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Bolinhos deliciosos para criançada

*Por Daniela Reis

Outubro é o mês da criança e o Contramão não poderia deixar de comemorar com os pequenos! Então, para deixar esse mês mais doce, em parceria com o curso de Gastronomia do Centro Universitário Una, trouxemos uma receita de cupcakes divertidos e deliciosos!

Cupcakes Divertidos

Descrição do prato: Cupcakes são chamados de bolos de fada, um bolinho individual fofo, que pode ser recheado e decorado de diversas formas.
Quantidade de porções: 16 a 20 cupcakes
Tempo de preparo: 40 a 50 min
Categoria: Bolinho/ lanche
Nível de dificuldade: fácil

Ingredientes:
4 ovos
1/2 xícara de açúcar
2 xícaras de farinha sem fermento
100g de Manteiga
1 colher de chá de essência de baunilha
1/2 colher de sopa de fermento
125 ml de leite

Decoração

Chantilly e confeitos à sua escolha

Passo a passo para a preparação

Bater as claras em ponto de neve e reservar.
Bater as gemas, açúcar e manteiga.
Acrescentar a farinha, leite aos poucos e a essência de baunilha.
Misture o fermento e as claras em neve na mão com movimento leves.

Dica: Caso queira fazer com sabor de chocolate, coloque 1 xícara e meia de farinha e 1/2 de chocolate em pó.

15 a 20 min de forno a 160 graus.

Para a decoração

Bater chantilly em ponto de bico, colocar em
saco de confeitar e usar a criatividade para decorar. Jogar confeitos de preferência por cima.

Quem nos agraciou com essa receita  Vanessa Grasielly (@vanessagrasielly_cakes), aluna de Gastronomia da Una. Ela trabalha com confeitaria e garante que atuar nesse universo dos doces e bolos é uma forma de realizar sonhos.

 

*Por Bianca Morais

No mês de outubro os cursos de aviação do Centro Universitário Una completam dez anos, para comemorar o Jornal Contramão vai trazer uma série de matérias relacionadas ao assunto. E para abrir as felicitações trazemos uma importante reflexão: Os negros na aviação e o preconceito.

Quando o assunto em pauta é a questão racial, independentemente de ser no meio social ou profissional, sabemos que existe discriminação, seja velada ou não. Agora imagina uma área como a aviação, onde majoritariamente os profissionais são brancos e de uma elite dominante.

Na aviação encontramos os mais diferenciados tipos de racismo, seja aquele institucional que é o tratamento diferenciado entre raças no interior de organizações, por exemplo, quando vemos mais pilotos e comissários de bordo brancos dentro de um avião, do que negros. Também existe o racismo recreativo, aquela “piadinha” que alguém faz com a aeromoça negra em um voo. Racismo não é apenas quando alguém chama um negro por um apelido pejorativo, a questão vai muito além disso.

Acontece que muitos desses negros que sofrem preconceitos preferem se calar, eles como profissionais respeitam a empresa em que trabalham, e claro, temem pelas consequências de suas denúncias, a falta de credibilidade perante um branco e o medo de perder o emprego silenciam as vozes de muitos descriminados.

A aviação é uma área com formação alto custo e a desigualdade social muitas vezes impede muitos até de pensar em ingressar nessa área de atuação. Além da falta de verba, a exigência de conhecimento em línguas estrangeiras acaba desmotivando essas pessoas. Para grande parte da população viajar de avião ainda é um luxo, uma realidade distante, imagina atuar como profissional pilotando ou até mesmo na manutenção de uma aeronave.

A estrutura aeroportuária é elitista, é muito difícil encontrar um negro no cargo de chefia, agora é bem comum encontrá-los na limpeza das aeronaves e dos aeroportos. A falta de representatividade é também um dos principais motivos que justificam o baixo número de negros na aviação. O estereótipo da aviação é branco, e não somente da tripulação propriamente dita, mas dos passageiros, se comparado aos brancos o número deles é muito menor. Discutir sobre o assunto é necessário, em um país como o Brasil, onde a população é consideravelmente mista entre brancos, pardos e negros, encontrar menos de 5% de negros em um ambiente de trabalho é preocupante.

Histórias que valem a pena conhecer

Apesar de tudo, aos poucos e com muito luta eles estão conquistando seu lugar. Como é o exemplo de Thiago Daltro, 32 anos, formado em aviação civil, é piloto de avião. Contradizendo as estatísticas, ele conquistou um cargo de muita responsabilidade. A grande maioria dos pilotos no Brasil, são brancos, então imagine o compromisso social que Thiago carrega. Ele afirma que quer ser inspiração para os negros que têm vontade de ingressar na aviação, mostrar que lugar de negro é onde ele quiser, e não somente no check-in ou guardando bagagem no avião, mas também estando no controle dele.

