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Por Daniela Reis

O movimento de 11 de novembro, também conhecido como Golpe Preventivo, foi marcado por uma série de acontecimentos que que levaram ao contragolpe político liderado pelo General  Henrique Teixeira Lott, em 1955.

Na madeugada daquele dia, Lott, que era o então ministro da Guerra, reuniu-se em sua residência com trinta generais de guarnições locais do Rio de Janeiro. O objetivo era garantir a posse do presidente eleito, Jucelino Kubitschek. A ação contou com a ocupação de militares e tanques de guerras nas ruas da cidade.

Para entender

Naquela altura, depois de muitas divergências, a ação do ministro visava a legalidade democrática, uma vez que a posse de JK e João Goulart, eleitos para a presidência da República, iria ser impugnada pela oposição, capitaneada pela União Democrática Nacional (UDN) e por Carlos Lacerda – que liderava a fina flor do conservadorismo no país. O golpe de Estado estava em andamento.

Após o suicídio de Getúlio Vargas, o cargo de presidente do Brasil foi ocupado por seu vice, Café Filho. Em teoria, o mandato de Café Filho se estenderia até 31 de janeiro de 1956, quando ocorreria a posse do presidente escolhido em eleição presidencial que ocorreria em outubro de 1955. No entanto, houve, nesse período, uma crise política resultante das movimentações da UDN.

No começo de 1955, muitos membros da UDN – da qual o grande destaque era Carlos Lacerda – passaram a defender a anulação da eleição presidencial de 1955 e a reivindicar a imposição de um governo tampão, nomeado por eles como “governo de emergência”. Esse discurso era, naturalmente, um grave desafio à Constituição de 1946 e à democracia brasileira da Quarta República.

A cidade foi tomada por tanques, carros de assalto e 25 mil soldados que ocuparam pontos estratégicos, como: o Campo de Santana, a Estação de Trem Central do Brasil, e o aeroporto Santos Dumont. O presidente interino, Carlos Luz (que era presidente da Câmara e assumira o cargo após o vice-presidente Café Filho alegar problemas de saúde), escapou do Palácio do Catete pela porta dos fundos. Os líderes golpistas se refugiaram no cais do Ministério da Marinha, no Porto do Rio de Janeiro, e embarcaram no cruzador Tamandaré, que zarpou com destino a Santos. O plano era constituir um governo paralelo com o apoio do governador paulista Jânio Quadros.

Quando o Tamandaré chegou ao canal de entrada da Baia de Guanabara os canhões das duas fortalezas militares – o Forte do Leme e o Forte de Copacabana – começaram a disparar. O cruzador conseguiu varar a barra, mas logo chegou pelo rádio a notícia de que São Paulo se rendera às tropas legalistas. Não tinha saída: o Tamandaré deu meia volta, Carlos Luz renunciou, e os líderes golpistas tiveram de negociar as condições do desembarque.

O contragolpe promovido pelo general Lott foi fulminante. Após a rendição, quando a conjuntura política parecia finalmente entrar nos eixos, Café Filho saiu do hospital e anunciou sua disposição de reassumir a Presidência da República: a UDN voltou a se assanhar e o Exército retornou com os blindados para as ruas do Rio.  Mas o Congresso Nacional votou a interdição de Café Filho e confirmou a posse de JK e Jango para 31 de janeiro de 1956. O general Lott jamais aceitou ter protagonizado um contragolpe – dizia ter liderado um “Movimento de retorno aos quadros constitucionais vigentes”.

 

 

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Por Daniela Reis 

No dia 08 de novembro a Cidade Universitária Una (CDU) recebeu 13 diretores de instituições do eixo Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro que fazem parte do Grupo Ânima. O encontro batizado de “Nós” tem o intuito de promover o intercâmbio entre gestores para troca de ideias e experiências, além de possibilitar a visitação de espaços e conhecer parcerias que as unidades da CDU têm firmado nos últimos meses. 

O dia começou no Mercado Central de Belo Horizonte, onde foi apresentada a Cozinha Escola Itambé, onde os presentes degustaram um delicioso almoço que foi comandado por chefs e professores do curso de Gastronomia, com o apoio dos alunos da UC Dual de Cozinha Internacional. No cardápio, as deliciosas iguarias da cozinha árabe encantaram o paladar dos convidados.  

A parada seguinte aconteceu no Una Cine Belas Artes, o único cinema de rua de BH. A equipe se reuniu em uma das salas de exibição para que a diretora da CDU, Ana Carolina Sarmento, pudesse apresentar números, ações e estratégias. Depois, a visita continuou no campus Liberdade e seguiu para a Aimorés, onde eles puderam conhecer a estrutura que a Una montou para a vacinação contra a covid-19 e que está aberta para toda população belorizontina. Além disso, também foi apresentado o casarão que abrigará o centro de inovação Casa Una. 

