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Por Keven Souza

As mulheres têm conquistado seu espaço e seus direitos quando fala-se na inserção feminina no mercado de trabalho. Embora seja uma conquista de tamanho avanço social, a luta pela equidade de gênero ainda existe, que além de ser contínua, é necessária para diminuir as diferenças de oportunidades, salários e qualidade nos diferentes âmbitos profissionais. É uma luta que deve ser tocada por todos da sociedade, inclusive pelas instituições acadêmicas, para que haja um mercado de trabalho mais justo e gentil às mulheres. 

É neste propósito que o Centro Universitário Una acredita e se flexibiliza para criar e projetar projetos e cursos extensionistas voltados às pautas que envolvem a sociedade, que além de proporcionar uma formação à vida, corrobora para um ambiente acadêmico mais diverso e atento às causas sociais. 

Na Una Jataí (GO) os estudantes contam um projeto de extensão que contribui para a construção de um mercado de trabalho mais equiparado e alinhado às mulheres, focado na valorização e colocação delas em áreas profissionais que são predominantemente masculinas, como as Engenharias, a Agronomia e a Medicina Veterinária. A atividade extensionista, nomeada de projeto “desConstruir”, foi idealizada pela professora Janaína Martins Gouveia, que atua hoje, como coordenadora da extensão junto à professora Vanessa Assis, para debater o assédio nos diferentes meios profissionais e acadêmicos, além de buscar formas de combatê-los. 

O projeto foi iniciado no primeiro semestre de 2020, pensado, a princípio, inerente a área das Engenharias, mas devido ao seu sucesso e o grande interesse por parte dos alunos da instituição em desenvolver uma visão mais aberta e plural, abrange hoje alunos e alunas de quaisquer cursos da Una campus Jataí. Desde de então vem sendo renovado consecutivamente a cada novo semestre letivo e soma em sua trajetória cerca de 80 extensionistas já atuantes no projeto e que atualmente está ativo mediante a relevância no campo acadêmico. 

“O desConstruir foi projetado frente ao mercado de trabalho de Engenharias de forma geral, que ainda se comporta como preconceituoso e machista. Por diversas vezes sofri preconceito, questionamentos e passei por situações desconfortáveis, como o assédio, simplesmente por ser mulher. E quando me tornei professora, idealizei este projeto, para que minhas alunas não tivessem que passar pelo o que eu passei” – diz a coordenadora do projeto, Janaína Martins. 

Na visão da professora, o projeto ser desenvolvido como atividade extensionista, é para ele atuar de maneira concentrada na base do mercado de trabalho, no qual se refere aos graduandos, e estimular a atuação em conjunta, de forma equiparada, dos homens junto às mulheres nos ambientes profissionais e acadêmicos. “Entendemos que seria mais difícil trabalhar no topo, cujo pensamento dessas pessoas já está formado há anos, então trabalhamos na base, onde temos a oportunidade de trabalhar e preparar os alunos e alunas para um mercado de trabalho mais empoderado às mulheres e desconstruído de um padrão imposto pela sociedade” explica ela. 

Com a premissa de desenvolver o empoderamento feminino, o desConstruir propõe a aplicação de oficinas e consultorias às mulheres para que possam desenvolver competências e outras técnicas e habilidades importantes no mercado. Tem por objetivo tratar de assuntos que possibilitem a todos os alunos pensarem e refletirem sobre suas ações em relação a assuntos de equidade de gênero, assédio sexual e moral, maternidade e temas correlatos, por meio de rodas de conversa, campanhas e palestras. 

Participante da oficina “Mulheres na obra”, promovida pelo projeto

Devido a sua estreia ter sido durante a pandemia de coronavírus, as ações presenciais foram limitadas e destinadas a atuar de modo remoto com atividades através da plataforma do Instagram, onde é desenvolvido a produção de conteúdo envolvendo a pauta feminina. 

Entre as principais realizações promovem roda de conversa sobre a maternidade e o mercado de trabalho; lives com convidadas sobre cuidados femininos; oficina de currículos, onde estimula mulheres a construir um currículo atrativo; oficina presencial “Mulheres na obra”, onde levam meninas para obras e as mesmas colocaram a mão na massa; vídeos sobre “Faça você mesma”, com troca de chuveiro e troca de pneus; cartilha sobre outubro rosa e o câncer de mama e o estudo dirigido aos extensionistas, através da promoção e valorização da cultura por meio de séries, filmes, artigos e debates do universo feminino.

Encontro online do projeto

Para a estudante Edivaine Martins, que está no sexto período de Engenharia Civil e participa desde o início do projeto, as rodas de conversas então entre as atividades que mais a permite estimular a empatia e lhe engaja para debater sobre seus medos, anseios e posicionamentos. Uma metodologia que a ajudou a crescer como mulher e a observar melhor comportamentos machistas ao seu redor. “A escolha do projeto foi de interesse pessoal, sempre trabalhei em ambientes majoritariamente constituídos por profissionais homens e enfrentei muitas situações constrangedoras no decorrer de todos esses anos. Mas, cresci muito com esse projeto, me sinto hoje apoiada e empoderada”, explica.

Segundo a aluna, o projeto foi um dos ensejos que a estimulou a abrir o seu próprio negócio e se tornar empresária aos 35 anos. Uma decisão que nunca pensou tomar, já que havia insegurança e auto sabotagem consigo mesma. “Se não fosse o projeto não teria forças para abrir meu próprio negócio, eu não acreditava no meu potencial, não passava pela minha cabeça chegar até aqui, ser empresária e tomadora das melhores decisões da minha vida e não ser comandada por alguém como fui até então”, desabafa a aluna.

