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Projeto Periferia Viva cria força tarefa para ações durante a pandemia

*Por Bianca Morais

Nesse período de pandemia, uma das camadas da sociedade que mais vem passando por dificuldades são as periferias. Com o objetivo de dar um suporte aos moradores das comunidades, na última sexta-feira, 17, a Associação Imagem Comunitária, que conta com uma aliança estratégica com o Fórum das Juventudes da Grande BH, a Laço Associação de Apoio Social e o grupo de pesquisa Mobiliza – UFMG se reuniram e lançaram a rede Periferia Viva – Força-Tarefa Covid-19.

Promover a vida onde ela está mais ameaçada pela pandemia, esse é o propósito do projeto que pretende auxiliar essa população que se encontra em um dos territórios de alto risco à saúde individual e coletiva. Dificuldade de moradia, alimentação e falta de saneamento básico, são os problemas mais enfrentados por eles, e nesse período de quarentena tem se intensificado. Se a pobreza já era um obstáculo, com muitos impossibilitados de trabalhar e receber seus salários as dificuldades só aumentam, e é nesse contexto que a iniciativa entra.

Com atuação prioritária na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), a força tarefa foi criada para dar visibilidade e articular apoios e parcerias aos esforços já em curso de mobilização social e vigilância civil para o enfrentamento à pandemia do Coronavírus na perspectiva da defesa do direito à vida, à dignidade e à cidadania das populações periféricas. A ideia é conectar as iniciativas, desde saúde mental; informação e mobilização, ajudando o máximo de pessoas.

Dentre as ferramentas da referida tecnologia social, tem-se a plataforma online www.periferiaviva.org.br, que reúne e disponibiliza, de forma aberta, ampla e gratuita, todas as informações levantadas nas ações de articulação social. Na plataforma, a sociedade localiza no mapa da grande BH as iniciativas que estão em curso junto à população vulnerável e pode ter informações sobre como apoiar.

Acesse o site, conheça mais a iniciativa e veja como você pode ajudar mesmo de longe.

Faça a diferença!

 

Serviço:

Plataforma – www.periferiaviva.org.br

E-mail – [email protected]

Instagram –  @periferiaviva

WhatsApp – (31) 99124-3701

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Sua empresa e/ou produto com maior visibilidade nas redes

*Por Mariana Siqueira

Às vezes você fica sem saber como criar um post para sua empresa? Não sabe de onde tirar ideias? Preparamos um conteúdo especial para auxiliar você alavancar seu negócio na rede.

É fato que as empresas estão investindo em suas redes sociais e de acordo com os últimos dados divulgados pelo Instagram, apenas a rede possui mais de dois milhões de anunciantes ativos. Usar o Instagram para promover negócios e produtos é fácil, barato e pode trazer resultados bastante significativos. Mas, para fazer sua empresa ter uma boa imagem na rede é necessário seguir alguns passos. De acordo com Hugo Andrade, redator da empresa G30, é importante acompanhar as tendências do mercado e conhecer bem o seu cliente.

Ele conversou com a nossa equipe e explicou como faz no seu dia a dia:

“Nosso repertório é o que nos define. Reúno o que aprendo em páginas que me inspiram com aquelas que têm a ver com o universo do meu cliente. Durante a produção, sempre confiro se tudo está coeso e alinhado com o posicionamento on-line dele. Isso me ajuda a escrever mais. Quanto mais escrevo, mais perto chego do resultado ideal. Para isso, preciso dos 4 “quis” de um bom redator.

Em tempos de bombardeio de informações, tenho que saber sintetizar.

Tenho que saber falar a mesma coisa, de maneiras diferentes.

Tenho que escrever corretamente. Um erro de português tira toda credibilidade do cliente.

Tenho que saber escrever título. É isso o que vai te diferenciar de tantos outros posts. Fazer um bom título é saber colocar uma ideia em uma frase. Note que ele diz sobre todos os “quis” acima”, explica.

Passo a passo para montar seu post

  • Entenda o que estão pedindo:

Ao receber sua demanda, você precisa compreender o que é solicitado. É necessário saber o que pesquisar e o que a empresa necessita.

  • Faça uma pesquisa aprofundada:

É importante você estar por dentro do assunto! Fazer pesquisas e estudar sobre o que foi pedido é um passo super importante desse processo. Assim, lá no final do seu trabalho você vai ter mais facilidade em fechar o trabalho.

