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Por Daniela Reis 

Na última semana, em meio às comemorações e manifestações do dia 07 de setembro, muito se falou sobre uma nova greve dos caminheiros igual ou maior a que aconteceu em 2018. Vários seriam os motivos, entre eles o preço abusivo dos combustíveis, a gasolina já ultrapassa os R$7 em muitas regiões do país. 

Por esse motivo, o Contramão traz hoje uma matéria para relembrar os impactos causados pela paralisação dos motoristas de carretas e caminhões há três anos. 

 

A greve e seus impactos 

A greve dos caminhoneiros, em maio de 2018, durou 10 dias e provocou uma brusca interrupção do fornecimento de bens e insumos básicos da economia. Por alguns dias, as cidades esvaziaram, por falta de combustível em postos de gasolina. 

O impacto na economia foi imediato, tanto na inflação quanto no PIB. O rápido equacionamento do problema fez com que o parte do impacto da inflação fosse temporário: a forte alta em junho foi compensada por alguma deflação em agosto daquele ano. 

O impacto da atividade, em particular na indústria de transformação, foi mais permanente: a mediana das projeções de crescimento do PIB antes em abril de 2018 era de 2,8%. O PIB acabou crescendo apenas 1,2% (resultado revisado recentemente para 1,8%). Parte da decepção do crescimento pode estar relacionada às incertezas eleitorais daquele ano. Mas a maior parte da queda das expectativas veio com a greve e a perda não recuperada da produção naquele período 

Durante a greve, o setor da economia que mais sentiu foi a indústria. A falta de entrega de insumos e de bens finais provocou uma queda de 3,4% da indústria de transformação entre abril e junho de 2018. Os setores que mais sentiram foram informática, equipamentos de transportes e bebidas – além da categoria “diversos” (Tabela abaixo). A retomada foi heterogênea, com cerca de metade dos setores voltando (ou superando) o nível pré-greve seis meses depois.

No setor de serviços, o impacto foi muito forte dado o peso dos serviços de transporte. Mas pouco se espalhou para outros setores. A PMS recuou quase 5% em maio, mas em junho já havia superado o patamar pré-crise, com o fim da greve (gráfico abaixo).

Apesar da retomada pós-greve, a perda de produto durante aqueles meses foi permanente. A mediana das projeções de crescimento do PIB antes em abril de 2018 era de 2,8%. No  final do primeiro semestre, a projeção havia recuado para 1,55% (gráfico abaixo). O PIB acabou crescendo apenas 1,2% (resultado revisado recentemente para 1,8%). Ainda que parte desta decepção esteja associada às incertezas eleitorais daquele ano, a greve parece mesmo ter sido a principal responsável pelo crescimento menor.

 

A importância dos caminhoneiros

Essenciais para economia, os caminhoneiros movimentam 60% de toda a carga brasileira, percorrendo 1,7 milhões de quilômetros de estradas que há em nosso país. Essa classe trabalhadora é vital para o funcionamento do país, você deve ter percebido isso nos últimos eventos de greve generalizada.

Praticamente tudo o que utilizamos no nosso dia a dia, seja perecível ou não, é transportado por um caminhão. O transporte de cargas no Brasil é feito em grande parte por estradas, portanto precisamos de políticas públicas que cuidem das estradas para que toda frota possa circular com qualidade e segurança.

O transporte feito nas rodovias é um dos mais simples e eficientes. Sua execução depende, como mencionamos, da existência e boas condições das rodovias. Embora a logística seja mais simples, manter as rodovias em boas condições e controlar a criminalidade parece que não tem sido tarefa fácil para os nossos governantes. Dos 1,7 milhões de quilômetros percorridos em território nacional, apenas 12% deles é feito em estrada pavimentada.

Outra questão que precisa ser levada em conta é o preço do diesel. Hoje, quase 30% do preço final do combustível no Brasil são impostos, como o Cide, o ICMS e o PIS/Confins, realidade que vem a ser a maior causa da paralisação dos caminhoneiros em 2018.

Sabe o que resulta um caminhão parado? Resulta no Brasil parado! Sem remédios nas prateleiras, sem comida nos supermercados, sem gasolina para se trafegar.

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Por Bianca Morais 

O curso de Engenharia de Produção da unidade Una Lafaiete, organizou no primeiro semestre deste ano o Una Resolve, um projeto que selecionou micros e pequenas empresas interessadas em obter consultorias gratuitas, com foco na análise e implementação de soluções para melhoria da produtividade e da competitividade. 

Com o principal propósito de aumentar a eficiência produtiva de negócios das companhias, além de oferecer aos discentes a oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos no curso em vivências práticas, o Una Resolve reuniu alunos  matriculados em 2021.1, em equipes de até cinco estudantes para trabalhar no projeto.

Os estudantes, com orientação de professores, deram assessoria a uma empresa selecionada, ajudaram a identificar a necessidade do empreendimento e propuseram ações. Os jovens ofereceram à empresa o compartilhamento do conhecimento de tecnologias, novos processos e metodologias usadas na busca de soluções para as deficiências na produção ou prestação de serviço. A iniciativa ofereceu serviços de pesquisas e ações práticas como mentorias e mini consultoria.

Os projetos de extensão do Centro Universitário Una estão sempre em busca de aproximar a comunidade da universidade e compartilhar conhecimentos, é a descentralização do ensinar para além do ambiente acadêmico e a promoção de benefícios e qualidade de vida para a sociedade. O Una Resolve foi o incentivo às empresas que prestam serviço à comunidade e região conseguirem impactar positivamente na economia, na empregabilidade e no desenvolvimento sustentável.

