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A primeira área de lazer de Belo Horizonte, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti, conhecido apenas como Parque Municipal, completa nesta sexta-feira, 26, seus 117 anos. O parque é uma área de preservação ambiental fundada em 26 de setembro de 1897, inspirada nos parques franceses da Belle Époque. Com uma área de 182 mil quilômetros quadrados, tem cerca de 280 espécies de árvores exóticas, como figueiras,jaqueiras, cipreste calvo; e aproximadamente 50 espécies de aves, como: bem-te-vis, sabiás, garças.

A diversidade ambiental da área é tão importante para de Belo Horizonte que o local foi apelidado de “pulmão da cidade”. O parque possui, também, uma nascente com vazão de cerca de 100.000 litros por dia (leia mais em: https://contramao.una.br/nascente-de-rio-possui-vazao-de-100-000-ldia/). Entretanto a importância do local não se restringe a questões do meio ambiente. A reserva mostra sua participação cultural também, com projetos como Guernica, no qual jovens em situação de vulnerabilidade social têm oficinas de artes plásticas, ou como o Sementes de Poesia, que reúne pessoas na praça dos funcionários para recitar versos.

O lugar também costuma ser palco de casos curiosos, como conta Joana Aparecida, 49, ajudante de serviço público do local há 14 anos. “Uma vez, no aniversário do parque, um cara se enforcou aqui.”, diz. Mas nem todas as histórias são tristes. Relembrando de casos engraçados, Joana conta o do aniversário de 2001 do parque. Na ocasião, o hotel Othon Palace fez um bolo de 15 metros para os visitantes do lugar. “Todo mundo que entrava e saia ganhava um pedaço de bolo”, lembra a moça. O caso terminou em uma cômica confusão. Ao final, o bolo gigante não conseguiu atender a demanda dos visitantes. “O pessoal estava disputando os farelos do bolo, que sobram na mesa, quase no tapa. Principalmente os moradores em situação de rua”, relata.

Além dos projetos culturais, dentro do parque temos o Teatro Francisco Nunes, com programação que envolvem tanto o teatro quanto a dança. E também o Palácio das Artes, um centro cultural que reúne a loja de artesanato, exposições de artes, cinema e peças teatrais. Desde sua fundação até a atualidade, o parque passou por inúmeras modificações e reformas, a principal dela ocorreu em 2005, quando foi criada a Fundação de Parques Municipais (FMP) que passou a administrar o lugar, que foi responsável pela requalificação da área do Teatro Francisco Nunes e o desenvolvimento de um projeto paisagístico.

Belle Époque

O Parque Municipal, que teve sua  inauguração no final do século XIX, antes mesmo da inauguração da capital, e foi inspirado nos parques franceses da Belle Époque, com roseiras e coreto. A Belle Époque (expressão francesa que significa bela época) foi um período de cultura cosmopolita na história da Europa. Teve seu início no final do século XIX, por volta de 1880, durando até a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914.

No Brasil, teve início em 1889, com a proclamação da república, e foi até 1922, com a chegada do Movimento Modernista e a Semana De Arte Moderna, em São Paulo.

Comemorações

Parque Municipal está com uma programação especial de aniversário, com música, teatro, exposições e outras atividades para todos os públicos. Veja a programação:

Sábado, dia 27:

– Das 15h às 17h30: Espetáculo “Sem Fonia Musical”, com repertório de Yepocá Companhia de Teatro, na Praça do Trenzinho.

– Às 16h: Concerto no Parque – Coral Lírico de Minas Gerais – Gramadão.

Domingo, dia 28:

– Das 10h às 12h: Apresentação do Palhaço Chaveirinho na Praça do Trenzinho.

Texto: Umberto Nunes.

Foto: Divulgação site Prefeitura de Belo Horizonte.

 

A falta de água é assunto recorrente em todo o país, e em Minas Gerais o foco está em  algumas cidades do interior. Mesmo que Belo Horizonte ainda não tenha níveis alarmantes, a população já começa a se preocupar com a possibilidade de a situação se repetir na capital.

Um dos receios vem da parte da população que mora nos bairros mais altos da cidade, como o Belvedere, Mangabeiras e Santo Antônio, mas a empresa diz já ter uma solução para o caso. A intenção é que, caso a estiagem continue, medidas especiais sejam utilizadas, como a instalação de unidades de reserva e bombeamento de água para a regularização das pressões nas redes. A COPASA não informou em qual quantidade será feita essa reserva.

