Literatura

Hoje, 31 de outubro, no Facebook, muitos usuários celebraram o Halloween, comemoração estadunidense do dia das Bruxas. Porém, poucos se lembraram de um dos personagens mais famosos do folclore brasileiro e que, também, tem seu dia comemorado hoje: o Saci Pererê, eternizado nas histórias de Monteiro Lobato. “Acredito que a cultura nacional tem se misturado a outras culturas, principalmente, a norte-americana, e acho isso lamentável, porque resulta numa “ignorância” da nossa cultura. Os alunos acabam por desconhecer a nossa cultura e não valorizá-la”, explica a pedagoga e professora 4º ano do ensino fundamental Luciana Dell’Areti,.

A estudante de jornalismo Juliana Costa concorda com a pedagoga. “Nós só vemos algo do folclore acontecendo quando estamos no ensino fundamental. A geração de hoje não está interessada em saber se o Saci nasce dentro dos bambus. Ela quer é festa”,  comenta.

A estudante do 2º ano do ensino médio Kézya Tavares também acredita que o brasileiros valoriza a cultura estrangeira. “Eu mesmo nem sabia que existia uma dia para o Saci-Pererê”, reconhece.

Para Luciana Dell’Areti cabe aos educadores resgatar as riquezas do folclore nacional. “Nós buscamos expor aos alunos que o Halloween não pertence ao nosso cabedal de conhecimentos, porém isso não impede que os alunos tomem conhecimento desse tipo de cultura. Agora, deixar de comemorar as nossas datas e festas para comemorar as estrangeiras, ao meu ver, é equivocado e fora do nosso contexto”, avalia.

Nas Redes

Mesmo a grande maioria não sabendo ou simplesmente esquecendo do Saci-Pererê, houve quem lembrasse do nosso personagem. Foi o caso da Fan-page, Halloween não 31 de outubro dia do saci, que foi criada para protestar contra a banalização da cultura nacional. Outro exemplo foi a página da globo internacional que ultilizou o folclore brasileiro para felicitar o dia das bruxas.

Imagem divulgada pela Globo Internacional

Por Ana Carolina Vitorino e João Vitor Fernandes

Fotos: Internet

O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade é o homenageado da vez no projeto Café com Poesia do Museu das Minas e do Metal. O evento integra as Noites Drummonianas e recebe nesta quinta, 25, o poeta Wilmar Silva e o músico Celso Adolfo. Segundo Silva, o grande diferencial de Drummond é a sua capacidade dele de refletir através da poesia sobre a ‘natureza humana’. “Isso o coloca como um dos maiores poetas de todos os tempos. Não tenho a menor dúvida de que Drummond é um escritor que falou de seu tempo, mas conseguiu transcender o tempo em que ele viveu”, avalia.

O músico Celso Adolfo fará uma apresentação especial com repertório falado e cantado das muitas Minas Gerais. “A interpretação que Drummond foi capaz de fazer da vida e de todos os seus fatos é impressionante, e uma versão muito especial”, relata. Adolfo ressalta que para qualquer pessoa que goste de leitura, sempre é tempo de iniciar-se nessa prazerosa tarefa que é conhecer Carlos Drummond de Andrade. “A homenagem a Drummond já é um atrativo em si mesmo”.

Para Wilmar Silva,Drummond é um artista universal. “Em qualquer lugar do mundo as pessoas se identificam com a poesia dele, porque ele falava do homem, e os conflitos do ser humano são os mesmos, desde a idade da pedra lascada, das cavernas. É claro que passamos por revoluções, mas as questões do ser humano continuam sendo as mesmas, sobre a sua condição no mundo e o desejo de amar e ser amado”.

O poeta acredita, ainda, que os textos de Drummond são atemporais. “A sua linguagem é uma linguagem de fácil acesso e de fácil compreensão para todas as pessoas, independentemente do seu grau de formação. A poesia de Drummond abre uma grande perspectiva para a sensibilidade humana. Eu vejo que pessoas de diferentes idades e de diferentes níveis sociais e culturais compreendem e por isso ela continua atual, continua sendo uma poesia do tempo presente”.

A equipe do CONTRAMÃO foi às ruas homenagear Drummond e registrou, na Praça Liberdade, pessoas declamando o poema “Destruição”. Veja:

Por Ana Carolina Vitorino e Rute de Santa

Fotos: Divulgação do evento

Vídeo: Mariah Soares

A Galeria de Arte BDMG Cultural recebe os dias 09 e 30 de outubro  a exposição O aniversário de Dadá que expõe desenhos e modelagens do artista plástico Marcelo Xavier, em comemoração aos 25 anos do lançamento do livro O dia a dia Dadá.