Walisson Oliveira, aluno do sexto período de Engenharia Civil, afirma que, através da sua participação, o projeto pôde abrir ainda mais sua mente em relação a possuir preconceitos e fundamentos antiquados, e que por ser homem observa a importância de existir pautas sociais relacionadas às mulheres para quebrar tabus criados pelo universo masculino. 

“O projeto é fantástico. Escolhi um curso onde há muito preconceito com as mulheres, então resolvi entrar para projeto para fortalecer o movimento e ter uma voz masculina apoiando, para mostrar que independente do sexo, devemos lutar por igualdade dentro das profissões”, diz ele.

O estudante é o exemplo de que o desConstruir está sendo, na íntegra, um projeto bem-sucedido direcionado aguçar a visão ampla dos alunos sobre o entendimento do  papel feminino no mercado de trabalho, para que compreendam que as mulheres possuem a liberdade de escolha de decidirem onde querem ou pretendem estar e que não devem sofrer nenhum tipo de objeção por isso. Ressalta ainda, que a essência da extensão é debater a equidade de gênero em todos os seus âmbitos, principalmente dentro da universidade, para ensinar a todos, independente do gênero, a se respeitarem e valorizarem o trabalho do outro, e acima de tudo, lutarem pelos seus direitos em conjunto.

 

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Por Bianca Morais

O dia 26 de setembro, domingo,  é marcado como o Dia Nacional dos Surdos, tendo o objetivo de celebrar as lutas e conquistas do grupo. É um dia de reflexão e respeito sobre a inclusão na sociedade. O Circuito Liberdade, principal complexo cultural e turístico de BH, compartilha a ideia de inclusão, por isso os espaços integrantes vêm buscando cada vez mais desenvolver e introduzir práticas voltadas para acessibilidade, com as adequações necessárias para oferecer aos surdos informação cultural e experiências turísticas, eliminando barreiras.

Entre os espaços do Complexo Cultural que apresentam atividades e recursos voltados para os surdos está a Casa Fiat de Cultura, que tem a acessibilidade como um dos grandes diferenciais de atendimento ao público. O Programa Educativo da instituição – que é permanente – conta com um Núcleo de Acessibilidade e Inclusão, que garante amplo acesso aos mais diversos públicos, tanto nas exposições, quanto nas ações educacionais e de formação.

Os vídeos e transmissões ao vivo contam sempre com legenda ou tradução em Libras. Além disso, o Núcleo desenvolve réplicas de obras em arte 3D, materiais em braille, audiodescrição das obras e atividades sinestésicas. A expografia é adaptada de forma a tornar o espaço das exposições mais acessíveis e são desenvolvidas, ainda, atividades em ateliê, pensando no atendimento aos diversos públicos. 

Segundo Clarita Gonzaga, coordenadora do programa Educativo da Casa Fiat de Cultura, o Núcleo de Acessibilidade atua não apenas no sentido de desenvolver instrumentos e estratégias de acessibilidade, mas também na promoção de discussões sobre mediação e experiência estética acessíveis. “Assim, tendo como referência o conceito ampliado de acessibilidade, a Casa Fiat de Cultura trabalha na construção de um espaço acessível a todos os públicos”, destaca. 

Obra da Casa Fiat

Para o mês de setembro, a Casa Fiat de Cultura preparou um material especial. No dia 21, foi lançado o kit “Portinari para apreciação tátil e auditiva”. A obra “Civilização Mineira” (1959), de Cândido Portinari, foi reproduzida em relevo para apreciação tátil numa parceria com o Stellantis Design Center South America — centro de design da marca, responsável pela criação de carros do grupo automobilístico. O material contempla, ainda, audiodescrição comentada, um caderno em braile e tradução sonora, elabora por meio de uma ferramenta sinestésica. O kit ficará disponível para apreciação do público geral a partir da reabertura da Casa Fiat de Cultura.

Kit braile – Casa Fiat

Outro espaço integrante que se destaca nesse sentido é o Circuito Cultural Banco do Brasil, um espaço dirigido a todos os segmentos da sociedade, com ações integradas e iniciativas de responsabilidade social. 

Um exemplo das atividades do espaço é o CCBB Educativo Arte e Educação, que oferece cursos com profissionais de várias áreas do conhecimento para compartilhar seus saberes. Vários desses cursos contam com intérpretes de libras, como as visitas mediadas que acontecem todas as quintas e sábados às 18 horas. Outra ação é o “Com a Palavra”, com intérpretes de libras e legendas, e o “Transversalidades”, uma atividade que acontece no formato online que também tem intérpretes de Libras. 

Prédio do CCBB

“Quando há alguma demanda de visita agendada de um grupo específico que necessita da presença de intérprete, o CCBB Educativo toma a providência. Antes da pandemia, nós tínhamos uma equipe maior, com a presença de estagiários fluentes em Libras, e tinha a atividade “Lugar de Criação” aos finais de semana. Com a pandemia, a equipe foi reduzida e, consequentemente, algumas ações também foram reduzidas”, comenta Milton Lira, um dos responsáveis pelo programa.

Já o MM Gerdau é um museu de ciências e tecnologia que apresenta de forma lúdica e interativa a história da mineração e da metalurgia. Todas as belezas do local podem ser aproveitadas pelo público surdo, afinal eles disponibilizam conteúdo acessível na internet, Instagram, Facebook, YouTube e visitas virtuais mediadas bilíngues (português e Libras), em tempo real. Elas contam com conteúdo em Braille, áudio, Libras e educadores capacitados para a mediação de pessoas com deficiências nos ambientes expositivos. 

Edifício do MM Gerdau

Atualmente, na impossibilidade de encontros presenciais, são oferecidas visitas virtuais mediadas em Libras para grupos acima de cinco integrantes, com agendamento prévio pelo site https://mmgerdau.org.br/, além de visitas mediadas individuais, presenciais, nos horários de funcionamento do museu.

