Praça da Savassi

Muito se tem falado nos últimos dias sobre o ataque a dois homens que se abraçavam na Savassi, ligando essa agressão a skinheads. Grupo este que é caracterizado por integrantes de cabeças raspadas e tatuagens, e que também se tornou conhecido por atacar minorias. Porém há várias vertentes deste grupo, e algumas delas, inclusive, praticam o repúdio ao preconceito.

História

O movimento skinhead surgiu na Inglaterra na década de 60. Nasceu como um ato de protesto de uma parcela de jovens da classe operária inglesa, ao se verem diante da crise econômica e social que o país enfrentava após a introdução de novas tecnologias e, consequentemente, uma onda de desemprego. Devido à crise, uma minoria étnica trabalhava por salários muito baixos e nada compatíveis com os tetos sindicais que os britânicos recebiam. Portanto, os skinheads originalmente surgiram por conta desta crise, não tendo nenhuma influência política ou racial. Porém, ao final dos anos 70 a história muda. A partir de então, a raça e a política passaram a ser fatores de primeira importância ao grupo, gerando divisões entre os próprios skinheads.O grupo extremista, politicamente, pode ser tanto de extrema-direita quanto de extrema-esquerda. Os grupos geralmente são identificados pela sua moda, que costumam incluir botas, suspensórios, o culto ao futebol e a cerveja.

No Brasil

As influências das primeiras informações a respeito dos skinheads britânicos tiveram efeito a partir de 1977 através de discos, revistas especializadas, jornais, entre outros meios de comunicação. A influência dos skinheads estrangeiros foi fundamental para o desenvolvimento do movimento no Brasil. Um exemplo disso é que esses jovens brasileiros adquiriam, quase que por obrigação, o livro inglês Skinhead escrito por Nick Knight, este livro era considerado a cartilha dos “carecas” brasileiros.

Os primeiros skinheads brasileiros surgiram nos bairros da Zona Leste de São Paulo e nas cidades industriais que formam o ABC paulista – Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, por volta de 1982. Hoje estes grupos são encontrados por todo o país, inclusive em Belo Horizonte.

 

Esta é a primeira de uma série de reportagens especiais sobre este tema. Acompanhe a série durante essa semana.

 

Por Marcelo Fraga e Rafaela Acar
Imagem: divulgação do filme “A outra história Americana”

O caso de agressão sofrido por dois homens na Savassi, no fim de semana, protagonizado por rapazes identificados como brancos, carecas e tatuados, gerou repercussão entre outras vítimas de violência. O episódio tem se tornado comum em diversas áreas da cidade.

Na madrugada de sábado, um jornalista que, hoje, prefere não se identificar, postou em seu blog uma denuncia de violência sofrida por ele e um amigo quando saiam de um show. “Eu estava na Savassi, ponto de encontro de emos, neogóticos, patys, playboys, fashionistas, gays, jovens, velhos, estudantes uniformizados, economistas e skinheads. Dois deles [skinheads] me atacaram. Não me esqueço da careca, das tatuagens, dos olhos endemoninhados, do ódio”, relata o jornalista em seu blog.

Ainda no relato em seu blog, ele afirma que: “O motivo aparente: abracei um amigo dizendo boa noite, após nos divertirmos no show do Kid Abelha. Estávamos felizes, brincando, falando amenidades”, conclui.

Outro caso de violência

O designer de produtos, Manuel Batista, conta que foi agredido nas proximidades da Praça Raul Soares quando fazia a divulgação para uma festa de uma boate LGBT. Bandeira estava acompanhado de outros dois amigos, um deles caracterizado como Drag Queen. Perto da 1h da manhã os rapazes foram abordados por um grupo de ‘playboyzinhos’. “Eles estavam com pedaços de pau na mão gritando ‘vamos pegar, vamos pegar’. Eu fui pra cima também, o que nos deu uma válvula de escape”, explica Bandeira.

Segundo o designer, a tentativa de agressão não foi cometida por skinheads. “Não tinha ninguém com cabeça raspada, estavam todos com vestimenta normal, de gente ‘riquinha’, que sai para poder fazer bagunça na rua”, declara Batista.

Por Ana Carolina Vitorino e João Vitor Fernandes

Ilustração: Diego Gurgel

Neste mês de outubro, 29 restaurantes e pizzarias de Belo Horizonte participam do Festival Certame Pizza & Pasta de gastronomia italiana. O objetivo é divulgar a culinária da cultura trazendo diversos pratos típicos da região. “Procuramos mostrar como os italianos tem traços marcantes na sua gastronomia”, informa o proprietário do restaurante Cantina Piacenza, Américo Piacenza.

Ainda segundo Américo, o festival tem alcançado a expectativa de público. “É superinteressante porque as pessoas procuram nosso estabelecimento, o que aumenta nossa popularidade e clientela, e não é uma competição, e sim uma divulgação em conjunto da culinária italiana”, conclui.

O funcionário do restaurante Ristorante L’Astigiano, Giorgio Urbani, comenta que “ São clientes variados e dispostos a experimentarem o prato que estamos oferecendo, além de ajudar no reconhecimento do nosso estabelecimento”.

O evento ocorrerá até o dia 31 de outubro e para participar é necessário retirar um guia do festival na rede de supermercados Martplus. Os preços e pratos variam em cada restaurante.

