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Com a presença de fãs, da impressa e com direito à apresentação musical de Tadeu Franco, o jornalista da TV Globo, Maurício Kubrusly, lançou na noite desta terça-feira, 02, o livro “Me leva Brasil”, na Acâdemia Mineira de Letras (AML). A obra reúne histórias que revelam a diversidade cultural de diferentes regiões do país, ao todos foram 150 cidades visitadas, em cinco anos.

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Maurício Kubrusly em sessão de autógrafos, clique na foto para conferir a galeria

O livro surge a partir da experiência do quadro homônimo apresentado no Fantástico. “É uma coisa meio natural depois de estar viajando, há tanto tempo, resgistrar as histórias mais interessantes”, explica Kubrusly. O “Me leva Brasil” começou a ser exibido no primeiro domingo de 2000, a ideia era de sair pelo país conhecendo pessaos e lugares e, segundo Kubrusly, surgiu de uma curiosidade pessoal. “Andavamos muito só por São Paulo e Rio de Janeiro”, revela.

“A produtora foi até as afiliadas da Globo meses antes do programa ir ao ar, e pediu que mandassem histórias interessantes para o programa, depois que o primeiro programa foi ao ar, começou a chover cartas”, explica. A ideia inicial, de acordo com Maurício Kubrusly era comprar um ônibus, sair de São Paulo e do Rio e ir para o Brasil.

O assessor da AML Petrônio Souza, Maurício Kubrusly, o cantor Tadeu Franco e o produtor musical Branco Monteiro
O assessor da AML Petrônio Souza, Maurício Kubrusly, o cantor Tadeu Franco e o produtor musical Branco Monteiro

Ô povo bom…”

O jornalista apresentou para o público algumas das histórias vividas durante sua passagem por 150 cidades brasileiras, dentre essas a primeira foi do Galinha Tonta, um morador de São Francisco, Minas Gerais. O apelido veio de uma brincadeira na infância, o garoto era pobre e negro, quando foi humilhado por uma mulher, ficou muito triste e não queria mais viver.

O Galinha Tonta conta que dormiu e sonhou com com um japonês, um alemão e um inglês conversando com ele em sua respectivas línguas e que quando acordou sabia falar e escrever nas três linguas. O mais curioso é que isso aconteceu quando o personagem tinha sete anos, e ele só aprendeu a escrever em português aos 11. “É um caso totalmente incompreensível para mim, levei a história ao hospital das Clínicas e ninguém soube explicar”, revela Kubrusly.

Maurício Kubrusly informa que o Estado que mais aparece no livro é Minas Gerais. “Ô povo bom pra contar história! Andando pelo interior de Minas, percebi que o mineiro tem um jeito particular de contar histórias, fico fascinado”. Kubrusly revelou também uma certa atração pelas mineiras. “Fico derretido pelas mineiras de Belo Horizonte”.

Outra história que chamou atenção do jornalista e escritor foi a a briga de duas mulheres pelos mortos da cidade, ambas tinham uma funerária e disputavam para saber quem iria cuidar do velório. “Houve uma briga entre as duas na rua e a Câmara Muncipal decidiu, dia par uma cuida do velório, em dia impar a outra cuida”, conta.

Kubrusly registra que de todas as regiões do país que ele conheceu a a que mais o entristece é a Norte. “É muita pobreza”, lamenta.

Kubrusly e a narrativa popular

A forma como Maurício Kubrusly vivencia e faz jornalismo perpassa por uma nova ótica de abordagem, há no seu trabalho uma tendência de uma linguagem literária, um jeito mais solto e que se propõe viver uma experiência antropológica. “É só uma postura minha de achar nessas reportagens que a estrela é o entrevistado e não o entrevistador”, explica, “você tem que ser o menos invasivo possível, e tentar desesperadamente o impossível, que é a pessoa fique do jeito que ela é, tendo na frente dela uma câmera de televisão”.

