Praça Sete

Foto: Marina Rezende

A partir da madrugada desta terça-feira, 11, está proibido conversões à direita no cruzamento das avenidas Afonso Pena com Amazonas. As alterações no trânsito fazem parte da Fase 3 da Operação Trânsito Melhor – MOBICENTRO, projeto da BHTRANS que visa melhorar a circulação no Hipercentro de Belo Horizonte.

Segundo a BHTRANS, a intervenção irá beneficiar os pedestres, que terão mais tempo para fazer a travessia. O tempo para cruzar a rua passou de 17 para 60 segundos. Para o Taxista, Sérgio Luiz da Silva, 49, essa ação é uma tentativa de educar os pedestres. “Tem hora que o pedestre é incorreto e atravessa com o sinal aberto”, afirmou o motorista.

Foto: Marina Rezende
Foto: Marina Rezende

A pesar do fluxo intenso de veículos, ainda não houveram problemas. Os pedestres e motoristas estão sendo orientados pelos agentes da BHTRANS e por Guardas Municipais que atuam no local.

Em nota, a BHTrans esclareceu as mudanças e explicou as fases do projeto:

FASE 1 – Região do cruzamento da Avenida Afonso Pena com Rua Espírito Santo. As intervenções foram concluídas no dia 1º de Julho/2015.

FASE 2 – Região do cruzamento da Avenida Afonso Pena com Rua São Paulo. As alterações de circulação foram realizadas no dia 28 de Julho/2015 e estão em fase final as obras para construção de ilhas e acréscimos de calçadas que vão ampliar a segurança para os pedestres.

FASE 3 – Região do cruzamento das avenidas Afonso Pena com Amazonas. Proibição de conversões à direita no cruzamento.

Novos acessos nas Avenidas Afonso Pena e Amazonas:Novos acessos Praça 7Novos acessos Praça 7Novos acessos Praça 7Novos acessos Praça 7

Por Marina Rezende e Victor Barboza

Foto por Bárbara Avelino

Belo Horizonte, dia 29 de julho de 2015, entre o meio dia e às 14h.

A artista Gilmara Oliveira, 48, estava sentada no quarteirão da Av. Afonso Pena com a Av. Amazonas. Ao lado dela placa com os dizeres Cafuné Grátis. “Foi uma vivência incrível, uma experiência fantástica. Eu estendi um tapete no chão e sentei ali. Ofereci cafuné de morador de rua até estudantes que passavam correndo“, relata a artista.

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Artista Gilmara Oliveira promoveu o Cafuné Grátis na Praça Sete

A ação foi desenvolvida em parceria com o grupo Vespa Víbice, do qual faz parte, e nasceu a partir de um drama pessoal. “Meu filho de 16 anos foi atropelado e ficou em coma no hospital. A situação dele ficou muito séria, depois que ele saiu de risco e foi para enfermaria. Uma coisa que ele me pediu muito foi o cafuné para dormir”, explica.

A primeira edição do Cafuné Grátis foi realizada durante uma feira do Vespa no segundo andar do Edifício Maletta, no espaço ao lado do bar Olympia. A ação foi oferecida por um real o minuto. “Tivemos uma excelente rotatividade”, o que fez com que Gilmara experimentasse esse o ato na rua, explica Gilmara Oliveira.

Valor sentimental

Para o estudante, Lucas Duarte, 23, esse tipo de ação revela lições importantes de cordialidade. “Nos dias atuais, os abraços e carinhos estão tão extintos. Mostrar que uma ação tão simples, mas com um valor sentimental tão forte, é grátis e produz um bem enorme”.

Segundo pesquisa realizada pelo IHA, Belo Horizonte é a 8ª capital mais violenta do país. Segundo a Secretaria de Defesa Social ocorrem cerca de 108 roubos por dia, totalizando 16.327 só nos cinco primeiros meses de 2015.  Gilmara Oliveira trabalha com pesquisas relacionadas à questão da violência como mote para ação artística, pois acredita que esse tema tem que ser discutido com o objetivo de revisão de conceitos.

Por ora, a artista não pretende realizar uma terceira edição do Cafuné Grátis, em Belo Horizonte, mas pretende leva a ação até a Bienal na Colômbia ainda esse ano. “A ação é muito interessante, mas quando você repete demais cai muito no banal”, esclarece.