O cineasta Júlio Pessoa, 47, professor do Centro Universitário UNA, mora no bairro Santo Antônio e afirma que já houve um racionamento no seu prédio, mas a reserva da caixa foi o suficiente para que não faltasse água em sua casa. Ele acredita que a solução para o problema possa ser “taxar a água de forma mais racional e liberar seu uso mais sazonalmente”, ou seja, estabelecer uma cota de uso.

Segundo Rosilene Soares, 42, vendedora, que mora no Bairro Industrial em Contagem, na RMBH, a água tem faltado regularmente em sua casa. Ela relatou que todo os dias, por volta de 19h30, o abastecimento é interrompido e só volta a funcionar cerca de 6 horas depois, quando já é madrugada. Informou também que, em conversa com alguns vizinhos, a mesma reclamação foi feita. Questionada se algum pronunciamento foi feito pela empresa responsável pelo fornecimento (COPASA), ela disse: “não recebemos nenhum comunicado ou justificativa”. E acentua a falta de informação: “ó temos informações através da mídia”, afirmou.

Segundo um relatório oficial da COPASA: “os reservatórios que abastecem a Região Metropolitana de Belo Horizonte estão com os níveis de oscilação previstos para o período de estiagem”. A região é abastecida pelos rios das Velhas e Paraopeba e “essa integração permite flexibilidade e robustez ao abastecimento de água, tendo em vista que várias áreas da região podem ser abastecidas por mais de um sistema de produção.”

Por: Ítalo Lopes e Umberto Nunes

Foto: Umberto Nunes

Neste final de semana, 27 e 28 de setembro, ocorrerá a primeira edição do Festival Fartura BH. Organizado pela mesma equipe do Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes, o evento reunirá chefs, cozinheiros e produtores de quatorze estados brasileiros na  Praça José Mendes Júnior, localizada ao lado do Palácio da Liberdade em Belo Horizonte.

Para a realização deste evento, a organização promoveu a Expedição Fartura Gastronomia. O intuito era realizar um mapeamento de produtos, receitas, ingredientes e chefs, uma vez que o Brasil  pode ser considerado um continente da gastronomia. Durantes três anos,  a expedição passou por dezessete estados, percorreu 48.000 km e entrevistou diversos personagens da culinária brasileira.

Todo o conhecimento desta viagem acabou sendo transformado em um livro e em um curta-metragem. Este que foi vencedor da 1ª Mostra de Ensaios de Sabores Audiovisuais (MESA) 2014, na categoria Curta.

A troca dos ingressos estão sendo realizadas no Supermercados Verdemar (Lojas: Buritis, Raja Gabaglia e Sion) e são liberados apenas 4 por CPF. Para que a troca seja efetuada é necessário 2kg de alimentos não percíveis (exceto sal e fubá) ou R$ 10,00 que serão doados para o Servas.

Saiba mais sobre a programação completa: https://www.farturagastronomia.com.br/

Texto: Bárbara Carvalhaes

Imagem: Retirada do site Sou BH

 

O uso da música para auxiliar no aprendizado é uma das propostas do projeto da Escola Integrada, da Prefeitura de Belo Horizonte. A parceria do projeto com as escolas do ensino fundamental já beneficia milhares de estudantes, como os alunos do Colégio Imaculado Coração de Maria (Imaco). Os adolescentes participantes passam a ter aulas de manhã e participam de disciplinas extracurriculares, como percussão, capoeira, circo, teatro e dança, no período da tarde.

Na tarde dessa terça-feira, 23, o professor Ricardo Britto esteve na Praça da Liberdade, região centro-sul de Belo Horizonte, com alguns alunos do Imaco para uma aula de percussão ao ar livre. Para Britto é importante que os jovens tenham algumas aulas fora do colégio. “Os alunos ficam na escola o dia inteiro. Às vezes a gente vem para a praça para eles terem contato com um ambiente mais natural”, afirma o professor.

O projeto trabalha com crianças de 11 a 14 anos. Britto também chama atenção para as apresentações que as crianças fazem na cidade, como no Parque das Mangabeiras ou na própria Praça da Liberdade. Durante o ano, as crianças praticam as músicas e em algumas datas, como o dia das crianças e o final de ano, elas se apresentam para o público.