Ele também conta que já sofreu sim, racismo velado. Thiago, muitas vezes mesmo vestindo uniforme de piloto que é diferente de todos os outros da tripulação, é confundido, tanto por passageiros como funcionários da própria linha aérea que acham que ele é despachante e perguntam quantos passageiros tem a bordo e até por comandantes.

“O comandante já apertou na minha mão, me cumprimentou, conversou comigo e depois de meia hora perguntou cadê o co-piloto. Situação chata mas tem que revelar”, conta.

Thiago explica que quando se trata da sua capacidade, ninguém nunca o questionou, quando se chega em um patamar da companhia área onde poucos chegam, como ele chegou, as pessoas apresentam um pouco mais de respeito por conta de sua posição.

“Quando você é negro e chega nessa posição você deve mostrar duas vezes mais que as outras pessoas, elas já pensam que por eu ter chegado até aqui, eu sei o que estou fazendo e não me questionam tanto”.

Outra história é a de Filipe Amâncio, 30 anos. Ele teve um tio piloto como inspiração. Sempre quis ingressar na área da aviação, porém como os cursos são caros não teve condições e acabou optando por fazer o curso de manutenção de aeronaves. Antes de se formar, já havia conseguido o primeiro emprego na área como auxiliar técnico de manutenção, onde ficou por dois anos.

Filipe que hoje mora na Austrália, afirma que consegue ver uma nítida de diferença de comportamento comparado ao Brasil. “Fora do Brasil é muito comum você ver pessoas negras em um avião, já no Brasil é muito difícil. Você anda no aeroporto e em um dia inteiro você vai ver umas 3 ou 4 pessoas da tripulação negras”, conta ele.

O rapaz também compartilha da ideia de que a cor da pele estimula preconceitos na mente das pessoas, da capacidade e do conhecimento que ele possa ter.

“Se a pessoa é negra, ela veio de uma escola ruim, fez uma faculdade ruim e por isso o aprendizado que ela tem não é bom o suficiente”, desabafa.

Larissa Lacerda, 24 anos e Letícia Andrade, 29, são duas comissárias de voo, jovens, mulheres e negras no mundo da aviação. Além do preconceito pela cor da pele, elas ainda têm que encarar o assédio.

“Comentários típicos do racismo estruturado como: você tem uma beleza exótica. Não tem aquele narigão; Você fica muito mais bonita de megahair que com esse cabelo; Não, você não é negra, você é morena”, compartilha Letícia.

Desde o cabelo até as curvas de seu corpo, mulheres negras são vistas como atrativo até mesmo quando estão correndo atrás de seus sonhos.

“Uma vez um passageiro me falou que eu deveria estar na Europa ou sambando no carnaval. Isso tudo porque neguei o embarque dele por motivos de segurança”, descreve Larissa.

Fernanda Nascimento, 37 anos, atua como comissária de voo há um ano. Tendo dentro de casa seu maior exemplo, a aeromoça cresceu vendo sua mãe, mulher negra e nordestina ocupando cargo de chefia no trabalho, por isso, ela sempre soube que poderia chegar aonde quisesse, o mais alto possível, e o céu foi o seu limite.

Diferente do relato de muitos, Fernanda, representa uma esperança em meio a tanto preconceito vivenciado pelo negro na aviação, segundo ela, sempre foi acolhida de braços abertos por sua tripulação, a empresa em que trabalha visa muito a questão da diversidade, e se já chegou a sofrer algum questionamento foi de pessoas de fora da aviação que se espantam ao saber de sua profissão.

“O martelo sempre será mais pesado pra nós, então sempre digo que temos que ir em busca daquilo que realmente nos faz feliz, pois cobrança vai existir em qualquer meio. Meu conselho: Estude muito, poupe dinheiro e acredite sempre em você!”

Não pertencer a esse universo, por quê?

Laiara Amorim Borges, 32 anos, nunca quis trabalhar presa em um escritório ou numa rotina corriqueira, a mineira sempre quis conhecer o mundo, foi então que procurando por profissões que pudessem abrir essa porta, encontrou a aviação. Seu sonho no começo era pilotar aviões, porém por ser um investimento muito alto, preferiu guardá-lo.

Depois de um tempo, Laiara optou por fazer o curso de comissária de bordo,  por conta das possibilidades do mercado e por não conhecer uma pilota de avião mulher e negra, ela achava que o curso de pilotagem não pertencia a ela. Em episódios como esses é possível retornar na questão da representatividade, até certo ponto a jovem mineira não se sentia representada em uma profissão como aquela, então, preferiu seguir uma profissão diferente deixando seu desejo de lado.

