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Belo Horizonte, 24 de setembro, 17 horas. Um casal de estudantes foi advertido devido a um beijo dado em um bar. Brasil, 28 de setembro – Debate presidencial.  O candidato à presidência da republica, Levy Fidelix (PRTB),  declara em rede nacional o repudio a famílias homoafetivas.

Rede Social

Através do Facebook, um estudante de Moda desabafa sobre o caso de homofobia que sofreu no Bar Ponto Bahia na última quarta-feira, 24. O jovem relatou que estava com o seu namorado no bar e afirma que ao trocar beijos com ele, o garçom do estabelecimento os descriminou, alertando que ali era um lugar tradicional e pediu para “maneirar” nos carinhos.  O estudante alega que eles tinham dado um simples beijo como qualquer casal. Após conversar com a gerente do estabelecimento, e confirmar que era a política da casa, eles chamaram a polícia e registraram um boletim de ocorrência contra o bar. Uma lei Municipal e Estadual garante o penalidade ao estabelecimento que descriminar pessoa em virtude da sua orientação sexual.

Em reação ao episódio ocorrido e a tantos outros casos de LGBTfobia, um evento no Facebook foi criado em apoio, mais de 7 mil pessoas convidadas para participar. O “Beijaço contra a LGBTfobia no Bar Ponto Bahia”, ocorreu na sexta-feira, 26,  com cerca de 200 pessoas. Enquanto alguns curiosos assistiam, a bandeira LGBT era erguida em frente ao Ponto Bahia. Um abraço coletivo foi dado em volta do estabelecimento pelos presentes. Palavras de respeito e amor eram entoadas e os líderes do ato garantiram que não estavam chateados com o garçom, mas questionavam a política adotada pelo o dono do bar, que até o fechamento dessa reportagem não quis dar declarações sobre o ocorrido.

Política

Outro caso que ganhou destaque nas redes sociais foi relacionado às declarações do candidato Levy Fidelix (PRTB) no debate televisionado pela TV Record.

Ao ser questionado a respeito da aceitação de famílias do mesmo sexo, pela também candidata à presidência da republica, Luciana Genro (PSOL), Levi foi enfático ao dizer: “Então, gente, vamos ter coragem, nós somos maioria, vamos enfrentar essa minoria [gays]”. Ele afirmou também “Dois iguais não fazem filhos e digo mais: aparelho excretor não se reproduz”.

A reação nas redes sociais não poderia ser diferente. De forma instantânea, os usuários do twitter criaram a tag #LevyVcÉNojento para comentar as declarações do candidato, que atingiu a categoria dos tópicos mais comentado no país.

Além da revolta do usuários nas redes sociais, a Comissão Especial da Diversidade Sexual do Conselho Federal da OAB, pediu ao Tribunal Superior Eleitoral a cassação da Candidatura de Levy Fidelix pela as declarações. De acordo com a denúncia a OAB, o candidato violou o Artigo 286 do Código Penal, que puni a incitação publica à pratica de crimes, à pratica da violência, quando declarou que eles, a maioria, deveria tomar atitudes contra essa minoria, os homossexuais, para que eles não continuem tendo direitos reconhecidos. De acordo com a Comissão isso também fere os objetivos centrais do país que estão presentes na constituição.

Acompanhe, nas próximas semanas, uma série de reportagens especiais sobre cidadania e direitos LGBT no Jornal Contramão.

Por: João Alves
Foto: Gustavo Melo

 

Foi exibido ontem, 20, no Cine Humberto Mauro no Palácio das Artes um clássico do cinema brasileiro, o filme “Amante Latino” (1979) estrelado pelo cantor Sidney Magal, 61, que presenciou e interagiu com participantes no fim da sessão. A presença do cantor fechou a Mostra Curta Circuito que apresentou no mês de setembro clássicos do cinema brasileiro.

Apesar da demora para se abrirem as portas e dar inicio a sessão, a carreira do artista e algumas histórias dos anos 1970, contadas por idosos que aguardavam na fila, deixaram a espera menos tortuosa. As portas foram abertas e os organizadores do Curta Circuito apresentaram o objetivo da mostra e agradeceram a todos que colaboraram para a sua realização.

Ao som de Sandra Rosa Madalena, o cantor surgiu no palco, dando o ar de sua graça. Com o seu bom humor clássico, Magal fez piadas sobre o seu peso e sobre a sua atuação sem experiência no longa. O músico contou ao público como foi descoberto para o papel e o motivo de ter poucas falas: “Inexperiência!”, destacou.

O filme entrou na tela acompanhado com palmas e mais uma trilha musical do cantor. A história trata de temas como ecologia e pessoas que são expulsas do lugar ondem moram, ciganos e hoje, sem-teto. Apesar de polêmica, a temática foi tratada com muito humor, pela irreverência dos personagens.

