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Dexter - Foto Marcos Vinícius Tinoco

Por Ana Paula Tinoco

“A cadelinha Sonho que resgatei em Santa Luzia , ela foi atropelada e no impacto os dois globos oculares saíram pra fora , ela teve que retirar os dois olhos , e hoje ela  é cega mas um exemplo de cadelinha , e devido a tanto amor entre nós duas eu a adotei e hoje ela é um sucesso nas redes sociais.” – Val Consolação

No último sábado, 16, o governo de Minas Gerais regulamentou a lei que pune aqueles que praticam maus-tratos contra os animais. O decreto define e identifica os casos aos quais ela pode ser aplicada, os atos que vão de omissões, como não alimentar, até lesões e agressões que causem morte ou sofrimento, podem gerar multas de até R$ 3mil.

A Lei Municipal que está em vigor desde 2016 já é usada para casos em que os agressores são identificados e levados à justiça, porém com a regulamentação e a aplicação de multas, o governo tenta inibir as ações destas pessoas contra os animais. Segundo a ativista, protetora dos animais e presidente da ONG APAC, Val Consolação a medida é importante para que as pessoas tenham consciência que os animais têm direitos, “A lei se torna ainda mais importante por aplicar multa no infrator, e todos sabemos que quando dói no bolso o ser humano tende a ser mais ético com suas posturas”.

Ainda segundo Consolação, somente a educação pode levar a conscientização da população. Ter consciência de que medidas preventivas como a castração e substituir a compra pela adoção de animais abandonados pode salvar e evitar a covardia infringida aos bichinhos. Ressalta que com o novo capítulo na luta contra os maus-tratos, a regulamentação fará muito pela causa, “Ela (a lei) pune com pena pecuniária, além do infrator passar a ter em sua ficha um processo criminal, deixando de ser réu primário o que pode dificultar sua vida e até mesmo conseguir ingressar em concursos públicos”.

Além dos atos já citados, usar animais para lutas, exposição em locais desprovidos de segurança, limpeza e desinfecção, envenenamento, abuso sexual, promoção de distúrbio psicológico e comportamental, não garantir morte rápida e indolor em casos de eutanásia recomendada e necessária também figuram como crime, podendo aplicar-se multa e consequentemente prisão.

Sobre a APAC

Diariamente, podemos assistir à vídeos de maus-tratos a animais. Eles circulam por redes sociais e até mesmo por grupos de whatsapp.  Com relação à essa triste verdade, Val Consolação diz que a realidade é cruel, “Encontramos animais de todo tipo, todas as espécies e raças. A grande maioria que resgatamos são animais doentes, esqueléticos que precisam de tratamento veterinário com urgência”.

Com um dado alarmante, Consolação chama atenção para a estimativa de animais abandonados no Brasil, são cerca de 30 milhões vivendo nas ruas. Apontando para a educação como forma de combater essa prática do abandono, ela conclui que é necessário conscientizar a todos de que respeito é o mínimo que devemos, “Talvez o homem seja o único ser que invada o território do outro. Que agrida sem ser ameaçado. Que abandona sem ter motivo. Que maltrata sem justificativa e que tem a capacidade de racionalidade, mas não usa”.

Gostaria de adotar um bichinho e conhecer a ONG?

APAC – MG

Projeto de lei : Aqui

Denúncia:

Dica: ao ir à delegacia, procure levar por escrito o art.32 da Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal n.º 9.605 de 1998) que esta descrito acima, uma vez que, infelizmente, há policiais que não estão cientes do conteúdo dessa lei.

MG disque 181

Por Tiago Jamarino – Start – Parceiros Contramão HUB

Oitavo filme da saga toma rumos completamente diferentes do normal, com uma trama mais complexa, divertida e bem mais vistosa!

