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Por Débora Gomes – . as cores dela . – Parceira Contramão HUB

dia desses, Bisa me perguntou: 

– que foi que aconteceu procê ficar triste assim, minha pequena?

eu não soube responder… e me entristeci mais ainda, quando cá no fundo do peito, eu tive a certeza de que essa tristeza vinha mais d’ocê do que de mim. e nem sabendo disso ela virava alguma coisa que eu podia controlar.

a gente já sabe que a gente não controla o que é do outro. e a tristeza vinda assim, da sua forma de existir em mim, foi me deixando cada vez mais miúda e apertada, dentro do meu próprio coração.

acontece que durante todo esse tempo, Salvador, cê foi cuidado por mim pra nunca se tornar uma parte comum no meio dos dias. mas aí, cá me deparei com o pensamento tentando te transformar num pedaço mais próximo quando, na verdade, cê tinha que ficar aí mesmo, criando raiz dentro do meu sonho. 

e só.

foi tudo sem querer. e acho que foi aí que eu te perdi: quando te transformei em realidade e ela passou a doer mais que corte de navalha. 

aí foi-se embora meu viço. e meu brilho nos olhos também. porque tinha guardado n’ocê esse tempo todo, a minha única esperança de amor. e é triste ver o amor esvair dos dedos da gente, que nem água limpa de nascente e riacho.

eu queria que fosse ocê, Salvador. e eu sempre quis, mesmo antes de lhe conhecer. mas o tempo pode ser um pouco cruel às vezes, e fazer com que a gente esqueça o que deveria lembrar e viva o que foi feito pra esquecer.

mesmo assim, com todo esse pranto desencontrado, eu espero que cê me guarde em suas doces lembranças, de um tempo em que a gente não precisava de tanta explicação pra existir.

te guardo no peito.
e é sempre com amor,

Alice.

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Por Paulo Roberto Lima

Ao longo de doze anos, o diretor , conhecido então por filmes como Jovens, Loucos e Rebeldes, de 1993, e Antes do Amanhecer, de 1995, encontrou-se com uma equipe de filmagem (entre eles o ator Ethan Hawke, com quem que já trabalhara) e filmou durante algumas semanas de cada ano, partes do que mais tarde seria o filme Boyhood.

Quando de seu lançamento, Boyhood despertou muita curiosidade pela forma como sua produção foi conduzida. A ideia de se criar uma obra captando o envelhecimento gradual de suas estrelas em tempo real impressionou e o filme ganhou destaque na temporada de premiações, chegando a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme do ano de 2014.

Mas aqui, por enquanto, deixemos de lado tanto a questão de marketing quanto a polêmica que se seguiu. É claro que a logística de uma produção feita ao longo de doze anos está longe de ser fácil, e é justo que só por conta disso o filme ganhe repercussão. Mas, e a parte artística? Qual o impacto desta escolha?

Em Boyhood acompanhamos a vida do personagem principal, Mason (Ellar Coltrane), durante uma década. Ao longo das quase três horas de filme, vemos Mason crescer de uma criança, passando por todo o processo da pré-adolescência/adolescência, até virar um jovem adulto entrando na faculdade.

Junto a ele, também acompanhamos o crescimento (e envelhecimento) das pessoas de sua família, da separação, adição de novos integrantes, brigas, brincadeiras, etc. Não há nada de atípico na vida destas pessoas, ninguém é excepcional, ninguém é especial, nem tem superpoderes. Estas pessoas são comuns, com problemas mundanos. Ou seja, o foco do filme é o próprio tempo, mais do que as personagens. Assim, Linklater tenta montar um retrato de família simples, um coming of age do personagem principal. Com isso, a alternativa de se filmar o crescimento real do ator Coltrane cria um paralelo com a história de seu personagem no filme, afinal, também testemunhamos o coming of age de Coltrane.

