Artes plásticas

O Brasil imprime diferentes culturas e mesmo com tanta diversidade, uma pesquisa constatou que 85% dos brasileiros não frequentam programas culturais durante a semana, especialmente em feriados prolongados.

A pesquisa realizada pelo o Sesc em parceria com a Fundação Perseu Abramo em 25 Estados brasileiros, entre os meses de agosto e setembro de 2013, com 2.400 entrevistados, verificou que 51% dos entrevistados não fazem nenhuma atividade cultural aos fins de semana, sendo que 71% nunca foram as exposições de pintura, escultura ou outras artes.

Em Belo horizonte, matéria do CONTRAMÃO constatou que o público desconhece o Circuito Cultural Praça da Liberdade, que possui 11 espaços culturais com diversas programações gratuitas.

Durante o recesso da Semana Santa e o feriado de Tiradentes, os mineiros poderão desfrutar de varias opções culturais.

Exposições:

Minas território da Arte

Palácio das Artes
Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard – Entrada Franca
 

Dandara

Palácio das Artes
Espaço Mari’Stella Tristão – Entrada Franca
 

Um Olhar sobre o Brasil

Centro Cultural Banco do Brasil
3º andar – Entrada Franca
 
Amostra de Cinema:
Ingmar Bergman – Instante e Eternidade
Palácio das Artes
Cine Humberto Mauro – Entrada Franca 
 
Teatro:
Contrações
Centro Cultural Banco do Brasil
  R$10 (inteira) e R$5 (meia-entrada). 
Horários: sextas, às 20h; sábados e domingos, às 19h (excepcionalmente no dia 18/04 não haverá apresentação. Sendo assim, o grupo fará duas apresentações no dia 20/04, às 17h e às 19h). Classificação 14 anos.
 
Para mais informações, acesse www.circuitoculturalliberdade.com.br
 
Por: João Alves
Foto: Contramão

Chegou a vez da Praça da Liberdade ter sua paisagem alterada por uma intervenção urbana de  artistas asiáticos que transformaram a capital, desde o dia 12 de outubro, em uma grande galeria a céu aberto. As obras que compõem o projeto BHÁsia – Câmbio Cultural ficam expostas até o dia 8 de dezembro na Barragem Santa Lúcia, Praça do Papa, Terminal Rodoviário e Praça da Liberdade, com visitações diárias, das 8h às 22h.

Após receber o Labirinto da Felicidade, em maio, e, em outubro, o Trem de Minas, carregado com o universo de Fernando Sabino, a praça é, novamente, cenário de mais uma intervenção artística que provoca, primeiro, pela forma da instalação. Como a caixa azul e o vagão sob paralelepípedos, a urna ancestral de proporções gigantescas localizada entre as alamedas centrais desperta a curiosidade de quem passa por ali.

No interior da estrutura composta por 185 placas de minério de ferro, seus moradores se   revelam para o público, sob um piso de placas de vidro iluminadas: dragão azul-celeste, tigre banco, pássaro vermelho e tartaruga negra. A proposta do artista chinês Zhang Huan foi inspirada na tradição milenar chinesa. Na China, é comum construir, em vida, urnas onde serão depositados os bens afetivos de uma pessoa quando ela morrer. Esses bens são enterrados junto com o corpo, para que o acompanhem na última viagem de quem os guardou.

A curadoria da exposição é de Marcello Dantas, responsável pelo OiR – Outras Ideias Para o Rio, e também pela concepção artística de instituições, como o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, o Museu das Minas e do Metal e o Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. Segundo Dantas, o projeto é uma oportunidade de conhecer a cultura de uma região do mundo com pontos de vista diferentes. “Esse contato com o estrangeiro através dos tempos foi a base que permitiu que a identidade brasileira se definisse, ainda que antropofagicamente lasciva. Nosso apetite pede diversidade. É hora de experimentarmos outros pratos que nos façam entender melhor quem somos.”, justifica.

Por: Fernanda Fonseca

Foto: João Alves

O Palácio das Artes hospeda até 17 de novembro a exposição “A Magia de Escher”, são 90 quadros das 448 gravuras que criou durando sua carreira. O holandês Pieter Tjabbes é o curador da exposição itinerante que já passou por quatro capitais brasileiras sendo Belo horizonte a quinta e ultima cidade a receber as obras. Pelos próximos quatro anos a obras permanecerão guardadas. Nascido na Holanda Pieter Tjabbes mudou para o Brasil em meados dos anos 80, o especialista em arte já trabalhou para o  ministério da cultura, é professor da USP e possui sua própria empresa a Art Unlimited.