Em 2011, começou o curso de comissária, na época o custo era em torno de sete mil reais e para ela, que sustentava sua casa, dificilmente sobrava dinheiro para manter outras contas, principalmente se tratando de estudo. É um investimento alto, mas como a própria contou o retorno é rápido, o problema é o tempo que se leva para chegar lá.

A comissária passou por dificuldades para conseguir ingressar na profissão, via colegas de curso, sem nenhuma experiência ou idiomas passando em processos seletivos e ela não. A questão do racismo sempre esteve presente, o que ela não conseguia era mensurar o tanto que isso a afetava. Precisou começar por baixo, em solo, para desta forma tentar uma migração interna.

“Eu vejo hoje uma reclamação de muitas pessoas que a maioria dos negros que trabalham na aviação, antes trabalharam em solo, dificilmente vão diretamente para voo”, relata.

Laiara, hoje é chefe de voo e relata como mesmo estando em uma posição superior ainda precisa provar sua competência. Seu cargo dentro da equipe lhe concedeu uma faixa no uniforme diferente dos outros funcionários, porém mesmo com essa diferenciação é muito comum terceiros chegarem e questionarem quem é o responsável. Isso acontece principalmente quando está ao lado de colegas brancos, é muito difícil para algumas pessoas enxergarem um negro em posição de poder.

Para além do ser negro na aviação, mais difícil é ser uma mulher negra na aviação. Laiara que está há oito anos na área, já passou por muitas fases. Atualmente as companhias áreas vêm se esforçando para manter uma igualdade entre a tripulação, porém é chocante acreditar que até alguns anos atrás, como compartilha a comissária, mulheres negras de cabelo crespo ou ondulado eram obrigadas a prendê-los em um coque, enquanto aquelas de cabelo liso ou escovado tinha a escolha de deixá-los soltos ou em rabo de cavalo. Padrões não podem ser construídos encima de algo que possa ferir a raça de alguém.

Laiara entrou na aviação para conhecer o mundo e está conseguindo, está vencendo, nem sempre é fácil e ela passa constantemente por desafios, mas sua de força de vontade lhe dá motivos para continuar. E aquele sonho do começo de ser piloto, ela está correndo atrás, já está cursando a faculdade de ciências aeronáuticas e em muito breve será possível reconhecer mais uma mulher negra, pilota de avião.

Quem olha para Kenia Aquino, 34 anos, hoje e vê uma chefe de cabine, forte e determinada nem imagina o tanto que ela lutou para alcançar essa posição. Já vimos que cursos ligados à aviação não são baratos, mas isso não foi um empecilho na jornada dessa guerreira, ela que trabalhava em um hospital onde não recebia tão bem, gastava um pouco mais que a metade do salário para custear os estudos, não foi nem um pouco fácil, mas não seria uma dificuldade financeira que a afastaria de seu sonho de infância.

“Sempre fui uma criança inquieta e absolutamente apaixonada pelo céu. Quando viajei de avião pela primeira vez aos 16 anos, eu pude ver de cima para baixo as nuvens e eu me apaixonei de vez e sempre tive esse desejo”.

O começo não foi nem um pouco fácil para a Kenia, com 12 anos de estrada ela relembra como foi difícil passar no processo seletivo.

“Eu fiz quatro seleções, consegui ser aprovada apenas na quarta, nas outras três eu não consegui e em uma delas eu tenho certeza que foi por motivos raciais embora eu não tenha como comprovar”.

No processo seletivo em questão, a gaúcha conta que fez todas as provas e chegou a fazer o exame admissional com o médico da empresa, quando chegou na hora de ir para São Paulo assinar os documentos e a carteira de trabalho os responsáveis ligaram para ela afirmando que ela havia sido reprovada nos exames. Dentro desse episódio lamentável, é importante ressaltar que Kenia já havia assinado documentos da própria empresa afirmando que estava apta para as funções e que, além disso, na época ela havia feito exames da aeronáutica e tinha habilitação de saúde. Mas de nada isso valeu, e uma pessoa de pele de clara ficou com sua vaga no final.

Episódios como esses infelizmente são frequentes na vida de Kenia. A comissária já sofreu vários episódios de racismo tanto da parte de passageiros como de colegas de trabalho esse foi um dos motivos por ela ter se afastado do serviço por recomendações psiquiátricas no último ano. São diversos relatos, em determinada ocasião uma passageira em tom de piada disse que as comissárias de voo sentem muito calor por serem “queimadinhas”, isso se dirigindo diretamente a Kenia. Um outro recusou a água que ela havia oferecido para pedir a uma outra comissária branca.

“Eu não posso dar uma resposta como eu gostaria, então eu acabo não respondendo nada para não me prejudicar, para não prejudicar meu trabalho”.