A abertura da exposição ocorreu na quarta feira, 09, e contou com a participação de um coral formado por 47 crianças carentes moradoras da região norte de Belo Horizonte. Até o encerramento da mostra serão ministradas, pelo próprio artista, oficinas gratuitas de modelagem para crianças a partir dos quatro anos de idade.

As obras estão expostas no espaço BDMG Cultural que está localizado no edifício-sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (Rua da Bahia, 1600, Lourdes). O horário de visitação é de 10h às 18h, e a entrada é gratuita.

Por Ana Carolina Vitorino e Marcelo Fraga

Fotos: Marcelo Fraga

A Biblioteca Pública Luiz de Bessa apresenta a exposição “Atrás das páginas”, o evento é organizado em parceria com a Editora Miguilim, em comemoração aos 30 anos da editora. A exposição apresenta os avanços da escrita ao longo da história da humanidade. A responsável pelo evento Pâmela Miranda fala da importância do que é exposto “É muito importante, por quê você vê como o homem foi evoluindo, buscando o melhor meio de se comunicar e percebe que hoje a produção é muito menor em tempo, mas em resultados é muito grande. Pensamos que podemos chegar a um lugar muito bom”, comenta.

 

 

O que tem chamado muito a atenção neste evento é a possibilidade do contato com a escrita manul. “Hoje em dia as pessoas ficam muito bitoladas ao digital e ter em mãos a tinta e a canetinha faz toda a diferença o contato real que você tem com o trabalho”, relata Pâmela.

O evento mostra a forma como as publicações são produzidas, passando pelo processo de cores e do trabalho com textura e resinas. A exposição “Atrás das páginas” vai até o dia 29 deste mês, no prédio da Galeria de Arte Paulo Campos.

Por: Paloma Sena e Hemerson Morais.

Fotos: Hemerson Morais

Vivemos a era digital, tudo está na rede mundial de computadores. Contudo práticas milenares como contar histórias, continuam vivas e encantando crianças, jovens e adultos. A Biblioteca Publica e a Editora Miguilim promovem durante 10 dias narrações de histórias com Beatriz Myrrha. O evento é realizado em virtude do aniversário de 30 anos da editora, que desde sua fundação trabalha com literatura infanto-juvenil.

Contadora de histórias a 21 anos, Beatriz fala de sua prática e da importância das histórias, para quem escuta e para quem conta. “Tem um dito africano que fala: O contador deve ter uma voz tão boa que todos possam ouvi-lo, uma postura tão ereta que todos possam vê-lo e uma história tão boa que todos possam amá-lo. Acho que é bem mais que isso,  são precisos principalmente entrega e amor pela história e pelo outro. É como se fosse uma troca de presentes”, declara a contadora.

A contadora revela a arte contida, por trás de quem conta as e interpreta as histórias. “Narrar histórias é uma arte e a arte pressupõe a surpresa o inusitado. Aquilo que tira o tapete debaixo do pé do outro, você tem que fazer aquilo que vai deixar o outro boquiaberto”. afirma Beatriz.

As histórias são também uma forma de falar de grandes autores para todas as idades. Beatriz nos conta que em uma de suas apresentações, se deparou com uma situação inusitada. Ela preparou um poema de Drummond para crianças entre 7 e 9 anos, mas, ao chegar no lugar onde se apresentaria, viu crianças de 2 anos sentadas aguardando. Ela mudou a voz, pediu acompanhamento da trilha sonora e encantou as crianças citando um poema de Drummond.

 A narração das histórias por Beatriz Myrrha ocorre na Galeria de Arte Paulo Campos Guimarães até o dia 24 sempre às 14:00hs. Com visita guiada destinada aos alunos de escolas da região metropolitana de Belo Horizonte.

 Texto Ana Carolina Nazareno e Hemerson Morais

Foto Hemerson Morais

Há 100 anos nascia aquele que é considerado um dos mais geniais jornalistas brasileiros: Nelson Rodrigues.  O pernambucano também está no hall dos maiores escritores e dramaturgos do país.

Conhecido principalmente por suas crônicas sempre polêmicas e com tons marcantes de erotismo, o autor ainda escrevia sobre o futebol, esporte pelo qual era apaixonado.

Dada a importância deste personagem para a cultura brasileira, a equipe do Contramão foi às ruas para saber o que os estudantes de Belo Horizonte têm a dizer sobre Nelson Rodrigues.

Texto: Marcelo Fraga e Rute de Santa

Entrevistas: Marcelo Fraga e Rute de Santa

Foto: Google