Com o compromisso de promover a democratização e divulgação científica de forma inclusiva, a série o MM Gerdau tem o “Minuto Libras”, que apresenta ao público pessoas surdas com atuação relevante na educação, produção científica e artística. Com temáticas mensais e periodicidade semanal, pretende-se dar visibilidade ao protagonismo de pessoas surdas e às suas contribuições para as ciências. 

Para Luciana Miglio, coordenadora de Inclusão e Acessibilidade do MM Gerdau, o espaço vem trabalhando continuamente, desde o ano de 2015, na ampliação de exposições e programações inclusivas para todos os públicos, tanto de forma física e presencial, quanto através de sua programação digital. “Nossa busca pela acessibilidade e inclusão tem motivação contínua e permanente”.

Espaço do Conhecimento UFMG

O Espaço do Conhecimento UFMG é um local diferenciado, que conjuga cultura, ciência e arte. Em abril de 2015, o espaço deu início ao projeto Quinta com Libras, a fim de ser uma oportunidade para pessoas que estudam ou são fluentes na Língua Brasileira de Sinais (Libras) reconhecerem e usarem o Espaço do Conhecimento UFMG como local de encontros e de trocas. Nas primeiras sessões, aconteceram visitas mediadas à exposição de longa duração Demasiado Humano e na atividade Jogos do Conhecimento. Desde novembro de 2015, o museu realiza oficinas mensais em Libras, com os temas teatro, astronomia, desenho e música, entre outros.

Desde março de 2020, com a pandemia, os encontros presenciais foram temporariamente suspensos. Para evitar a interrupção do projeto, o Espaço do Conhecimento UFMG está realizando o Sábado com Libras em formato virtual, nas redes sociais do museu. 

Além do Sábado com Libras, o lugar possui uma sessão de astronomia acessível em Libras, exibida no planetário do museu. Agora em formato virtual, são oferecidas todas as quintas-feiras, às 17 horas, sessões de astronomia acessíveis em Libras, que podem ser assistidas pelo Youtube, com a participação do público pelo chat.

No dia 7 de setembro foi divulgado no blog do Espaço o texto “A história do Setembro Azul ou Setembro Surdo”. No dia 11, foi divulgado, na programação do Sábado com Libras, um vídeo produzido por Bárbara Vitor, bolsista no Núcleo de Ações Educativas e Acessibilidade do Espaço, contando sobre a sua experiência como aluna do curso Letras-Libras da UFMG. No dia 15/09, foi divulgado um Quiz com o tema “Setembro Azul” no instagram do Espaço. 

Além disso, a oficina deste mês do Sábado com Libras virtual, a ser realizada no dia 25 de setembro, às 10 horas, vai discutir “A comunicação com surdos nos museus”. A atividade vai abordar a importância da acessibilidade nos espaços culturais e como devemos promovê-la, além de apresentar ao público alguns termos e expressões típicos do universo museal na Língua Brasileira de Sinais. Podem participar crianças a partir de 8 anos, além de jovens e adultos, e não é exigido conhecimento prévio da Língua Brasileira de Sinais.

 

Museu Mineiro

A Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) e a startup SIGNUMWEB, que tem como propósito resolver a barreira comunicativa entre as empresas e seus clientes ou colaboradores surdos, estão desenvolvendo um projeto de acessibilidade em libras para o Museu Mineiro, espaço cultural sob gestão do Governo de Minas, com o objetivo de dar autonomia e independência aos visitantes para que eles possam ter acesso às informações no local de forma a transformar a sua experiência no equipamento turístico/cultural. O projeto tem lançamento previsto para novembro de 2021

De acordo com o subsecretário de Cultura de Minas Gerais, Maurício Canguçu, os portadores de deficiência, incluindo os surdos, devem ser prioridade nas ações de acessibilidade dentro dos espaços culturais. E o Circuito Liberdade tem atuado para que isso aconteça. “Os equipamentos do Circuito têm debatido o tema acessibilidade em seus comitês e atuado para incluir as pessoas com deficiência em suas atividades, além de melhorar a estrutura dos espaços. Esse é o caminho para que elas possam vivenciar experiências tão ricas e concretas como qualquer outro visitante”, ressaltou.

 

Circuito Liberdade

O Circuito Liberdade é um complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.

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Por Daniela Reis 

No dia 23 de setembro de 1939 morria o criado da Psicanálise, Sigmund Freud. Ele foi um médico neurologista e importante psicanalista austríaco. Nasceu em Freiberg, na Morávia, então pertencente ao Império Austríaco, no dia 6 de maio de 1856. Filho de Jacob Freud, pequeno comerciante e de Amalie Nathanson, de origem judaica, foi o primogênito de sete irmãos.

Vítima de câncer, em 1923, já doente, Freud passou pela primeira cirurgia para retirar um tumor no palato. Passou a ter dificuldades para falar, sentia dores e desconforto. Seus últimos anos de vida coincidiram com a expansão do nazismo na Europa. Em 1938, quando os nazistas tomaram Viena, Freud, de origem judia, teve seus bens confiscados e sua biblioteca queimada. Foi obrigado a se refugiar em Londres, após um pagamento de resgate, onde passou os últimos dias de sua vida.

Sigmund Freud morreu em Londres, Inglaterra.

Formação

Desde pequeno mostrou-se brilhante aluno. Aos 17 anos, ingressou na Universidade de Viena, no curso de Medicina. Durante o período de faculdade, deixou-se fascinar pelas pesquisas realizadas no laboratório de filosofia dirigido pelo Dr. E. W. von Brucke.