“Os alunos relataram a satisfação e motivação em trabalharem neste projeto, e por crescerem não só tecnicamente, mas também no campo das habilidades sociais e de liderança, fortalecerem o olhar crítico e a capacidade de resolução de problemas reais do mundo dos negócios. Os empresários ficaram muito satisfeitos com o trabalho realizado porque desenvolveram as soluções e sugestões de melhoria a partir de uma escuta atenciosa e assertiva”, conta Kelly Barbosa, professora responsável pelo projeto.

O processo 

As inscrições das empresas foram feitas através de um formulário, e como pré-requisito para participar, elas deveriam ter no máximo de 19 empregados, disponibilidade para reuniões online e compartilhamento de imagens e de informações sobre o seu processo produtivo.

A RodoBruno Transportes foi a selecionada, ela se concentra no ramo de transporte desde 2013, principalmente  de sucata sólida. A empresa vem se solidificando na região em que atua ao longo dos anos, e atualmente já conta com 20 veículos automotores e 22 implementos, mais um ônibus semi-leito destinado a transportes turísticos, totalizando 43 veículos.

Os empresários e proprietários da companhia procuraram o Una Resolve alegando as deficiências no planejamento, no gerenciamento da rotina e nos controles de manutenção e de custo e lucro, a falta de padronização dos processos e indicadores de desempenho. Os discentes então implementaram suas sugestões de aperfeiçoamento e hoje a empresa faz uso de novos métodos de planejamento, controle e gerenciamento da rotina.

Mediante as condições da pandemia, de acordo com os protocolos municipais, foi feita uma visita técnica na empresa, realizada a captação de informação das empresas via formulário digital, e reuniões virtuais para identificação de problemas, a elaboração de um projeto para a resolução dos problemas com o objetivo de melhorar os métodos da empresa e deixá-la mais rentáveis.

“Essa é uma ação que possibilita aos acadêmicos aplicarem todas as técnicas aprendidas em sala de aula contribuindo na melhoria contínua dos processos, tratamento de falhas e elaboração de planos de ação para tratar oportunidades de benefícios nas empresas. Dessa forma os alunos foram os protagonistas, exercendo a autonomia com responsabilidade”, comenta a professora.

Os estudantes aplicaram técnicas aprendidas em sala de aula, como a Promoção de cursos de Excel e treinamento; desenvolvimento de padronização dos processos; elaboração de planilhas de controle sistêmico das movimentações pertinentes ao negócio; organização do trabalho; medidas de saúde, segurança e meio ambiente, tratamento de falhas e na elaboração de planos de desenvolvimento para a empresa específica ao empreendimento e ao aumento da rentabilidade. 

Preparando os futuros profissionais

Larissy Magalhães é aluna do curso e quando participou do Una Resolve estava em seu segundo período, para ela a experiência de ter feito parte do projeto foi muito interessante, afinal, na faculdade se aprende a parte teórica, mas poder usar a teoria na prática, e aplicar tudo que se aprendeu na aula em uma empresa real a fez entender a importância do seu curso de engenharia de produção.

“Apesar de eu já estar no mercado de trabalho, a gente não tem noção de como aplicar tudo que aprendemos, então ter esse contato com problemas reais foi uma experiência muito bacana, o envolvimento dos alunos no projeto, ver todo meu grupo interessado, fazendo muitas perguntas, tendo o apoio total das professoras, foi de grande valia”, conta ela.

A futura engenheira também comenta a importância desse projeto quando se pensar nele a longo prazo, pois ela irá chegar ao mercado com o conhecimento necessário para praticar sua profissão.

“A preocupação da Una em não só levar para palestras, mas de colocar o aluno lá, para resolver o problema, para quando você chegar e for o responsável por um setor, você já vai ter bagagem para resolver”, conclui Larissy.

Com o sucesso do UNA Resolve ele tem o potencial de continuar e ser expandido para as diversas áreas do acadêmico e, consequentemente, para diversos segmentos empresariais. Inclusive, o relacionamento com a empresa foi tão satisfatório que uma parceria foi feita e hoje inclusive favorece a entrada de seus colaboradores aos cursos superiores da Una Lafaiete.  

Museu das Minas e do Metal confirma a participação em mais um ano na iniciativa mundial e convida internautas para tirar dúvidas sobre o acervo mineral

Por Keven Souza

O Ask a Curator ou Pergunte a um Curador é um evento global idealizado por Jim Richardson, fundador do MuseumNext, que convida museus do mundo todo a se mobilizarem com seus curadores para interagir com o público por meio da #AskaCurator nas redes sociais. Sendo uma ação que acontece desde 2010, se tornou um evento de sucesso que proporciona às pessoas questionarem os diferentes guardiões de patrimônios culturais, espalhadas pelo mundo, sobre os seus respectivos acervos e objetos sob seus cuidados. 

O MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, que participa da iniciativa desde 2013, estará novamente incluído na ação deste ano de 2021, com o propósito de se conectar com os internautas que se interessam sobre o universo dos minerais. A interação terá início no dia 14 de setembro, por meio das redes sociais (Facebook, Linkedin e Instagram) e vai até no dia seguinte (15) das 9 às 18 horas, para o público que quiser fazer perguntas e tirar dúvidas de assuntos relacionados às amostras minerais, critérios de guarda, atuação do setor e outros relacionados à função de curadoria, sendo direcionados a geóloga e responsável pelo acervo mineral do museu, Andrea Ferreira. Basta usar a #askacurator e marcar o @mmgerdau para participar. 

Espaço Cultural MM Gerdau

 

MM Gerdau e a curadoria de geociências 

O MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, que tem como sede o Prédio Rosa, da Praça da Liberdade, datado de 1897, é um museu de ciência e tecnologia que apresenta, de forma lúdica e interativa, a história da mineração e metalurgia. Além de ser patrimônio cultural comprometido com memórias e experiências, atende da criança ao idoso, do estudante ao trabalhador, proporcionando o conhecimento através de 20 áreas expositivas, por meio de personagens históricos e fictícios, os minérios, os minerais e a diversidade do universo da Geociências. 