  • Qual linguagem utilizar?

Existe a linguagem da internet. Os bordões e expressões são formas informais para facilitar a leitura de quem lê o conteúdo. Assim como existe a linguagem que cada área e cada empresa aborda. Você precisa ponderar e equilibrar duas na hora de conversar com o público.

  • Faça um brainstorming:

Antes de começar a legenda, é bom ter alguns insights. Colocar no papel tudo o que pensou até esse quarto passo. Jogue todas as ideias para a tela do seu computador. Assim você vê o que pode ser utilizado ou não.

  • Hora de produzir:

Agora você está pronto para fazer a sua legenda. Ufa! Ficou fácil, né?! O indicado é ter aproximadamente 3 linhas, ou seja, faça uma rápida introdução, ligue ao assunto/informação essencial do post e conclua seu texto. Não se esqueça das hashtags, no máximo 5, viu?!

  • Imagem:

Chegamos à imagem! É hora de dar sentido ao seu texto. Lembre-se, você não pode encher de textos e é necessário chamar seu leitor para ler a legenda.

  • Revisão:

Finalizou? Não! Antes de concluir seu post é necessário revisar. Dê uma pausa rápida, tome um ar, volte e releia. Veja se seu post tem sentido, se fez o que foi solicitado e se não há erros de português. Se sim, parabéns! Seu post está pronto.

Organizar e dividir a criação do seu post em etapas torna a sua produção mais rápida e eficaz. Use desses métodos para facilitar o seu trabalho poupando tempo e sendo mais produtivo. Gostou? Agora é só colocar a mão na massa, bom trabalho!

*A matéria foi produzida sob a supervisão da jornalista Daniela Reis

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Parlamento Federal da Alemanha (Berlim) Créditos: Rafaela Oliveira Guimarães

Por Ana Luiza Ribeiro

Quem nunca sonhou em estudar fora? A maioria dos jovens, hoje em dia, busca grandes experiências para suas vidas. Além disso, sabemos que o intercâmbio é um dos maiores diferenciais no currículo de uma pessoa. Ao pensar nisso, resolvi dar dicas valiosas sobre um país que, atualmente, conta com a maior economia da zona europeia e que tem uma atmosfera jovem e moderna.

Com posição central na Europa, a Alemanha é cercada por países importantíssimos à economia mundial, como Espanha, Bélgica, França, Suíça. Além disso, exibe imensa diversidade cultural e é conhecida por falar um dos idiomas mais difíceis do mundo.

Rafaela de Oliveira Guimarães, estudante de administração pelo Cefet-MG, realiza intercâmbio na cidade de Berlim, em 2020. “Eu tinha duas opções: Alemanha e Portugal. Escolhi a primeira por se tratar de língua e cultura mais difíceis. Precisava sair um pouco da caixinha e aprender mais”, comenta.

Por onde começar?

Hoje, existem muitas formas de conseguir um intercâmbio. Muitas universidades, por exemplo, ofertam programas por meio dos quais o estudante realiza testes para conseguir estudar fora do país. “Consegui meu intercâmbio por meio de edital aberto pelo Cefet-MG, onde estudo. O programa exigia nível B2 na língua inglesa e carga mínima completa de 40% do curso. Rendimento global e participação em projetos na faculdade contavam pontos”, explica Rafaela Guimarães.

Ela fez a prova de inglês – Toefl iBT – e conseguiu a pontuação necessária. Em seguida, enviou a documentação com a carga horária realizada e os comprovantes dos projetos dos quais participou. Desse modo, passou na primeira etapa. “A segunda era uma entrevista presencial, com orientadores do Cefet, da diretoria de relações internacionais e psicólogos. A terceira, por fim, foi a avaliação, pela instituição anfitriã, de minhas habilidades e de meus documentos. A partir daí, estava classificada e apta à realização do intercâmbio”, completa.

Sim, mas e se você não está numa universidade? Também existem formas de conseguir estalar fora: agências de viagem especializadas em intercâmbio podem lhe ajudar a realizar este sonho, e em vários países. (Clique aqui e veja essa dica de agência em Belo Horizonte.)

Depois de ser aprovado, existem custos? Ou a universidade arca com tudo?

“A princípio, o aluno intercambista arca com despesas como passagem, passaporte, seguro saúde, instalação e custos extras de viagem. O Cefet-MG, por exemplo, sobre os estudos e auxilia o aluno com 720€ por mês de intercâmbio (3 parcelas no início e 3 no meio do período de mobilidade), calculados em R$ no dia em que a verba é liberada. Qualquer divergência positiva ou negativa fica a cargo do intercambista”, esclarece Rafaela.