Mais informações:

O Grupo Vespa Víbice se encontra toda terça-feira às 19h no segundo andar do Edifício Maletta, no espaço ao lado do bar Olympia e está aberto ao público que queira participar de experimentações e performances.

Texto e foto: Julia Guimarães

Divulgação
Divulgação
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Na quarta-feira (29), a CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais, localizada na Av. Afonso Pena, inaugurou a exposição fotográfica “Gestos, relatos, escritas e autoficções”. Ao todo, 106 fotografias fotografias integram a mostra, além de sete livros e seis vídeos produzidos por 18 artistas de sete diferentes partes do país com uma grande diversidade de faixa etária.

A exposição Gestos, relatos, escritas e autoficções, possui fotografias contemporâneas e outras mais tradicionais, um de seus principais atrativos é o cuidado que os fotógrafos tiveram ao realizá-las, como se fossem um processo íntimo de produção escrita, com as mesmas estruturas de construção para que pudessem contar uma história através das lentes. “Não importa se o trabalho é mais tradicional ou contemporâneo, todos mostram a fotografia como um processo”, destaca o curador da mostra Mariano Klautau.

Divulgação
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Inicialmente, a exposição foi criada para o Festival de Fotografia de Tiradentes de 2015, e chegou a Belo Horizonte para marcar a transição do antigo Centro de Arte Contemporânea e Fotografia, inaugurada em 2010, para a CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais, que, diferente do antigo espaço, agora passa a abranger debates e reflexões sobre a fotografia, além da ideia de transforma-lo em referencial no estado.

A exposição fica aberta ao público até o dia 12 de setembro de 2015, de terça a sábado, das 9h30 às 21h.

Endereço: CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – Av. Afonso Pena, 737 Centro – Belo Horizonte/MG

Entrada gratuita.

Para mais informações: (31) 3236-7400

Por Julia Guimarães

Foto: Sandy Ang

Em meio a milhares de pessoas que circulam diariamente no centro de Belo Horizonte, os comércios e comerciantes da região podem passar despercebidos, mas no momento em que você resolve dar uma pequena pausa para entrar em uma dessas lojas, é possível notar que o perfil de quem trabalha e gerencia esses estabelecimentos mudou.

Não são mais os brasileiros que estão atrás dos balcões. Agora eles ficam apenas caminhando dentro da loja para oferecer ajuda caso você esteja interessado em algum produto e te encaminham para o caixa. Atrás deles é possível ver um ou mais chineses conversando em mandarim, e na maioria dos casos, com cara de poucos amigos. A expressão muda quando o cliente chega com a mercadoria e pergunta o preço, “doze, doze”, responde o chinês com um pouco de dificuldade. Enquanto você retira o dinheiro da carteira, outro pergunta se precisa de sacola. Na realidade ele não pergunta com palavras, mas com gestos de positivo ou negativo feito com as mãos. Mas quando questionados se poderiam falar com o Contramão, a resposta era unanime, “no, no”.

Foto: Sandy Ang
Foto: Sandy Ang

Organizada e muito bem iluminada, a loja de acessórios para celular está aberta há apenas dois meses na Rua São Paulo, mas já conta com um bom número de funcionários, “trabalho nessa loja há um mês”, diz uma jovem atendente que não quis revelar seu nome. “A comunicação não é das melhores, mas dá pra gente se virar”, finaliza a lojista.

Em outro estabelecimento, ao lado da loja de acessórios para celular, havia de tudo que se possa imaginar. Desde gorros até perucas de cabelo sintético. “Ela está ali há cerca de um ano”, conta um vendedor simpático que também não quis ser identificado. “Trabalho aqui há um ano, mesmo tempo em que a loja abriu. No início a comunicação era difícil, mas como eles estão aqui há um tempo, dá pra se comunicar melhor porque aprenderam algumas palavras e arriscam o português.”, completa.

 O comércio do centro, principalmente nas ruas Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, vêm sofrendo com a concorrência implacável dos chineses. Para a gerente Suely Alves, 32, que trabalha há nove anos em uma loja de apetrechos, os chineses começaram a se instalar na Rua São Paulo no ano de 2014 e tem sido complicado competir com eles, uma vez que eles oferecem preços bem menores. “Estamos tendo que diminuir o preço do lucro para competirmos, mas ainda assim é difícil. Alguns clientes entram na loja, olham o preço e dizem que vão comprar no chinês porque é mais barato”. Desabafa Alves. Especializados na venda de eletrônicos e acessórios, os asiáticos exportam seus produtos diretamente da China, por um preço menor e em maiores quantidades.