As crianças que marcaram presença na aula na praça de hoje, disseram que gostam do projeto por se sentirem bem nas aulas. Algumas fazem apenas percussão, outras, teatro e circo também. Um dos jovens disse preferir fazer as aulas de música porque futebol da para fazer durante as aulas de educação física da própria escola. Todas elas reafirmaram ser muito boa a iniciativa da Escola.

 

Texto e foto: Umberto Nunes.

 

Desde as 00h desta terça-feira, 23, a primavera chegou para colorir as ruas de Belo Horizonte. E para comemorar a chegada da estação, a mantenedora do local, Vale do Rio Doce e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA) estão realizando a troca das mudas dos canteiros da Praça da Liberdade.

Na tarde de hoje, 23, já é possível ver os trabalhadores trocando as mudas do lugar por plantas mais novas e mais resistentes. De acordo com o zelador da Vale, Mario Marioto, a mudança das flores da Praça da Liberdade deve acabar até o final da semana que vem 04 de outubro. Serão colocadas flores das espécies: rosa (Rosa spp), margaridas (Chrysanthemun leucanthemum), cravos-da-índia (Syzygium aromaticum), sálvia (da família das Lamiaceae), entre outras.

Por incrível que pareça, há pessoas na capital mineira que nunca visitaram a Praça da Liberdade, como a estudante Crislaine Rufino, 15. “Vim numa excursão da escola. Nunca tinha vindo aqui. To achando tudo muito bonito”.

O novo visual da praça já é notado pelas pessoas que transitam pelo local.  Ana Mendes, pedagoga, mora em Belo Horizonte há apenas um ano. Ela veio de Feira de Santana, Bahia, para tentar mestrado na UFMG. “Nessa praça eu sinto que as pessoas realmente curtem a cidade, mais o ambiente. Agora tudo vai ficar mais florido e ainda mais bonito”, ressalta.

Texto Luna Pontone
Foto: Umberto Nunes

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A exposição, Visões na Coleção Ludwig, que reúne cerca de 70 obras de vários artistas, entre eles Pablo Picasso e Andy Warhol, está no CCBB desde o dia 20 de setembro. A reunião das obras tem como foco mostrar a arte do período do neoexpressionismo alemão, do fotorrealismo e outros movimentos que surgiram a partir da década de 1960.

O que surpreende na mostra, além do belo trabalho de artistas como Picasso é a forma como ela pode ser apresentada. A novidade consiste em dar a pessoas que tem deficiência visual a possibilidade de admirar as obras, usando seus outros estímulos sensoriais. Primeiramente um livro em braile é disponibilizado para que essas pessoas tenham a oportunidade de conhecer melhor sobre a história de cada obra. Logo depois, miniaturas de algumas obras são apresentadas para que eles possam ter
uma análise de como é o trabalho do artista. Sendo a maioria das peças feitas em alto relevo, a experiência torna-se ainda mais agradável para quem não pode visualizar o trabalho.

Vale lembrar que todas as pessoas podem participar da experiência. E para quem quiser experimentar e testar os outros sentidos do corpo que não seja a visão, é disponibilizado uma venda para os olhos, para que a pessoa se limite a descrever a obra usando apenas os outros sentidos.

Eu fui convidado a ter essa experiência, e aceitei, e posso dizer que é surpreendente descobrir que há outras formas de descrever um trabalho artístico usando apenas o olfato e o tato. Pra começar, já vendado, fui acompanhado até uma sala onde um objeto foi me entregue em mãos, para que eu tateasse e descobrisse o que era. Mal- acostumado com a não possibilidade de enxergar, não consegui descobrir em que consistia a peça. E depois dois aromas diferentes foram aproximados, para que eu conseguisse descobrir o que era, e novamente falhei. As duas experiências tinha o objetivo de mostrar de uma forma diferente a obra que estava a minha frente.

Durante o trajeto pelo Centro Cultural, Débora Brasil, 23, que foi minha guia, disse que o projeto também é bom para as crianças, porque os incentiva a desenvolver todos os sentidos. A mostra ficará no CCBB até o dia 20 do mês de Outubro, com essa nova possibilidade de descrever o mundo artístico.

Texto: Ítalo Lopes

Fotos: Ítalo Lopes e Divulgação do CCBB