A universidade anfitriã tem parceria com uma residência estudantil de custo reduzido, um prédio de estudantes com quartos individuais e banheiros/cozinhas compartilhados. “O custo mensal do meu quarto é 285€. Cada lugar tem um custo, e você não pode escolher o que prefere. A escolha se dá por disponibilidade e por ordem de chegada, e o valor depende do número de quartos no apartamento”, completa.

Visto e documentação

Em toda a Europa, de acordo com o tratado de Schengen, o “visto” de turista dura três meses. Em outras palavras: não é preciso de visto em tal período. Para os meses subsequentes, deve-se fazer processos administrativos na prefeitura da cidade onde mora, para que você comprove que tem uma “residência”. Além disso, a assinatura de um seguro/plano de saúde é obrigatória durante toda a estadia. O intercambista pode optar por um seguro privado.

“Diversas empresas prestam esse serviço. Escolhi o Swisscare, que é mais acessível e só precisa ser pago uma vez, já o serviço público de saúde cobra dos cidadãos uma taxa de 105€ por mês, para que a pessoa tenha direito a ele. Além desses documentos, a universidade emite um documento comprovando que você é estudante. O visto é tirado no escritório oficial e se dá por ordem de chegada. Às terças e quintas, uma fila de mais de 200 pessoas se forma (ainda de madrugada) para a tentativa de conseguir uma senha para o visto”, conta Rafaela.

Quanto às possibilidades, a estudante conta que é essencial ter, ao menos, o nível intermediário de inglês, já que se trata da língua mais falada no mundo. Não é necessário falar alemão, mas é interessante ter um conhecimento prévio do idioma para facilitar a comunicação.

Clima e fuso horário

Para quem vive em um país tropical, não é muito fácil adaptar-se ao clima da Alemanha, pois, no verão, chove com frequência e as temperaturas não sobem além dos 23°C. O grande desafio de viver num país como este, porém, são os meses de outono e inverno, já que a temperatura pode chegar abaixo de zero.

O fuso horário também é muito diferente: enquanto todo mundo dorme no Brasil, os alemães já estão de pé, para começar sua rotina. Na Alemanha, são quatro horas a mais do que por aqui. Devido a isso, a comunicação, a rotina e o descanso podem ficar um pouco afetados.

Porém, nada disso impede de conhecer as belas paisagens do país e de ter uma conversinha com os amigos e familiares. Como tudo é questão de costume, isso seria só mais uma adaptação à rotina dos intercambistas.

Trabalho

Conseguir um trabalho na Alemanha, não é uma tarefa muito fácil, pois a maioria dos contratantes exige que você fale a língua alemã. Também não é algo impossível, já que existem alguns empregos em startups e freelances que só exigem o inglês.

 

E aí, o que achou de nossas dicas? Já pensa em arrumar as malas e partir para o intercâmbio? Deixe seu comentário!

 

*A matéria foi produzida sob a supervisão do professor Maurício Guilherme Silva Jr. e da jornalista Daniela Reis

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Usar preservativo é melhor maneira de se proteger contra as ISTs

Em 10 anos houve um aumento de mais de 4000% nos casos de sífilis

*Por Sheila Silva

“Foi em novembro de 2017, eu tinha 21 anos na época. Fui a uma festa, na qual acabei exagerando no álcool – ou talvez alguém tenha colocado algo na minha bebida – eu passei muito mal e meus amigos me puseram em um quarto para descansar, pois eu já não estava consciente. No meio da noite, eu acordei e tinha alguém sobre mim, me estuprando. Na manhã seguinte, juntei minhas coisas e fui embora dali o mais rápido que pude, sem que ninguém me visse. Nunca havia me sentido tão mal em toda a minha vida. Estava com muita vergonha e raiva de mim mesmo, por isso não contei a ninguém. Na época, eu não tinha acesso e nem conhecimento a respeito da PEP (Profilaxia pós-exposição), então acabei não fazendo nenhum tipo de exame ou acompanhamento médico, só segui a vida da melhor forma que pude”, relata “O.D”, jovem de 23 anos que prefere manter sua identidade em sigilo.

