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Por Ana Sandim – Ingrediente da Vez – Parceira Contramão HUB

Receita do dia: Torta de Bis

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2 caixas de Bis;
1 1/2 colher (sopa) de manteiga;
2 ovos;
2 colheres de sopa de amido de milho;
1 lata de leite condensado;
200 g de chocolate meio amargo picado;
1 lata de creme de leite;
1 1/2 lata de leite (use a medida da lata de creme de leite);
3 colheres de sopa de açúcar;

Modo de preparo

Preparo da massa: no processador, triture as unidades de 1 caixa de Bis e 1/2 colher (sopa) de manteiga e forre o fundo de uma forma de aro removível. Reserve. Separe as gemas e as claras dos ovos. Reserve 1 gema (descarte a outra) e 2 claras.

Preparo do creme: dissolva o amido de milho no leite e misture o leite condensado, a gema e 1 colher (sopa) de manteiga. Cozinhe os ingredientes até engrossar em fogo baixo e deixe esfriar na geladeira enquanto prepara a mousse. DICA: Para o creme não criar nata, quando levar a geladeira coloque um papel filme cobrindo o creme. Quando o creme estiver frio acrescente sobre a massa de bis.

Preparo da mousse: derreta o chocolate e misture o creme de leite e reserve. Bata as 2 claras em neve junto com o açúcar. Misture as claras batidas ao chocolate reservado.

Por cima do creme branco, distribua o restante do Bis picado e cubra com a mousse. Leve ao freezer por 2 horas e decore com Bis na hora de servir.  Rendimento 10 porções.

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Por Tiago Jamarino – Start – Parceiro Contramão HUB

No início desta semana, a notícia quebrou o mundo dos animes é que One Piece estaria recebendo um programa de TV em live-action, e Eiichiro Oda finalmente comentou as novidades. Você pode verificar a declaração do criador abaixo:

 

“Nos últimos 20 anos, a conversa sobre uma adaptação em live-action surgiu muitas vezes. Eu decidi seguir adiante com a adaptação há cerca de três anos. Houve muitas voltas e voltas. Conheci um bom parceiro. Hoje é apenas o 20º aniversário. O anúncio do novo trabalho é, na verdade, apenas uma coincidência. Estou muito feliz. Em primeiro lugar, “nunca vou trair os fãs que me apoiaram há 20 anos”. Esta é a minha condição. Pode haver muitos que estão desconfortáveis, mas, por favor, me dê suas vozes de esperança. Por favor, esteja entusiasmado com os relatórios de acompanhamento. Olhe ansioso para isso!!“

Existem poucos detalhes disponíveis sobre One Piece no momento, mas Adelstein teve algo a dizer sobre a série. O produtor divulgou uma declaração que disse que One Piece seria um dos programas de TV mais caros já feitos, e o Tomorrow ITV terá alguma experiência com adaptações de anime antes que One Piece entre em contato. No início deste ano, o estúdio confirmou que também estava desenvolvendo uma adaptação à TV de Cowboy Bebop.

 

Publicada desde 1997, a série de quadrinhos foi premiada pelo Guinnes Book como a série de quadrinhos com mais cópias publicadas no mundo. A Weekly Shonen Jump é a responsável pela distribuição. No Brasil, o mangá é vendido pela Panini.

A série animada do mangá está no ar desde 1999 e a Toei Animation ainda produziu 13 filmes no universo de One Piece.

 

Fonte:  Comicbook.com 

Por: Kedria Garcia

A Praça Marechal Floriano Peixoto, localizada no bairro Santa Efigênia região Centro-Sul de Belo Horizonte, recebeu nos dias 21, 22 e 23 de julho a segunda edição do Festival da Gentileza com muito gás. A praça comumente conhecida como Praça do BG, foi palco de uma programação diversa com shows, feiras, oficinas, contação de histórias entre outras atrações.

A edição anterior, ocorreu na Praça da Liberdade e foi marcada com fitas coloridas e suas frases de reflexão, este ano não foi diferente. Posicionadas na entrada da praça, o público adulto aproveitou para tirar fotos e as crianças para se divertir entre as faixas. O evento chama a atenção por incentivar a população a dar uma respirada e parada na correria da vida cotidiana deixando a rotina de lado, o que foi bem aproveitado com as toalhas na grama e os piqueniques.

