Artes plásticas

Turista atravessa de uma margem a outro o Rio São Francisco a pé nas cidades de Pirapora e Buritizeiro.

O Núcleo de Convergência de Mídias (NuC), em comemoração ao Dia da Fotografia, 19 de agosto, apresenta a mostra Fragmentos de um encontro com o Velho Chico, de Jaqueline Dias. A exposição retrata os ribeirinho e pescadores das cidades de Januária e Pirapora, norte do estado de Minas Gerais, em meio a seca do rio São Francisco que começou em 2014, a pior em cem anos. A imersão nessa realidade possibilitou a autora o encontro com a população local, sua relação com rio e com a terra, a sobrevivência.

A mostra fotográfica está em cartaz no Hall de entrada do Campus Liberdade, a partir desta quarta-feira, 19, e vai até  26 de Agosto. A exposição pode ser visitada das 10h às 22h. Jaqueline Dias nasceu em Ouro preto (MG), é fotógrafa formada em Arte Contemporânea e graduada em Cinema, pelo ICA/UNA. O trabalho foi orientado pela professora Nelma Costa.  

Como forma de refletir sobre as diversas modos de percepção e facilitar o acesso a obras de arte, a exposição “Sentidos”, do escultor mineiro Leandro Gabriel, marca a comemoração dos 50 anos do Setor Braille na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa.

De acordo com a Assessoria da Biblioteca, a experiência sensorial é algo único e passa despercebido por quem se firma em enxergar apenas com os olhos, e ver apenas com os olhos é uma ação muito limitada com base no que os sentidos podem oferecer.

Serão exibidas oito obras, sendo sete delas inéditas, parte do acervo particular do artista Leandro Gabriel, que, apesar do aspecto rústico, transmite delicadeza em suas criações. Quem não puder ver a textura sentirá por meio do tato.

A mostra faz parte da celebração dos 50 anos do Setor Braille da Biblioteca que, nesse período, facilitou o atendimento ao deficiente visual na orientação de pesquisas e estudos para o acesso à informação e à literatura por meio de audiolivros e obras em braille.

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Estantes de livros no Setor Braille da Biblioteca Pública Luiz de Bessa

A exibição foi idealizada pelo coordenador do Setor Braille, Glicério Ramos, e pelo coordenador das Galerias de Arte da Biblioteca, Ricardo Girundi. “Devemos mudar a forma de ver a arte no Brasil. Precisamos criar exposições nas quais se transmitam às pessoas a essência das obras que não podem ser vistas por deficientes visuais”, ressalta Girundi. O coordenador ainda enfatiza o objetivo da mostra, que é torná-la mais interativa no uso de outros sentidos, seja por meio da fala, do toque ou do cheiro.

As obras ficarão expostas até 11 de julho, no segundo andar da Biblioteca Pública Municipal Luiz de Bessa (Praça da Liberdade, 21 – Funcionários, Belo Horizonte/MG). A entrada é gratuita.

 

Texto e Fotos: Victor Barboza

IMG_4294Hoje, dia 26, começou o TipCOM − evento de comunicação organizado pela Cria-UFMG.

Serão três dias de palestras, oficinas e bate-papos sobre as diferentes formas e plataformas de comunicação.

O evento foi inaugurado pelo quadrinhista e diretor de animação, Juliano Enrico. A palestra de Enrico foi sobre o desenho animado “Irmão do Jorel”, de quem é o showrunner (criador, roteirista e diretor de animação). “Eu tinha as ideias, mas não tinha um projeto. O ‘Irmão do Jorel’ começou há dez anos, na revista ‘Quase’. Tudo aconteceu muito devagar. Foi uma jornada até chegar a animação”, disse Enrico.

Depois, quem subiu ao palco foi a designer gráfica, Bianca Reis, criadora do quadrinho “Anna Bolenna, a perturbada da corte”. “Eu só sabia desenhar os personagens ou de frente ou de perfil, mas isso não me impediu de continuar”, começou Reis. “Eu fui vender o fanzine − publicação em xerox de trabalhos alternativos − e alguns dias depois recebi um e-mail com uma mulher dizendo que eu estava difamando a Anna Bolenna com meus quadrinhos! A própria Bolenna se difamou naquela época mesmo, eu não tenho nada a ver com isso!”, concluiu Reis, com a plateia rindo.