 

Todos os dias surgem um milhão de novos casos de IST’s (Infecções Sexualmente Transmissíveis) curáveis em todo o mundo, em homens e mulheres de 15 a 49 anos, segundo dados divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), em junho de 2019. A mesma organização também divulgou que o número de infectados por HIV caiu 16% em todo o mundo, nos últimos 10 anos. O Brasil, porém, não segue essa tendência, pois aqui foi registrada uma alta de 21% nos casos no mesmo período.

 

Apenas em novembro do ano passado o Ministério da Saúde lançou a primeira campanha exclusiva de prevenção de ISTs. Focada em jovens de 15 a 29 anos, a campanha carregava o slogan “Sem camisinha você assume o risco” e apostava no choque e aversão de pessoas reagindo às imagens de algumas infecções.  A intenção era fazer com que os jovens procurassem as imagens na internet, e tivessem na repulsa, um motivo para se proteger.

 

Para os especialistas, o maior responsável por esses números é o chamado comportamento de risco, caracterizado principalmente pela negligência no uso do preservativo e a relação com múltiplos parceiros. Porém, nem todos os infectados se encaixam nesse perfil. É muito comum encontrar pessoas que contraíram ISTs dentro de um relacionamento, como é o caso de Marta de 34 anos e Daniel de 33 (nomes fictícios, pois ambos preferem não se identificar). Marta se relacionou durante anos com o pai de sua filha, e conta que contraiu a sífilis dentro um relacionamento que para ela, era monogâmico. Após perceber os sintomas, ela procurou atendimento, acreditando estar com candidíase, infecção fúngica bastante comum entre mulheres, ou algo do tipo. O diagnóstico foi choque, pois além de ter que lidar com a doença, ainda teve que assimilar a infidelidade do companheiro. Marta tentou manter a relação, mas a desconfiança falou mais alto. “Eu não sabia o que fazer quando a médica me falou que eu estava com sífilis, achei que fosse outra coisa”, conta.

 

Já Daniel, adquiriu gonorreia em um relacionamento aberto. O combinado era que as partes usassem preservativo ao terem relações com terceiros. “Eu comecei a ‘ficar’ com uma menina que já tinha um relacionamento aberto. Nos aproximamos bastante e eu acabei ocupando o lugar de segundo namorado dela, porém mantendo o acordo de sempre usar camisinha ao ter relações com pessoas de fora do relacionamento.”

 

Ele conta ainda que, certa vez, ela viajou para uma convenção da faculdade e lá acabou ficando com um outra pessoa. “Ela me contou, porém tudo muito vago, não imaginei que ela pudesse ter descumprido o acordo. Nós tivemos relação e, em torno de três semanas depois, percebi  uma secreção de cheiro desagradável nas minhas partes íntimas. Fui ao médico e ele confirmou que eu estava com gonorreia. Entrei em contato com ela, conversamos, e depois disso não tivemos mais contato sexual. Não fiquei bravo e nem briguei, mas fiquei um pouco decepcionado, pois confiava nela.”

 

Para o médico infectologista, Leandro Curi, foi-se o tempo em que essas doenças eram quase que exclusivas de certos grupos sociais. “Antes havia uma ideia que apenas homens que transavam com homens e profissionais do sexo contraiam e portavam tais doenças. Hoje eu atendo pacientes de todas as idades, raças, orientações sexuais e classes sociais”, explica.

 

Para Curi, além dos jovens, as ISTs, principalmente o HIV, vem aumentando também entre idosos, e isso se deve aos medicamentos para ereção, que apesar de melhorarem a saúde sexual dessa parcela da população, contribuiu para o aumento dos números, pois esses pacientes tendem a não se cuidar por acreditar que só jovens contraem doenças no sexo.

 

“Atualmente está havendo uma explosão de sífilis, não que se possa esquecer das outras ISTs, mas é realmente assustador, para cada novo caso de HIV, há 9 de sífilis.” O médico considera que o grande responsável pela negligência dos jovens é a falta de medo “vimos o número de infecções por HIV cair, e agora estamos vendo crescer novamente. O motivo é que os mais novos não têm medo, pois eles não viram o que os mais velhos viram. Hoje praticamente ninguém mais morre de Aids, e isso é muito bom, porém faz com que os mais jovens não temam contraí-la. Muitos dos meus pacientes adolescentes recebem o diagnóstico do HIV como se estivessem ouvindo que tiraram uma nota vermelha em matemática” diz Curi.