 

Foram três dias para entender a necessidade da gentileza praticada diariamente. A festa teve como tema: “Respire, Pare e Faça”, instigando os belo-horizontinos a repensar no tempo gasto, assim como a capacidade de colaboração e a solidariedade.

A organização ficou por conta do movimento Verbo Gentileza com apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte e a Fundação Municipal de Cultura, além dos patrocínios de empresas privadas e algumas parcerias foram feitas para promover o festival.

 

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Por Jucimara B. Miranda

O cinema dos irmãos Dardenne desperta emoções que, em situações cotidianas, preferiríamos deixar guardadas no fundo da consciência. Eles evocam temas delicados como raiva, culpa, remorso, depressão e suicídio, que são abordados de forma difícil, pois a complexidade dos temas requer este tipo de tratamento. Qualquer outro tipo de abordagem para temas como estes seria injusta.

Os Dardenne nos convidam a explorar nosso lado mais oculto e sombrio. A sensação sufocante que seus filmes deixam, numa comparação leviana, lembra a sensação provocada pelos poemas de Augusto dos Anjos. Embora o poeta não tenha uma veia política-social tão marcante como os Dardenne, a obra desses artistas são viscerais e trazem questionamentos e sentimentos obscuros, que de outro modo jamais chegaríamos a visitar, ainda mais vivendo num modelo de sociedade que estimula a felicidade a qualquer custo. O poema Trevas (Augusto dos Anjos) fala justamente sobre a incapacidade de trazer à luz e transformar os pensamentos mais sombrios que cada um de nós enfrenta dentro de si mesmo. Eis um trecho: “Haverá, por hipótese, nas geenas; Luz bastante fulmínea que transforme; Dentro da noite cavernosa e enorme; Minhas trevas anímicas serenas?!”. Nos filmes e nos poemas, os temas são pesados demais para serem tratados no dia-a-dia. Os Dardenne nos forçam a pensar essas questões, eles as colocam sob os holofotes, o que incomoda, pois explorar o nosso próprio lado obscuro é duro, difícil e machuca.

O filme Dois Dias, Uma Noite (2014) é o objeto de análise deste texto. O longa conta a história de Sandra, uma mulher que precisou se afastar do trabalho devido a uma depressão e que, ao voltar, descobre que foi demitida. O chefe de Sandra organizou uma votação em que os funcionários deveriam optar pela permanência de Sandra ou pelo recebimento de um abono. A maioria optou pelo abono. Cientes de que seu encarregado influenciou na votação, Sandra e Juliette (uma colega de trabalho mais próxima) convencem seu chefe a repetir a votação. Assim, Sandra tem um final de semana para convencer seus colegas a votarem a favor de sua causa.

O primeiro plano do filme nos apresenta a personagem Sandra e já nele podemos ver as marcas características dos Dardenne: câmera na mão, personagem centralizado, além de sincronia entre ação de personagem e movimento de câmera. As informações sobre a personagem vão sendo descobertas ao longo do filme, e fica a cargo do espectador organizar a narrativa com os detalhes que vão sendo compartilhados sutilmente. Por exemplo, só temos a confirmação da depressão de Sandra quando ela comenta com outro personagem, antes disso só temos o abuso de remédios e a instabilidade emocional, que poderiam ter sido causados pela demissão repentina.

Assim que sabemos as circunstâncias que envolvem a demissão de Sandra, o espectador fica indignado com a capacidade que os colegas dela tiveram de escolher o abono ao emprego dela, mesmo sabendo que alguns foram influenciados pelo encarregado. O choque acontece quando vemos que alguns têm motivos realmente relevantes para optar pelo abono, como o casal que tem um filho na faculdade. Contudo, fazemos um julgamento interno de pessoas como Mirelle, que precisam apenas comprar coisas novas. O questionamento fica no ar: estes personagens não estavam sendo capazes de se manter, há cerca de um mês atrás, antes do abono? Por que o dinheiro é tão crucial agora? A sobrevivência de uma mulher e sua família é tão indiferente a eles assim? Os assuntos deles valem mais do que uma vida?