O TipCOM é uma oportunidade para pessoas que têm ideias, mas que têm receio de investir e de perguntar para quem investiu nos próprios sonhos.

A galeria Mama/Cadela realiza a abertura da exposição Trahere, do artista multimídia Bruno Duque, idealizador e coordenador do Coletivo Diametral (2014), hoje (22), às 19 horas.

A equipe do Jornal Contramão conversou com Duque sobre a produção artística em Belo Horizonte e sobre suas expectativas para a Mostra.

CONTRAMÃO

Para você, qual é o papel que a arte abstrata exerce sobre as pessoas? É um exercício de reflexão?

BRUNO DUQUE

A arte abstrata é muito diversificada. Houve muitas correntes históricas que se desdobraram de formas muito diferentes. Desde obras muito carregadas emocionalmente, até obras puramente racionais. A arte abstrata é muito potente, não só como conjunto de formas e configurações de cores, mas também de ideias, expressões, emoções e outros. É difícil falar sobre o efeito da arte abstrata sobre as pessoas porque os artistas que trabalharam neste âmbito aprofundaram muito em suas pesquisas, conseguindo resultados muito importantes e aumentando ainda mais as possibilidades criativas. Quanto à pergunta sobre se a arte abstrata é um exercício de reflexão, tenho certeza que toda arte é um exercício de reflexão, sendo que algumas exigem maior concentração, enquanto outras são mais arrebatadoras.

CONTRAMÃO

Você, como artista multimídia e idealizador do recente Coletivo Diametral, enxerga BH como um polo artístico? Em sua opinião, a cidade está crescendo ou não no que se diz respeito à produção artística e cultural? Por quê?

BRUNO DUQUE

 Acho que Belo Horizonte é um polo artístico, sim. Esta cidade sempre teve grandes artistas e sempre terá. Não acho que a cidade tenha muita participação no mercado e acho que tem muita produção mais tímida pela própria dificuldade que os artistas encontram em participar do circuito, mesmo do circuito local de Minas. Em comparação com outras cidades em outros estados do Brasil, Belo Horizonte precisa ser mais aberta e, principalmente, mais convidativa para jovens artistas, dando-lhes mais oportunidades.

CONTRAMÃO

Qual é a essência da exposição Trahere? Há alguma mensagem ou sentimento fundamental que você deseja passar para o público? Se sim, qual?

BRUNO DUQUE

A exposição Trahere é muito cerebral. Eu só quis fazer uma coisa “bonita” para também poder falar sobre beleza, mas por trás da estética das obras tem muitos questionamentos e muitos paradoxos desvelados. Cada obra tem um diálogo extenso com a história da arte. Mas ao invés de deixar claro os meus embates com a obra, eu prefiro criar algo que possa levantar muitas questões para pessoas diferentes. De certa forma, não é a pergunta que importa, e sim a interrogação. Minha produção é uma tentativa de oferecer uma interrogação para que cada um faça sua própria pergunta.

CONTRAMÃO

Quais são suas expectativas em relação à exposição Trahere?

BRUNO DUQUE

Eu estou muito feliz em poder mostrar este trabalho, pois é uma exposição individual, e sendo assim eu pude ter todo o controle. Espero receber muitas críticas. Espero que muita gente possa vê-la. E eu gostaria que algum dia minha produção servisse de influência para outros artistas (mas não só aos artistas). Acho que a riqueza da arte é exterior ao indivíduo. É uma coisa da humanidade toda. Estou amadurecendo muito meu trabalho ainda, mas luto para algum dia fazer diferença, pois essa é maior coisa que uma pessoa pode conseguir.

O Mama/Cadela fica localizado na Rua Pouso Alegre, 2.048, Santa Tereza. A exposição fica no espaço do dia 23 de maio a 24 de junho, e o bate-papo com o artista ocorre no próximo domingo, 24, das 15h às 17h. A entrada é gratuita.

Por Gabriel da Silva

Confira alguns dos eventos para este final de semana na região Centro-Sul de Belo Horizonte.  A agenda inclui atrações para todos os públicos entre shows, teatro, dança e exposições.

Dança

Inscrição-Memória-Russa

Performance multimídia resultante do trabalho colaborativo entre Dorothé Depeaw, Maya Dalinski e trio experimental  “Infinito Menos”.

CCB ( Praça da Liberdade, 127, Funcionários). Sexta e sábado ás 19h. R$ 10,00.