 

“Em fevereiro do ano seguinte, eu tive que fazer alguns exames médicos. Então decidi ir ao centro de testagem e aconselhamento, CTA, pois havia alguns meses que não fazia nenhum teste, algo que eu fazia com frequência, pois sempre me cuidei muito. Foi aí que descobri ser HIV positivo. No início, meu mundo caiu, eu fiquei sem chão. Até aquele ponto, ninguém sabia sobre o estupro, era algo que eu tinha guardado só pra mim, pois tinha abalado meu psicológico profundamente. Decidi me abrir com meus dois melhores amigos, um deles sendo meu ex, e o apoio deles foi essencial naquele momento. Outra pessoa fundamental foi a minha mãe, ela não me julgou em momento algum, e me deu todo o apoio. Graças a essas pessoas eu fui capaz de, com o tempo, me aceitar naquela condição. Desde o momento em que eu me descobri HIV positivo até quando consegui parar de me odiar e me culpar por isso, os três foram meus pilares. O que mais me afetou não foi o preconceito que veio de fora, mas sim o que eu tinha contra mim mesmo. Não conseguia me aceitar como HIV positivo e me culpava muito por isso. Ainda hoje, sinto dificuldades em me relacionar com outras pessoas, coisa que eu não tinha antes. Sempre fui muito aberto e tinha facilidade em namorar, mas hoje sinto receio de como a outra pessoa vai reagir ao descobrir”, diz O. D.

 

Curi aconselha que toda pessoa que teve a relação desprotegida e suspeita que possa ter contraído uma IST, deva se dirigir o mais rápido possível para uma unidade de pronto atendimento, UPA, para fazer uso da PEP, que consiste em uso de medicamentos para evitar que a pessoa venha a contrair diversos tipos de infecções, entre elas o HIV. Já no caso da pessoa que está desconfiada de ter contraído a um tempo maior, ela pode se dirigir a um centro de testagem especializado, que já tem em quase todos os municípios do estado, e em 15 minutos a pessoa terá o resultado. Em caso positivo, será encaminhada para tratamento pelo SUS. Para ele, a educação sexual nas escolas é o melhor caminho para conscientizar os jovens dos riscos de uma IST e também de uma gravidez não planejada. “É necessário mostrar desde cedo a importância do preservativo, e mostrar para o adolescente que a camisinha é um parceiro, algo que existe para protegê-lo. O governo e a mídia também têm seu papel, devendo trazer as campanhas de prevenção cada vez mais para a realidade do jovem, para isso usando a internet, a TV e o rádio.” Conclui o médico.

 

“Se eu pudesse falar algo para o “eu do passado”, eu falaria para o meu eu de quando recebi o diagnóstico, diria para ele ser mais Gentil consigo mesmo, não se culpar tanto, não ser tão cruel com ele mesmo, porque na época ele foi. Então, eu acho que isso ajudaria bastante no processo de aceitação e de evolução disso tudo”, desabafa O. D.

 

Prevenção

As UBS (Unidades Básicas de Saúde) distribuem gratuitamente preservativos, todos devidamente liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. As unidades também dispõe de profissionais qualificados para testar, identificar e tratar ISTs, assim como Núcleo de Planejamento Familiar e distribuição de contraceptivos orais.

 

Para mais informações, busque a UBS mais próxima.

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Elas ganham espaço nessa arte marcada pelo protesto

A arte está quebrando os tabus da sociedade e abrindo espaço para as artistas

*Por Marcelo Duarte Gonçalves Junior

A voz feminina no grafite vem ganhando forças. A arte democrática é bastante presente em Belo Horizonte e pode ser vista em muros e prédios ao longo de toda a cidade. Alguns desses trabalhos foram produzidos e executados apenas por mulheres, que inspiram-se em formas, sentimentos e protestos.  “Para mim, o grafite é empoderamento e coragem. Sempre me escondi muito e quando passei a me dedicar à essa arte de rua, me soltei mais. O grafite foi uma válvula de escape, porque eu enfrentei vários problemas com autoestima,  e as tintas foram para mim uma terapia, uma forma de reconhecer quem eu sou.”  Comenta a estudante de publicidade Samira Fernandes, conhecida no universo grafiteiro pelo seu apelido Sam.