De 1876 a 1882, trabalhou com esse especialista e concentrou-se em pesquisas sobre a histologia do sistema nervoso. Já revelava grande interesse pelo estudo das enfermidades mentais, bem como pelos métodos utilizados em seu tratamento.

Atuou também no Instituto de Anatomia sob a orientação de H. Maynert. Concluiu o curso em 1881 e resolveu tornar-se um clínico especializado em neurologia.

Durante alguns anos, Freud trabalhou em uma clínica neurológica para crianças, onde se destacou por ter descoberto um tipo de paralisia cerebral que mais tarde passou a ser conhecida pelo seu nome.

Em 1884 entrou em contato com o médico Josef Breuer que havia curado sintomas graves de histeria através do sono hipnótico, onde o paciente conseguia se recordar das circunstâncias que deram origem à sua moléstia. Chamado de “método catártico” constituiu o ponto de partida da psicanálise.

Em 1885, Freud obteve o mestrado em neuropatologia. Nesse mesmo ano ganhou uma bolsa para um período de especialização em Paris, com o neurologista francês J. M. Charcot. De volta a Viena, continuou suas experiências com Breuer. Publicou, junto com Breuer, Estudos sobre a Histeria (1895), que marcou o início de suas investigações psicanalíticas.

O pai da Psicanálise

Em 1897, Freud passou a estudar a natureza sexual dos traumas infantis causadores das neuroses e começou a delinear a teoria do “Complexo de Édipo”, segundo o qual seria parte da estrutura mental dos homens o amor físico pela mãe. Nesse mesmo ano, já observava a importância dos sonhos na psicanálise. Em 1900 publica A Interpretação dos Sonhos, a primeira obra psicanalítica propriamente dita.

Em pouco tempo, Freud conseguiu dar um passo decisivo e original que abriu perspectivas para o desenvolvimento da psicanálise ao abandonar a hipnose, substituindo-a pelo método das livres associações, passando então a penetrar nas regiões mais obscuras do inconsciente, sendo o primeiro a descobrir o instrumento capaz de atingi-lo e explorá-lo em sua essência.

Durante dez anos, Freud trabalhou sozinho no desenvolvimento da psicanálise. Em 1906, a ele juntou-se Adler, Jung, Jones e Stekel, que em 1908 se reuniram no primeiro Congresso Internacional de Psicanálise, em Salzburg.

O primeiro sinal de aceitação da Psicanálise no meio acadêmico surgiu em 1909, quando foi convidado a dar conferências nos EUA, na Clark University, em Worcester.

Em 1910, por ocasião do segundo congresso internacional de psicanálise, realizado em Nuremberg, o grupo fundou a Associação Psicanalítica Internacional, que consagrou os psicanalistas em vários países.

Entre 1911 e 1913, Freud foi vítima de hostilidades, principalmente dos próprios cientistas, que, indignados com as novas ideias, tudo fizeram para desmoralizá-lo. Adler, Jung e toda a chamada escola de Zurique separaram-se de Freud.

 

Obras

  • A Interpretação dos Sonhos (1900)
  • Psicopatologia da Vida Cotidiana (1904)
  • Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade (1905)
  • Totem e Tabu (1913)
  • O Mal Estar da Civilização (1930)
  • Moisés e o Monoteísmo (1939)

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Por Bianca Morais 

 

Itabira é uma cidade do interior de Minas Gerais, muitos a conhecem pelo seu morador mais famoso, Carlos Drummond de Andrade, outros por sua beleza histórica, os casarões antigos, as praças e parques. 

Tem o Pico do Amor, localizado na mais elevada região de Itabira, onde pode se ter uma visão panorâmica da cidade que abriga o Memorial Carlos Drummond de Andrade, tem a Praça Arão  tombada como patrimônio histórico cidade, frequentada por cidadãos locais e turistas para piqueniques e atividades esportivas, por lá também se encontra em exposição a “Maria Fumaça”.

 

“Alguns anos vivi em Itabira.

Principalmente nasci em Itabira.

Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.

Noventa por cento de ferro nas calçadas.

Oitenta por cento de ferro nas almas.

E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação”Carlos Drummond de Andrade

 

Apesar de ser uma memória viva do grandioso Drummond, se engana quem pensa que o município é apenas isto, um fato interessante de se mencionar sobre o local, é que em 1975, Itabira foi reconhecida pela UNESCO, como cidade educativa, considerada um dos maiores centros de educação do interior de Minas.

De volta aos dias de hoje, o Centro Universitário Una chegou a cidade de Itabira no ano de 2017, a chegada da instituição no local foi um importante marco, trouxe revitalização para um prédio que estava abandonado no centro e ainda trouxe novos cursos que, até então, não existiam em Itabira e região. Desde então, além de levar educação de qualidade para cerca de 1000 estudantes, ainda leva diversos projetos e melhorias para a comunidade local. 

Prédio da Una Itabira

Eu Amo Itabira

Um desses projetos ficou conhecido como o concurso Eu Amo Itabira, que envolveu alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo, sob a coordenação do professor Bruno Oliveira e apoio dos professores Lucas Lima e Daniela Rocha, que conduziram os alunos durante o processo.

O concurso foi uma parceria entre a Prefeitura de Itabira e a faculdade Una, através de um convite exclusivo feito por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Inovação e Turismo (SMDECTH), com o objetivo de inserir os estudantes de arquitetura no projeto de elaboração de um monumento que fosse referência para a cidade.

O objeto deste concurso foi a elaboração de um artefato urbano presente em várias cidades brasileiras, geralmente na entrada ou no centro, onde convidam visitantes e moradores a tirarem suas fotos e demonstrar o amor pelo local.