 

Star Wars teve sua tão esperada continuação após longos trinta e dois anos, O Despertar da Força (2015), foi a tão esperada volta a galáxia tão… tão distante, lógico sem mencionar a trilogia prequel feita por George Lucas. O Despertar da Força, foi o responsável por reviver a franquia, o resultado do filme foi, a terceira maior bilheteria de todos os tempos e uma grande aclamação pela crítica. Mas o filme não foi isento de críticas fervorosas pelos fãs, a grande maioria era unanime  ao questionar os caminhos trilhados pelo Episódio VII, que era simplesmente uma releitura do Episódio IV — Uma Nova Esperança, a nova trilogia estava tratando seu começo a base de um reboot disfarçado de continuação, copiando em base, os mesmos plots e deixando caminhos questionáveis. J. J. Abrams que estava no leme de O Despertar da Força, passou o bastão para Rian Johnson, diretor e roteirista, que renega totalmente seu antecessor e segue em um caminho completamente oposto visto em toda a Saga. O grande medo do público, em geral, era que este filme em potencial fosse ser uma releitura de O Império Contra-Ataca, mas para a felicidade geral da nação, não, este filme segue seu próprio ponto de vista, apesar de ser um filme do meio que tenha que deixar pontas soltas para o próximo.

 

A trama começa exatamente segundos depois de O Despertar da Força, com Rey (Daisy Ridley), indo encontrar com Luke Skywalker (Mark Hamill) em uma ilha isolada, a garota implora desesperadamente pela ajuda do velho mestre Jedi para ajudar a Resistência na guerra contra a Primeira Ordem. A Primeira Ordem comandada pelo general Hux (Domhnall Gleeson), descobre a localização da última base rebelde, coordenada pela General Organa (Carrie Fisher). O início do filme já é o cartão de visita de Rian Johnson, temos uma verdadeira guerra nas estrelas, uma batalha especial nunca vista antes em toda a saga, com um bom tempo de execução e poderio militar. Para repelir a horda de bombardeiros inimigos, a Resistência conta com o comandante Poe Dameron (Oscar Isaac), que tenta um contra-ataque sem sucesso, forçados a fugirem desesperadamente sendo seguidos de perto pelo esquadrão inimigo. A Resistência manda Finn (John Boyega)e a encarregada da manutenção Rose (Kelly Marie Tran) em busca de um enigmático contrabandista, que poderia ajudá-los a destruir o sistema de rastreamento da Primeira Ordem.

 

Ao falar do filme deixarei alguns pequenos spoilers, é impossível fazer uma crítica mais detalhada sem revelar nada da trama, mas fique tranquilo, não estragarei as partes essenciais. Star Wars foi inspirado na obra do escritor americano Joseph Campbell, com sua obra que contava a jornada do herói, um mito sobre a batalha do bem contra o mal. Essa simples premissa permeia no cerne de toda a saga, esquecida nas trilogias prequels, mas retomada no Episódio VII, Johnson tinha uma base solida nas mãos e alguns personagens já estabelecidos. O diretor e roteirista, tinha um abacaxi nas mãos a descascar, ter em mãos personagens já consagrados, apresentar algo novo e, ao mesmo tempo respeitar o legado da franquia. Johnson tem jogadas cirúrgicas para tratar do seu material, como o filme do meio, em algum momento lembrará ao Império Contra-Ataca, por ser um filme, dramático, de derrotas, fugas, vinganças e restruturação para vitória. Mesmo tendo a alma do Episódio V, Os Últimos Jedi toma um rumo mais inesperado possível, tomando soluções que fogem completamente a (forma) Star Wars de ser, alguns personagens tomam rumos diferentes e o amadurecimento do mesmo torna este filme mais autoral possível.

 

A direção e o roteiro ficam a cargos de Rian Johnson, que vem de ótimos trabalhos, como A Ponte de Um Crime (2005), Looper: Assassinos do Futuro (2012) e alguns episódios de Breaking Bad. A direção é mais autoral do que o esperado, é até um espanto ver o resultado e saber que não ouve tanto as rédeas do estúdio, Johnson consegue se sair bem tanto em aspectos técnicos e visuais, também alcançando o ápice em aspectos narrativos. A fotografia é simplesmente sensacional, mesmo sendo a marca da franquia, a fotografia vista neste filme é a mais bonita da saga. O CGI faz um trabalho magistral dando vida a mundos e belas criaturas, e a grande satisfação que muitas coisas são feitas por efeitos práticos. As paletas de cores reagem ao humor e a decisão de rumo de cada personagem, o cinza da resistência e do núcleo Jedi, ao vermelho e o escuro nefasto da Primeira Ordem. Em termos de estéticas visuais, cada batalha até as vistas nos trailers, são um deleite visual e de cores vibrantes. Johnson soube trabalhar realmente seu clima de guerra, sempre nos mostrando a sensação angustiante das escolhas.