Ao fazer parte do Circuito Liberdade desde 2010, integra ao lado de inúmeros museus a responsabilidade na disseminação do conhecimento e da diversidade cultural através das coleções de diferentes tipologias, temas e assuntos. Exposições estas que só acontecem por meio do trabalho afinco e de alta performance de um curador, uma tarefa que surgiu no século XX, por volta de 1950, se referindo a cuidar e conservar todo o funcionamento e administração de um patrimônio cultural. 

No caso do MM Gerdau, por ser um museu voltado à ciência e à mineralogia, o curador deve ser um profissional da área das geociências, preferencialmente um geólogo – profissional que estuda e pesquisa as ciências relacionadas à terra para atuar no cargo. Andrea Ferreira, que é geóloga e a única curadora de Geociências do MM Gerdau, informa que, para um mineral se tornar relevante a ponto de ir para uma exposição, é preciso ele estar bem formado e preservado, possuir beleza e raridade, além de tamanho, e reter uma combinação de fatores que o fazem únicos e consideradas verdadeiras obras-primas da natureza. Ela, que é a responsável apta a responder as dúvidas e perguntas na ação do museu no Ask a Curator, tem o papel excepcional relacionado ao sistema de curadoria e abrange decisões importantes no patrimônio cultural do MM Gerdau. 

Exemplo do mineral Calcita, que faz parte da coleção Minerais do Brasil e está exposto na sala Professor Dr. Álvaro Lúcio, no MM Gerdau

Seu trabalho é cuidar da concessão das coleções de pesquisa, de reserva e de atividades didáticas; implementar e supervisionar o tombamento de acervo; controlar a movimentação, o empréstimo e a retirada de elementos das coleções; realizar palestras e encontro de colecionadores de minerais; fazer triagem de acervo proveniente de doações e permutas visando o tombamento e armazenamento de peças; organizar e limpar a exposição permanente com minerais; planejar e supervisionar exposições temporárias; entre outras funções. Por definição, tem também a missão de atrair novos olhares e visitantes para o museu ao selecionar e lapidar informações e peças que sejam destinadas ao público plural que se tem no Circuito Liberdade. 

O MM Gerdau, por ter um nicho dentro do campo da ciência, tem um público crescente a cada ano da iniciativa e se junta à comunidade mundial, que usa a #askacurator com o propósito de interagir com o público ou sanar dúvidas, em mais uma edição ao convidar a todos internautas para abrir mais um canal de comunicação, que vai além das exposições do museu. Sejam eles os apaixonados pelas riquezas minerais e acervos do museu ou aqueles que queiram saber mais sobre esse universo. “A expectativa é muito boa. Vejo como uma oportunidade da sociedade, como um todo, conhecer um pouco do trabalho do curador, porque muito deste trabalho fica nos bastidores. Logo, é também uma chance de divulgação da nossa atuação”, diz Andrea Ferreira, sobre a participação do MM Gerdau na ação do Ask a Curator. 

 

Circuito Liberdade

O Circuito Liberdade é um complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.

 

Edição: Daniela Reis 

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Por Bianca Morais 

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, o número de idosos no Brasil chegou a 32,9 milhões, estima-se que a tendência do envelhecimento das pessoas irá crescer  ainda mais nos próximos anos. Frente a este cenário, se faz necessário a ampliação de ações dirigidas a essa camada, como uma forma de reinserir essas pessoas na sociedade. É necessário que eles sejam incluídos nas mídias digitais, sejam estimulados a manusear tecnologias, se tornem protagonistas de si, conhecedores e munidos de conhecimento, sendo uma parte ativa e pensante na sociedade. 

Envelhecer não é o fim, pelo contrário, é na terceira idade que muitas pessoas buscam realizar objetivos que não fizeram durante a juventude. Muitos idosos não tiveram a oportunidade de cursar nem mesmo o ensino fundamental, muitos se quer cogitaram o ensino superior durante a vida,  e outros começaram a trabalhar cedo. Pensando na busca de um envelhecimento saudável aos idosos, surge a Universidade Aberta.

Ao redor do país, centenas de instituições de ensino oferecem um serviço que vai muito além de educacional às pessoas da terceira idade, mas também cultural e social. Além da troca de conhecimento entre gerações, não são apenas os idosos que ganham conhecimento acadêmico, mas os jovens, que adquirem uma das experiências mais importantes para alguém, a de vida. 

O Centro Universitário Una, e seu lema de Transformar a Vida Pela Educação, proporciona aos idosos a partir de 60 anos, uma oportunidade para aprenderem assuntos novos, estarem inseridos em algo, conhecer pessoas, viver experiências, tudo isso, contribuindo para uma qualidade de vida, são esses vários benefícios tanto para a mente quanto para o corpo.

O programa Universidade Aberta à Pessoa Idosa Una, teve início na Una Contagem no segundo semestre de 2013, surgiu com um Projeto de Extensão coordenado pelo então professor Cleber Jovino da Silva, com o principal objetivo de atender às diversas demandas do público idoso da cidade, bem como de instituições prestadoras de serviços, e também a política pública voltada para os maiores de 60 anos.  O projeto teve uma natureza multidisciplinar e contava com a participação de outros campus da Una.

Atualmente, dentro da Rede de Apoio ao Envelhecimento Ativo, coordenado pela professora Érica Oliveira, existem três projetos, Escola da Maturidade Núcleo de Atenção contra Violência e Plenitude 60+ , hoje o Jornal Contramão apresenta a Escola de Maturidade..