Não é de admirar que Sandra tenha desenvolvido uma depressão, à parte de seus assuntos pessoais e sua história de vida, e a atitude dos colegas parece só agravar o quadro. Tanto que, antes mesmo de completar a missão, Sandra desiste de tudo e toma todos os comprimidos de Xanax. Felizmente a consideração de uma das colegas, que no último instante desistiu do abono, faz Sandra admitir o feito e ser levada ao hospital. Mesmo debilitada, ela encontra forças para ir atrás dos últimos colegas restantes. É de se pensar, como um pequeno ato de altruísmo pode salvar ou mudar completamente uma vida. O uso da câmera na mão deixa a narrativa mais fluida e realista, além de intensificar os momentos tensos com a instabilidade, como na cena de suicídio em que Sandra está aparentemente calma em contraste com a câmera que balança como um navio, sentindo os ventos da tempestade que se aproxima. Sabemos o que vai acontecer e a calma de Sandra torna a cena quase insuportável de se assistir, isso aliado à câmera que concretiza a inquietação do espectador e releva o turbilhão de sentimentos que Sandra não nos mostra. Nós permanecemos tensos esperando o efeito dos remédios, ao ponto de sermos incapazes, num primeiro momento, de nos animarmos com a notícia de mais um voto a favor da causa de Sandra. Sabemos que Sandra já tinha optado por um ponto final.

Ao apresentar todos os lados da situação, o filme nos coloca a pensar: será que optaríamos pelo abono sabendo de todo o sofrimento de Sandra? Ou ainda, optaríamos por uma quantia a mais em dinheiro no lugar do emprego de alguém? Até que ponto seu colega de trabalho é importante para você? O curioso é que todos os personagens que optam pelo abono parecem livrar sua culpa dizendo que a votação não foi ideia deles. Realmente não foi, mas isso soa como uma desculpa para Sandra e para eles mesmos para justificar uma atitude que, no fundo, todos sabem que é cruelmente egoísta. Tensionar essa fronteira do individual com o coletivo é algo que o cinema dos Dardenne faz muito bem e, no caso de Dois Dias Uma Noite, um senso de “bem maior” fica no ar, pois achamos injustificável optar por dinheiro ao invés da manutenção de uma vida. Os trabalhadores, como a classe mais fraca nas relações de trabalho, deveriam permanecer unidos contra qualquer tipo de injustiça ou impasse, como no filme, provocados pelos empregadores. Jogar o individual contra o coletivo é uma estratégia inteligente para dividir o “movimento”, aproveitando-se de uma tendência individualista do ser humano.

O foco num único personagem e essa câmera que a segue (sem ser voyeurista), quase como se estivessem ligados, ajuda a criar uma profunda empatia com a causa da protagonista, ainda que alguns de nós não sejamos inteiramente capazes de entender tal situação por nunca termos passado por ela.

O filme termina com um toque dos Dardenne: a narrativa não se conclui em definitivo como no cinema narrativo clássico e o personagem central está em ação, seja andando como é o caso de Dois Dias, Uma Noite e de O Menino de Bicicleta (2011) ou no meio de uma tensão dramática como em Rosetta (1999).

Dois Dias, Uma Noite consegue criar uma imersão quase total com a câmera instável, e apesar do final aberto, difere um pouco do usual dos Dardenne ao deixar um clima levemente esperançoso no ar. Sabemos que todas as dificuldades passadas por Sandra nesses dois dias e uma noite foram mais eficazes para combater sua depressão do que o tratamento que ela fez nos últimos meses. As últimas obras dos Dardenne migram um pouco para a estrutura mais clássica, mas sem perder o toque característico dos diretores. Os temas continuam pesados e difíceis de lidar, e os Dardenne não estão interessados em facilitar esta tarefa para nós. Não seria justo com as pessoas que enfrentam essas situações em suas vidas romantizar um final ou idealizar uma solução mágica. É a realidade mais próxima possível: fria e crua. E você tem que engolir, ou ignorar, como os muitos colegas de Sandra.

Mais do que um cinema intelectual, os Dardenne produzem um cinema do sentir. Alcançando sua potência através de uma obra visceral, que encontra o calor da emoção causando reflexões muito profundas. O cinema dos Dardenne nos pega pelo âmago e pela força de cada filme.