 

O filme divide bem suas linhas de ações, tanto as batalhas espaciais quanto as tomadas áreas, os planos fechados são similares a wallpapers, se congelar uma única imagem, você consegue milhões de papeis de paredes. Os Figurinos são bem trabalhados, cores negras e fardas semelhantes a juventude nazista encontrada na Primeira Ordem, aos costumeiros farrapos acinzentados da Resistência. As variedades de raças alienígenas ainda continua um marco, criaturas misturadas com efeitos práticos e CGI. No planeta cassino vemos todo esse potencial da saga inclusa. A trilha sonora composta magistralmente por John Willians, que desta vez veio com tudo, o pouco entusiasmo mostrado em O Despertar da Força, é rapidamente suprido, com novos temas e alguns antigos que causam a nostalgia.

 

O roteiro como dito anteriormente é assinado por Rian Johnson, não é à-toa que o diretor foi contratado para dirigir alguns episódios de Breaking Bad, que por sinal, são os melhores da série. A narrativa simples de Star Wars ganhou folego novo, mantendo elementos consagrados da série, mas com um toque bem pessoal. O texto apresentado em Os Últimos Jedi apresenta ambos os lados da força, Luz e Trevas tendo tempo de tela para mostrarem todo seu potencial, cada um tendo tempo necessário para mostrar um ponto de vista, que é habilmente usado para mostrar até um lado arrogante vindo do conhecimento Jedi. O que o roteiro de Johnson oferece é mais dúvidas, angustias pessoais, a esperança em tempos de guerras. O grande problema do filme que até Star Wars sofre de barrigadas para prolongar uma trama, principalmente quando está no núcleo do planeta cassino é onde o roteiro começa a enrolar sem necessidades, poderia simplesmente ser enxugados trinta minutos de filme. O maior ponto na narrativa criada por Johnson é que nenhuma referência se baseia para enfeitar seu texto, ou só para agradar a fãs saudosistas, tudo mostrado tem um porquê e move a trama. O grande impacto de Os Últimos Jedi é simplesmente estabelecer a conexão entre seus três personagens centrais, Rey, Luke e Kylo, que ambos são a alma do filme.

 

O elenco é bem diversificado, sendo bem a cara da nova Disney, dando espaço a novos talentos. Mark Hamilltão contestado na trilogia original, mas agora entregando um melhor Luke, bem pirado, beirando a esquizofrenia e com conflitos internos. A Daisy Ridley está ainda melhor que o filme antecessor, seu personagem ainda é a alma do filme, adicionando em sua interpretação olhares e expressões pesadas. Adam Driver ainda entrega um personagem atormentado por suas decisões, várias críticas anteriores ao seu personagem são devidas as inúmeras comparações com Vader, injustas, pois, o seu personagem é a atual caricatura da adolescência atual. O John Boyega está mais alivio cômico do que de costume, tem momentos que está até bobalhão demais. Oscar Isaac esquecido no anterior, tendo agora um certo favorecimento no roteiro, seu personagem tem o peso da guerra e tem escolhas a fazer. Existe uma parte do elenco que está completando tabela, Andy Serkis, Gwendoline Christie (Capitã Phasma ainda continua sendo nada), Laura Dern e Benicio Del Toro totalmente jogado e esquecido. Carrie Fisher claramente teria o próximo filme só para ela, com seu falecimento no ano passado, o filme poderia ser penalizado, mas até que sua participação é bem leve e pontual.