Mauritius Cornelis Escher (1898-1972), mais conhecido como “M.C. Escher” nasceu na cidade Leeuwarden na Holanda dedicou sua vida às artes gráficas. Durante seus estudos na escola de Artes Plásticas de Haalem Escher conheceu seu mentor  Jesserum de Mesquita que o ensinou técnicas de desenho. Sem conhecimento matemático criou suas obras através da experientação e também pelo seu fascínio pela arte da gravura, posteriormente reconhecido por seus desenhos de ilusões espaciais, de construções impossíveis, onde a geometria se transforma em arte ou a arte em geometria, suas criações passam o sentido de 3D que na época nem era um recurso imaginável.

– Quando se deu seu contato com as obras de Escher?

Quando eu tinha seis anos, meus pais me deram um cartaz do Escher, que ficou na parede do meu quarto até eu sair de casa, aos 17 anos. Fui estudar história da arte.  Quando comecei a fazer exposições itinerantes para o Centro Cultural Banco do Brasil, fiquei com vontade de desenvolver uma exposição deste artista. Mas eu estava querendo fazer uma exposição com conceito diferenciado, não mostrando apenas as obras, mas desenvolvendo uma nova forma de explicar a obra e conceitos do artista através de uma formula interativa, lúdica e divertida.

 – Como a exposição foi concebida?

O objetivo deste projeto é apresentar obras originais deste grande artista, assim como mostrar seu processo criativo, as inspirações que ele encontrou na matemática, geometria como também em outras áreas de ciências. Através de atividades lúdicas e interativas o público será instigado a perceber as leis da natureza.

– Como se deu o processo de escolha das obras?

Procurei escolher obras de todas as fases da sua carreira. Ele produziu 448 gravuras durante mais de 50 anos. Ficou mais conhecido pelas obras dos últimas 20 anos, mas já era um excelente artista antes disso. Principalmente na fase que viveu na Itália, ele se especializou em paisagens e vistas de cidades. Desenvolveu uma habilidade técnica fabulosa, e trabalhou principalmente com as técnicas de gravura, a xilogravura e litogravura.

– Qual o conceito desenvolvido?

A exposição se desenvolve por salas alternando exposição de obras originais, informações biográficas de Escher, reproduções, esboços, instalações interativas, brincadeiras óticas com referências na obra do artista e filmes sobre ele e seu processo de trabalho. Além de textos de parede explicativos por toda a exposição.

Filme 3D da obra de Escher projetada de forma a parecer tridimensional quando vista com óculos 3D.

– Após o encerramento da exposição na capital mineira as peças serão guardadas por quatro anos, poderia explicar o que vai acontecer com elas durante esse período?

A incidência de luz faz mal para obras de arte, principalmente, obras sobre papel Tanto o papel quanto a tinta sofrem com a ação da luz, e perdem qualidade. Por isso, é regra em museus que obras sobre papel não podem ser expostas permanentemente, mas depois de cada exposição teriam que ser guardadas em gavetas por alguns anos. Assim, ficam em boas condições para futuras gerações.

 Por:  Gabriel Amorim e Juliana Costa

imagem: internet

A exposição “Elles: mulheres artistas na coleção do Centro Pompidou” entrou em cartaz para o público no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), inaugurado esta semana, com a presença da presidente Dilma Roussef. A mostra de pinturas reúne apenas obras de pintoras, cercadas de vídeo-instalações que abordam diferentes momentos do olhar feminista sobre suas vidas. O prédio possui seis andares e a exposição encontra-se nos três primeiros, começando no terceiro andar, onde encontram-se quadros e curtas espalhados entre várias galerias. O segundo andar possui duas salas de vídeo e o primeiro, uma. Há ainda, nesse andar, um painel com um conjunto de sete bottons criados pela artista Agnès Thurnauer.

As galerias do terceiro andar, que hospedam os curtas-metragens, contam com um limite entre 30 e 44 pessoas. No último corredor do andar há galerias com a indicação para maiores de 18 anos e avisos que alertam sobre conteúdo de sexual, nudez e violência. As salas do segundo e primeiro andar comportam até 190 visitantes. Elles pode ser visitada de até o dia 21 de outubro.