Muitos passageiros, também não respeitam as instruções passadas por Kenia da mesma forma que respeitam quando é outra aeromoça falando.

“Se eu pedir é uma ofensa, agora se uma colega loira pedir ele obedece”.

Kenia e Laiara, colegas de trabalho, achavam que aqueles episódios de racismo velado eram coisas de suas cabeças, mas a partir do momento em que elas viram que as histórias se pareciam e se repetiam, perceberam um comportamento e uniram forças para combater isso.

Kenia é dona da página @voonegro. Antigamente denominada “black’s in the air”, o principal objetivo era dar espaço a imagens negras da aviação. Kenia sempre via vários perfis exaltando comissários de voo no instagram, porém todas elas brancas. Cansada disso criou seu próprio perfil, enaltecendo os negros da área. O tempo passou e a aeromoça viu que o nome inglês não fazia mais tanto sentido e mudou para Voo Negro.

Existe um problema hoje na aviação que é o preconceito, todos citados nessa reportagem contaram pelo menos uma situação em que sentiram o racismo na pele, a indiferença. É necessário colocar mais gente negra na aviação para que episódios como esse parem de acontecer, ou aconteçam com menos frequência, porque quando as pessoas passarem a ver mais representatividade é esperado que essa discriminação diminua, porque o negro não estará mais sozinho ali.

“É preciso colocar mais gente negra consciente de sua negritude na aviação, porque essa dor que a gente sente por ser discriminado a bordo, não é justo que a próxima geração de negros sinta também. Porque se estamos sentindo essa dor hoje, precisamos trabalhar para que esse problema se não solucionado, pelo menos diminua”, desabafa Kenia.

Quilombo Áereo

Vendo que o voo negro passou a ser uma causa de luta pela inserção do negro na aviação, ela uniu forças com a Laiara que também tem sua página @voe_como_uma_garota_negra e criaram o Quilombo Áereo.

O que é o Quilombo Aéreo ?        

“Somos o Quilombo Aéreo, coletivo que visa trazer à visibilidade as/aos tripulantes negras/os da aviação civil brasileira. Temos um grupo de advogadas, psicólogas, mestres e doutoras negras nos apoiando e nos ajudando na construção e consolidação da nossas pautas”.

Quando e como surgiu o coletivo?         

“O coletivo nasceu no final de 2018 do aquilombamento de 4 tripulantes Kenia Aquino, Shirlei Reis, Jivarlos  Cruz e  Laiara Amorim e duas paginas no instagram o @voonegro e o @voe_como_uma_garota_negra, unidos pela dororidade das pautas raciais outrora não discutidas na aviação civil brasileira. Nasceu pela necessidade de fazer algo dentro da área e criar oportunidades de inclusão e estratégias de enfrentamento ao racismo.

Qual objetivo do comitê?       

Nossa Missão: Mitigar os efeitos do racismo na Aviação; desenvolver estratégias de autocuidado e cuidar da saúde mental das/os negras/os aeronautas; além de conscientizar as empresas sobre os efeitos do racismo institucional.

Nossa Visão: Contribuir com as pautas antirracistas também na aviação; abrir espaço para o ingresso e permanência de mais mulheres negras e homens negros na área.

Quantas pessoas o projeto já atendeu?               

O projeto uniu cerca de 80 tripulantes negros em dois grupos um misto que é aberto para diversas pautas do cotidiano dos tripulantes, para debates, dúvidas troca de experiências e acolhimento. Um outro grupo voltado para as mulheres negras aeronautas/aeroviárias sobre empoderamento estético o que se faz muito importante nessa área já que ela gira em torno de um padrão eurocentrista que tenta enquadrar todas as pessoas como únicas não respeitando a nossa pluralidade e diversidade e muita vezes nos violentando com imposições estéticas de embranquecimento.

O cômite atua no país inteiro?         

Sim, o coletivo visa atender tripulantes no Brasil inteiro embora nesse momento nossa atuação é mais ativa em SP,POA,BH.

Vocês já tem sentido um retorno positivo do comitê ajudando a comunidade negra?   

Sim, somos pioneiras(os) nesse braço da militância, trouxemos ao conhecimento público dados e informações que ainda eram omitidos ou não verbalizados, temos colhido muitos frutos como aprovações em editais que possibilita o auxilio ao impulsionamento na carreira, parcerias com instituições e grupos que trabalham a diversidade étnico-racial, MTP e  sindicatos. Tivemos que repensar nossas estratégias de enfreamento ao racismo institucional a partir da pandemia e criar novas formas de atuação.