 

Star Wars: Os Últimos Jedi é um grande ponto fora da curva para filmes pipocas, contendo um roteiro bastante maduro para o gênero, com novas definições de bem e mal. Apesar de sofrer com uma barrigada em seu ato do meio, o filme acerta mais do que erra. O bom caminho conduzido pela nova narrativa vai tirar qualquer fã de Star Wars de sua zona de conforto, oferecendo mais caminhos a serem trilhados e uma nova gama de possibilidades a serem exploradas. O elenco antigo ainda continua a arrancar suspiros e até seu tom quando fica leve dosa bem o filme. Com uma cinematografia impecável e a mais linda de toda a saga, Os Últimos Jedi tem todos os benefícios de um filme escrito e dirigido por alguém que teve muito mais liberdade criativa e com maestria em suas escolhas para o rumo da saga.

 

4-Ótimo

 

 

FICHA TÉCNICA

 

  • DIREÇÃO

    • Rian Johnson

    EQUIPE TÉCNICA

    Roteiro: Rian Johnson

    Produção: Kathleen Kennedy, Ram Bergman

    Fotografia: Steve Yedlin

    Trilha Sonora: John Williams

    Estúdio: Lucasfilm Ltd, Walt Disney Studios Motion Pictures USA

    Montador: Bob Ducsay

    Distribuidora: Walt Disney Pictures

    ELENCO

    Adam Driver, Adrian Edmondson, Aki Omoshaybi, Akshay Kumar, Andy Nyman, Andy Serkis, Andy Wareham, Anthony Daniels, Antonio Lujak, Benicio Del Toro, Bern Collaco, Billie Lourd, Carrie Fisher, Chris Adams, Christopher Jaciow, Crystal Clarke, Daisy Ridley, Dan Euston, Dante Briggins, Domhnall Gleeson, Florian Robin, Gareth Edwards, Gary Barlow, Gwendoline Christie, Hermione Corfield, James Cox, Jimmy Vee, John Boyega, Jonathan Harden, Joseph Gordon-Levitt, Justin Theroux, Karanja Yorke, Kelly Marie Tran, Kevin Layne, Laura Dern, Liang Yang, Lupita Nyong’o, Mark Hamill, Mark Lewis Jones, Mike Quinn, Noah Segan, Oscar Isaac, Peter Mayhew, Tim Rose, Togo Igawa, Veronica Ngo, Warwick Davis, William Willoughby

Por Hellen Santos

Nesta terça-feira, 19, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil desmentiu a notícia do aumento das passagens dos ônibus que vem abalando a população. Após reunião com empresários das empresas de ônibus da capital, o prefeito informou que enquanto “não se abrir a caixa preta da BHTrans” não haverá aumento das passagens.

Kalil comunicou que os empresários não gostaram da resposta negativa e alertou para que os envolvidos procurassem seus direitos e contatos. Na cidade, mais de 30 milhões de pessoas utilizam diariamente o serviço de transporte público e segundo o prefeito, enquanto não houver auditoria, não terá aumento de tarifa nenhuma.

Por falta de acordo entre as partes, é possível que as empresas de transporte público venham a entrar de greve geral. Os empresários alegam que tal atitude afetará o pagamento dos funcionários e o repasse dos custos com o Diesel. Além disso, conforme depoimento de Joel Jorge Paschaolin presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) os novos ônibus com ar condicionado vêm aumentando os custos operacionais.

No dia 15 deste mês Kalil fez um comentário sobre a notícia do reajuste na tarifa dos ônibus pela sua conta em uma rede social. “Aumento de 10,5% na tarifa? Calma gente. Belo Horizonte tem prefeito”.

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Por Melina Cattoni

“Eu sei que a gente já conversou sobre isso várias vezes, e eu até pediria desculpas por tudo o que eu vou falar, eu imagino a sua feição ao ler esse texto. Eu precisava desabafar já que com você é sempre do teu jeito e no seu tempo. Nós precisamos conversar, mesmo que por textos…”   

Citação do texto “Eu já entendi que você não me quer” – Jean Lescano (Poligrafias)

 

Antes de tudo o que está para acontecer aqui em baixo, a gente nunca conversou sobre isso e é muito egoísmo meu te jogar uma bomba dessa no meio de tantas complicações. Eu sei, estou sendo egoísta mas preciso desabafar, mesmo que seja por texto.