 

Escola da Maturidade

A Escola da Maturidade, como é conhecida a parte do programa responsável por cursos e oficinas oferece:

  • Prevenção contra Acidentes Domésticos: com duração de 3 semanas, este curso discute os acidentes domésticos mais comuns entre o público 60+, ensina como preveni-los e o que fazer caso ocorram. É um curso com informações essenciais para toda a família.

 

  • Nutrição para Idosos: com duração de 3 semanas, este curso traz de forma prática informações importantes para a nutrição do idoso, tira dúvidas sobre diversos tipos de alimentos, dá dicas de como ter uma alimentação saudável e de custo acessível, entre outros assuntos.

 

  • Espanhol: com 4 semanas de duração, traz o básico do idioma buscando ajudar o idoso a se apresentar, lidar com vocabulário em viagens e restaurantes, entre outros.

 

  • Cultura e Arte: com duração de 4 semanas, trabalha com vários aspectos da arte, com foco na música. Neste curso os idosos são estimulados a criar sua própria contribuição artística.

 

  • Memória e História: com duração de 4 semanas, faz uma viagem entre memória individual e coletiva através da história da mídia, com foco em rádio e TV.

 

As aulas são lecionadas por um professor especializado na área de atuação em parceria com um bolsista.

Prevenção Contra Acidentes Domésticos

No curso de Prevenção Contra Acidentes Domésticos, é ensinado ao idoso ser o protagonista do autocuidado, prevenindo os temidos acidentes domésticos. São passados exercícios práticos de fortalecimento muscular, tem o controle adequado da medicação de uso contínuo através de um “Check list medicamentoso”, além de dicas como a importância de se atentar aos calçados utilizados no cotidiano, como fator fundamental na prevenção de quedas. São apresentadas estratégias para manter uma casa segura, como reagir a uma situação de queda ou em caso de urgências. 

Todo esse aprendizado é oferecido com o uso de metodologias didáticas, com a finalidade de proporcionar mais acesso e compreensão para os idosos. Dentre elas, infográficos, mapas mentais, leitura interativa, vídeos explicativos legendados e encontros síncronos. 

Aline leciona no curso e em suas aulas os alunos têm a oportunidade de compartilhar suas experiências em turma. A professora que sempre foi apaixonada pela área da gerontologia acredita que a maior dificuldade que alguns apresentam é com relação à tecnologia, tal como abrir um material, mas ela e a bolsista Vitória que a acompanha, fazem de tudo para tornar a experiência mais fácil para eles.

Poucos são aqueles que tiveram a oportunidade do ensino superior, apesar disso estão em constante disposição para aprender, sempre tiram suas dúvidas, inclusive, ajudando Aline a  implementar novos recursos nas suas aulas.

“O curso prevenção, por exemplo, a gente tinha as principais causas que poderiam gerar acidentes domésticos, só que não tínhamos algo relacionado a acidentes com animais peçonhentos, na última turma uma idosa falou que trocando sua plantinha de lugar uma centopeia foi no pé dela, então pensamos vamos tentar incluir também no curso”, conta Aline.

Para ela dar aula a idosos é uma constante troca, ela aprende com eles da mesma forma que ensina, a professora sabe que nem sempre os idosos vão conseguir absorver 100% do que ela passa, mas já é um sucesso a tentativa.

“A sensação de dar aulas a eles é muito boa, e eu falo que dinheiro nenhum paga quando você ajuda pelo menos um deles, uma dica que você dá que às vezes muda a rotina deles, é incrível”, completa ela. 

Os estudantes extensionistas participantes do projeto, têm a oportunidade de aplicar os conhecimentos já adquiridos, aprender novos conhecimentos, e desenvolver a formação humana e a cidadania.

Vitória de Sousa Freitas, tem 21 anos, está no 8º período do curso de enfermagem na Una e iniciou no projeto em maio deste ano. Ao lado de Aline ela participa como bolsista do curso ‘Prevenção de Acidentes Domésticos”, para ela a sensação é de “quero mais”. 

“Ter a honra de participar e contribuir com este projeto é indescritível, os idosos são extremamente sábios, e ao mesmo tempo que ensinamos, aprendemos muito com eles. Contribuir mesmo que minimamente em proporcionar um envelhecimento saudável a eles é muito gratificante. Há de se considerar também o contexto pandêmico em que estamos inseridos, e que esta população é um grupo de alto risco, certamente ficaram afastados de familiares e entes queridos, na tentativa de seguir o isolamento social, e com isso a sensação de ter contribuído com eles para manutenção da saúde mental e física, mesmo que pelo Whatsapp é única e emocionante”, compartilha a jovem. 

Vitória ainda relata como a sua participação no projeto é fundamental em sua formação universitária, nos currículos acadêmicos os estudantes são contemplados com disciplinas teóricas e práticas, mas o Prevenção de Acidentes Domésticos permitiu a ela presenciar a prática real desta população, tendo a oportunidade de intervir em seu contexto de vida. 

“Com o projeto criei senso crítico em analisar todos os fatores que contribuem para a saúde do idoso, sua avaliação multidimensional, e preparar assim as melhores metodologias, estratégias para alcançar nosso objetivo, que é promover uma terceira idade ativa e com pensamento crítico, sendo capazes de promover seu próprio autocuidado, como por exemplo, para prevenir os Acidentes Domésticos. É uma experiência riquíssima, eu aprendo todos os dias alguma coisa nova com os idosos, é uma troca imensa ”, completa a futura enfermeira. 

 

As aulas

Antes da pandemia, as aulas eram presenciais nos campus da Una em BH e Contagem, sempre no turno da tarde. Atualmente, o programa teve que se adaptar para os ambientes virtuais, e os cursos agora são ministrados pelo WhatsApp, com encontros síncronos via Meet. 