Para setembro o CCBB fará uma homenagem aos 90 anos do escritor mineiro, Fernando Sabino, trata-se de uma mostra multimídia que será exibida a partir do dia  17 de setembro até 4 de novembro. Para mais  informações acesse a fanpage do Centro Cultural Banco do Brasil.

Por Juliana Costa

Foto João Alves

“O artista é o criador de coisas belas.

O objetivo da arte é revelar a arte e ocultar o artista.

O crítico é aquele que sabe traduzir de outro modo ou para um novo

material a sua impressão das coisas belas.” – Oscar Wilde.

O artista plástico Alexandre Pastor, o Pastor, conforme a assina, veste um jeans surrado e cheio de manchas de tintas e uma camisa de malha branca furada no ombro esquerdo e também manchada de tinta. As mãos firmes e, ao mesmo tempo, leves e hábeis, esboçabam, na tela redonda, a fonte e o coreto da Praça da Liberdade. “Fiz apenas um esboço, pois preciso ver a fonte funcionando e a forma da água  subindo”, explica. O Pastor se descreve como um amante da beleza. “O artista vê o mundo como uma obra divina, e tenta passar a mesma emoção que sente ao ver alguma paisagem ou obra, se impressiona com as cores e formas”, define.

Um homem religioso e pai de um um filho chamado Davi sua paixão que reside na cidade de Búizios (RJ), Pastor sofreu represálias quando comunicou a sua família que viveria das artes. “Minha família queria me preder, e perguntavam se ele já tinha escolhido a praça que iria viver”, relembra. Mas não desanimou com a adversidade, persistiu.“É difícil fazer o que você gosta, mas é mais difícil você fazer o que você não gosta”, afirma.

O Pastor inciou sua relação com as artes aos seis anos, hoje, aos 47, o artista abandonou a profissão como estamparista de moda. Ele prefere pintar quadros de praças e paisagens e tem isso como profissão desde dos 20 anos. “Eu trabalhava numa estamparia, mas procurando sempre estar perto das artes, mas chegou um momento em que decidi focar somente nas pinturas. Larguei a vida que tinha e parti para São Paulo”, lembra.

Na capital paulista, Pastor conheceu seu mentor, o arquiteto e pintor Eduardo Pederneiras Mascarenhas que era amigo da familia e passou a frequentar o seu ateliê. “Eu chegava lá por volta de das 9h da noite e saía de lá de madrugada”, lembra. “Mascarenhas me passou conhecimento o tinha, os livros que ele lia e me indicava materias de leitura  e estudo. Juntos analisávamos obras que eu fazia. Nós analisávamos as as obras um do outro”, revela.

O Pastor não frequentou a Escola de Belas Artes e se considera autodidata. “Tenho formação autodidata, mas acho importante o estudos das artes. O ideal é se formar, caso não tenham a sorte que tive de encontrar alguém no caminho como eu conheci. Não fiquem esperando por isso, não. Vão atrás  de formação e aprendam a técnica, pois ela viabiliza muitas coisas, o conhecimento das cores, perspectiva, desenho, saber o que já se fez”, recomenda.

Por: Gabriel Amorim e Juliana Costa

Imagem: pinturas do Pastor

No dia 9 de maio, o Museu Mineiro irá exibir o curta Má Notícia, atividade de comemoração de seus 31 anos de fundação. A exibição ocorrerá na sala de exposição temporária do museu, a partir das 19h.

O museu integra o Circuito Cultural Praça da Liberdade e foi inaugurado em 10 de maio de1982. Seu acervo é formado por documentos e peças de arte que relatam a formação da cultura mineira em seus distintos processos,

Doutora em cinematografia, a professora e pesquisadora da UFMG Elza Cataldo foi premiada no Festival internacional de Batume, na Geórgia, em 2006, como melhor diretora estreante pelo filme Vinho de Rosas. Má Notícia foi dirigido por Elza Cataldo, estrelado por Fernanda Viana (grupo Galpão) e teve o roteiro inspirado no quadro de Belmiro de Almeida. O curta mostra, com realismo, a emoção de uma jovem mulher que recebeu uma carta. A obra de Belmiro de Almeida foi exposta em 1897 em Ouro Preto pouco antes de Belo Horizonte se tornar a capital mineira a pintura foi adquirida pelo Governo mineiro e levada ao Palácio da Liberdade.

Por: Gabriel Amorim

Foto: Divulgação