A ideologia do racismo coloca o negro em lugares estratégicos onde querem que ele esteja, empurrando essa população para o subemprego, por exemplo, o trabalho doméstico, e não que esse tipo de trabalho seja menos digno, ao contrário, porém é nesse lugar que o racismo quer que o negro permaneça. Movimentos como o Quilombo Aéreo nada mais quer do que a inserção do povo negro aonde ele quiser, é dar oportunidade, mostrar a população uma nova perspectiva de trabalho para além daqueles que eles estão acostumados, democratizar o acesso ao espaço aéreo.

Alguém um dia disse “Nem o céu é o limite quando os sonhos são maiores que o próprio universo”, e é essa força, é essa tripulação de comissários, pilotos, comandantes, mecânicos que não viram limites e alcançaram seus sonhos de estarem nas alturas, e estão, muitos até mesmo sem perceber, abrindo portas para que no futuro, muitos mais negros estejam na aviação.

 

*A matéria foi produzida sob a supevisão da jornalista Daniela Reis

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Diogo Medeiros - o cantor nordestino que tem um cantinho pernambucano em BH

No dia 08 de outubro é celebrado o Dia do Nordestino. De Pernambuco à BH, do canto de bar ao Canto de Mainha

*Por Italo Charles

A região nordestina é repleta de paisagens exuberantes, sua cultura extrapola barreiras. Do cordel ao canto do sertão, da produção de renda aos famosos artesanatos que ganham vida através de insumos ali coletados.

Cenários de filmes, terra de gente grande, valente. Bairros, cidades e estados que gozaram o feito de dar vida aos grandes artistas. O nordeste foi berço para o rei do Baião, Luiz Gonzaga,  e é território de uma grande geração.

Em Recife, nasceu Diogo Alcântara de Medeiros, por tempos, conhecido como Diogo Recife – apelido da época em que atuava como jogador profissional de futebol.

Filho da capital pernambucana, Diogo Medeiros (nome que utiliza no ramo artístico), teve o primeiro contato com a música ainda criança. Mesmo sem a proximidade com um músico profissional, a relação foi realçada através das reuniões familiares que o  pai programava. 

“As reuniões eram frequentadas por meus tios,  tias e amigos. Tinha muita cantoria e nessa época não havia músico em minha família, as canções eram todas a capela, a galera gostava de cantar. E eu, desde os 12 anos, já ficava nas rodas cantando músicas de Raul Seixas, Zé Ramalho e Fábio Júnior, e o pessoal gostava porque naquela época era incomum crianças saberem essas letras”.

Chegada a fase da adolescência até completar 26 anos, a vida se encarregou de levar  Diogo aos campos, período que atuou como atleta profissional, mas, devido a uma lesão grave sua carreira como jogador foi encerrada.

Dois anos depois, surgia a oportunidade de ir a Angola – para trabalhar como gestor de uma famosa marca de calçados brasileira. Foi lá que a paixão pela música, gerada enquanto criança, tomou forma e possibilitou caminhos para realização de um sonho. “Minha vida profissional na música começou por lá. Até então me considerava como amador, mas na Angola tive a oportunidade de tocar em festas de amigos”.

Após as tocadas nas festas, em bares e com o convite para tocar no “sushi” de um amigo a carreira musical tomou novos rumos. Durante um longo período de estudos, sobre arranjos, canções e, com dois anos de carreira estabelecidos no país, Diogo medeiros alcançou grandes patamares.

No decorrer da estada no país, a produção de eventos e shows fazia parte da rotina. O convite para estrelar e produzir grandes encontros consolidou sua carreira. “Em dois anos eu fiz a festa da embaixada brasileira lá Angola. Fui convidado para produzir o evento e para ir para ser a atração principal, fiz também o Carnaval fora de época.  Graças a Deus foi um sucesso”.

Em meio a tanto trabalho, seja na carreira artística ou na carreira executiva, a possibilidade de encontros ainda existia. Foi em uma dessas idas e vindas que Diogo conheceu Fernanda, sua esposa.

Passado os anos no país africano e, em passeio no Brasil, sua ainda namorada o trouxe a Belo Horizonte para conhecer família e viajar por Minas Gerais. “Me apaixonei de cara, logo quando cheguei em BH.

Com  grande visão empreendedora e percepção de que o cenário musical e artístico na cidade era promissor, a ideia de tentar a carreira na cidade o deixou esperançoso. “Na primeira vez eu fiz dois shows aqui, em barzinhos.. E eu achei muito bacana a cidade, com muitos bares, mercado gigante para quem trabalha com música”.

Canto de Mainha – O pedacinho do Pernambuco em BH

 Em uma das primeiras visitas a BH, um espaço vazio chamou a atenção de Diogo, localizado no bairro Buritis, parecia um local favorável a construção de um bar. “Falei para minha esposa – nossa, aqui daria um barzinho muito legal”.