Tânia Alves, é coordenadora da Escola, e acredita que um programa como esse tem grande importância tanto para os idosos quanto para os alunos, para a terceira idade ele traz novos conteúdos, proporcionam interação entre eles e é um ambiente de acolhimento e troca de experiência intergeracional.

Já para os alunos, eles têm oportunidade de aprender novos conteúdos com os professores que os orientam e com os idosos, além de poder ser uma oportunidade acadêmica para desenvolvimento de artigos científicos, entre outras produções. 

“É uma experiência enriquecedora. Acolhemos e somos acolhidos. Os idosos são muito ativos, participativos e interessados, o que torna os cursos dinâmicos e produtivos. A relação é de respeito, paciência e admiração entre idosos, coordenação, professores e bolsistas. É gratificante estar envolvida nesse projeto”, compartilha a coordenadora.

Como participar

Para participar da Escola da Maturidade, a pessoa precisa ter 60 anos ou mais, as vagas são oferecidas preferencialmente para moradores de Belo Horizonte, sendo as remanescentes destinadas para aqueles que residam em outras localidades. 

É seguida a ordem de inscrições para montagem das turmas que são abertas sucessivamente. Para cada turma são 30 vagas.

As inscrições podem ser feitas pelo link.

 

Bate-papo com Thais Morais Trindade

Thais Morais Trindade, é uma pessoa curiosa e atenta, principalmente aos ruídos “fico de olhos e ouvidos abertos, dispostos, entusiasmados e sempre prontos”, conta ela.

A senhora é repleta de amigos que assim como ela pensam que “educação e conhecimento é tudo de bom”, e que o convívio os aproximam e impulsionam. Com toda essa vontade de viver, ela e sua turma começaram na Universidade Aberta da FUMEC, que oferecia, às pessoas acima de 55 anos, um projeto com um formato interessante de educação.

“Nos chamou a atenção, foi gratificante, enriquecedor e inesquecível, ganhei mais alguns amigos, que conservo até hoje, porém, devido a não continuidade do projeto, migramos para a PUC, que também oferecia projeto semelhante, mas com formato diferenciado, menos diversificado e com menos conteúdo”, relembra Thais

Foi então que depois de outra procura Thais aterrissou na Una, aceitando um novo desafio. “É sempre bom trocar experiências. As provocações despertam ações e possibilidades”, pontua a aluna super participativa dos cursos da Rede de Apoio ao Envelhecimento Ativo e ressalta: não pretendo sair tão cedo!

Em entrevista ao Jornal, Thais relata um pouco de sua experiência com os cursos.

 

1. Dentro do programa, com quem você já teve aula e quais foram os cursos feitos?

Antes de fazer parte do Instituto Ânima, foi na UNA Linha Verde que tive o privilégio de conhecer a Érica Oliveira e tê-la como professora de informática. Pessoa com muitas virtudes, energia positiva, dedicada e atenciosa que me cativou e logo entrei em sintonia, pois me senti acolhida e segura. Desde então, não parei mais. 

Recentemente participei de três cursos: Espanhol , Nutrição e Memória e História.

2. O que você aprendeu nestes cursos?

No Espanhol aprendi que ainda tenho tempo para sonhar e viver grandes aventuras e diversidades culturais. 

A Nutrição me fez priorizar a saúde com decisões assertivas para uma boa qualidade de vida. Ficar atenta às armadilhas e estereótipos. 

Em Memória e História me permiti, através da tecnologia, fazer viagens virtuais, e reviver fases da vida, com emoção e superação. Refletir sobre as escolhas. Valorizar as oportunidades, esforço e desempenho pessoal e coletivo. 

Aprendi também sobre a importância da inclusão. Me adaptar a uma nova linguagem e novo formato de aprendizado, me aproximando do “Mundo das Novas Tecnologias”. E como o desafio bateu na minha porta, resolvi abrir e superar o “Receio”, sair da zona de conforto, me conectar, explorar, aprimorar e expandir.

3. Você teve alguma dificuldade? Se sim, qual?

Um pouco com a tecnologia. Confesso não ter tanta habilidade com máquinas, não são a minha preferência. Gosto de calor humano, olho no olho. Sinto falta do presencial. Mas me convenci que seria inevitável. A resiliência me salvou! 

4. Qual a importância que a Universidade Aberta à Pessoa Idosa teve para você?

Foi uma virada de chave. A Una estava de portas abertas à minha disposição, então eu não poderia perder a oportunidade de entrar e usufruir de toda estrutura física, tecnológica e humana, com profissionais prontos para me receber de braços abertos, ouvir minhas dores, aumentar minha autoestima, me carregar no colo e acreditar em mim, além de poder dividir tudo isso com amigos e colegas.

5. Além do aprendizado do curso, o que essa experiência levou para você?

O pulo do gato. Ser simples e ter sempre Deus por perto, priorizar a natureza e a sustentabilidade. 

Para reflexão:

“As respostas encontramos nos livros, mas as soluções, só na natureza”. 

Viver um dia de cada vez, sabendo que tudo é transitório. Somos eternos mutantes. Não deixar a página em branco, continuar escrevendo e “Ser Protagonista da própria história”.

Compreender e encarar com dignidade, calma e otimismo o caos e as adversidades, assumindo falhas e responsabilidades, sem julgar que “só o outro é culpado”. Parar e observar pessoas que, com emoção, tomam decisões assertivas, que respeitam, prezam e entendem que a qualidade de vida faz toda a diferença na saúde física e mental de uma nação.

Ter argumentos que justifiquem que ainda vale a pena acreditar que cada um possa fazer a sua parte e contribuir de alguma forma. Que existem pessoas dispostas a encontrar soluções e se unir a elas. 