 

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Será muito egocentrismo achar que de um tempo para cá, todos os seus textos são sobre mim? Quer dizer, que fazem algum tipo de referência sobre a gente. Ou não, que culpa eu tenho se quando leio, enxergo nossas conversas, meus medos, o seu jeito e a nossa confusão. Ao mesmo tempo que eu sorrio ao pensar nisso, meus medos me trazem para a realidade e, em segundos, os textos podem ser para a Maria, Giovana, Daniela, para a Nathalia ou às vezes para ninguém, talvez seja apenas uma viagem. De um tempo para cá, tenho percebido a facilidade que eu tenho de transitar entre conversas tranquilas e conversas sérias, sim, essas mesmas, aquelas que se fala com transparência e sem medo da resposta do outro lado da telinha, porque naquele momento os dois estão na mesma sintonia. E, em minutos, a conversa se dispersa, mas uma pequena semente continua ali dentro.

 

Na sexta, você me enviou um texto e eu deixei claro que me senti afetada. Continuei aquele texto em terceira pessoa, acreditei na sua inteligência para perceber que a conjugação perfeita, seria a primeira. Não sei qual foi a sua reação aí, mesmo porque, como falado anteriormente, as conversas se dispersam. Não sei de onde saiu a coragem para isso, mas eu tinha que tentaram e, claro em companhia também da ansiedade e do medo – até a chegada da madrugada para ser a minha companheira -. Em resposta escrevo agora em primeira pessoa, sim, estou dando a minha cara a tapa, correndo o risco de você ler e não ver sentido, o que talvez não tenha mesmo.

 

Sabe, esses dois últimos meses aconteceu tudo o que eu fugi o ano inteiro, o que eu fujo todo ano. Pelo simples motivo de não saber lidar com o que eu não tenho controle, eu sou controladora e falta dele me enlouquece. Eu tenho medos e barreiras que não consigo explicar, então quando eles aparecem a minha autodefesa é me magoar, afastando as pessoas de mim. O problema é quando você é magoado, isso acaba comigo. Eu sei que não entende isso, ninguém entende. Eu acredito muito em energia, esse semestre já participei de duas sessões de tarô, as duas me falaram que eu tenho medo da felicidade. Você não sabe o quanto isso doeu e dói em mim. Queria saber solucionar isso! Eu já fui chamada de boba, já falaram que os meus pensamentos são engraçados, não engraçados no sentido divertidos, mas sim, sem sentido. Eu nunca neguei nada porque sei que é a verdade. Em uma madrugada dessas você me perguntou porquê de estar agitada, lembra? Bom, quando eu faço alguma besteira e não sei como consertar, eu fico agitada e com a cabeça girando a mil. Quando estou agitada, pode ter certeza que tem algo me incomodando.

 

E as vezes que você me acusou de não entrar nas brincadeiras, sabe porquê? De brincadeira em brincadeira as coisas podem ficar sérias, ou pode ser apenas a minha imaginação. E por isso, faço o questionamento novamente – será muito egocentrismo achar que de um tempo para cá, talvez você pense em mim? -. Eu adoro as suas brincadeiras, no primeiro momento a minha autodefesa é ativada, talvez por isso você ache que eu não brinque. Com o tempo, eu jogo tudo para o alto. Eu brinco, falo o que penso, eu já passei a madrugada inteira conversando com você – claro, entre conversas sérias e tranquilas – isso não vai mudar. Sabe, o pior disso é que eu fico completamente exposta, a fragilidade toma conta e fico à mercê das suas atitudes.

 

Em uma das nossas conversas falamos por alto sobre expectativas, acho que nós dois estamos preocupados em um não magoar o outro. Para falar a verdade, se a gente vivesse na mesma cidade, eu até acharia isso um problema. Mas com você perto e ao mesmo tempo tão longe – sei que poucas pessoas entenderão isso – facilita um pouco o controle delas, porque querendo ou não, a distância torna algumas situações (em) possíveis, como os amores de verão nos filmes americanos – o casal se esbarra por aí, vive o que tem para viver, aproveita as aventuras daquele período e, quando o verão acaba os dois se despedem. Ao final, as lembranças são o que permanecem -. Eu imagino um pouco a gente assim, não amor porque amor é uma palavra muito forte, mas imagino sim, aventuras de verão. E mais, digo de verão, mas não tenho a mínima noção do calendário das estações, ou seja, também pode ser apenas um feriado, uma viagem ou um compromisso que o outro tenha na mesma cidade. Mas se por acaso fosse o verão dos filmes americanos, seriam quatro semanas de tranquilidade e muita confusão, brincadeiras e carinhos, conversas e brigas – porque você já conhece os meus reverbérios neh – e, sobretudo muita diversão, pelo menos imagino eu.

