Desvendando BH
Lugares pouco conhecidos da capital mineira

Não tem como ela passar despercebida. Um dos cartões postais mais visitados de Belo Horizonte, a Praça da Liberdade é um espetáculo a céu aberto.

Diariamente no local passam milhares pessoas, uma vez que no entorno da praça se encontram quatro importantes avenidas da cidade: Cristóvão Colombo, João Pinheiro, Brasil e Bias Fortes, fazendo com que seja de acesso a diversos locais. Além disso, é bastante comum observarmos pessoas passeando, fazendo caminhadas, visitando o circuito presente no local, namorando ou apenas usando o local como passagem.

A praça foi construída na época em que a capital foi fundada, entre 1985-1987, para abrigar a sede do poder mineiro, criando o Palácio da liberdade e as secretarias.

Nos antigos prédios públicos do entorno da praça hoje funciona o Circuito Cultural Praça da Liberdade, formado por espaços culturais que integram arte, cultura popular, conhecimento e entretenimento. Compõem o circuito o Museu das Minas e do Metal, Espaço TIM UFMG do Conhecimento, o Memorial Minas Gerais – Vale, O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Palácio da Liberdade, Centro de Arte Popular Cemig, a Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, o Arquivo Público Mineiro e o Museu Mineiro.

O conjunto arquitetônico e paisagístico da Praça da Liberdade foi tombado em 2 de junho de 1977 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). A medida contempla, portanto, os edifícios do Palácio da Liberdade e as antigas secretarias de Estado, e se estende aos jardins, lagos, alamedas, fontes e monumentos da praça, bem como as fachadas de diversas edificações do seu entorno.

Ao longo do tempo foram feitas reformas na praça, e hoje observamos um local harmonioso com um fator cultural muito rico. Se você não conhece a praça ainda ou não visitou os espaços culturais, vale muito a pena.

Texto e Foto: Ingrid Torres

Caminhar pela cidade é o que milhares de pessoas fazem a todo o momento. É a rotina parcelada em 365 dias. Será que as pessoas têm consciência da importância de cada rua em que transitam e o quanto aquelas vias representam para sua vida?

A Rua da Bahia é a rua dos frequentadores do Maletta, dos famosos poetas, dos atletas do Minas Tênis Clube, dos casamentos na disputada basílica de Lourdes, dos pipoqueiros, dos escritores da Academia Mineira de Letras, dos estudantes, dos apreciadores dos bons happys hours, dos taxistas, dos moradores, e de todos os caminhantes que, por um momento ou outro, já passaram por ali.

Sem desmerecer a tradição do passado e de tantas histórias – é justo também mostrar a realidade do presente: o que a Rua da Bahia representa no cotidiano atual de alguns caminhantes? É nessa transição do passado para o presente que a rua ganha novos personagens que registram, de um modo invisível, uma parte de sua história nesse espaço urbano das cidades.

Hoje quem caminha com intimidade por ela é o atleta de vôlei Lucas Loyola, 19 anos, mineiro da cidade de Gouveia, interior do Estado, que desde os 15 anos sobe e desce Bahia todos os dias. Com passos tranquilos e um olhar sereno, Loyola transmite maturidade de quem sabe aonde quer chegar. O atleta acorda cedo, toma café da manhã em casa e se prepara para o treino no Minas Tênis Clube. A rotina começa com uma caminhada subindo Bahia em direção ao Clube, que dura cerca de 15 minutos. Sai de casa às 10h30. Entra pra treinar às 11h e sai às 14h. Almoça. Desce Bahia pra voltar pra casa. Toma um banho e sobe Bahia de novo pra ir pra Agência, localizada próximo ao Minas Tênis – onde há um ano iniciou uma carreira paralela como modelo.

O atleta considera a rua bem completa porque apresenta várias opções para seu dia-a-dia: “Prefiro caminhar pela Rua da Bahia porque é movimentada – tem lanchonetes, restaurantes e academias funcionando o tempo todo. É uma rua que oferece opções culturais que outras ruas não têm; vejo pessoas de todas as classes sociais”.