Para a estudante, Joice Oliveira, saber que o grafite vem ganhando reconhecimento e que também as mulheres estão conquistando cada vez mais espaço na arte é um indicativo de que nós estamos no caminhando para a igualdade na arte. “É muito interessante ver que o grafite à tempos vem ganhando os muros e prédios de BH, colorindo e trazendo muita diversidade,  e é extremamente importante ver que as mulheres vem ganhando espaço e podendo expressar cada dia mais que também pertencem a este movimento, que sempre foi tão predominado pelos homens”.  pontua.

Buscando sempre um olhar de inclusão o grafite é a forma de se expressar, muitas vezes com o teor de protesto, o que faz a arte sempre ser vistas sempre por várias interpretações. “O grafite é uma arte muito democrática, vai ter diversas interpretações e isso vai depender de cada um”. comenta a grafiteira Krol (Carolina Jaued).

Para Tina Funk (Marcia Cristina), artista plástica e grafiteira, a cada dia o mercado do Grafite é agraciado com a presença das mulheres, que buscam sempre inspirar umas às outras. “O reconhecimento é muito gratificante, é ótimo poder ver que as pessoas se encantam com um muro grafitado por nós.  Eu acho de extrema importância  poder grafitar e inspirar outras mulheres, no dia-a-dia”, comenta.

Mas engana-se quem pensa que ainda não existe machismo dentro da arte, muitas vezes algumas artistas são inviabilizadas dentro da arte não ganhando os devidos créditos. “Nós continuamos enfrentando barreiras, principalmente o preconceito, ainda somos vistas com olhares misóginos , como se o grafite pertencesse somente aos homens”, comenta a grafiteira Krol (Carolina Jaued).

Para a aluna do ensino médio Marcelly Fernandes, buscar cada dia mais a igualdade feminina dentro da arte do grafite é o primeiro passo para quebrarmos alguns estigmas que ainda rondam a sociedade. “Quando eu vejo um grafite a primeira coisa que me chama atenção é como a arte é transmitida por cores e formas que atraem o olhar, muitas vezes, a primeira impressão que temos é de nós perguntar quem foi o grafiteiro que fez. E esquecemos que uma mulher poderia ser a autora do desenho. Temos que mudar essa visão machista sobre a arte do grafite e um dos primeiros passos para acabar com isso é sempre incentivar as mulheres a conquistar o seu espaço.”, comenta ela.

Novas gerações

O grafite é uma arte que vem sendo passada de geração para geração, sempre carregada de bastante protesto. Mesmo tomando os muros da capital mineira para Carolina ainda temos muito ainda o que aprender e também podermos ensinar sobre a arte. “A cidade de Belo Horizonte ainda é muito fechada, as pessoas tem aquele jeitinho antigo e a cultura não muda de um dia para outro. As novas gerações que veem o grafite de forma diferente, aceitam os desenhos como arte e isso colabora para o crescimento do movimento”,  comenta Krol.

 

*A matéria foi produzida sob a supervisão da jornalista Daniela Reis

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Elas também curtem esportes radicais e buscam por mais espaço

Os desafios da crescente presença feminina na vida esportiva radical

*Por: Thainá Hoehne

Pela primeira vez na história, no ano de 2020, os jogos olímpicos de Tóquio tiveram presença feminina superior à dos homens na fase de convocação, sendo 80 vagas femininas, 65 masculinas e 7 do hipismo, que tem disputa mista.

Considerando que, na primeira edição dos jogos, em 1896, as mulheres eram proibidas de competir, como na Grécia antiga, a participação das esportistas tem crescido, mas ainda é significativamente menor que a dos homens, principalmente nos esportes radicais, em que há distinção de gênero muito marcada.

“As mulheres são criadas para ficar em casa… O mundo dos esportes ‘outdoor’ é composto, majoritariamente, por homens, mas isso vem mudando aos pouquinhos”, analisa Paloma Galvão, profissional de slack e highline.

Ela descobriu o esporte há nove anos, e nunca mais parou. Apesar das dificuldades ao longo do caminho, principalmente com aquisição e montagem de equipamentos, Paloma, hoje, tem conhecimento necessário para uma prática segura, a ponto de participar de intervenção urbana com highline em 2017.

“Montamos um highline em cima do ‘Pirulito’ da praça 7, em BH, e, literalmente, paramos a cidade. Foi incrível.”, conta.

Representação

Para entender a experiência feminina nos esportes radicais, foram realizadas entrevistas com oito mulheres, profissionais e praticantes de diferentes esportes, entre os quais, modalidades de ação, como motocross, skate e MMA, e de aventura, a exemplo do highline, escalada e voo livre.