Para Bruno Oliveira, coordenador de cursos de Graduação e Pós Graduação da Una Itabira, o concurso foi de grande importância para o reconhecimento do engajamento dos alunos e professores em projetos acadêmicos, ele trouxe mais visibilidade para o curso de Arquitetura e Urbanismo e para a faculdade.

Monumento Eu amo Itabira

“É gratificante poder fazer parte da história de Itabira, como coordenador de cursos na Faculdade Una. Os professores e alunos que participaram do concurso mantiveram uma postura engajadora. É um importante marco para a cidade e para nós enquanto Instituição. Foi uma grande honra ter feito parte desse grandioso projeto”, comenta o coordenador.

A cidade que já conta com diversos pontos turísticos ganhou mais um, o monumento que simboliza o amor pelo lugar, recebeu feedbacks positivos sobre a importância da Una para a cidade, por meio de parcerias com diversas empresas, órgãos e instituições, com foco em inovação, empreendedorismo e sustentabilidade.

 

O concurso

Os estudantes que tiveram interesse em participar do concurso realizaram a inscrição por meio de um formulário anexo ao Edital, as propostas foram elaboradas e enviadas pelos próprios alunos, no total, 15 se inscreveram e a maioria ainda estava no início do curso. Elementos associados à história da cidade, utilizando-se de formas, desenhos ou quaisquer outros elementos que caracterizassem inovação e criatividade foram utilizadas por eles na elaboração.

Lucas Lima foi um dos professores que ajudou os alunos nesse processo, como um monumento, o projeto contempla diversas esferas, desde a arquitetura, o urbanismo e o design, ele os orientou principalmente em questões metodológicas.

“A principal dificuldade foi na adequação dos materiais disponíveis, então tinham várias questões técnicas para o projeto funcionar, principalmente com relação ao peso, a estrutura, a forma de encaixe das peças, ajudei bastante nessa tratativa técnica com a prefeitura”, conta o professor.

O grupo do júri responsável pela avaliação das propostas foi composto por arquitetos convidados da região de Itabira; um representante da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Inovação e Turismo; um representante da Faculdade UNA de Itabira. Os critérios de avaliação foram: habilidade em expressar claramente as ideias em conformidade com o projeto; integração com o tema proposto; solução funcional e design.

Os estudantes vencedores do concurso foram Marcos Paulo Gonzaga dos Reis e Luidy Djean Viana Silva. Os alunos tiveram seus nomes expostos na obra.

A professora Daniela Rocha que também acompanhou os discentes nessa trajetória garante que auxiliou os garotos na escolha dos materiais e estudo das formas, mas que o conceito e criatividade presentes no projeto são méritos deles próprios. 

“Na época do concurso, os alunos vencedores estavam iniciando o curso, ainda não tinham conhecimento acerca de materiais e técnicas necessárias para a execução do projeto, eles precisaram pesquisar muito e conversar com nós professores sobre possíveis soluções projetuais. No final, ver eles conquistarem um prêmio tão importante para a cidade é muito gratificante. O esforço em participar e desenvolver o melhor projeto mostra que o conhecimento que passamos faz diferença na formação dos alunos”, compartilha a professora.

Ambos os professores acreditam que concursos como esse são de grande importância para a formação dos alunos e enriquecimento de seus currículos, além de fazer com que eles façam parte da história da cidade.

“É uma grande satisfação. Conheço os alunos desde o primeiro semestre e pude ver a evolução deles ao longo do percurso acadêmico, através das disciplinas e da participação deles nas atividades de extensão, eu acho que isso faz a diferença quando o aluno tem esse engajamento acima das atividades acadêmicas, estão envolvidos nos projeto e a conquista é o resultado de um processo bem feito”, conclui Lucas.

A equipe vencedora foi premiada com seus nomes no monumento, uma visita técnica ao consulado da Eslováquia em BH, uma reunião com o cônsul, certificado de Apoio ao Turismo de Itabira, além das menções honrosas por parte da prefeitura e da Una.

 

Os vencedores

Marcos Paulo Gonzaga dos Reis foi um dos vencedores do concurso, o garoto desde novo gostava de arte e com o tempo a arquitetura foi chamando sua atenção. No começo do ensino médio ele procurou profissões que lhe atraíssem e percebeu que a Arquitetura era um meio onde ele poderia ter contato com as mais variadas pessoas, com a criatividade e concepção de ideias, além de que a Arquitetura e Urbanismo tem um apelo social que muda vidas. 

Com a chegada da Una em Itabira foi possível que ele ingressasse no curso sem necessitar sair da minha cidade natal.

“A minha trajetória tem sido muito enriquecedora para meu conhecimento, embora ainda no meio do curso, já adquiri muitas informações que mudaram algumas concepções que antes eram formadas”, comenta ele.

Marcos e Luidy criaram a placa primeiramente pensando em remeter as principais referências da cidade. A primeira versão do projeto foi inspirada na representação do Drummond arrastando os vagões que levam a frase “Eu amo Itabira”, mostrando o quanto o minério e as poesias estão enraizadas nas terras do lugar. 

Como já dizia o poeta em uma de suas obras, o maior trem do mundo, “O maior trem do mundo transporta a coisa mínima do mundo, meu coração itabirano”, por onde passar este trem junto às poesias, Itabira sempre será lembrada.

“Esse projeto foi o primeiro concurso que participei e ganhei. Ele é a primeira obra que criei e se tornou realidade. Sendo o meu primeiro contato de como ocorre toda a produção de uma obra. Foi uma sensação dotada de alegria, surpresa e superação. Eu e meu amigo Luidy doamos muito do nosso tempo e esforço para a criação desse projeto e ao perceber que todo esse trabalho foi reconhecido começamos a perceber quão grande é nosso potencial”, expressa o futuro arquiteto. 