A minha experiência de vida e profissional me leva a crer que bons profissionais (empregados ou patrões, públicos ou privados), são agentes catalisadores, intermediários e facilitadores, com o propósito de servir e apresentar a qualquer cidadão, em qualquer situação a melhor ferramenta e o melhor caminho para potencializar a eficácia do resultado.

6. Qual a sensação de saber que tem pessoas que se importam com o bem estar de vocês?

Gratidão. Tenho acompanhado a trajetória da UNA/Instituto Ânima, através da mídia, internet e ações. Novas parcerias, novos e audaciosos projetos, e com isso, “Nós 60 +”, somos privilegiados e beneficiados com a ampliação das opções de cursos e eventos.

Me sinto orgulhosa de ser colaboradora e fazer parte deste universo de possibilidades, podendo contribuir com ações e divulgações que possam agregar, despertar interesse e motivar pessoas a não desistir e continuar investindo em educação e conhecimento.

Não se esqueçam: 

” Pessoas que ajudam pessoas, se ajudam e ajudam pessoas como você e eu”.

Simples assim!

 

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Por Keven Souza

A cinematografia sempre foi uma área vulnerável no Brasil. As repressões políticas e sociais que marcam a história do cinema nacional são intimidantes e tem afetado, ao longo dos anos, a forma de documentar e expor com contundência a realidade social no país. O Cine Belas Artes ou Belas, como é carinhosamente conhecido, é um dos últimos cinemas de rua em Belo Horizonte, que veio a enfrentar desafios financeiros e problemas internos que dificultaram, por um longo período de tempo, a função de levar arte aos amantes do universo audiovisual.

Neste ano de 2021, o Centro Universitário Una entrou com ordem de patrocínio ao Belas com intuito de proporcionar melhorias no local e permitir a reabertura do espaço para o público. A parceria tem conectado o cinema aos diversos aparelhos culturais do Circuito Liberdade, ao trazer esperança e alívio de continuar as atividades relacionadas à disseminação da cultura pela capital mineira, além de estender o local às atividades de extensão relacionadas à Una. Por isso, de vizinhos a parceiros, o Cine Belas Artes agora é Una Cine Belas Artes!

 

O Una Cine Belas Artes 

Localizado no coração do bairro de Lourdes, na região centro-sul de Belo Horizonte, o cinema possui um público diverso e fiel, que encanta frequentadores há mais de 29 anos, com seu espaço de café e livraria, além de três salas de cinema, como ponto de encontro para prosear ou manter uma conversa casual. Seu prédio, que abrigou alunos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), já foi a sede do Diretório Central dos Estudantes, e se tornou no ano de 1992, a referência cinematográfica da cidade: o Una Cine Belas Artes. 

Ao partir do pressuposto que o cinema que é de fato, hoje, constituído a sétima arte do mundo mais atrativa e passiva de entretenimento, o Belas é um espaço comprometido com grupos, eventos e movimentos estruturados, como um modelo de cinema alternativo que possui papel imprescindível na disseminação da cultura, como repertório artístico, ao usar de um reduto de filmes independentes, de arte, para propagar o que há de mais importante na cinematografia brasileira e mundial. Sua grande tela é um dos estilos de arte mais importante para humanidade, capaz de comunicar histórias ou pensamentos e opiniões, que podem criticar a sociedade ou até moldar comportamentos.

Em sua essência é característica a democratização do acesso à cultura, que por ser um cinema de rua, oferece ingressos com preços acessíveis e uma variedade de filmes de baixa circulação que o permite ecoar nas diferentes camadas sociais e econômicas ao proporcionar entradas que variam de 12$ a 25$, sendo menos excludente e mais inclusivo comparado aos cinemas constituídos nos complexos comerciais, como os shopping centers, que os ingressos podem chegar até 40$. 

André Flausino de Oliveira, professor de língua portuguesa e frequentador há mais de 20 anos do Belas, diz que o fato do cinema de rua ser acessível a camadas menos favorecidas da população é de vital importância para a perpetuação da cultura cinematográfica, sobretudo no que se refere aos filmes de arte. “O Belas é sem dúvida um marco de resistência em relação a tantos cinemas de rua maravilhosos que devido à crise e especulação financeira tiveram suas portas fechadas e que hoje existem apenas na memória de seus espectadores”, ressalta. 

Segundo ele, sua relação com o cinema é intrínseca, possui inúmeras lembranças relacionadas ao seus encontros no espaço. Uma delas aconteceu em 2019, quando ao lado de sua colega de trabalho Fernanda Mayrink, que é professora de física, pôde levar os alunos do terceiro ano do Instituto de Educação de Minas Gerais para assistir um documentário inspirado em uma crônica de Caio Fernando Abreu. “Foi sem dúvida uma alegria poder proporcionar esse momento privilegiado aos nossos alunos”, diz André.

Professor André com seus alunos na entrada do Belas

E, afirma que, os filmes apresentados geraram reflexões e impactos positivos na sua forma de ver o mundo. “Tenho um carinho imenso por esse cinema. Já assisti inúmeras produções impactantes e que me marcaram para sempre! É um espaço fundamental na vida cultural dessa cidade”, desabafa o professor.

 

Percalços imposto pela pandemia

Ao longo da história o cinema foi um dos meios artísticos que mais usufruiu da criatividade em tempos de tecnologias esparsas e hoje, mais uma vez, encontra-se obrigado a ser criativo e se reinventar diante o cenário pandêmico nestes dois últimos anos. 

A prática de ir ao cinema, que antes era um dos programas de lazer mais tradicionais, foi afetada pela pandemia que estimulou o fechamento de inúmeras salas dos mais variados cinemas do país para coibir as sessões pela pequena distância entre as poltronas e a pouca ventilação no ambiente, o que trouxe como resultado o desfalque de rotatividade e permitiu ao setor de cinema, ficar escasso e sem alternativas para voltar a faturar. 

