Desvendando BH
Lugares pouco conhecidos da capital mineira

O tema do mês de maio na Casa UNA de Cultura é “A poesia em todos os lugares – Zona de Invenção Poesia & (ZIP)” e conta com a presença do artista Chico de Paula que sustenta que as experimentações poéticas da ZIP tem como conceito a poieses. “O termos vem do grego arcaico e está ligado ao fazer, ao criar”, esclarece, “a gente trabalha com a poesia no sentido da criação, da imaginação, da invenção”, explica.

A tônica das criações da ZIP alia poesia e tecnologia em sentidos ampliados. “A gente não faz a distinção entre um computador e o corpo. Tudo é tecnologia e linguagem para manifestação da poesia, o computador não é uma ferramenta, ele determina uma linguagem”, explica. “O pincel é uma ferramenta tecnológica, inventada num determinado momento para pintura, mas não é uma ferramenta é um recurso de linguagem assim como é o cinema que nasce junto com a câmera e o vídeo que nasce junto com os aparelhos portáteis de vídeo”, exemplifica. “A tecnologia e a linguagem caminham juntas, não podem ser vistas separadas, toda arte nasce com sua tecnologia e vai demandando novas tecnologias,” finaliza.

Para o artista um exemplo dessa possibilidade vem desde o primeiro grande poema que se tem notícia, segundo ele, “A odisséia”, de Homero, um poema oral, extenso, com origem na forma tradicional oral grega de contar histórias. “Era mais feito para ser cantado do que falado, então a poesia de certa maneira já nasce multimídia, já nasce para ser encenada”, explica Chico de Paula. “A gente costuma dizer que o ato de dizer poesia é muito mais vocalizar do que declamar. Declamar é muito enquadrado, parece mais leitura com interpretação, a gente trabalha mais com vocalizar, reforçar um som, às vezes, alterar a voz; às vezes, usar efeito da voz para a leitura e trabalhar isso conceitualmente”, detalha.

Em 03 de maio, Chico de Paula, em mostra de vídeos, destacou o seu objetivo de recuperar a história do audiovisual e relembrar as origens da poesia e do audiovisual. Durante a exposição, o artista traçou um panorama dos primeiros registros poético no Brasil desde 1.500 até os dias de hoje, passando pelo cinema, pela vídeoarte e pela performance, destacando as iniciativas mineiras nesse campo.

Chico de Paula nos conta mais sobre a produção poética mineira:

Natural de Ouro Preto, Chico de Paula em 1999 juntamente com um grupo de autores criaram o “Projeto Feito a Mãos”, cujo objetivo era investigação da autoria coletiva, interfaces digitais e formas de realização deste trabalho.

O evento sobre poesia na Casa UNA de Cultura vai até o dia dois de junho, para mais informações acesse o site www.casauna.com.br

Por: Bárbara de Andrade

Foto: Felipe Bueno


Baseada no último livro da Bíblia Sagrada, a exposição da artista Lígia Vellasco, inaugurada hoje na Biblioteca Pública Luiz Bessa, mostra a série “Apocalipse”. O livro, escrito por São João Evangelista, a partir de suas visões na ilha de Patmos, oferece uma fonte de inspiração rica, sugestiva e dramática para a artista, que trabalha a dois anos na série.

Lígia explora visualmente algumas das figuras e situações descritas no texto do Apocalipse, por exemplo, os quatro cavaleiros (peste, fome, guerra e morte), a mulher vestida de Sol, o anjo da Morte, o anjo que abre as portas do inferno ou a prostituta da Babilônia que sai do mar montada em um monstro.

As pinturas são livremente inspiradas nas visões, a partir daí, a artista trabalha com liberdade na criação das imagens. Uma das telas que chama atenção é a que retrata um grande desastre ecológico. As pinturas são fortes, sombrias, como o próprio Apocalipse.

A exposição até o dia 06 de setembro e a entrada é franca.

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Por Daniella Lages

A divertidíssima exposição My Paper Sunglasses comprova que os óculos servem não só para nos proteger dos raios ultravioleta. Na mostra, do idealizador e curador Otávio Santiago, os óculos servem também para nos “cegar às avessas”. Eles se tornam um curioso suporte de revelação.

Vários artistas de diversas áreas foram convidados por Santiago a fazer uma intervenção sobre as lentes de papel dos óculos, através das suas próprias criações.

Os óculos aparecem como painéis ou telas, e em cada uma das superfícies, um ponto de vista particular: a imagem de si mesmo que sempre quis ver, ou melhor, exibir.

O público também é convidado a experimentar os óculos, escolher um perfeito e fazer uma foto. Durante as duas primeiras intervenções de convidados, foram feitas várias fotos dos autores das criações e de quem passou para conhecer a exposição.

Um editorial também foi inspirado nas idéias apresentadas em My Paper Sunglasses. A exposição ficará na Mini Galeria, na Avenida Cristóvão Colombo, 550, até o dia 24/08.

Veja mais fotos na nossa galeria.

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Por Daniella Lages

Um dos bustos da Praça da Liberdade, homenageia um importante político do estado de Minas Gerais. Mas, você sabe quem foi o Senador Júlio Bueno Brandão, cujo busto está localizado em frente ao prédio do IPSENG?

Nascido a 11 de julho de 1858, em Ouro Fino, Bueno era filho de comerciante, fez o curso primário em sua cidade Natal, onde começou a trabalhar cedo, no comércio junto a seu pai, como balconista. Autodidata, estudou sozinho e prestou exame de qualificação e começou a advogar na comarca de Ouro Fino. Sem ter, sequer, feito faculdade, com apenas o curso primário, foi juiz de Direito de Camanducaia e Juiz municipal de Ouro Fino. Também exerceu cargo de delegado.

Entrou para política como vereador em Ouro Fino. Foi nomeado pelo presidente do Estado de Minas Gerais, Bias Forte, em 1891, presidente do Conselho de Intendência de Ouro Fino. Em 1892 foi eleito presidente da Câmara Municipal da cidade.

A importância para o Estado e a cidade

Como chefe do executivo municipal teve a oportunidade de recuperar a economia do município, em crise desde o esgotamento das minas auríferas; reorganizou a administração local; fundou associação jornalística e literária além do jornal Gazeta de Ouro Fino; criou escola primária municipal; fundou a Escola Prática de Agricultura; construiu estradas municipais; cuidou da urbanização da cidade; ampliou a rede de abastecimento de água e melhorou o serviço de telefonia.
Elegeu-se senador do estado em 1897 e neste cargo, empenhou-se na reforma da lei eleitoral, buscando democratizar o sistema. Em 1930 foi o único senador a votar contra o estado de sítio em Minas Gerais.

A Praça da Liberdade ainda conta com os bustos de Azevedo Junior, Bernardo Guimarães, Crispim Jacoques Bias Fortes e Dom Pedro II.


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Por Daniella Lages