Aliás, não só o de Coltrane, mas como de todos os atores que compõem sua família. Se Ethan Hawke começa o filme ainda um jovem adulto, termina-o com linhas de expressão no rosto de um adulto entrando na meia idade. Patricia Arquette é uma mãe jovem e esbelta e ao final temos uma mulher madura, de rosto já marcado.

E é nisso que a ideia de se gravar o envelhecimento em tempo real dos atores se mostra pertinente. Podemos sentir o peso do envelhecimento dos personagens através disso. As rugas em seus rostos são reais, a passagem de tempo é real. A humanidade que isso traz aos personagens do filme é a diferença que esta escolha faz. Ao final do filme, temos a lembrança daquele menino que conhecemos duas horas e meia antes e entendemos que o jovem a ponto de entrar na faculdade é a mesma pessoa, e que o tempo passado para o personagem foi o mesmo para o ator. É esta noção de tempo que justifica e aprofunda o filme e sua produção.

Portanto, para ilustrar, uma cena do início do filme e outra do final:

Mas Boyhood não foi a única vez que Linklater explorou essa ideia. Anos antes ele dirigiu o que viria a ser a primeira parte de uma trilogia, em que cada filme foi produzido com intervalo de nove anos acompanhando o relacionamento entre os personagens encarnados por Ethan Hawke e Julie Delpy.

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Por Auspicioso Acapela – Coletivo Parceiro Contramão HUB

Sete dias, duas semanas, um mês … E de repente já se passaram seis meses. Seis meses, acordando, trabalhando, estudando e nos intervalos do dia muitos copos de café. Como uma bela taurina, precisa de controle e organização. Ela acredita que existem dois tipos de rotina, aquela que a sociedade nos obriga e aquela sem obrigação, a faz por lazer. Ao mesmo tempo que a rotina é pesada, quando se cria o hábito de algo e, por algum motivo, vê sob seus olhos que está perdendo-o, ela sente falta. Novamente, como uma bela taurina, possessiva.

Ao mesmo tempo que deseja viajar o mundo, quando algo está indo embora sente falta.

Ao mesmo tempo que deseja aventurar-se por aí, logo pensa,

será mesmo?

Ao mesmo tempo que já se divertiu e saiu diversas vezes, hoje prefere dormir e ficar distante do telefone.         

Ao mesmo tempo que precisa de carinho,

afasta ou deixa as pessoas se afastarem.  

E assim, passa o tempo de seis em seis meses.

Afinal, o tempo corre e quando vê já é tarde.

Essa história de nunca ser tarde demais,

é mentira.

Nunca será da mesma forma, o tempo é diferente, a circunstância é diferente.

Mas para isso acontecer, a principal mudança tem que ser nela.   

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Por Hellen Santos

O dia 25 de julho foi definido pela Igreja Católica para homenagear os Motoristas, pois também é dia de São Cristóvão (conhecido por trabalhar durante muito tempo transportando pessoas nas costas para que pudessem a travessar um rio), padroeiro dos profissionais das estradas no Brasil.

Hoje o número de profissionais que são responsáveis pelo transporte térreo cresce cada vez mais. Encontramos eles em coletivos de transporte público e privado, nos táxis e com a chegada da tecnologia, têm motoristas em carros particulares fazendo o transporte de pessoas através de aplicativos.

Nesse dia algumas cooperativas organizam ações de para conscientizar motoristas e usuários de transportes públicos das responsabilidades do ato de dirigir com seguranças. A igreja Católica São José, localizada na Rua Tupis, 164 costuma realizar missas para abençoar os motoristas, e seus objetos pessoais nesta data.

O que seria de nos se não existissem os motoristas? Profissionais que zelam por nosso transporte com segurança. Passam sufoco com estradas cheias de buracos para melhor nos atender e ainda sacrificam seu tempo com a família para a melhor comodidade da sociedade.

O Decreto nº 63.461, de 21 de outubro de 1968, oficializa o dia 25 de julho como o “Dia do Motorista” no Brasil.