 

Bom, esse texto era para ser uma resposta, não sei exatamente do que. Acho que de respostas esse texto não teve muita coisa, mas se ler as entrelinhas talvez me conheça e me entenda um pouco mais. E mais, eu nem sei se vou ter coragem de publicá-lo, mas se por acaso você está lendo pela tela de algum aparelho, quer dizer que tive coragem mesmo com medo das consequências. Para finalizar, será que é muito egocentrismo meu, pedir que mesmo depois disso, não se afaste e que continuemos a conversar? Porque, eu espero que sim. Eu te adoro e você sabe disso, eu apenas não sei a melhor forma de demonstrar. Eu preciso da sua ajuda.

 

Eu sei que já finalizei esse texto várias vezes, mas ainda tenho tanto para falar. Sabe, são 03h12 da madrugada. Já faz uma semana que escrevo esse texto e apenas agora eu entendi uma única resposta, os seus textos não são para mim e você também não pensa em mim. Mas em algum momento, de um tempo para cá, eu gostaria que sim. E se em algum momento essa fantasia se tornou realidade em um mundo paralelo, te peço que não desista de mim, da nossa amizade. Já li e reli diversas vezes e cheguei à conclusão que eu realmente sou egoísta, esse texto era para ser uma resposta a você, uma resposta de quanto você em pouco tempo apareceu e se tornou a melhor surpresa que eu pude receber. Mas lendo e relendo, eu apenas vejo uma menina falando sobre si própria, me desculpe mais uma vez por isso!

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Por Mariana Ravelli – Poligrafias – Parceiros Contramão HUB

Não adianta me olhar por cima dos ombros com essa cara de ofendido, porque a afirmativa é válida; a casa é minha querido, você é só convidado. Não adianta se aprumar, querendo colocar os pés em cima da mesa de centro, espalhar suas coisas e colocar suas meias nas minhas gavetas. Não me incomodo que você venha aos finais de semana, que proponha programas interessantes ou então bagunce meus LP’S tentando escolher um novo som. Eu nem me incomodo se quiser se aventurar na minha cozinha. Só tenha em mente que a casa é minha e você é um convidado, e você precisa seguir minhas regras e respeitar meu silêncio e minhas vontades. Aqui não é casa da mãe joana, e apesar da cara de doida eu odeio bagunça. Lembre-se disso.

Tente ter em mente que eu adoro nossos momentos, que gosto da nossa liberdade mas que odeio ligações longas ao telefone. Eu detesto agarração durante a tarde, prefiro que a gente apenas almoce juntos. Sobre teus problemas, eu adorarei ajudar se possível.. mas deixe os meus comigo mesmo. Se eu precisar de ajuda, eu peço. Caso contrário, faça-se de burro e respeite minhas decisões. Continue sendo prestativo como sempre foi, sendo carinhoso como sempre é mas não espere que eu retribua as coisas por obrigação. Não faço o que eu não quero, não digo o que não posso e muito menos faço promessas. Cada um oferece o tem.. e eu tenho muita conversa, risadas verdadeiras e bagunça para oferecer. Se não gosta de confusão, é melhor dar meia volta. A porta da rua não é a serventia da casa, mas vai ter que servir. Eu não vou mudar. Não quero que você faça o mesmo.