Assim como Marcos, sua dupla Luidy Djean Viana Silva, também sempre teve esse gênio para a Arquitetura. Quando era criança gostava muito de desenho, buscava passar o tempo desenhando, modelando massinha, e isso começou a despertar nele a criatividade. 

No momento da escolha do ensino superior, pensou muito no que encaixaria em seu perfil, e escolheu o curso de Arquitetura e Urbanismo, por estar diretamente ligado à criatividade, ao bem estar das pessoas, e a construção de um espaço que elas passariam grande parte de suas vidas. 

“Na minha opinião é uma responsabilidade muito grande poder realizar o sonho de uma construção ou da reforma da casa de alguém, pensando nisso fiz minha escolha. Desde então, a Una tem me proporcionado muitas oportunidades de ver na prática tudo aquilo que aprendemos na teoria. Participando de tantos projetos propostos pela instituição, o meu interesse pela área da Arquitetura só tem ampliado, abrangendo meus conhecimentos”, diz ele.

Luidy e seu colega de classe deixaram sua marca no centro de sua cidade natal, o valor daquilo para os jovens ainda no início do curso é inestimável.

“Esse projeto é muito importante para mim, e consequentemente para minha carreira. Uma sensação de privilégio, por poder representar um pouco da história da cidade e fazer parte dela. Meu amigo Marcos e eu desde que nos inscrevemos no concurso, nos entregamos por completo para poder dar nosso melhor e vencer, e ver todo nosso trabalho sendo reconhecido, ver as pessoas visitando, tirando foto, não tem preço, estamos orgulhosos por termos feito esse projeto”, finaliza o rapaz.

 

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Por Keven Souza 

Escolher morar em uma casa de repouso, que entenda a terceira idade como um ciclo comum da vida, é uma decisão pensada por inúmeras pessoas que procuram por um lar estável e seguro para se passar nessa nova fase. Os asilos, como são chamados, devem propiciar um ambiente tranquilo que contribui para além da saúde dos idosos, com a partilha do sentimento de união e amizade entre os próprios moradores. 

É pensando nessas nuances que o projeto de extensão do Centro Universitário Una unidade Lafaiete, nomeado de “Bora Reformar o Asilo”, surge para estar lado a lado com a comunidade local a favor de promover melhorias na casa de acolhimento aos idosos, o Asilo Carlos Romeiro.

A iniciativa tem o intuito de colocar os alunos de Engenharia Civil em contato direto com demandas relacionadas à sua formação, além de prometer transformar de maneira possível o espaço físico do asilo e melhorar a qualidade de vida dos idosos que vivem nas dependências da instituição.

 

Bora reformar o asilo!

O Asilo Carlos Romeiro é uma instituição localizada na rua dos Vicentinos, no bairro Queluz, em Conselheiro Lafaiete. Fundada para prestar assistência social a idosos desamparados, possui idosos independentes, semi-dependentes e totalmente dependentes do trabalho da instituição que oferece ainda, em suas dependências, atendimentos e inúmeros serviços voltados à terceira idade. 

Ao ser uma instituição com viés social, sem fins lucrativos, que carece de ajuda, possui relativamente dificuldades em torno de recursos financeiros, entre elas, o desafio de reformar os seus espaços que estão na ativa desde sua fundação em 1976. Nesse contexto, surge a primeira interação entre o asilo e a faculdade Una em novembro de 2020, a fim de firmarem parceria envolvendo uma equipe técnica composta por alunos de Engenharia Civil, que viria para auxiliar e dar o devido suporte nas demandas ligadas à restauração de áreas que carecem de reforma. 

O projeto ‘Bora Reformar o Asilo’ teve sua estreia em março deste ano de 2021, sendo uma atividade extensionistas liderada pelos professores Elvys Dias Reis e Mariana Babilone de Souza Ferreira, que coordenam e orientam as inúmeras atividades propostas na extensão.

Desde seu início, o projeto contou com a participação de 15 estudantes da turma do quinto período e neste semestre estima possuir 20 participantes, uma vez que foi dada a renovação da extensão devido ao atraso na reforma geral causada pela pandemia do coronavírus. Por longo período de tempo, houveram imprevistos e diferentes impasses para prosseguir com o planejamento da reforma. Um dos percalços presentes foi a limitação da equipe ao livre acesso às dependências do asilo. 

“Mesmo com tantos desafios conseguimos, ainda assim, contornar a situação por meio de encontros virtuais e revezamento nas visitas técnicas, as quais foram realizadas com cuidados extremos e sempre respeitando todas as regras de combate à pandemia”, explica Elvys Dias Reis, professor e coordenador da extensão, sobre a atuação da equipe no Asilo Carlos Romeiro durante a pandemia.   

Na visão do professor, o projeto traz um ganho imensurável para a formação dos alunos, fomentando-os a se tornarem profissionais mais completos e preparados que saibam se posicionar no mercado através de vivências e experiências reais. “O principal motivo é o aprendizado dos próprios alunos. Toda pesquisa e projetos de caráter prático oferecem a oportunidade de conciliar teoria, vista em sala de aula, e prática. O que é ótimo para a formação deles”, explica. 

Nessa circunstância, ao criarem a extensão, um dos objetivos centrais é o ensino teórico-prático que envolve a atuação dos alunos com os problemas estruturais reais, na qual é a situação em que o asilo se encontra. A partir do planejamento elaborado, podem identificar as carências físicas da casa de repouso, de modo a propor intervenções embasadas na Engenharia Civil e na Ciência dos Materiais, além de estimarem a quantidade e o valor dos insumos necessários para o tratamento e recuperação de toda a edificação. 