No caso do Belas – fechado desde março de 2020 e que vinha enfrentando momentos difíceis mesmo antes deste período sensível, criou-se em setembro uma campanha de financiamento coletivo para poder arcar com dívidas, impostos e outros custos, mas com desafios econômicos para se manter aberto e continuar as exibições, ao se somar com os impasses envolvidos por ser um cinema de rua, formou-se um cenário ainda mais complicado que permitiu a situação se agravar durante a pandemia. “Infelizmente vivemos em um país cujos governantes não valorizam a cultura de modo geral e com o cinema não seria diferente”, diz André Flausino, em relação às dificuldades do Belas durante a pandemia.  

 

De vizinhos a parceiros 

Apesar de estarem próximos, este é o primeiro passo em conjunto entre o Centro Universitário Una e o Belas, a parceria, em formato de patrocínio, foi noticiada logo no início deste ano de 2021, mas a princípio aconteceu entre outubro e novembro de 2020, quando o cinema, fechado a alguns meses, começou a comunicar ao público algumas dificuldades financeiras e resolveu desenvolver algumas campanhas de financiamento coletivo. 

O que chamou a atenção da faculdade e desencadeou a proposta do patrocínio promovido pelo Grupo Ânima, que é responsável pelo Centro Universitário Una, que hoje, além de dar o devido suporte para o cinema permanecer aberto e continuar suas atividades, vem para custear melhorias no espaço nas salas em relação a substituição de poltronas, adequação da fachada e banheiros, pintura de mural, entre outros. Além disso, o apoio é também de grande valia para a comunidade escolar ao aproximar todo o complexo acadêmico envolvido na Cidade Universitária da Una, em prol de estreitar os laços entre a faculdade e o cinema como um movimento orgânico e único. 

Em frente ao Belas, com afinidade geográfica, a Una Liberdade é o campus destinado a ser vizinho do cinema e que tem partilhado, muito antes da parceria, de aspectos concepcionais e culturais ao ser constituído pelos cursos relacionados a área da Cultura, Comunicação Social e Artes. Pedro Neves, que é diretor do campus Liberdade, diz que a colaboração entre ambas organizações é uma oportunidade ávida para os alunos e frequentadores do campus explorarem na essência, as ideias, como uma forma de conhecer a parte parte business da cultura. 

“A parceria é revigorante, para o campus da Liberdade é uma tela em branco para se explorar, indo além de uma ação comercial relacionada ao financeiro e a sustentabilidade própria do cinema, ao abrir um leque de diálogo entre o acadêmico e o mundo real”, diz Pedro sobre a importância da parceria para o campus da Una Liberdade.

Neves afirma que estão por vir inúmeras ações e atividades como resultado do patrocínio e que todas elas estarão associadas ao posicionamento da Una, para que de o ensejo a Belo Horizonte de compreender de forma clara e objetiva a função dos pilares da instituição e a importância desses valores para qualquer instituição de ensino. “Digo que os pilares da Una – a empregabilidade, a diversidade e inclusão e o acesso, precisam estar mobilizados, não necessariamente em todos os projetos, mas tocados para mostrar que o espaço em que a Una está inserido envolve ações que reforcem o nosso posicionamento”, explica o diretor. 

A parceria também faz parte das ações relacionadas aos 60 anos da Una comemorados neste ano e permitirá aos alunos, a partir de agora, usufruírem do espaço do Belas para atuarem, além da sala de aula, como uma injeção de ânimo para as práticas extensionistas. O que reforça os elementos do pilar da empregabilidade, ao dar abertura aos estudantes de participarem de forma direta, especificamente aqueles que são da área de Comunicação Social ou da Arte, e utilizar do espaço como meio de exibição dos trabalhos envoltos a produção de filmes de curta a longa-metragem, mostra culturais, entre outros eventos. 

Para a estudante Milena Prado Bárbaro, que cursa Cinema e Audiovisual na Una, por meio da parceria haverá a oportunidade dos alunos se aproximarem, na íntegra, com o hábito de ir ao cinema e vivenciarem algo diferente do que se é fornecido nas plataformas de streaming hoje em dia. Além disso, está ansiosa para o retorno presencial para que o cinema possa fomentar um espaço de encontro, de ideias e projetos institucionais. “Os projetos nesse espaço podem ser bem interessantes para quem está estudando Cinema e Audiovisual e estou ansiosa para ter acesso a essas possibilidades”, diz a universitária. 

A estudante acredita que o Belas é um dos locais de maior relevância no quesito de espaço cultural em Belo Horizonte, que estaria a perder sua essência artística se não fosse através do patrocínio fornecido pelo Grupo Ânima. “Durante os últimos meses acompanhei as dificuldades do Belas para manter as portas abertas em meio a pandemia e seria uma enorme perda para a cidade encerrar as atividades de mais um cinema de rua”, explica Milena. 

Por definição, o Una Cine Belas Artes é o ponto de encontro entre a essência das duas organizações, é o alto comprometimento com a cultura e a solene responsabilidade de dialogar com práticas de resistência, vivência e liberdade. É em síntese, a cooperação fomentada pelo acreditar, de ambas, no poder do cinema de rua como instrumento influente que ecoa nas diferentes camadas sociais para construção de identidades e valores, que transforma as distintas realidades que se pode encontrar no ambiente urbano por meio da arte. 

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Por Daniela Reis 

Esse ano completam-se duas décadas dos atentados terrotistas que derrubaram as torres gêmeas do complexo World Trade Center, em Nova York, causando a morte de cerca de 3 mil pessoas.