Sobre minhas manias, eu preciso assumir que nem mesmo eu consigo entender ou lidar. As vezes, sumo dias e dias porque estou lidando comigo mesma e com a duvida cruel entre “faço outro quadro ou uma escultura agora?”. Me ocupo vivendo minha vida, planejando viagens e escrevendo inúmeros textos. Eu não me preocupo com semana que vem. Eu não te prometo semana que vem; eu só tenho o agora. E o meu agora nem sempre é agora; espero que você saiba esperar a hora. No mais, eu gasto meu tempo lendo, dormindo ou comendo. Ou tudo junto. Eu estou sempre correndo por entre uma coisa e outra, por isso aprecio tanto o silêncio e leveza. Por isso tatuei calma na mão para me lembrar sempre de respirar e de não cobrar demais de mim mesma. Não cobre também.

No que diz respeito ao resto, não há mais o que posso dizer; é tudo segredo meu. A casa é minha, os móveis, as decorações, os medos e os demônios. Não tente entender ou desvendar. Quando eu abrir a porta para você entrar na quinta-feira, naquele jantar que a gente combinou a semanas.. venha de alma livre e coração leve. Não implique com nada, não tente entender ou mudar. Aprecia o vinho, prova da comida e esteja presente; de alma e coração. O resto, a gente descobre vivendo. Um dia quem sabe você passe a ser mais do que convidado, mas até lá tenha em mente de que a casa é minha; e você, está apenas de visita.

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Por: Kedria Garcia
Atualizado 20/12/17 ás 12:49

“Não posso mais viver assim ao seu ladinho
Por isso colo meu ouvido no radinho de pilha
Pra te sintonizar sozinha, numa ilha.”
Titãs

Companheiro para as horas vagas, para limpar a casa, para a viagem, para cozinhar, para vibrar com o futebol, para mandar um beijo, para ouvir músicas e notícias, para entreter, consolar e principalmente acompanhar. O rádio entrou nas casas dos brasileiros nos anos de 1930 com a música popular, os programas de auditório, as radionovelas e continua afirmando sua presença até os dias atuais com humor e informação. Um gigante com quase 90 anos de história registrou de perto muitos conflitos da humanidade assim como o nascimento de novas tecnologias. Observou a televisão tomar o cantinho da sala e comandar os horários nobres, mas a frase “O novo supera o velho” já não assusta, pois, a reinvenção se tornou uma norma e o imaginário ainda é movido pelas ondas do rádio.

Elias Santos, de 47 anos, professor e radialista, afirma que o rádio tem suas características próprias descartando a ideia de substituição. “Quando a televisão surgiu, espalhou-se o boato que o rádio iria acabar. Eu acredito sempre naquilo em que trabalho dentro de sala de aula, o conceito em que o rádio, a TV, a internet são dispositivos. Um dispositivo não substitui o outro, mas um dispositivo modifica o outro.”, e completa dizendo que o rádio está em um processo de transformação devido ao contato com outras plataformas, como as redes sociais.

De acordo com uma pesquisa  realizada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em 2015, o rádio era o segundo meio de comunicação mais utilizado pela população brasileira, perdendo apenas para a televisão. A pesquisa ainda ressalta que 63% dos ouvintes buscam por informação, diversão e entretenimento, sendo que 30% dos usuários ouvem diariamente, entre as 6h às 9h da manhã. As emissoras FMs são estimadas pelo público e as AMs fazem sucesso nas zonas rurais. Fernanda Oliveira Mendes, de 20 anos, não desgrudar do rádio. ” Ele é uma das minhas paixões, preciso sempre andar com um fone de ouvido em mãos para poder ouvir, no trabalho, no ônibus, em casa. Atualmente prefiro programas mais informativos como o Jornal da Manhã na Jovem Pan de São Paulo e Jornal Inconfidência na Rádio Inconfidência.”, relata a estagiária de Jornalismo.

 

“O rádio, por mais que seja um meio antigo, tende a se renovar de acordo com a sociedade.É verdade que o número de usuários diminuiu, mas ainda é uma área que vem se transformado. ”, comenta a estudante Fernanda Oliveira.

 

O radialista Elias, destaca que as ondas sonoras ainda é um meio eficiente e ágil. “O rádio atinge muitas pessoas, pelo fato que se consegue acompanhá-lo sem precisar interromper as tarefas diárias, então ele continua um meio muito eficaz. Isso não tem jeito, principalmente com um público de mais de 40 anos.”. A Pesquisa Brasileira de Mídia de 2015, revela que o uso do rádio é feito conjuntamente com outras atividades, como as domésticas e das refeições e ele apresenta 52% de confiança entre o público, tendo a A Voz do Brasil como o programa mais conhecido. Além de agir como um aglutinador social, ele serve como alimento para conversas corriqueiras.