Maurício Kubrusly garante que não segue um modelo de jornalismo, ele não pensa em um projeto, simplesmente explora aspectos culturais nunca vistos antes, na opinião dele. “Eu gosto muito de caminhar nas pequenas cidades que ficam longe dos grandes centros. Por que ali, as pessoas têm um outro tipo de verdade, ou seja, elas são do jeito que elas são, o fato de uma emissora chegar no lugar, ele não vai se alterar”, explica.

Apesar de não ser o pioneiro nesse tipo de abordagem de em que o repórter extrapola os limites da objetividade, Kubrusly considera que a partir do “Me leva, Brasil”, outras emissoras de televisão começaram a investir nesse tipo de reportagem. “Quanto mais a gente se voltar para esse Brasil, que é o Brasil da maioria, mas que tá longe das grandes cidades, melhor para nós brasileiros. Porque a gente vai valorizar cada vez mais a diversidade do país”, avalia.

Por: Bárbara de Andrade e Felipe Bueno

Fotos: Felipe Bueno

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Ideologicamente trabalhado no mesmo conceito do lema da bandeira do estado de Minas Gerais, “Libertas quae sera tamem”, o movimento pela anistia terá um memorial sediado em Belo Horizonte. O Memorial da Anistia será um espaço interativo que contará um período obscuro da história do Brasil.

O memorial está sendo construído com verbas do Ministério da Justiça e vai funcionar na antiga sede do curso de Psicologia, que funcionava na Faculdade de Ciências Humanas da UFMG (Fafich), na rua Carangola, 288. O prédio era chamado de “coleginho”.

A proposta é de que seja um ambiente onde explore a percepção e os sentidos das pessoas, de modo que haja vídeos, fotos, áudios e documentos. Essa é uma tendência de inovação de lugares que guardam a informação de um determinado assunto, algo parecido com o Museu da Língua Portuguesa na Estação da Luz em São Paulo.

Previsto para ser inaugurado em 2012, o memorial tem por objetivo preencher lacunas e resgatar o discurso de parcela da população brasileira, que era contra o regime militar e ficou reprimida durante 21 anos, no intervalo de 1964 a 1985. O material para a composição do memorial constituído por documentos, depoimentos e fotos virá do Arquivo Nacional e de doações de familiares de presos políticos e dos próprios envolvidos.

Para o Brasil, falar desse momento ainda é um desafio. Entidades no mundo que trabalham na defesa aos Direitos Humanos, como a ONU, cobram transparência e investigações de abusos praticados durante a Ditadura Militar. Inserido num contexto de bipolarização política no mundo, outros países da América Latina também sofreram com golpes de governo e a imposição dos governos anti-democráticos.

Na Argentina e no Chile, um dos países em que a ditadura foi mais intensa, a luta contra o autoritarismo e abusos cometidos pelos ditadores é algo existente até os dias de hoje. Por meio de investigações e julgamentos muitos militares estão sendo condenados à prisão, mesmo depois de se ter passado muito tempo. Além de terem memoriais dedicados à preservação da história do período ditatorial.

O Jornal Contramão entrevistou seis pessoas que pertencem à Associação dos Amigos do Memorial da Anistia, entidade que organiza o projeto que pretende resgatar as lutas políticas e sociais do período do regime militar no Brasil (1964-1985), bem como reunir depoimentos, documentos e outros materiais de pessoas que foram presas, torturadas, perseguidas e assassinadas no período. Os entrevistados são Maria Christina Rodrigues, Valéria Ciríaco Carvalho, Carlos Alberto de Freitas, Maria Clara Abrantes Pêgo, Jorge Antônio Pimenta Filho e Alberto Carlos Dias Duarte.

Entrevista:

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Reunião Associação dos Amigos do Memorial da Anistia, Alberto Duarte, Maria Christina Rodrigues, Valéria Ciríaco, Jorge Antônio Pimenta Filho, Maria Clara Abrantes e Carlos Alberto de Freitas

Contramão: Como nasceu a idéia de um memorial dedicado a anistia?