Os atentados foram cometidos por 12 homens da rede Al Qaeda, que desviaram quatro aviões comerciais para atirá-los contra os símbolos econômico, militar e político dos Estados Unidos.

Dois aviões foram lançados contra o World Trade Center e um terceiro contra o Pentágono, perto de Washington DC.

O quarto avião provavelmente tinha como alvo o Capitólio, sede do Congresso, ou a Casa Branca, mas após a intervenção dos passageiros, a aeronave acabou caindo na zona rural de Shanksville, na Pensilvânia.

As imagens da colisão das aeronaves nos grandes edifícios foram transmitidas ao vivo para todo mundo, sendo também um marco de cobertura da imprensa internacional.

Quem foram os autores do ataque?

O atentado de 11 de setembro foi realizado pela organização terrorista conhecida como Al-Qaeda. Essa organização surgiu no final da década de 1980, durante a Guerra do Afeganistão, e tinha em Osama bin Laden um de seus fundadores e seu líder.

Outro nome importante na organização do atentado foi o de Khalid Sheikh Mohammed. Ele é considerado o arquiteto do ataque e atualmente está preso à espera de julgamento pelo seu papel no 11 de setembro. Acredita-se que o julgamento de Khalid deverá acontecer em algum momento de 2021.

 

Motivações para o ataque

Podemos considerar que o grande motivo do ataque foi o extremismo de Bin Laden e sua organização. Esse extremismo considerava os Estados Unidos como um grande inimigo por causa da presença de tropas americanas no Oriente Médio. A relação de Osama Bin Laden com os Estados Unidos remonta à década de 1980.

No final da década de 1970, motivados pelo contexto da Guerra Fria, os americanos passaram a investir em forças de oposição no interior do Afeganistão. O objetivo era enfraquecer o governo comunista daquele país e forçar os soviéticos a intervir na situação (a ideia era fazer a União Soviética gastar recursos em uma guerra).

Os americanos passaram a apoiar grupos reacionários do interior do país, que passaram a receber dinheiro e armas dos EUA. Esses grupos, conhecidos como mujahidin, convocaram um jihad contra os soviéticos – depois que o Afeganistão foi invadido pela URSS – e começaram a defender ideias conservadoras, o que resultou em fundamentalismo islâmico. No curso da guerra, Osama Bin Laden foi convocado a aderir à guerra e, por isso, foi para o Afeganistão.

No final da década de 1980, Bin Laden resolveu estender sua luta contra os infiéis para fora do Afeganistão e, por isso, participou da criação da Al-Qaeda. Até aqui, a relação de Bin Laden com os americanos era ótima, mas veio a Guerra do Golfo e tudo mudou.

Em 1990, o Kuwait foi invadido pelo Iraque, e a família real kuwaitiana foi abrigada em Riad, capital da Arábia Saudita. A situação azedou as relações entre sauditas e iraquianos e colocou no ar a possibilidade de invasão do território saudita pelas tropas iraquianas. Bin Laden, aproveitando-se disso, ofertou ao governo saudita as suas tropas (da Al-Qaeda) para proteger o território da Arábia.

Os sauditas, por sua vez, recusaram o apoio de Bin Laden e aceitaram a ajuda dos norte-americanos. Bin Laden considerou isso uma grande ofensa, afirmando ser um sacrilégio o fato de “infiéis” estarem protegendo o solo sagrado da Arábia Saudita. Ele afirmava que o solo saudita estava sendo profanado. Assim, Bin Laden desenvolveu um ódio profundo pelos EUA.

Essa situação levou Bin Laden a ser expulso da Arábia Saudita e, por isso, refugiou-se no Sudão e, depois, no Afeganistão, local onde a Al-Qaeda organizou o ataque contra os Estados Unidos como forma de vingança.

Bin Laden, líder da Al-Qaeda

Consequências 

O atentado de 11 de setembro gerou uma grande comoção nos Estados Unidos, e a reação do governo norte-americano foi imediata. Em outubro de 2001, o exército americano iniciou a invasão do Afeganistão. O objetivo era derrubar o Talibã, o governo (também de orientação fundamentalista) que havia dado abrigo à Al-Qaeda.

A invasão realizada pelos americanos derrubou o Talibã, mas até hoje não normalizou a situação do país. Atualmente ainda existem combates no Afeganistão contra tropas do Talibã, que procura recuperar o poder. A consequência dessa invasão para o Afeganistão foi que, entre 2001 e 2016, só entre civis, cerca de 31 mil pessoas morreram.

No caso dos Estados Unidos, as normas de segurança de voos comerciais tornaram-se extremamente rígidas, e o país tomou medidas duras para combater o terrorismo. Por essa razão, foi criada uma lei chamada de Ato Patriota, que, posteriormente, foi substituída pelo USA Freedom Act.

Em 2 de maio de 2011, os Estados Unidos (EUA) anunciavam a morte do terrorista Osama Bin Laden. O ex-líder da rede terrorista Al-Qaeda foi morto durante uma operação realizada na cidade de Abbottabad, localizada próxima a Islamabad, capital do Paquistão.

A operação foi realizada sob sigilo pela tropa especializada da Marinha dos EUA. O local em que estava Bin Laden não tinha acessos de comunicação, como telefone e internet. Era uma casa maior que as demais da região, onde moravam mais de 20 pessoas.

A operação levou 40 minutos no total. E a tropa chegou ao lado de fora do complexo em dois helicópteros. Além de Bin Laden, uma mulher e três homens, incluindo um filho, são mortos. O corpo de Bin Laden é identificado por uma de suas esposas e por um teste de DNA. Osama Bin Laden foi sepultado no Mar Arábico, dentro de 24 horas, de acordo com a lei islâmica.