Entre as principais atividades e tarefas dos alunos estão a apresentação do projeto para potenciais parceiros, elaboração de reuniões de planejamento, ajuda na divulgação e captação de recursos, visitas técnicas à instituição, acompanhamento das obras, além da criação de aulas curtas para toda a equipe durante os encontros semanais que propicia desenvolverem um raciocínio analítico e resolutivo para situações que possam surgir no dia a dia da profissão de engenheiro(a). 

Para o estudante do segundo período de Engenharia Civil, Erik Manuli, atuar na extensão lhe traz uma rica experiência na sua formação, em que o permite se relacionar com a engenharia solidária, além de desenvolver um projeto real para pessoas necessitadas – de caráter social. “É fantástica a sensação de ajudar o próximo. Nós enquanto alunos ganhamos experiência e conhecimento, e os frequentadores dos asilos ganham um ambiente mais seguro e salubre”.

Erik afirma que o projeto ser ligado diretamente à terceira idade o faz ser único e que a sensação de fazer parte da equipe é incrível. “Lidar com  idosos é gratificante, nos faz refletir muito sobre nossa vida. São vários idosos com histórias de vida diferentes convivendo no mesmo espaço”, ressalta ele.

Um dos pilares do projeto é a solidariedade que preza pela prestação de serviços gratuitos com finalidade de não exigir cobranças de consultoria ao asilo. O que torna o projeto acessível e de grande valia para a casa de repouso ao atender não só o conforto, e o bem-estar dos idosos, mas também a segurança, através de um projeto técnico e dinâmico.

Lena Assis, que representa o asilo, explica que o projeto é de vital importância para casa e que enquanto a reforma geral não acontece, houve a proatividade, por parte da equipe do projeto, de reformarem a rampa da ala masculina. Um local que estava precário e colocava em perigo a segurança dos idosos. “ É um projeto que tem continuidade, pois o asilo possui outras áreas que carecem de reforma. Nesse primeiro momento foi restaurada uma rampa que dá acesso interno à ala masculina, que estava com o piso muito ruim, escorregadio e gerando acidentes com os idosos. Uma reforma necessária”, diz a responsável. 

Com esta obra recentemente concluída, Lena diz que o sentimento é de alívio e felicidade para todos do asilo e que é gratificante ver a cada passo dado ao lado da Una. “É muito importante essa parceria para a nossa instituição, precisamos do apoio de todos da comunidade. Estamos felizes e agradecidos com esse projeto. Digo que avaliamos positivamente todas as ações que a Una propõe para nos auxiliar com nossas demandas internas”. 

 

Depoimentos dos participantes 

Mariana Babilone

“É um projeto que representa nossa unidade, que todos estão envolvidos e querem saber sobre o andamento, que mostra que nosso papel na comunidade é relevante e contribui não só para a formação do nosso aluno, mas também do nosso entorno e agregando valor para a vida de muitas pessoas. Sem dúvida é um projeto especial que nos envolve com a causa dos idosos e nos sensibiliza. Temos um carinho imenso por esse projeto e sabemos que estamos contribuindo para uma vida melhor para essas pessoas” –  Mariana Babilone, que é professora e coordenadora do projeto, sobre importância do projeto para o campus da Una Lafaiete. 

Larissa Duarte

“Participar de um projeto como esse é ganho por todos os lados, você ganha sentimentos bons por ajudar, ganha só de ver a alegria no rosto de cada um, ganha experiências através da reforma e principalmente, você transforma o sonho de alguém em realidade. Essa é uma grande extensão, extremamente gratificante, e sou muito feliz e grata por fazer parte da mesma. Adquirir essas experiências reais durante o período de graduação é de grande valia para um excelente profissional do futuro” – Larissa Duarte, aluna do quinto período de engenharia civil, sobre sua participação no projeto. 

Juliana Aparecida P. dos Santos

“Trabalho no asilo há mais de sete anos e a rampa da ala masculina sempre esteve em péssimas condições, quando chovia o piso se tornava escorregadio e trazia muitos acidentes. Graças a equipe da Una, a rampa está bem melhor do que antes, hoje, podemos molhar sem preocupação. Um ótimo trabalho!” –  Juliana Aparecida Paula dos Santos, sobre a situação da ala masculina antes da reforma feita pela equipe da  Una.

 

Ajude o Asilo Carlos Romeiro

Rua Rua dos Vicentinos, nº33, bairro Queluz – Conselheiro Lafaiete/ MG

Para mais informações ou doações, ligue (31)3721-3564 ou acesse no Instagram.

 

Revisão: Daniela Reis

Por Keven Souza

É quase impossível ir à Praça da Liberdade e não sentir o astral artístico que o local permite. De fato é uma das praças mais atrativas de Belo Horizonte quando se fala em turismo transversal com belos edifícios e jardins, talvez a confluência dos prédios que abrigavam o Poder Mineiro e o Governo de Minas Gerais no final do século 19, que era antes o centro administrativo do Estado, seja a essência para tamanha área histórica e cultural.  

Desde a inauguração da Cidade Administrativa na região Norte da capital e a transferência oficial da sede do governo do Estado em 2010, os diferentes prédios históricos da Praça da Liberdade se encontravam vazios e sem grande utilidade, logo com grande vocação para cultuar a arte, a cultura, o turismo e o patrimônio. Neste panorama, foi criado o projeto que visava maior articulação dos edifícios junto ao espaço urbano, onde antes havia secretarias, hoje estão belas salas de exposições capazes de integrar e reunir um grande complexo cultural:  o Circuito Liberdade.  