Maria Christina: O memorial vem de uma proposta não só brasileira, mas também mundial no sentido de estar resguardando, guardando e procurando transmitir para as gerações futuras a história. Porque normalmente num período de ditadura você tem a visão da história oficial, a história do poderoso, a do vencedor. Então é necessário que pós-ditadura, depois no processo de redemocratização o outro lado também relate sua versão e os fatos que aconteceram.

Contramão:A Anistia é um recorte do período da ditadura, que por sua vez foi um tempo crítico da história do Brasil. O tema do memorial está ligado à contestação das idéias de um governo ditatorial. Naquela época poucos ousavam discutir sobre a situação, um temor ainda presente na atualidade. Qual foi o respaldo para se reconstituir a memória desse momento que ainda não está livre da censura?

Maria Christina: Há hoje um fortalecimento da democratização no mundo, que está experimentando uma onda de luta contra qualquer tipo de regime intransigente. Na América Latina, nós temos visto há alguns anos que os governos ditatoriais a cada dia estão caindo como caem cartas de baralho. Então essa sustentação, essa veia democrática e dinâmica é a vontade da busca do aprofundamento de ideários políticos justos e livres da intolerância.

Contramão:Belo Horizonte e o conjunto do estado de Minas Gerais tiveram uma participação importante na luta contra a repressão política. Como o senhor vê a importância de grupos de oposição na cidade e a sua atuação? Como o memorial vai abordar Belo Horizonte na história da anistia?

Jorge: A história da luta democrática no Brasil e da esquerda não deixa de passar primeiro por Belo Horizonte. Muitos partidos e organizações políticas começaram aqui na cidade, como por exemplo, alguns grupos ligados a seguimentos que se deslocaram do antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB), ou mesmo setores sociais que se deslocaram da igreja e construíram a ação popular.

Maria Christina: Não podemos esquecer a questão das greves e da luta da mineração de Morro Velho, não podemos esquecer historicamente a situação de Raposos, a fábrica de tecido Marzagânia e os movimentos sindicais naquela região, que foram profundos. Tudo isso vai também ser resgatado. Quando se fala muito na formação de um partido operário como o PT, nós não podemos achar que a história começou no ABC, a história das organizações sindicais e das sublevações antecede a isso. Na década de 60 nós tivemos os movimentos na Cidade Industrial e o massacre de Ipatinga. Então Minas Gerais tem uma história que precede a década de 70 dentro dos movimentos sindicais, operários e sociais.

Contramão:Como o memorial vai trabalhar? Como foi feito o recolhimento de documentos?

Carlos Alberto: O recolhimento está sendo e será feito através do arquivo público nacional, através de todos os documentos daquelas pessoas que foram anistiadas e também de documentos públicos que estão no arquivo de Belo Horizonte, além de doações de anistiados e familiares de pessoas implicadas. São 70 mil documentos oriundos da comissão nacional da anistia.

Contramão:A Ditadura Militar está permeada por lacunas, uma vez que a censura e a propaganda do governo propiciaram a alienação da população. Uma parcela do povo não sabia o que estava acontecendo no país, a outra tinha medo de falar, criando assim um quadro de esquecimento e falta de reflexão. Visto isso quais foram as dificuldades enfrentadas na criação do memorial? Como foi montar esse quebra-cabeça?

Maria Christina: Todo memorial é dinâmico. Então o recolhimento do material é constante e contínuo. A idéia inicial foi a de selecionar, guardar e reservar em um só local todos os processos brasileiros que passaram pelo Ministério da Justiça via comissão de anistia. Toda a população brasileira que quiser fazer uma consulta sobre o que aconteceu com Lamarca, por exemplo, deverá consultar o arquivo dele no Memorial da Anistia em Belo Horizonte. Todo arquivo da luta pela redemocratização no Brasil vai estar aqui. Assim todas as informações contidas nos processos da anistia que eram pessoais e foram tornados públicos farão parte desse memorial. Na medida em que é recomposta a história a partir da captação de depoimentos de quem viveu, será possível contar a versão real do que foi a Ditadura no Brasil.