Com um sorriso no rosto, Lucas conta que a Rua da Bahia foi a referência: “desde o primeiro dia que cheguei em BH, lembro que estava no centro e saí perguntando onde ficava o Minas – era o dia do meu teste pra jogador de vôlei, e todos respondiam: suba a Rua da Bahia até você ver o Clube”. O atleta hoje mora na Rua Espírito Santo, no centro, paralela à Rua da Bahia. “Mas já morei em Contagem e no bairro Caiçara e meu caminho era o mesmo: descia do ônibus no início da Bahia e subia até o Minas”. Para ele, a Rua da Bahia se tornou “o caminho da roça”.

Por: Juliana Costa e Samara Brasil

Foto: Juliana Costa

Inaugurado em 1957 o Conjunto Arcangelo Maletta faz parte da história da construção da cidade, da bohemia e da cultura de Belo Horizonte. O edifício abriga apartamentos residenciais, bares, sebos, lojas, escritórios entre outros. Isso faz com que o Maletta, assim conhecido pela maioria, seja um ponto de encontro de diversas tribos da sociedade.

Há cerca de três anos à procura pelo edifício cresceu e voltou a ser frequentado por jovens na média de 25 anos que vai em busca do happy hour mais famoso da capital mineira. Além dos bares na calçada entre a esquina Av. Augusto de Lima e Rua da Bahia, há também os que ficam no interior do prédio e os mais recentes da sacada. O mais famoso é a Cantina do Lucas que foi tombado, em 1997, como patrimônio cultural de Belo Horizonte, já recebeu personalidades como Milton Nascimento e o Clube da Esquina.

Mesmo com tanto tempo de existência e história, o Maletta, não perdeu a sua vivacidade apesar da sua aparência remeter a arquitetura antiga. Por esse motivo escolhemos o Conjunto Arcangelo Maletta para ser o tema dessa reportagem multimídia que irar abrigar, uma galeria de fotos, um infográfico interativo, uma entrevista e um vídeo para entender um pouco do cotidiano dessa parte de Belo Horizonte.

Por: Ana Carolina Nazareno e Cássia Maia
Foto: Internet

Nesta segunda-feira, 23, antes do Brasil entrar em campo contra Camarões, a Associação Olímpica (British Olympic Association, BOA) e a Paraolímpica Britânica (British Paralympic Association BPA) realizou em Belo Horizonte uma coletiva de imprensa para anunciar a escolha da cidade mineira como sede de suas delegações para as Olimpíadas e Paraolimpíadas de 2016.

Para o chefe de missão da Associação Olímpica Britânica, Mark England, o sucesso em Londres 2012 só foi possível pelos treinos de alta qualidade, que segundo ele, foi encontrado em Belo Horizonte. “A Associação Britânica Olímpica viaja há dois anos pela a América do Sul a procura de algum centro esportivo adequado para sediar os atletas olímpicos britânicos”. O acordo com a BPA foi assinado na manhã desta terça-feira, 24, no mesmo formato do compromisso já firmado pela BOA em 16 de outubro de 2013, quando foi assinado um Protocolo de Intenções com o Governo do Estado e a PBH.

As instalações que serão utilizadas pelas equipes britânicas serão o Centro Esportivo da Universidade Federal de Minas Gerais e do Minas Tênis Clube, que nesta manhã recebeu a visita do ilustre príncipe britânico Harry.

O secretário da PBH, Camillo Fraga destacou com felicidade a escolha de BH como sede pela equipe britânica. “A cidade de Belo Horizonte possui ótimos centros de treinamento é um orgulho saber que atletas do país que sediou as últimas Olimpíadas treinem em nossa cidade. Londres escolheu Belo Horizonte”, finalizou.

Os atletas britânicos já começaram seus treinos em Minas Gerais este ano, com a presença de atletas olímpicos do remo e canoagem em Nova Lima. O treinamento dos atletas paraolímpicos terá início em maio de 2015. A expectativa é receber cerca de 350 atletas olímpicos e 165 paraolímpicos.