A criação o Circuito Liberdade teve enorme aprovação por parte do público frequentador da praça, que se tornou um dos maiores complexos culturais do país e o único de Minas Gerais que reúne espaços com as mais variadas formas de manifestação artística e cultural como teatros, museus, biblioteca, espaço multiuso, palácio e cinema. Hoje, é um reduto de equipamentos culturais que abriga 22 instituições de enorme valor simbólico, histórico e arquitetônico, sendo algumas geridas pelo Governo do Estado e outras por meio de parcerias público-privadas ou parcerias com instituições públicas federais que apoiam a cultura do país. 

Entre as maiores de destaques estão o Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB, o Memorial Minas Gerais, o Museu das Minas e do Metal – MM Gerdau, o Espaço do Conhecimento da UFMG, a Casa FIAT de Cultura, o Centro de Arte Popular, o Museu Mineiro, entre outros. Incluindo a bela arquitetura do Edifício Niemeyer e do Palácio da Liberdade. 

O Circuito está desde outubro de 2020, sob a gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) que ampliou o seu perímetro cultural, para que agregasse, de forma integrada, outros equipamentos culturais de Belo Horizonte e que por meio dele, se tornasse uma rede potente capaz de unificar ações e projetos que representem a todos os municípios de Minas Gerais. Desde então, a Secult-MG se empenha para o fortalecer em aspectos relacionados à cultura e turismo, que além de criar medidas para estimular a experiência e a economia criativa nos seus espaços, tem pensado em mobilizações para potencializar sua comunicação institucional, que em síntese, é abrangente e possui particularidades mediante as instituições que compõem. 

Praça da Liberdade

Nessa circunstância é firmada a parceria do Circuito Liberdade junto ao Centro Universitário Una, a favor de dar o devido suporte em demandas e ações pertinentes ao universo da comunicação, como uma equipe proativa, que compreende as nuances do quão grandioso é o complexo cultural e que vem a somar e construir uma comunicação mais centralizada, além de eficiente. Assim, nasce a sinergia entre a Secult-MG e a faculdade Una neste ano de 2021

“Estávamos em discussão sobre como fortalecer o Circuito Liberdade, em um certo momento, chegamos no nome da Una, primeiro por ela estar dentro do parâmetro territorial do complexo cultural e segundo porque já havia uma interação entre ela e Secult-MG para uma troca de energias e interesses em conjunto”, diz Maurício Canguçu, subsecretário de Cultura da Secult-MG, sobre a ideia de iniciarem a parceria com a Una. 

Segundo Maurício, ao se unirem com a Una, a Secult-MG confia inteiramente no trabalho de qualidade e responsabilidade da instituição. “A Una possui uma comunicação muito forte e é essa expertise que nos interessa. Precisamos de fortalecer também a do complexo cultural, ter o suporte nas redes sociais e na imprensa, e por que não se unir com uma instituição que tenha esse domínio?” explica ele. 

Nessa parceria a função do Centro Universitário Una é voltada a atuação prática da Fábrica – coletivo dos laboratórios de Economia Criativa – que por meio de seus núcleos e agências como a Una 360, Fábrica AV e Jornal Contramão irá desenvolver ações direcionadas às demandas de comunicação do Circuito, ligadas diretamente às áreas de cinema e audiovisual, jornalismo e relações públicas. Entre as funções estão em projeção a produção de podcasts quinzenais, produção de clippings, produção de vídeos e fotografias institucionais para museu e biblioteca, consultorias de transmissão ao vivo, além de releases e matérias com foco na produção de conteúdos online divulgados no portal oficial do Circuito Liberdade. 

Pedro Neves, diretor da Una Liberdade, explica que a parceira ser ligada diretamente à atuação da Fábrica, é para colocá-la em uma vitrine de exposição que irá permitir mostrar o seu trabalho e torná-la uma estrutura reconhecida com valor determinado. “Digo que essa parceria dialoga muito bem com Una. É um evento importante para chamar atenção e ‘vender’ a Fábrica enquanto componente que dinamiza as áreas da criatividade, comunicação e produção de conteúdo. Quanto mais ações externas fizermos, mais ela se tornará um precursor de oportunidades para os alunos e alunas, e irá nos permitir abrir novos caminhos”, afirma Pedro. 

A faculdade pretende também tencionar o ensino-prático dos alunos da Una campus Liberdade junto às inúmeras atividades relacionadas à disseminação da cultura, como maneira de demasiar uma formação mais ávida indo além da sala de aula. Para o coordenador dos cursos da área de Comunicação Social e Arte da Una campus Liberdade, Antônio Terra, a parceria é de grande valia para o repertório profissional dos alunos, pelo fato de ligá-los a experiências únicas junto à sociedade e ao mercado. 

“Sem dúvidas é de extrema importância para os cursos da área de comunicação social, uma oportunidade rica de vivenciarem experiências ainda na universidade acompanhada de mentores e professores. Digo que, tudo que iremos produzir para o Circuito Liberdade, reverberar pela a cidade, todos não só irão saber como também ganharão com isso e aos alunos essa divulgação é essencial para um portfólio brilhante”, explica o coordenador.

Terra ressalta ainda que, por mais que a colaboração seja recente e neste primeiro momento as ações estejam direcionadas a projetos extensionistas e projetos ligados à Fábrica, há um campo alastro que propicia desenvolver inúmeras ações ao longo do tempo, que existe planejamento para ampliar novos horizontes direcionados à formação universitária, como por exemplo usar a parceria para compor uma UC Dual futuramente – Unidade Curricular voltada ao ambiente profissional de empresas e companhias parceiras da instituição.

Para além disso, a expectativa é de que haja um trabalho em conjunto, envolto de uma sintonia para melhorar a comunicação, como um todo, do Circuito Liberdade. Para que a colaboração venha ser de sucesso, engajada a todo vapor, com a história e o simbólico, que o complexo cultural abrange e representa.