Com as ideias solidificadas e o então retorno para voltar a morar no Brasil, o anseio em não trabalhar mais para outras pessoas era grande. “Vou voltar para o Brasil e trabalhar com música”.

Desde pequeno com o contato com a arte, Diogo foi aprimorando seus estudos e a cada dia se entendia como autodidata. Nunca frequentou uma escola musical, o que aprendera esteve relacionado ao estudos que buscava fazer.

Ainda sem saber como seria sua vida dali em diante, a certeza de voltar e erguer sua carreira era gigante. Os desafios eram grandes, sem saber se atuaria como cantor de barzinho, músico ou produtor,  a vontade era grande.

Em primeiro momento, de volta ao Brasil, estudar foi uma das prioridades, durante um período Diogo estudou canto, violão e musicalização. Nesse meio tempo, foi convidado a cantar e tocar todas as sextas no então “Canto do Buritis”.

Através da ideia de expandir seus projetos, uma proposta foi feita ao dono do estabelecimento. Diogo então comprou metade da participação do empreendimento que logo passaria por reformas.

No ano seguinte da conquista, em Abril, o sócio decidiu vender sua parcela do empreendimento, então, Diogo a comprou e criou o hoje conhecido Canto de Mainha. “Hoje eu olho para trás e vejo que o Canto de Mainha é a realização de um sonho, a gente conseguiu transformar ele em um lugar alegre, familiar, cultural, onde tem muita música e muita gente ligada a cultura”.

Entre anos e anos passados com a conquista do Canto, o espaço foi utilizado para realização de vários shows e atrações culturais. Lá foram feitos muitos eventos para beneficiar a população da região.

O pensamento de montar um bar nunca havia sido como forma de ganhar dinheiro, mas inicialmente como meio de integração e valorização das culturas mineira e nordestina. “Foi mais um sonho mesmo, queríamos um  lugar que a gente poderia reunir amigos. E eu como Nordestino, minha vontade era trazer um pouco de da minha cultura, do meu lugar para cá”.

Solidificar a carreira levou tempo, mas garantiu ao artista grandes conquistas. Diogo possui um projeto de música nordestina chamado “MNP’ (Música Popular Nordestina), que leva ao público na maior parte dos shows. 

Hoje, a maior conquista de Diogo é sua família. Casado com Fernanda, pai de um casal de gêmeos, empresário no Canto de Mainha, artista e dono de uma energia contagiante.

Como diz o poeta  Braúlio Bessa:

“Sou nordeste brasileiro;

Sou cantador violeiro, sou alegria ao chover;

Sou doutor sem saber ler, sou rico sem ser granfino;

Quanto mais sou nordestino, mais tenho orgulho de ser;

Da minha cabeça chata, do meu sotaque arrastado;

Do nosso solo rachado, dessa gente maltratada;

Quase sempre injustiçada, acostumada a sofrer;

Mais mesmo nesse padecer eu sou feliz desde menino;

Quanto mais sou nordestino, mais orgulho tenho de ser…”

Conheça o trabalho do Diogo Medeiros no seu Instagram (@diogomedeirosvoz).

Serviço

Canto de Mainha 

Rua Heitor Menin, 115 – Buritis

Funcionamento:

Terça a quinta: 17 às 22hs
Sexta: 11 às 22hs
Sábado: 12 às 22hs
Domingo: 12 às 16hs

 

*A matéria foi produzida sob a supervisão da jornalista Daniela Reis

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Crédito: Divulgação

*Por Bianca Morais

Belo Horizonte é a capital dos bares e a região metropolitana já é considerada como um polo cervejeiro. Somos um povo boêmio que adora reunir a turma para beber aquela gelada. Acontece que o público, consumidor de cerveja, tem se tornado cada vez mais exigente, e para eles um mercado específico e crescente traz inúmeras opções, o mercado das cervejas artesanais. De acordo com dados de 2019 do Ministério da Agricultura, 241 micro cervejarias registradas no estado, a maior parte delas (51) na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

A vida noturna regada a boa comida e bebidas garantiu à capital o título de Cidade Criativa da Gastronomia pela Unesco no ano passado, e o que há de melhor para acompanhar a boa culinária mineira é uma cerveja tão bem produzida. Investir nas cervejas é algo além do gostar, é produzir sua individualidade, sua marca, ver o retorno de um público que está aceitando cada vez mais a experiência de novos sabores.