Paulo Cesar Fernandes da Silva, de 57 anos, sintoniza diariamente seu amigo. “Escuto rádio desde menino, ou seja, ali pelos anos sessenta. Minha relação com o rádio é fraternal, ele é um excelente companheiro.”, afirma o microempresário.  Elias Santos ressalta que as mudanças na sociedade afetaram nas produções radialistas. “No início dos anos 90 tocava mais músicas, com o famoso jabá da indústria cultural, hoje não. Hoje temos um rádio que fala mais, seja piada, seja informação, seja jornalismo, o que se parece muito com o rádio dos anos de 1940 a 1950.”. 

Para ele, o cenário do rádio em Belo Horizonte é muito conservador “Temos uma rádio que é baseado em um modelo dos anos de ouro. Com aquele tipo de voz empostada, aqueles programas apresentados basicamente por homens, transmissões esportivas, jornalismo. No segmento adulto se tem um modelo em que toca sempre as mesmas músicas, não arrisca, não lança ninguém, trabalha em cima no que já é consolidado na indústria cultural”, desabafa o radialista que completa, “O rádio em BH é um rádio pouco ousado, mas apesar disso existem iniciativas interessantes como rádio UFMG Educativa, o momento que a rádio Inconfidência está passando, a rádio Autêntica a antiga Favela FM.”.

Pesquisa realizada em 2017, pela a Kantar IBOPE Media, mostrou que o brasileiro gasta cerca de 4h40min diariamente com a caixinha ligada. Sendo a Grande Belo Horizonte líder desse ranking, em que 95% dos belorizontinos afirmam ouvir rádio todos os dias. “Meu programa favorito se chama Casa Aberta, onde o lema é Cidadania, Cultura e Educação. Além dos programas O Samba Bate Outra Vez e a Turma do Bate Bola”, conclui Fernandes.

Podcast

“O mercado atual do rádio é o mesmo mercado da televisão e dos meios de
comunicação de massa, e ele está em crise. O rádio ele precisa se reconstruir e há
uma dificuldade muito grande para isso, uma vez que, as pessoas antigas não
saem do rádio e continuam trabalhando em cima de paradigmas antigos,
então é preciso que as pessoas novas ocupem esse espaço para que
possamos dinamiza-lo.”, declara o professor e radialista, Elias Santos.

A maior parte da audiência do rádio é composta por jovens entre 15 e 19 anos, revelam as pesquisas que incentivam a criação de outras plataformas como o podcast. O site Mundo Podcast traz a seguinte definição para esse termo: “É como um programa de rádio, porém sua diferença e vantagem primordial é o conteúdo sob demanda. Você pode ouvir o que quiser, na hora que bem entender. Basta acessar e clicar no play ou baixar o episódio.”. Os temas são variados além de ser considerada um meio mais democrático, pois qualquer usuário da internet consegue as instruções para produzir e divulgar seu conteúdo. A praticidade é o fator indispensável, o que chama a atenção e modifica a forma como se ouve e absorve as informações.

 

“-A Rádio Atividade leva até vocês
Mais um programa da séria série
“Dedique uma canção a quem você ama”
Eu tenho aqui em minhas mãos uma carta
Uma carta d’uma ouvinte que nos escreve
E assina com o singelo pseudônimo de
“Mariposa Apaixonada de Guadalupe”
Ela nos conta que no dia que seria
O dia do dia mais feliz de sua vida
Arlindo Orlando, seu noivo
Um caminhoneiro conhecido da pequena
E pacata cidade de Miracema do Norte
Fugiu, desapareceu, escafedeu-se
Oh! Arlindo Orlando, volte
Onde quer que você se encontre
Volte para o seio de sua amada
Ela espera ver aquele caminhão voltando
De faróis baixos e pára-choque duro
Agora uma canção canta pra mim
Eu não quero ver você triste assim.”
Blitz