Com o encerramento da sessão, o artista deu início a um depoimento emocionado, falando sobre as amizades que fez durante as gravações e que foi emocionante ver depois de tanto tempo o filme sendo exibido em uma sala de cinema. Relatou também, com a voz embargada, que vários atores já faleceram, e que isso tornou ainda mais gratificante a participação na mostra.

O bate-papo como era de se esperar, foi bem divertido. O público fez perguntas e contou ao artista histórias que tinham em relação a ele. Sidney agradeceu aos participantes o carinho e disse estar satisfeito pelo que fez ao longo da carreira, deixando em evidencia que mesmo depois de tanto tempo ainda é aclamado pelo público, que só teve histórias boas a contar.

Texto e foto: Ítalo Lopes


 

 

 

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Na noite da última segunda-feira, 29, o auditório do ICBEU recebeu o debate “Política e Cotidiano – E eu com isso?” realizado pelo curso de Relações Públicas e Jornalismo Multimídia do Centro Universitário UNA. Estiveram presentes no evento a jornalista e doutoranda em ciências políticas na UFMG, Márcia Maria, o assessor do Tribunal Regional Eleitoral (TER), Rogério Tavares e o coordenador executivo do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT da UFMG, Igor Monteiro.

O debate teve como principal objetivo discutir aspectos ligados ao cotidiano, despertando a importância da política nas ações do dia-a-dia, e não só no período eleitoral, destacou a professora Kenya Valadares, organizadora do debate.

Para Márcia Maria, viver na sociedade é fazer política, e por isso, a conscientização do que é política é um dos fatores primordiais para pensar na hora de votar.

O assessor do TRE, Rogério Tavares, afirmou sobre a importância de pesquisar sobre o candidato antes de votar. Além disso, ele também falou sobre como a mídia só se preocupa com os candidatos “grandes” e só falam sobre eles. Para o assessor, o principal poder é o legislativo e como as pessoas não se importam em quem votar para deputado federal e estadual, são eleitos deputados como o Tiririca, que era cantor, palhaço e agora político.

Texto: Luna Pontone

Foto: Umberto Nunes

Na próxima terça-feira, 30, irá ocorrer mais uma edição do evento “A palavra”, no Sesc Palladium às 19h30. O projeto propõe encontros literários e aborda outras outras áreas de conhecimento, de modo que mostre a palavra em suas dimensões (etimológica, ortográfica, social, semântica, visual, sonora).

A escritora, professora e crítica literária Noemi Jaffe pretende abordar o tema (Feiúra) proposto por nesta edição na literatura. Segundo ela, um dos diferenciais do evento é o fato de possuir um tema específico e ser abordado por três profissionais de áreas diferentes, além do fato do tema não estar relacionado apenas à literatura ou aos seus livros. “Não conhecia o projeto e achei muito interessante assim que fiquei conhecendo a proposta, justamente por causa desse critério temático e a possibilidade de ele ser debatido por várias áreas.”, relata Jaffe.

De acordo com Noemi todos os eventos, feiras, festivais e prêmios ajudam o público a se interessar por autores, livros e palavras. Mas, segundo ela, não são eles que irão mudar o quadro de baixa literatura no país, uma vez que a tecnologia domina o mercado, e sim algo mais estruturado e a longo prazo.

Além de Jaffe, Celina Lage e Ronan Couto são os outros convidados do evento. Cada um terá 40 minutos para a exposição de seus pensamentos sobre o assunto e ao final da discussão os convidados decidem qual será o tema abordado no próximo encontro.

A entrada é gratuita e está sujeita a lotação.

Texto: Bárbara Carvalhaes
Foto: Arquivo pessoal

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Muitos jovens têm um sonho de morar fora do país e conhecer outras culturas e ampliar suas opções de currículo. A Feira do Estudante, realizada uma vez por semestre, trouxe para os curiosos e interessados a oportunidade de conhecer de perto sobre os programas, tirar suas dúvidas, além de oferecer workshops, sobre vistos, melhores faculdades e como estudar fora.

Cerca de 30 mil pessoas passaram pela feira durante a tarde e a noite de quinta feira, 25. Segundo Priscila Gomes, gerente de produto da feira do estudante, hámuita procura de brasileiros que querem ir para o exterior e a feira proporciona o contato direto com as agências, que podem explicar melhor sobre os programas. O intercâmbio é possível a partir dos 12 anos de idade e não tem faixa etária máxima.

A estudante Alice Faria, 14 anos, está a procura de um colégio em que possa cursar o ensino médio na Inglaterra. “Escolhi lá porque acho a cultura inglesa fantástica e sempre sonhei em conhecer lá”, diz. Já Vinicius Couto, 23 anos, forma em artes cênicas em no meio de 2015 e já resolveu ir para a Argentina fazer a pós graduação em Cinema.