A cerveja radical

Limonada e Balonista. Foram essas duas palavras que Flávio Cremonesi disse a Guilherme Fonseca em sua visita a Tasting Room Olec, um bar de cervejas artesanais. Limonada, apelido de Flávio e balonista sua profissão, sempre esteve ligado as cervejas tradicionais, “ex brahmeiro”, se sentiu em um parque de diversão quando conheceu o lugar. Depois das palavras trocadas e a boa prosa em que Limonada conta a Guilherme sua travessia de balão entre o oceano Atlântico e Pacífico, Guilherme solta um “vamos fazer uma cerveja dessa história”. Na mesma hora passava perto Henrique Mafra (a segunda parte da sociedade da cerveja LIFT), que foi quem criou a receita da cerveja, no estilo Saison/Farmhouse Ale, originária da Bélgica, um dos países mais influentes nos estilos mundiais de cerveja.

“Toda história boa pede uma cerveja; e toda cerveja boa tem que ter uma história pra contar” disse Guilherme naquele dia. Em busca de mudanças e inquietação para ser o dono da própria história, Flávio Cremonesi, aceitou a ideia e dali nasceu a LIFT. A escolha do sabor nasce da ideia de Brasil, país tropical, cerveja refrescante, e claro, do nome do dono da marca, Limonada. “A LIFT é um produto com alma e atualmente é muito raro (além da cerveja) produtos e serviços que tenham mais alma e histórias inspiradoras/impactantes” conta Cremonesi.

A Estação Lift, lar da cerveja Lift, fica no bairro Anchieta, um local agradável, com cadeiras de praia na calçada. “O topo da “cadeia alimentar” pro mineiro ir curtir um final de semana na praia. A proposta de trazer a cadeira de praia é justamente trazer o lúdico pra dentro do bar e mexer com os sentimentos dos clientes”.

No Brasil, a cerveja é encontrada em 50 bares em sete cidades, Belo Horizonte/MG, Pedro Leopoldo/MG, Juiz de Fora/MG, Rio de Janeiro/RJ, Piracicaba/SP, Bauru/SP e São Paulo/SP.  A ideia da cerveja, o ambiente do bar, tudo remete a essa ideia do descontraído.

Para aqueles que ainda não se desprenderam da cerveja comum Limonada garante que está na hora de evoluir como consumidor e ser criterioso para entender as boas marcar que colocam a alma no produto. “Buscar novos conceitos. Ser curioso. Mas, daí vai depender de cada postura pra buscar cervejas independentes”.

Toda arte é local antes de ser regional, mas, se prestar, será contemporânea e universal.

As cervejas independentes, desvinculadas das tradicionais, com diferentes sabores, abre um leque de oportunidades e deixa o amante da cerveja com vontade de experimentar e conhecer mais. “Acredito que beber a mesma cerveja, da mesma cor e do mesmo gosto desde Adão e Eva cansou. É uma evolução do paladar/sensorial, do olfato e das cores são essenciais pra atrair a atenção do consumidor final” diz Limonada.

A cerveja rock n roll

Cerveja e rock n roll, esse é o slogan da cerveja Küd. Bruno Parreiras, o proprietário e apaixonado pelo rock resolveu unir suas duas paixões em uma marca. O consumidor da cerveja consegue sentir as referências musicais em cada gole da cerveja, na concepção dos produtos criados.

“Nossa proposta não é usar do sucesso que foi o trabalho dos nossos ídolos musicais para vender nossas cervejas, mas sim, usar essa inspiração que o rock nos dá para criar as nossas cervejas. É uma forma de tentar colocar o sentimento que o rock nos passa de volta na cerveja e tentar resgatar e celebrar um estilo de música que mudou o mundo pra sempre”, conta Bruno.

Atrelando um bom atendimento e um produto de qualidade, a cervejaria é resultado de um trabalho e materialização do sonho de quase 10 anos atrás, que foi pensado pelos idealizadores da marca com propósito de entregar algo feito com muito cuidado, atenção e de fato, cheio de conteúdo.

“O cuidado que temos que ter com este termo, cerveja artesanal, é justamente não banalizar essa expressão, tornando-a um termo vago, pura e simplesmente uma ferramenta de venda para colocar no mesmo “balaio” produtores sérios e preocupados com o setor, daqueles que estão ali só pra surfar na onda, sonhar em ganhar muito dinheiro e no final das contas, acabar frustrado com a dura realidade do mercado” disse o diretor da empresa. Bruno defende que esse mercado tem crescido de uma maneira muito boa em Belo Horizonte, devido ao fato do público estar cada vez mais ligado na proximidade com o que gasta e cada vez mais comprando conteúdo e experiência ao invés de produtos oferecidos em massa.

A cervejaria Küd, localizada no Jardim Canadá, reflete em seus produtos o seu amor por fazer cerveja, trabalham com a verdade. As cervejas artesanais são um sub-segmento do muito “nichado” setor das bebidas, principalmente no segmento de cervejas, fato relacionado ao grupo específico que querem atingir, consumidores mais interessados em um conceito. Eles não estão no mercado para competir com um produto de um preço caro, mas para oferecer um trabalho que cativa e uma experiência diferenciada.

