Por Mateus Schiestl

O nono mês do ano representa um marco muito importante para a sociedade brasileira: a independência. Um tempo de patriotismo em que indivíduos de todo o país vão às ruas acompanhados de faixas, marchas e fanfarras, celebrar a tão aclamada liberdade e independência do Brasil, conquistada por D. Pedro I, em 1922, às margens do Rio Ipiranga.

Além da independência 

Paralelo a este atributo nacional, no mês de setembro, temos outras causas valiosas e simbólicas, para também vestirmos a camisa e ir às ruas. Jamais podemos nos esquecer que, infelizmente, enquanto muitas pessoas salteiam a liberdade, outras permanecem presas em suas próprias mentes. 

Setembro é um mês que não apenas representa o lembrete e a conscientização ao suicídio, mas, um convite ao combate desta e outras causas importantes, como por exemplo, o Setembro Verde (mês da visibilidade e luta pelos direitos de pessoas com deficiência). 

O significado da palavra combate, é luta entre grupos e pessoas. O alerta se estende para além do mês amarelo e precisamos lutar contra o suicídio nos 365 dias do ano. Uma das formas de tirar essa chamada do calendário, é partir ao acometimento, diálogo e a atenção aos sinais de pessoas que apresentam qualquer tipo de suspeito sinal ao descaso da vida. 

Foto: Aliança Explica.
Caso Mike

Essa, lamentavelmente, não foi a oportunidade que uma família de Westminster, no Colorado, Estados Unidos teve. Mike, um adolescente de apenas 17 anos, era conhecido por ser carinhoso e ter habilidade com a mecânica. Além disso, ele tinha como marca, um Mustang, 1968, amarelo, restaurado e pintado por ele mesmo. Mike era um jovem comum, mas possuía uma sujeição oculta dentro de si, a respeito da sua própria existência. 

No ano de 1994, Mike cometeu suicídio. Não houve tempo hábil ao diálogo entre a família, amigos ou quaisquer observadores passivos que pudessem espreitar qualquer sinal suicida. Foi muito rápido, tarde e sem chances.

No funeral, as pessoas mais próximas à vítima, decidiram montar uma cesta de cartões e fitas amarelas com os seguintes dizeres: “Se precisar, peça ajuda”. A atitude teve tanto êxito, que a partir disso, muitos jovens com o mesmo pensamento, passaram a utilizar cartões amarelos como forma para pedir ajuda às pessoas do entorno. A trágica história de Mike virou um símbolo. 

Casos no Brasil

Dados informam que, a cada dia, 38 pessoas tiram a própria vida no Brasil. Desde 2015, o país tem adotado apoio a esta causa, conscientizando os cidadãos sobre o suicídio, bem como evitar o seu acontecimento. Uma falha na observação dos sinais, pode comprometer o futuro de alguém.

Que neste mês de setembro e sempre, a luz volte a resplandecer nos pensamentos de quaisquer pessoas que cogitem a possibilidade de suicídio, como um escape da dor. Que sabiamente, parentes, amigos e colegas sejam auxiliares e portadores de conselho, suporte e encaminhamento à assistência psicológica e psiquiátrica. Que a história de Mike não se repita, mas reflita, e torne este símbolo uma realidade materializada na expressão de guerrilheiros e combatentes prontos a estar na linha de frente desta causa tão genuína e necessária. 

Foto: Aliança Explica.
Independência com consciência

Por fim, que o Brasil e o mundo vibre, todos os dias do ano, e, aos quatro ventos: liberdade às nações, à cultura, à paz, à independência. Mas, principalmente: às mentes, às dores, à depressão, à ansiedade, ao luto, e, acima de tudo, que haja restauração aos corações desesperançosos. 

Altruísmo, piedade e solidariedade à vida, que em nossa independência e liberdade, jamais existam pendências em relação àqueles que necessitam de amparo e mãos estendidas. 

Lembrete

Observe frequentemente as pessoas à sua volta. Ofereça ajuda, peça ajuda, seja inspirado e inspire. 

Se precisar de auxílio: disque 188. 

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