A diferença de preço é tanta, que é possível encontrar determinadas mercadorias por até dez reais a menos, como no caso de um “gorro peruano” que custa 15 reais na loja dos chineses 28 na loja brasileira.

Veja abaixo alguns dados sobre a “invasão chinesa” em BH:

Infográfico: Marina Rezende
Infográfico: Marina Rezende

Por Julia Guimarães e Marina Rezende

Mesmo sob chuva, cerca de 150 manifestantes, de acordo a organização, protestaram no ato “Minas Gerais diz NÃO à redução da maioridade penal”, às 18h de ontem na Praça 7. Os participantes seguiram em passeata até o Viaduto Santa Tereza. Profissionais envolvidos em trabalhos com crianças e adolescentes, profissionais liberais e integrantes de movimentos sociais foram às ruas em repúdio à PEC 171/1993  que está atualmente em discussão na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados.

No Viaduto Santa Tereza, os manifestantes participaram de uma roda de conversa aberta a todos onde foram discutidas maneira de pressionar a CCJ, contra a alteração da lei. Um dos principais argumentos dos manifestantes é que ao invés da alteração da lei, o governo faça valer os artigos já existentes no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), promulgado em 1990. ”Vale ressaltar, numa leitura de contexto, que países de primeiro mundo reduziram a maioridade e voltaram atrás desta decisão por entenderem que isso não reduziu a violência”, afirmou Técnico de Projetos da Oficina de Imagens Sebastião Everton, um dos organizadores do ato. 

Para Sebastião Everton é preciso superar problemas como a negligência do Estado na prática de direitos assegurados por lei para esses adolescentes, além de medidas já existentes no ECA para redução dos crimes envolvendo menores.“Muitas medidas já são previstas no ECA. Acredito que precisamos investir mais nessas medidas fortalecendo o sistema de garantia de direitos de crianças e adolescentes, qualificando e instrumentalizando os conselhos tutelares e investindo mais em processos de educação preventiva e garantindo as políticas sociais básicas de direito para estes sujeitos”, esclarece.

Outro aspecto ressaltado é a necessidade de diminuir a exposição à criminalidade oferecerecendo condições dignas de sobrevivência para crianças e adolescente. De acordo com os manifestantes, os jovens mais expostos à violência e a criminalidade são em sua maioria negros, de baixa renda e moradores de periferias. A professora da rede municipal, Maria da Consolação Rocha uma forma de ação seria uma distribuição mais equilibradas das riquezas. “Nós não podemos aceitar esse discurso conservador de que tem que reduzir porque as crianças são criminosas. Temos é que criar um processo de distribuição de renda e riquezas, e garantir que todos tenham condição de vida digna, com saúde, educação, transporte e lazer”, assegura.

De acordo com dados de 2014 da Anistia Internacional, da média de 56 mil homicídios por ano,  mais da metade são jovens, e destes que morrem 77% são negros.


Texto e fotos: Ítalo Lopes e Felipe Chagas

Será realizado nessa segunda-feira, 23, às 18h, na Praça Sete de Setembro, no centro de Belo Horizonte, o Ato Público Contra a Redução da Maioridade Penal, que vai contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 171/1993. A PEC visa alterar o artigo 228 da Constituição Federal, e reduzir a maioridade penal para 16 anos.

Os organizadores do ato defendem que o número de crianças e adolescentes envolvidos em crimes se dá devido a falta de políticas públicas que permitam o acesso com qualidade dessa população a educação, saúde , assistência social, lazer e cultura, segurança, moradia e trabalho. Com isso o caminho da criminalidade acaba sendo atrativo à essas pessoas, que são na maioria pobres, negros e moradores de periferias. “Entendemos que as desigualdades sociais precisam ser cessadas, promovendo o avanço no reconhecimento de crianças, adolescentes e jovens como sujeitos de direitos”, afirmou Sebastião Everton, técnico de projetos, e um dos organizadores do ato.

A polícia militar não foi informada sobre o ato e não há informações de como ficará o trânsito no local: 

Por: Ítalo Lopes e Felipe Chagas