Do básico ao doutorado

Os valores do intercâmbio variam de acordo com o país, o tempo e o curso que se pretende fazer. Os preços podem vaiar entre R$1.090,00 a ₤10 mil. Cursos de idiomas,  estágios, graduação, pós-graduação, mestrado, PhD, MBA, cursos técnicos, high school, acampamentos de verão e  trabalhos são alguns dos programas que os interessados podem procurar. “Não precisa necessariamente falar outra língua, muitas agências são procuradas para realizar um mês de intensivo de cursos de idiomas no país que escolher, até porque muitas pessoas não tem a oportunidade de ficar mais tempo em um intercâmbio, pois trabalham ou estudam”, explica Priscila.

A oportunidade de aprender e aperfeiçoar outro idioma e a troca de culturas é uma das coisas que mais chama a atenção das pessoas. Pedro Medeiros, 24 anos, acaba de voltar do Canadá e acompanhou sua irmã na feira. “Você volta para o Brasil, mais independente, mais humano e com um diferencial no currículo”, ressalta.

Texto: Lívia Tostes

Foto: Umberto Nunes

A primeira área de lazer de Belo Horizonte, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti, conhecido apenas como Parque Municipal, completa nesta sexta-feira, 26, seus 117 anos. O parque é uma área de preservação ambiental fundada em 26 de setembro de 1897, inspirada nos parques franceses da Belle Époque. Com uma área de 182 mil quilômetros quadrados, tem cerca de 280 espécies de árvores exóticas, como figueiras,jaqueiras, cipreste calvo; e aproximadamente 50 espécies de aves, como: bem-te-vis, sabiás, garças.

A diversidade ambiental da área é tão importante para de Belo Horizonte que o local foi apelidado de “pulmão da cidade”. O parque possui, também, uma nascente com vazão de cerca de 100.000 litros por dia (leia mais em: https://contramao.una.br/nascente-de-rio-possui-vazao-de-100-000-ldia/). Entretanto a importância do local não se restringe a questões do meio ambiente. A reserva mostra sua participação cultural também, com projetos como Guernica, no qual jovens em situação de vulnerabilidade social têm oficinas de artes plásticas, ou como o Sementes de Poesia, que reúne pessoas na praça dos funcionários para recitar versos.

O lugar também costuma ser palco de casos curiosos, como conta Joana Aparecida, 49, ajudante de serviço público do local há 14 anos. “Uma vez, no aniversário do parque, um cara se enforcou aqui.”, diz. Mas nem todas as histórias são tristes. Relembrando de casos engraçados, Joana conta o do aniversário de 2001 do parque. Na ocasião, o hotel Othon Palace fez um bolo de 15 metros para os visitantes do lugar. “Todo mundo que entrava e saia ganhava um pedaço de bolo”, lembra a moça. O caso terminou em uma cômica confusão. Ao final, o bolo gigante não conseguiu atender a demanda dos visitantes. “O pessoal estava disputando os farelos do bolo, que sobram na mesa, quase no tapa. Principalmente os moradores em situação de rua”, relata.

Além dos projetos culturais, dentro do parque temos o Teatro Francisco Nunes, com programação que envolvem tanto o teatro quanto a dança. E também o Palácio das Artes, um centro cultural que reúne a loja de artesanato, exposições de artes, cinema e peças teatrais. Desde sua fundação até a atualidade, o parque passou por inúmeras modificações e reformas, a principal dela ocorreu em 2005, quando foi criada a Fundação de Parques Municipais (FMP) que passou a administrar o lugar, que foi responsável pela requalificação da área do Teatro Francisco Nunes e o desenvolvimento de um projeto paisagístico.

Belle Époque

O Parque Municipal, que teve sua  inauguração no final do século XIX, antes mesmo da inauguração da capital, e foi inspirado nos parques franceses da Belle Époque, com roseiras e coreto. A Belle Époque (expressão francesa que significa bela época) foi um período de cultura cosmopolita na história da Europa. Teve seu início no final do século XIX, por volta de 1880, durando até a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914.

No Brasil, teve início em 1889, com a proclamação da república, e foi até 1922, com a chegada do Movimento Modernista e a Semana De Arte Moderna, em São Paulo.

Comemorações

Parque Municipal está com uma programação especial de aniversário, com música, teatro, exposições e outras atividades para todos os públicos. Veja a programação:

Sábado, dia 27:

– Das 15h às 17h30: Espetáculo “Sem Fonia Musical”, com repertório de Yepocá Companhia de Teatro, na Praça do Trenzinho.

– Às 16h: Concerto no Parque – Coral Lírico de Minas Gerais – Gramadão.

Domingo, dia 28:

– Das 10h às 12h: Apresentação do Palhaço Chaveirinho na Praça do Trenzinho.

Texto: Umberto Nunes.

Foto: Divulgação site Prefeitura de Belo Horizonte.