41ª Campanha de popularização do Teatro e da Dança

Eles também falam de amor

Direção: Raquel Castro. O universo da artista popular que transformou o papel de bala em matéria-prima para suas obras e sua filosofia de sustentabilidade.

SESC Palladium- Teatro Júlio Mackenzi ( Rua Rio de Janeiro,1046, Centro) Sexta, às 18:30h e às 20:30h. R$10,00.

Toda nudez será castigada

Direção: Kalluh Araújo. Com texto de Nelson Rodrigues, a peça faz uma crítica à família de classe média brasileira, expondo suas visões hipócritas e degradações.

Teatro Francisco Nunes ( Avenida Afonso Pena, centro, ao lado do parque Municipal). Sexta e sábado, ás 20h30; e domingo às 19h. R$15,00

 3 vezes comédia… babado e confusão

Direção:  Ilvo Amaral. Três irmãos gêmeos gays, que vivem como drag queens fazendo shows, brigam se acharem diferentes uns dos outros. Para resolver os problemas, eles relembram fatos de suas vidas.

Teatro Izabela Hendrix ( Rua da Bahia, 2.020, Lourdes). Sexta às 21h, sábado às 21h e domingo às 19h. R$ 15,00

Shows     

Péricles Garcia e Beatriz & a fita

Péricles toca rock, com músicas autorais e covers. Beatriz apresenta músicas próprias e releituras de artistas como Arnaldo Antunes, Karina Bhur e Vanessa da Mata.

CCCP( Rua Levindo Lopes, 358, Savassi). Sexta ás 23h. R$ 30,00

Rock de Férias

Show com as bandas Karbono, Tchowzeen, Reds Band, Asfíxya, Incolor, Black Straight e Mundo Virtual.

Matriz ( Rua Guajajaras,  1353, Centro, 3212-6122). Sábado às 20h. Entrada sob consulta.

Exposições

Presença de Inimá

Mostra composta por 26 quadros, revisita a trajetória do artista mineiro.

Museu  Inimá de Paula ( Rua da Bahia, 1201, Centro). De terça a sábado das 10h às 19h; domingo das 12h às 19h. até 28/02

Família Julião

A mostra é composta por esculturas em madeira esculpidas por descentes de Antônio Julião- o Julião Boiadeiro, escultores qye se destacaram na arte popular da cidade de Prados.

Centro de Arte Popular- Cemig ( Rua Gonçalves Dias, 1608, Funcionários). Terça, quarta e sexta, das 10h às 19h; quinta, das 12h ás 21h; sábado e domingo das 12h ás 19h. Até 15/02

Por Felipe Chagas

Residente no Brasil desde 1971, o pintor espanhol Carlos Carretero, teve suas obras destruídas na segunda-feira, 12. As obras que estavam expostas em seu ateliê no Centro de Cultura Flamenca “Los Del Rocio”, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, foram danificadas e objetos de decoração quebrados. Estipula-se que o valor do dano, no ateliê chegue a R$ 100 mil.

De acordo com o artista, a galeria já havia sido invadida outras vezes, sendo vítima de furtos em certa ocasião, levaram computadores e telefones.  Segundo o pintor, desta vez não levaram nada.

Nos atos de vandalismo, foram escritas frases como “família, paz e sexo”, em alguns quadros do artista.  A obra “Crucificado”, uma das preferidas do autor, recebeu a frase “mais amor, menos crack”, com corações vermelhos.

Para Carlos, as frases são estranhas e sem conexão. “Não há nenhuma relação entre as obras danificadas, destruíram de forma aleatória. Colocaram massa corrida nos manequins e em muitas pinturas. Salas do ateliê foram pichadas com as palavras “Bertini” e “Ber”, acredito que possam ter relação com o autor do ato.”, desabafa.

Segundo Carlos Carretero, estão sendo pensadas medidas para evitar novos ataques. Quando encontrou as obras danificadas e a bagunça no ateliê, foi um choque. Já que não é apenas proprietário, mas também autor das artes. Para ele a primeiro momento foi impactante, mas agora, já olha de outra forma.

Novo olhar

Pensando em mudar o cenário atual do ateliê, Carlos revela um futuro projeto, baseado-se na ideia de um amigo próximo, “ele (amigo) propôs expor as obras danificadas e as fotografias das pichações no ateliê e depois tentar recuperá-las”.

Texto: Victor Barboza
Foto: Ítalo Lopes