Os uruguaios também perseguidos

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Carmen Aroztegui

A uruguaia Carmen Aroztegui mudou-se para Porto Alegre em função da perseguição política sofrida por sua família em plena Ditadura Militar no Uruguai, em 1973. Hoje é professora na Escola de Arquitetura na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ela recorda que “no Uruguai sempre houve uma intenção que a ditadura tivesse uma legitimação. A ditadura começa assim, você reprime você expulsa pessoas de esquerda do trabalho e não os permitem sobreviverem”.

Para Aroztegui, “a palavra anistia está recoberta de uma idéia de que existiram dois bandos. O que aconteceu é que existia uma política de estado de repressão, não era uma guerra, onde existiam os nazis e os aliados. Existia um exército e uma política de estado que detinha mecanismos institucionais de repressão e de abusos aos Direitos Humanos de forma sistemática. Isso na verdade é que foi anistiado”.

A censura draconiana

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Alberto Duarte, um dos idealizadores do Memorial da Anistia

Alberto Carlos Dias Duarte, membro da Associação dos Amigos do Memorial da Anistia, foi um militante nas diversas lutas pelos Direitos Humanos durante a Ditadura Militar brasileira. Para ele, “pobre é um país sem história. Nós temos que resgatá-la, mesmo porque o golpe da ditadura foi em 1964, já se passaram muitos anos. Nós estamos hoje batalhando pelo aperfeiçoamento da democracia”.

AlbertoDuarte explica a importância do Memorial da Anistia:

Duarte lembra que durante a ditadura militar havia censura: “Eu mesmo fui diretor de dois jornais alternativos, o Jornal Movimento e o Jornal Em Tempo. A censura era drástica, draconiana nesse país. Então com esse memorial, nossa pretensão é divulgar o máximo, permitindo o acesso de todos aos documentos”.

Por : Felipe Bueno

Fotos: Felipe Bueno

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Por volta das 10 horas, centenas de pessoas engrossavam a fila em frente ao Palácio da Liberdade para prestar a última homenagem ao ex-presidente e senador da República, Itamar Franco, morto no dia 02 de julho, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC). Jovens, adultos e idosos que aguardavam a chegada do corpo do parlamentar, destacavam a importância do ex-presidente para a estabilização da política e da economia brasileira. “Itamar Franco foi um homem que deixou um legado muito grande para nós mineiros e, sobretudo, juiz-foranos e também para o próprio Brasil, um homem integro de grande personalidade, que estava sempre tentando reconciliar partidos”, declara a professora aposentada Jacira Campos Coelho, 66.

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Acompanhada do marido, o delegado aposentado Abelardo Teresinha de Almeida, 78, Jacira Campos destacou ainda o papel político desempenhado por Itamar Franco, em 1994, quando foi lançado o Plano Real. “Foi um período muito difícil, a inflação era muito grande, com ajuda do Fernando Henrique Cardoso [ministro da economia da época em substituição a Rubem Ricupero], foi feito o Plano Real que salvou a Pátria”, lembrou Jacira Campo. Já Abelardo de Almeida rememora a convivência que teve com Itamar Franco. “Convivi com a simplicidade dele, muita ética. Na época em que faleceu a mãe dele, eu tive o privilégio de coordenar a vigilância para dar a ele uma tranqüilidade maior, pois estava sofrendo muitíssimo”, declarou. “Itamar se distingui pela simplicidade, pela consciência e conscientização com que ele comandou o governo”, avaliou o aposentado.

A professora Cristina Rodrigues, 56, estava na fila há 2 horas e ressaltou o nacionalismo do ex-presidente. “Ele sempre defendeu a indústria brasileira, era contra a privatização, tentou como governador manter a autonomia de Minas. Era um grande republicano no sentido de manter a autonomia dos Estados, ou seja, levou a sério o pacto federativo”, avaliou. “Para mim ele foi um dos maiores políticos do país, tanto para os civis quanto para a polícia militar”, frisou o militar aposentado, Navantino Gomes, 73.