Por João Alves e Bárbara Carvalhaes
Foto: João Alves

A Praça da Savassi tem vivido em ritmo quase carnavalesco durante a Copa do Mundo. Na noite de sábado, 14, o lugar virou palco de comemorações pela vitória da seleção colombiana. O amarelo do uniforme e os gritos de guerra eram constantes, assim como o sorriso dos taxistas e ambulantes que também aproveitavam a festa. O que faltou mesmo foram banheiros químicos espalhados pelo local, de forma que as bancas de jornal se tornavam mictórios para brasileiros e gringos.

De Manchester, o estudante Martin era só amor pelo país da Copa. Chegando em Belo Horizonte há duas semanas, o inglês decidiu ficar mais uma semana depois do jogo da Inglaterra, que acontece no dia 24, terça-feira. Suas palavras são carregadas de entusiasmo, “O que mais me chama atenção em Belo Horizonte é a noite. O pessoal é simpático e hospitaleiro, além de muito bonito. As mulheres são muito bonitas!”. Na noite deste sábado, o que espanta Martin é o grande volume de colombianos.

Aproveitando o forte movimento, ambulantes aumentaram significativamente seus preços: uma garrafa de catuaba costuma ser comercializado de R$ 12 à R$ 15 na região, ontem o preço mínimo eram R$ 20. Luís Gustavo de apenas 14 anos veio de Betim para se embrenhar entre os gringos e aproveitar a oportunidade para faturar. Otimismo é o que define o sentimento do taxista Cláudio: para ele o movimento tende a melhorar, mas desde já considera que o número de clientes aumentou consideravelmente. Para o profissional, a maior dificuldade é relacionada ao idioma e a grande variedade de culturas e línguas que desembarcam em BH, “mas o problema não é tão grave, por que a maioria vem sempre acompanhado de algum brasileiro”, ameniza.

O colombiano Pedro Antônio, que veio de Bogotá para acompanhar a vitória de sua seleção na tarde do mesmo sábado, também elogia os brasileiros, que classifica como uma gente muito gentil e bonita. O torcedor, no entanto, faz uma ressalva, “vocês são legais, mas poderiam estar mais preparados para a Copa”. Em relação ao idioma, ele revela que dificilmente encontra quem fale inglês ou espanhol, mas que os brasileiros são educados e falam devagar, o que facilita a compreensão, e que, portanto, não tem tido muita dificuldade em relação a isso.

Na noite de sábado a Savassi foi invadida pelos torcedores colombianos, o espanhol foi o idioma oficial da noite e os gritos de guerra faziam parecer que em Belo Horizonte a torcida é pela equipe da Colômbia. A falta de banheiros químicos, no entanto, foi o que destoou a festa, espalhando mau cheiro e constrangimentos em toda região. Este carnaval vai se alongar até o final dos jogos da Copa do Mundo, ainda é tempo de acertar as arestas.

Texto: Alex Bessas
Foto: Divirta-se Uai (Estado de Minas)

A ação cineclubista começou no Brasil em 1928, com o Chaplin Club, no Rio de Janeiro e desde então foi se espalhando por todas as regiões do país. Hoje, totalizam cerca de 1370 cineclubes ativos, segundo o Conselho Nacional de Cineclubes no Brasil. Após 50 anos de Ditadura Militar, o cineclubismo continua a ser uma prática vanguardista. Em 1964, após o golpe, foram fechados vários cineclubes que eram vistos como prática subversiva. Em Belo Horizonte, a repressão fechou na década de 70, o curso de cinema da PUC Minas.

Sempre com local, data e horários fixos, os cineclubes exibem filmes de diversas temáticas – política, social, ou até mesmo a filmografia de alguns cineastas que marcaram, geralmente pensando na democratização do acesso e filmes que não circulam dentro das salas comerciais. A exibição é sempre acompanhada de debate, que tem ampla participação e importância. Nos debates os cinéfilos trocam experiências e despertam sua criticidade.
Texto: Luna Pontone
Foto: Danilo Vilaça