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Por Vitor Miranda

Se o cinema moderno tem muito mais proximidade com a narrativa não-linear, os tempos mortos, a realidade e o cotidiano, podemos dizer que o cinema contemporâneo eleva essas características a outros patamares cada vez mais distantes do cinema clássico que ainda domina o mercado. E Hou Hsiao-Hsien, cineasta taiwanês, talvez seja um dos principais destaques dessa nova forma de se quebrar as regras da mise-en-scène. Seus filmes buscam experiências, climas e atmosferas. Através de longos planos-sequências, ele constrói blocos de sensações com corpos que moldam narrativas através de sua materialidade. O conteúdo é evocado através da forma: observamos os personagens e nos relacionamos sensorialmente com eles através de sua movimentação corporal.

Em Flores de Xangai (1998), Hou Hsiao-Hsien talvez experimente um dos momentos mais radicais de sua mise-en-scène. Fazendo uma construção de época que salta aos olhos e adaptando um romance publicado em 1894, o filme se passa em quatro bordéis de luxo em que acompanhamos jogos, negociações, triângulos amorosos, rituais coletivos de uma Xangai do século XIX. Apesar disso não vemos nenhum resultado aparente das ações discutidas pelos personagens do filme, não vemos relações sexuais nem casamentos; ele parece trabalhar com o “entre” uma coisa ou outra. Utilizando o plano sequência, com a câmera sempre distante, observativa e fluida, acompanhamos o cotidiano desses personagens de forma paradoxalmente fria: ao mesmo tempo que estamos inseridos naquele ambiente de forma realista também observamos tudo à certa distância, sem julgamentos, sem foco central, só um cinema quase beirando a interatividade plena.

Nas imagens acima vemos fragmentos do primeiro plano do filme, com a duração de 8 minutos; acompanhamos uma mesa farta, com diversos personagens, jogando um jogo típico taiwanês, bebendo, fumando e comendo. Com uma encenação que beira à perfeição, a câmera investiga e decupa aquele ambiente fascinante suavemente, semelhante ao olho humano, revelando os diversos personagens que se mantêm sempre em movimento. O quadro de HHH é maior que o enquadramento, ou seja, o que a câmera recorta é menor do que está de fato acontecendo: a encenação dos personagens é independente da câmera, constantemente eles entram e saem do enquadramento, brindam, abrem leques, se servem de comida e bebida, com ações que nunca param e que exploram e adicionam elementos ao que é visto e não visto. Os ruídos, luzes e gestos escorrem pelo fundo e cantos da imagem evocando um extra campo que nos deixa sempre estimulados a acompanhar esse quadro que é vivo e pulsante.

Assim como o ópio, utilizado por todos os personagens, o filme se preocupa em perturbar as zonas sensoriais do espectador. A hipnose anestésica que o ópio provoca se traduz em mise-en-scène narrativa, fazendo o espectador mergulhar em um delírio sonolento e imagético. Em certa cena, após um fade out, a câmera se pousa a filmar ritualmente uma mulher acendendo o ópio, lentamente, com movimentos pausados e uma música inebriante. A beleza da cena está justamente nessa pausa contemplativa, nesse tempo morto em que nada é dito, nessa forma densa de perder os sentidos do tempo e espaço por um momento.

Essa maneira sensorial do filme se torna radical quando acompanhamos por 120 minutos as cenas serem conduzidas quase que da mesma forma. O enclausuramento dos bordéis (não existem cenas externas), a utilização incessante da música (que tem uma pitada contemporânea com sintetizadores) e a maneira impressionista com que ele pinta com a luz permeiam todas as cenas do filme. E assim cria uma forma original de lidar com o tempo e o espaço através da câmera para criar peças cinematográficas estonteantes.

 

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Por Débora Gomes – . as cores dela . – Parceira Contramão HUB

as coisas crescem. e tomam forma do lado de dentro.
de fora, tudo é por enquanto.
vento.
vazio.
silêncio.
pra completar, tem ainda essa saudade virando mar.
“a gente não vê onde o vento se acaba”.
é Guimarães…
e me questiono:
‘onde foi que aprendemos que vento tem fim?’
deve ser lá, naquele mesmo lugar em que damos forma e sentido pra todas as coisas,
quando na verdade, vai ver é só uma questão de olhar adiante:
queixo erguido, coragem brilhando nos olhos, destino.
atrelado nessa vontade da gente de virar estrela e deixar de ser poeira, carregada de lá pra cá.
porque eu nem sei bem onde isso vai dar.
mas se tiver você no fim daquela curva, tá tudo bem.
eu aceito (re) caminhar.