A pré-vestibulanda, Ana Raquel Cota, 22, estava na fila para homenagear Itamar Franco. “Acho que se eu fosse da família dele, eu gostaria que a população estivesse aqui, ele foi importante porque aprovou o Plano Real e acabou com a grande inflação, votei nele para senador e nunca se ouviu falar em corrupção no governo dele”, revelou.

O estudante de direito, Caio Bellote, 21, enfatizou a trajetória política do senador. “Ele soube honrar a presidência da república, de uma moral ilibada, um homem que viveu toda uma vida pública sem nenhuma denúncia contra ele, ele soube em um momento difícil para o país, estabilizar a economia e conseguiu se livrar da crise do governo Collor”.

O metalúrgico aposentado, Wildes de Souza, 59, que esteve presente no velório do ex-vice-presidente, José de Alencar, compareceu, hoje, para homenagear o senador Itamar Franco. “O Itamar trabalhou muito para Minas Gerais e fez um trabalho de coração”, avaliou.

Trânsito
Nas imediações da Praça da Liberdade, o fluxo de veículos foi desviado para as ruas Gonçalves Dias e Bahia. A Polícia Militar organizou um cordão de isolamento nas avenidas Brasil e Bias Fortes, além da Rua Cristóvão Colombo. A BHtrans implantou rotas de desvio do itinerário dos ônibus que passam pela região.

O corpo de Itamar Franco chegou à capital por voltas das 10h30, e segui em carro aberto do Aeroporto da Pampulha até a Praça da Liberdade, passando pelas principais vias da cidade. Às 11h37min, o cortejo dos Dragões da Inconfidência subiu a Avenida João Pinheiro, cruzou a Praça, sob os aplausos de centenas de pessoas, até os portões do Palácio da Liberdade, desta vez ao som de “Oh Minas Gerais”.

Para a população de BH, Itamar será lembrado como exemplo na política.Acompanhe o vídeo:

No Palácio, um velório restrito à família e às autoridades políticas nacionais e estaduais, dentre essas a presidenta Dilma Roussef, a ministra da casa civil, Gleisi Hoffman, e o ministro do desenvolvimento, Fernando Pimentel, além do governador, Antônio Anastasia, e do senador, Aécio Neves.
As 15h o corpo de Itamar Franco segue para Contagem, na região metropolitana, onde será cremado no cemitério Parque Renascer, o mesmo onde foi cremado o ex-vice-presidente, José Alencar.

Por: Bárbara de Andrade e Anelisa Ribeiro

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Concurso da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais revela novos talentos da composição

Belo Horizonte está prestes a conhecer o mais novo nome da composição brasileira. Na próxima sexta-feira, dia 10, às 20h30, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais apresenta, no Teatro Oi Futuro Klauss Viana, o vencedor da edição 2011 do Festival Tinta Fresca, idealizado pelo seu regente titular, Fábio Mechetti. A apresentação é gratuita e os convites já estão disponíveis na bilheteria do teatro, localizado na Av. Afonso Pena, 4001.

O concurso, que tem a intenção de revelar novos talentos da música, ocorre anualmente desde 2009. “O nome é ótimo! E significa justamente isso: composições novas, frescas, compostas para orquestra sinfônica”, explica o músico e produtor da Orquestra Filarmônica, Francisco Araújo.

Em seus dois primeiros anos, o festival destinou-se apenas a compositores mineiros. Agora, em sua 3ª edição, abre oportunidades para artistas de todo o país. Ao todo, foram contabilizadas 29 obras inscritas, das quais apenas seis foram escolhidas por uma banca julgadora para uma única apresentação, em que será revelado o grande vencedor. “Sentimos a necessidade de abrir esse festival para outras regiões, pois para o compositor esses concursos são muito importantes. É uma chance que ele tem de ser revelado e receber também uma ajuda para sua carreira, que seja uma bolsa, que seja um prêmio em dinheiro. No Brasil, temos poucos concursos de grande porte”, ressalta Araújo.