Apesar de as mulheres estarem cada vez mais inseridas nos esportes radicais, ainda não têm as mesmas condições e oportunidades dos atletas masculinos. Das entrevistadas, 87,5% confessaram já ter passado por algum tipo de preconceito ou situação constrangedora.

“Um dos maiores constrangimentos foi no primeiro voo. Ao chegar ao local, me deparei com um grupo de homens que voavam de parapente e ficaram indignados com o fato de uma ‘menininha’ pretender voar… Antes do voo, eles chegaram a me falar que era loucura e suicídio. Eu só precisava de concentração e paz”, lembra Beatriz de Souza, a Bya, atleta de pêndulo e tecido acrobático em alturas – hoje, considerada uma atleta única no mundo, por unir esportes radicais à arte.

De acordo com estudo realizado em 2015, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre prática de esporte e atividade física, as modalidades preferidas por homens destacam são ciclismo (75,2%); lutas e artes marciais (70%); e atletismo (64,5%). Já entre as mulheres, destacam-se dança e balé (85%); ginástica rítmica e artística (80,5%); caminhada (65,5%) e fitness (academias de ginástica: 64,4%).

Isso nos leva a perceber o porquê de os esportes radicais serem, majoritariamente, atribuídos aos homens, enquanto a imagem da mulher esportista, na maioria das vezes, é retratada não como campeã, mas por meio de atributos relacionados ao corpo e à beleza da atleta.

Laiane Amaral, skatista profissional, começou na prática do skate com seus 18 anos de idade. Hoje, com 21, já conquistou o pódio dez vezes em campeonatos variados.

“A maioria não acreditava que eu ia chegar longe. A maioria dizia que eu ia parar, que não ia mais evoluir. Diziam que mulher usava skate como moda, para tirar fotos, essas coisas.”, comenta.

O papel da mídia é questionado quanto à contribuição na diminuição do preconceito e da discriminação impostos às mulheres atletas, por reportar comentários sobre vida social, beleza e formas físicas para além do desempenho esportivo.

Medo, adrenalina e felicidade

Apesar das barreiras impostas dentro dos esportes radicais, são nítidas a paixão e a coragem de cada entrevistada por fazer o “impossível”, de modo a inspirar outras mulheres incríveis e a conquistar cada vez mais espaço.

Gleicy das Neves, empresária e praticante de motocross, foi a única entre as participantes que afirmou nunca ter sofrido preconceitos por ser mulher. Segundo ela, nos campeonatos de motocross de que participou, os direitos são iguais e as mulheres podem até mesmo competir com os homens. “Quando colocamos amor, dedicação, e mentalizamos o desejo de ser, o resultado tem grande possibilidade de vir a seu encontro”, comenta.

Entre as palavras mais citadas com relação aos sentimentos das atletas, as principais foram: medo, adrenalina e felicidade, respectivamente. O medo pelos riscos, a adrenalina que dá asas à coragem e a felicidade da superação.

“No momento que senti que era possível atravessar uma fita grande, em minha caminhada sobre alinha monstro do pântano, de 230 metros de distância, no festival Dibson Team, me conectei à fita e o momento foi único, de superação e auto controle. Foi a primeira vez que chorei de emoção e alegria na fita.”, relembra a highliner Laís Rodrigues, que superou o medo de altura e a falta de confiança nos equipamentos, os principais desafios enfrentados no começo de sua jornada no esporte.

Palavras das minas

“Não deixem a idade, a falta de tempo ou a vergonha atrapalhar seus objetivos. Precisamos sempre sair de nossa zona de conforto.” Tarciara Santos, atleta profissional de MMA

“Não se baseiem em outros corpos ou opiniões. Vão e façam. Raquel Froes, escaladora

“Não liguem para o que os outros falam… apenas sejam vocês mesmas e façam o que amam de verdade.” Gabriela Marques, atleta de motocross.

Projetos mineiros que apoiam a cena feminina dos esportes radicais

  • @minasdepedra – Coletivo de escaladoras mineiras.
  • @highlinedasmulheres e @Highline_feminino_brasil – Projetos voltados à evolução e à divulgação das mulheres no highline.
  • @minasnoskate – Marca coletiva para incentivar e divulgar o skate feminino.

 

*A matéria foi produzida sob a supervisão do professor Maurício Guilherme Silva Jr. e da jornalista Daniela Reis