Seja através da energia radical de andar de balão ou aquela que só o rock n roll nos causa, as cervejas artesanais refletem o desejo, vontade, paixão, o gosto de seus criadores. Elas são essencialmente uma sensação. A cerveja artesanal antes do sabor ou qualquer outra coisa, ela tem uma história para contar.

As cervejarias unem pessoas desconhecidas em pró de um comum, o apreciar aquela cerveja única, o sabor elaborado, essas cervejarias não trabalham em competição uma com outra, e sim em parceria, valorizam o trabalho do outro e se esforçam para tornar Belo Horizonte uma capital que atraia admiradores desse produto.

 

 

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*Por Daniela Reis

Você sabe o que é gemista? É um prato grego de vegetais recheados. E hoje quem nos agracia com essa receita vegetariana é Izabela Pereira, aluna do curso de Gastronomia do Centro Universitário Una.

Que tal aproveitar o calor que vai fazer no final de semana e fazer esse prato que tradicional do verão grego?

Gemista

Ingredientes

  • 2 tomates grande
  • 2 pimentões amarelos ou vermelhos grandes
  • 400g de batata inglesa
  • 100g de beringela em cubinhos
  • 100g de cenoura em cubinhos
  • 100g de abobrinha italiana em cubinhos
  • 25g de alho poró
  • 75g de arroz de risoto
  • 50g de cebola (picada bem pequena)
  • 100ml de azeite de oliva
  • Salsinha, orégano, tomilho, pimenta do reino, manjericão e sal a gosto

Preparo

  1. Corte o fundo do tomate e do pimentão para formar uma tampa e retire as sementes.
  2. Corte as batatas rusticas, coloque-as em uma assadeira junto ao tomate e ao pimentão. Acrescente azeite, sal e pimenta, reserve.
  3. Leve os legumes ao fogo médio com 20ml de azeite, adicione sal, pimenta e doure.
  4. Adicone o arroz e 100ml de agua, cozinhe até a textura ficar al dente.
  5. Adicione a salsa, tomilho, manjericão e o orégano.
  6. Recheie o tomate e o pimentão, feche com a tampinha, cubra com papel aluminio e leve ao forno a 200°C por 40 minutos.

Com a palavra, Izabela

“Comecei a me encantar com o mundo gastronômico ainda criança, enquanto ajudava minha mãe a preparar as refeições em casa. Esse amor ganhou ainda mais força quando resolvi buscar alternativas saudáveis para minha alimentação e da minha família, substituindo ingredientes calóricos por outros menos calóricos e mais nutritivos de boa procedência, além do uso reduzido de proteína animal”.

 

 

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Conheça o projeto do Programa Universidade Aberta para cuidados e inclusão dos idosos

Por: Italo Charles

Hoje, dia 1º de outubro, é celebrado o Dia Internacional do Idoso. Para além de festejar é importante cultivar os cuidados e lutar por direitos juntos as pessoas da categoria. E, com o  intuito de promover a longevidade e o empoderamento das pessoas idosas, o Instituto Ânima criou o programa Universidade Aberta.

Fundado em 2011, o Programa Universidade Aberta possibilitou formação  através de cursos, oficinas e palestras a vários idosos. “Até o momento, se considerarmos todos os projetos desenvolvidos, já conseguimos beneficiar mais de 5 mil idosos”,  comentou a Gestora de Projetos, Naiane Santos. 

Ao passar dos anos, surgiram várias possibilidades de atuação voltadas ao público da terceira idade e,  uma delas, o Projeto Plenitude 60+ que surgiu no primeiro  semestre deste ano (2020).

Definido a partir dos pilares de saúde física e mental, saúde financeira do idoso,  sociabilidade e direitos, o Projeto Plenitude 60+ é um Núcleo de Comunicação e Campanhas Educativas para idosos e tem por finalidade produzir conteúdos para as redes sociais a fim de promover a autonomia e a inclusão social do idoso.

O coordenador do Projeto, Elias Santos, comentou que a universidade precisa olhar para o público idoso, uma vez que a sociedade e o mercado de trabalho não oferecem oportunidades.  “A Universidade Aberta foi um grande mudança para mim, primeiro como professor e segundo como radialista, profissional do mercado, pois o mercado não respeita as pessoas da categoria”.

o Plenitude 60+ também atua através do Conselho Municipal do Idoso (CMI), órgão responsável pela mediação entre o poder público municipal e a sociedade na execução das políticas em atendimentos aos direitos dos idosos.

Para conhecer mais sobre o Programa Universidade aberta, acesse o Facebook .

 

*A matéria foi produzida sob a supervisão da jornalista Daniela Reis.