O compositor vencedor do Tinta Fresca recebe uma encomenda da Filarmônica. “A orquestra encomenda uma composição inédita, que será executada por ela no ano seguinte à premiação”, conta o vencedor da 2ª edição do concurso, o músico Sérgio Rodrigo, que atualmente prepara a composição a ser tocada pela Filarmônica em agosto deste ano. “O Tinta Fresca acaba sendo uma possibilidade de escutar o que você está imaginado, fazendo”, observa o compositor.

Talento que vem de berço

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Foto: Mariana Zani

De uma família de músicos, Sérgio Rodrigo começou seus estudos ainda menino, primeiramente com um violão. Aos 14 anos, passou a estudar na Fundação de Educação Artística, em Belo Horizonte, onde atualmente, é professor de musicalização. Vencedor da última edição do Festival Tinta Fresca, com uma peça composta inicialmente para um trabalho de conclusão de curso, o músico prepara agora a composição que será executada pela Orquestra Filarmônica em agosto deste ano “Quando se tem um prazo estabelecido, é um pouquinho mais angustiante, pois você está sempre com medo do limite acabar e não conseguir terminar”, revela o compositor.

Para Sérgio Rodrigo, o Tinta Fresca é uma oportunidade para o compositor escutar o que criou e transformou em acordes e notas musicais “Ouvir sua música sendo tocada pela orquestra é bem impactante. Você fica um pouco anestesiado sem saber o que está acontecendo, sem saber se está bom ou ruim. É emocionante”, relata.

Nomes revelados nos últimos dias

Essa semana, o público conheceu, por meio do site da Orquestra Filarmônica, o nome dos 6 finalistas do concurso. Durante as primeiras etapas de seleção do festival, por questão de ética e zelo, os participantes são identificados apenas por pseudônimos “É uma forma de ocultar quem eles são na realidade e de ser um concurso neutro, transparente” explica Francisco Araújo.

A banca julgadora deste ano, foi composta pelos renomados compositores João Guilherme Ripper, Olivier Toni e Silvio Ferraz, que, na próxima sexta-feira, dividem com os músicos da orquestra e o regente Marcos Arakaki, a responsabilidade de definir entre as composições do pernambucano Alfredo Barros, do mineiro Marcus Siqueira, do gaúcho Aurélio Edler-Copes, do paulista Matheus Bitondi e dos cariocas Vicente Alexim e Marcos Lucas.

Temporada 2011

Orquestra entra o ano com o pé direito

Criada em fevereiro de 2008, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais vem marcando a tradição da música mineira com sua programação diversificada. Com as séries Allegro e Vivace, a orquestra inaugura 2011 com agenda cheia, perpassando por concertos no Parque, Didáticos e para a Juventude, além do concurso Tinta Fresca. “Toda Orquestra está dentro de um circuito de criação musical. Quando se cria um concurso e pode-se contribuir para a carreira de um músico e também para a população, a orquestra completa seu papel”, conclui Francisco Araújo.

Por Danielle Gláucia, Débora Gomes e Iara Fonseca


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“No meio do caminho tinha uma pedra

Tinha uma pedra no meio do caminho” Carlos Drummond de Andrade

O poeta mineiro se passasse pela Rua da Bahia entre Gonçalves Dias e Av. Augusto de lima, reescreveria seu famoso poema com a seguinte mudança:

No meio do caminho tinha um buraco

Tinha um buraco no meio do caminho

Quem desce pelo lado direito da Rua da Bahia, tem que enfrentar um trajeto até a Augusto de Lima, de 24 buracos, de tamanhos que variam de 30 centímetros a um metro. Segundo o Projeto de Padronização de Calçadas dos Bairros da Centro Sul iniciado em 2007, todas as calçadas da região Centro Sul foram reformuladas e padronizados. A calçadas foram revestidas com um ladrilho hidráulico, formando mosaicos, alinhados ao meio fio . Os pisos também ganharão cobertura tátil (de direcionamento e atenção), segundo o projeto para facilitar o trajeto dos deficientes visuais e locomotores.

