso de alagamentos e queda de árvores. Segundo a assessoria da  Cemig, não houve nenhum registro de pontos da cidade com interrupção de luz, até as 17:30. O período de chuva está previsto prosseguir até sábado, dia 19.

A chuva contribuiu para a lentidão no trânsito matinal. Na manhã de hoje, um acidente no Anel Rodoviário próximo ao bairro Buritis, na região Oeste, envolveu três carretas. O acidente ocorreu por volta das 7:30 da manhã e deixou  as pistas paralisadas nos dois sentidos  por 3 horas.

Por: Gabriel Amorim

Foto: BHTrans

Os Mutantes voltam ao palco para apresentar uma de suas obras mais lisérgicas, Tudo foi feito pelo sol, de 1974, cartaz de sábado, 12, no Sesc Paladium. O espetáculo conta a  formação original da banda, á época, já sem Rita Lee e Arnaldo Baptista. Em 1974, Sérgio Dias (guitarra e voz) reuniu um novo conjunto para compor e gravar aquele que seria o LP mais vendido do grupo. A ele se juntaram Rui Motta (bateria), Antonio Pedro Medeiros (baixo) e Túlio Mourão (teclado). O CONTRAMÃO conversou por telefone com Mourão sobre a apresentação, o álbum e a legião de aficionados pela obra.

Túlio Mourão é mineiro, nascido em Divinópolis, foi o compositor das faixas Pitágoras e O contrário de nada é nada – a última em parceria com Sérgio Dias. O compositor tem uma vasta e diversificada produção musical, passando por trilhas para filmes, acompanhando diversos artistas – entre eles Milton Nascimento, com quem trabalhou por 12 anos – e produzindo discos solos.

CONTRAMÃO: Quase 40 anos depois o álbum volta a ser interpretado. O que foi decisivo para que essa reunião pudesse acontecer? Vocês já haviam se apresentado em dezembro do ano passado, com a mesma formação, durante o festival Psicodália, acredita que outros encontros acontecerão?

TÚLIO MOURÃO: Faz sentido para nós tocarmos juntos e a partir disso é que a gente resolveu fazer o show. Outra coisa importante foi perceber como a juventude, a garotada, tem um apreço quase que inexplicável pelo disco. A gente esbarra, diariamente, com pessoas que falam do disco com um interesse, com um respeito que nos surpreende. Para se ter uma ideia, depois do festival Psicodália [em Rio Negrinho, SC], a gente autografou mais discos do que quando ele foi lançado. Isso é muito surpreendente. Ficamos muito comovidos. Por isso tratamos de criar as condições para que este encontro fosse possível, mesmo com o Sérgio [Dias] morando lá em Las Vegas, a gente tratou de tornar isso possível. Não é possível dizer quantas vezes isso vai acontecer, mas dessa vez houve uma resposta de mercado interessante.

CONTRAMÃO: Túlio Mourão, enquanto mineiro, o que achou da resposta do público para o show em BH?

TM: A resposta aqui em Minas foi maravilhosa, o interesse foi incrível. Belo Horizonte respondeu muito bem a essa notícia! Foi um rastilho de pólvora: os ingressos começaram a serem vendidos e para a primeira plateia [área 1, mais a frente do palco] esgotaram no primeiro dia. Eu fiquei muito sensibilizado.

CONTRAMÃO: E o grupo já esperava por uma demanda tão grande? Os ingressos já começavam a esgotar antes da divulgação fora da internet começar, vocês imaginavam que teriam essa força na internet?

TM: Os ingressos começaram a ser vendidos e a área 1 já tinha encerrado antes de começar divulgação em massa, na grande mídia. Mas eu já esperava essa resposta. Sempre achei que esse fosse um show para 4 mil, 5 mil pessoas. Não foi uma surpresa para mim, não. A gente sabia que a garotada, essa rede de aficionados com o disco, estava nas redes sociais. Então, começamos por ali e deu certo. Nas redes sociais tivemos um impacto muito grande: no fim de semana que fiz o post no Facebook já haviam 700 compartilhar. Então, quando começou a divulgação na grande imprensa muitos ingressos já haviam sido vendidos.

CONTRAMÃO: E a que atribui essa procura por ingressos, esse volume de autógrafos? Porque o disco continua sendo um grande sucesso mais de três décadas depois de seu lançamento, em 1974?

TM: Eu tive a oportunidade de perceber que nos dedicamos muito na época e a gente realmente conseguiu criar um álbum muito relevante. Quando eu tento explicar porque a garotada gosta tanto deste disco lembro que é uma garotada que tem acesso instantâneo sobre toda produção contemporânea, essa garotada tem como comparar tudo que acontece. O que ela encontra e a atrai é a consistência musical e a alta performance instrumental deste álbum. É muito prazeroso perceber esse reconhecimento.

Texto por Alex Bessas

Imagem de capa do álbum