Confira a lista completa dos restaurantes e pizzarias participantes.

Por Ana Carolina Vitorino e Rute de Santa

Fotos: Internet

Falar das dificuldades que pessoas portadoras de alguma necessidade especial encontram ao se locomoverem na capital, é falar de mobilidade urbana. Um dos problemas enfrentados, todos os dias, é o acesso ao transporte coletivo. “Os ônibus com elevador não atrapalham ninguém, mas um sem elevador atrapalha bastante. Já passei 40 minutos à espera de um adaptado, para depois descobrir que eles param de circular às 21h, isso não deveria acontecer”, declara o cadeirante e vendedor Salvador Lourenço.

Mobilidade Urbana é o maior desafio encontrado pelos cadeirantes

Assim como Lourenço, milhares de pessoas com alguma dificuldade de locomoção enfrentam ruas e calçadas esburacadas, paralelepípedos em lugar de rampas, pouca cidadania e muito desrespeito. Até mesmo os cidadãos que não têm necessidades especiais percebem a precariedade das vias e são solidários às dificuldades que eles enfrentam. Ricardo Vieira, comerciário da Savassi, preocupa-se com seus conterrâneos: “As calçadas de Belo Horizonte são horríveis e não têm rampas, os cadeirantes, as pessoas que utilizam muletas, os idosos, todos encontram grandes dificuldades para locomoção”, declara.

Mobilidade Urbana é o maior desafio encontrado pelos cadeirantes

“Eu creio que as pessoas que projetam as calçadas deveriam entender mais sobre as limitações de um cadeirante, porque elas fazem projetos que para elas são bons, mas que pra gente não resolve”, explica Salvador Lourenço. “Na maioria das vezes eu prefiro andar no asfalto do que nos passeios, pois as pedras atrapalham bastante. Se fizessem uma faixa de asfalto nos passeios para os cadeirantes, facilitaria muito”, conclui.

Por Kenia Tinôco, Paloma Sena e Rute de Santa

Fotos: Kenia Tinôco e Rute de Santa

Na próxima segunda-feira (17) a BHTrans colocará em circulação 2 linhas de teste que farão parte do sistema executivo de transporte urbano. Este novo sistema contará com ônibus maiores e mais confortáveis que têm ar-condicionado, internet sem fio, poltronas de veludo, TV e cinto de segurança em todos os assentos. A capacidade dos ônibus é de 43 passageiros assentados e, no máximo, 6 em pé, e a passagem custará R$ 5,00, quase o dobro dos ônibus convencionais.

Uma das linhas fará o trajeto Savassi-Buritis, enquanto a outra partirá também da Savassi, mas terá como destino a Cidade Administrativa, em Vespasiano, região metropolitana de Belo Horizonte. A intenção da BHTrans é fazer com que as pessoas optem pelo transporte público e deixem os veículos particulares em casa. “Acredito que não convencerá ninguém a deixar o carro em casa, e isso também só vai favorecer quem tem dinheiro”, comenta a auxiliar de serviços gerais Rosimeire dos Reis.

Rosimeire dos Reis

O sistema, que está sendo popularmente chamado de “frescão” (alusão aos “fresquinhos”, micro-ônibus que já circularam no passado na capital) já tem um aspecto polêmico: não haverá gratuidade para maiores de 65 anos, por exemplo. “Isso é errado. É uma lei que deve ser respeitada”, afirma o avaliador Júlio de Paula.

Por Marcelo Fraga e João Vitor Fernandes

Foto: João Vitor Fernandes

A venda de sacolas biodegradáveis volta a ser discutida em Belo Horizonte. Após a proibição das vendas das sacolinhas pelos supermercados, a Associação Mineira de Supermercados e o Ministério Público apresentaram um documento com algumas medidas a serem cumpridas pelos supermercados. Além de vender as sacolas pelo preço de custo, os comerciantes vão ter que bancar semestralmente a análise de qualidade dos compostos. Outra medida a ser adota pelos supermercados é doar para o programa Bolsa Reciclagem R$0,10 a cada unidade vendida das sacolas retornáveis.

O advogado Douglas Fernandes entende que o consumidor tem que ter opções de como levar suas compras. “Ele pode simplesmente estar voltando pra casa depois do trabalho e decide parar no supermercado pra comprar alguma coisa”, comenta. O advogado ainda pondera sobre alternativas para resolver o problema. “Acho que do ponto de vista ambiental, as sacolas resolvem muito pouco o problema. Seria mais interessante um projeto de coleta seletiva obrigatória nos condomínios de Belo Horizonte, por exemplo, Teria mais impacto para o meio ambiente”, conclui.

Já a estudante Isabela Machado, 16, concorda com a venda das sacolinhas. “Eu acho que deveriam continuar a vender. Mesmo que elas não ajudem tanto o meio ambiente, porque as sacolas ainda continuam sendo usadas para outros fins, faz uma diferença no pensamento das pessoas. Faz com que elas pesem em comprar menos. Então é bom pra consciência das pessoas”, explica.

Uma mesa-redonda para discutir a situação das sacolinhas irá acontecer hoje no Centro Mineiro de Referencia em Resíduos (CMRR). A reunião contará com a presença de lideranças ambientalistas, com representantes da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e do Ministério Público.

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Por João Vitor Fernandes e Marcelo Fraga

Foto: Heberth Zschaber