Porém quatro anos depois do inicio das obras, os ladrilhos se soltam facilmente, formando crateras nas ruas, esse problema é visto também em outras áreas que a padronização foi implantada, como em trechos das Avenidas Amazonas e Afonso Pena.

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Rua da Bahia e seus buracos

“O estado das calçadas está muito ruim. A gente tem que ficar desviando, eles deveriam melhorar as calçadas” conta Vera Lucia.

A auxiliar de serviços gerais relatou que já sofreu uma queda na Rua da Bahia, mas mesmo assim não denunciou o perigo aos órgãos responsáveis. “A prefeitura deveria cuidar mais das calçadas, é um perigo, uma pessoa pode torcer, quebrar um pé.”,

Em 2003 a pesquisa “Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas” do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revelou que nove entre nove pessoas em mil habitantes já sofreram alguma queda nas grandes cidades do país, a pesquisa analisou casos em que a queda foi relaciona a falhas nas calçadas.

João Neto é comerciante da área do entorno da Praça da liberdade, e desce todos os dias pela Rua da Bahia. O comerciante comenta sobre o assunto. Confira o áudio:

A revolta do pedestre também é a mesma de Luiz Carlos Mingote, soldador que passava atento aos buracos da Rua da Bahia. Escute:

Para a quem quiser reclamar dos buracos na Rua da Bahia ou de qualquer rua da capital o telefone é 156, no atendimento da prefeitura de Belo Horizonte. O telefone é o mesmo para 22 serviços , a pessoa que ligar deve escolher a opção Tapa buraca. Segundo o site da PBH a central de atendimento recebe em média 220 mil ligações por mês.

Por: Andressa Silva e Marcos Oliveira

Fotos: Marcos Oliveira

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Você conhece o trabalho do Exército brasileiro? Para melhorar a comunicação do Exército com a população civil, a corporação tem promovido diversas ações, como por exemplo, a palestra realizada nessa quarta-feira, 25, no auditório do Comando da 4ª Região Militar, Região das Minas do Ouro.

A palestra foi conduzida pelo jornalista Luiz Henrique Yagelovic, diretor regional do Sistema Globo de Rádio, com direito a abertura feita pelo General-de-Divisão Ilidio Gaspar Filho, Comandante da 4ª Região Militar.

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A ação abordou a dificuldade da transmissão do trabalho realizado pelo Exército Brasileiro (EB) ao público. Isso acontece, muitas vezes, pela falta de foco da área de comunicação. Antes de planejar uma notícia, são necessários ter em mente: Qual público o alvo? Através de qual canal o público vai receber a mensagem?

As respostas a essas perguntas facilitam a comunicação, em especial, a dos integrantes do EB que tendem a trabalhar com um público interno. Ocorrendo à falha na comunicação, as principais notícias ficam “presas entre os muros” da Instituição, impedindo a divulgação do trabalho. “É preciso que o Exército divulgue seu trabalho para que a população tome conhecimento do que está sendo feito”, afirma o jornalista.

Atualmente as redes sociais se tornaram ferramentas essenciais, com a variedade de divulgação, tanto pela praticidade quanto pela rapidez, que podem auxiliar no trabalho do EB. No entanto é preciso tomar alguns cuidados. Luiz Henrique Yagelovic ressalta: “trabalhar com redes sociais requer atenção especial, a notícia tem que ser divulgada de forma correta, para evitar qualquer mal entendido que possa haver”.

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Para o jornalista do Sistema Globo, conseguir transmitir a mensagem, na linguagem coloquial, trabalhando o texto de forma a atingir a todos os públicos é uma tarefa que para muitos parece um “bicho de sete cabeças”, mas essas são regras básicas, pensando que, se esta notícia for de interesse público, ela será divulgada, caso contrário, será um trabalho perdido. Portanto, é importante sabermos o que informar e como informar, atentar para a clareza do lide e buscar sempre fontes confiáveis.

Texto: Thaline Araújo / Ane Ribeiro
Foto: Thaline Araújo