Serviço:
Missa do Dia do Motorista
Igreja de São José
Local: Rua dos Tupis, 164.
Horário: 19h

 

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Por Allison Felipe

Era uma tarde tranquila de sábado em Capitão Enéas, cidade do interior de Minas Gerais, quando Emilly, uma jovem de 21 anos, saiu de sua casa em direção à casa de uma cliente para receber o pagamento referente à produtos que havia vendido anteriormente. Sua cliente mora em uma das curvas da estrada que dá acesso ao bairro do outro lado da linha férrea, pouco antes da estrada de chão. Emilly estava passando pelo lado mais curto e deserto quando teve seu trajeto interrompido por um louco desconhecido que, sem perguntar ou dizer nada, agarrou-lhe o braço e a puxou para um espaço mais distante atrás do beco, onde ninguém podia vê-los ou ouví-la. Ele puxava seus cabelos cacheados e tentava a despir, puxando a blusa, mas sem sucesso. Após gritar até quase perder a voz, ela percebeu que de nada adiantava e provavelmente não estava sendo ouvida, foi quando resolveu reagir rapidamente. Então apertou a face do agressor, cravando-lhe as unhas, e quando notou uma leve redução da força com que ele apertava seus braços, conseguiu se desvencilhar e correu sem olhar para trás, enquanto lágrimas escorriam em seu delicado rosto.

Ela é a culpada, pois estava caminhando sozinha tão distante de casa. Ela é a culpada!  por estar no lugar errado e na hora errada. Ela é a culpada! Por não ter dado ouvidos à sua mãe, que sugeriu que convidasse um amigo para a acompanhar. Mas, afinal, ela é adulta e conhece muito bem sua cidade. Mesmo que casos assim sejam raros por lá, a culpa é toda dela. Como não deduziu que poderia haver um estuprador em plena luz do dia?
Ela já foi condenada por isso. Está agora em um presídio de segurança máxima: seu quarto. Portas e janelas trancadas, calmantes para dormir. Seu próprio medo é o guardião, que não a deixa sair de casa. A mãe pensa que a filha está novamente em depressão. Como ela poderia contar à mãe o que houve, para ouvir um “Eu te avisei que era perigoso”e ter ainda mais certeza de que era culpada? Melhor não. Não procurou a polícia, não registrou nada. O que eles poderiam resolver? Percebeu que por sorte isso não havia acontecido antes, e por sorte esta tentativa foi frustrada. Ninguém sabe, ninguém viu, ninguém conhece o homem.

O Agressor passa bem.

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Por Ana Sandim – Ingrediente da Vez – Parceira Contramão HUB

Receita do dia: Torta de Bis

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2 caixas de Bis;
1 1/2 colher (sopa) de manteiga;
2 ovos;
2 colheres de sopa de amido de milho;
1 lata de leite condensado;
200 g de chocolate meio amargo picado;
1 lata de creme de leite;
1 1/2 lata de leite (use a medida da lata de creme de leite);
3 colheres de sopa de açúcar;

Modo de preparo

Preparo da massa: no processador, triture as unidades de 1 caixa de Bis e 1/2 colher (sopa) de manteiga e forre o fundo de uma forma de aro removível. Reserve. Separe as gemas e as claras dos ovos. Reserve 1 gema (descarte a outra) e 2 claras.

Preparo do creme: dissolva o amido de milho no leite e misture o leite condensado, a gema e 1 colher (sopa) de manteiga. Cozinhe os ingredientes até engrossar em fogo baixo e deixe esfriar na geladeira enquanto prepara a mousse. DICA: Para o creme não criar nata, quando levar a geladeira coloque um papel filme cobrindo o creme. Quando o creme estiver frio acrescente sobre a massa de bis.

Preparo da mousse: derreta o chocolate e misture o creme de leite e reserve. Bata as 2 claras em neve junto com o açúcar. Misture as claras batidas ao chocolate reservado.

Por cima do creme branco, distribua o restante do Bis picado e cubra com a mousse. Leve ao freezer por 2 horas e decore com Bis na hora de servir.  Rendimento 10 porções.