Ana Carolina Sarmento explica que o programa “Nós” tem o objetivo de apresentar as unidades e também é uma oportunidade de intercâmbio de ideias. “ O programa foi idealizado pelo núcleo de Gestão de Pessoas e vem para que possamos apresentar nossas melhores práticas, desafios e estratégias de atuação para os diretores das outras microrregionais. Além disso, ressaltar os resultados dos trabalhos dos nossos alunos, fazer com que os visitantes possam experimentar o que é oferecido para a comunidade acadêmica”, explica. 

E eles realmente colocaram a mão na massa, na visita ao campus João Pinheiro II, o grupo teve a oportunidade de visitar o laboratório de estamparia do curso de Moda e ainda silkar uma camiseta com pontos turísticos da capital mineira. Promovendo a aproximação das pessoas e  elevando a cultura do relacionamento que faz parte do DNA da Una. “Nessa primeira etapa do projeto “Nós”, ainda mais nesse momento de início do arrefecimento do período pandêmico, esse encontro é muito significativo. É uma forma de estreitar o diálogo e de firmar mais parcerias entre as unidades. Estamos todos muito felizes”, relata Pedro Neves, gerente da CDU. 

A visita foi marcante e muito produtiva, tanto para os  anfitriões, quanto para os visitantes. Como explica Vinícius Vieira Costa, diretor microrregional das unidades localizadas em Conselheiro Lafaiete, Itabira e Pouso Alegre e ex-diretor da CDU. “Nessa época que estamos em comemoração em função aos 60 anos da Una, ver todos os colegas diretores na primeira parte deste programa é muito especial. E, através desses encontros que discutimos ações e conseguimos levar ainda mais ideias e parcerias para que nossos professores e alunos coloquem em prática, estreitando cada vez mais os laços entre a Una, o mercado e as iniciativas públicas e privadas”, explica. 

Essa primeira iniciativa do projeto também contou com visitas às unidades do Vetor Norte de BH. O projeto ainda terá ações no Rio de Janeiro em dezembro, no mês de fevereiro de 2022 nas unidades da região metropolitana de BH em  Itabira e Conselheiro Lafaiete, além de Pouso Alegre em março. 

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Por Bianca Morais

Nos últimos anos, muito se ouviu falar sobre como o cultivo de plantas e flores podem auxiliar em tratamentos e também na prevenção à doenças crônicas e até desequilíbrios emocionais. Quem tem jardim em casa, sabe muito bem como a presença do verde pode trazer diversos benefícios, desde o ato de colocar a mão na terra, cultivar, cuidar e ver aquela planta crescer, ou seja, acompanhar a evolução da vida.

A prática de cultivar um jardim ou horta não tem de fato uma comprovação científica, porém vem ganhado espaço em lugares como hospitais, unidades de saúde, sanatórios, lares para idosos e clínicas de reabilitação, como uma estratégia de promoção da saúde. 

Essa atividade melhora o funcionamento cognitivo, atenção, memória, concentração, humor e capacidade de atenção, além de vantagens, tais como, sensação de bem-estar reduzindo os sintomas de estresse, depressão e ansiedade, proporcionando calma e relaxamento durante as atividades, ademais, nas crianças ainda auxilia as crianças ao conhecimento do desenvolvimento das espécies estimulando o interesse e curiosidade para o consumo de alimentos naturais e saudáveis.

Conhecida como horticultura terapêutica, a atividade consiste em produzir hortaliças para nutrir o corpo e cuidar da mente. Pensando nisso, os alunos do curso de Engenharia Ambiental da Una Cristiano Machado desenvolveram o projeto Horta Terapia, juntamente com a Associação de Pais e Amigos do Centro de Reabilitação (ASPAC), a instituição sem fins lucrativos presta assistência social, clínica, psicológica e nutricional a pessoas com deficiência e usuários de drogas em recuperação.

O projeto teve início a partir da ideia das alunas Jéssica Assis e Tarcila Soares, integrantes do quadro de alunos do DSAAU (Do Something Amazing Arquitetura e Urbanismo), escritório modelo da unidade Cristiano Machado, em união com o conhecimento do professor e coordenador Manfredo Hoppe, para melhoria do aspecto ambiental e paisagístico do local, para a realização dos projetos arquitetônicos de adequação e melhoria da ASPAC, conforme o vínculo foi estabelecido surgiu a ideia da realização da horta. 

A Horta Terapia é um projeto de horta urbana destinada a atividades terapêuticas que contempla desde o público infantojuvenil aos idosos. Ela representa um componente de paisagismo que irá proporcionar um conforto visual no local, além de ser um elemento ambiental que possui melhorias que atuam direta e indiretamente na saúde física e psicológica daqueles que realizam o manejo ou apenas convivem com o espaço.

“Nosso principal objetivo é levar um ambiente confortável para as crianças que realizam as terapias na ASPAC e aos idosos que frequentam o local, efetivando a educação ambiental e o contato com a natureza, com isso trazer diversos benefícios à saúde e ao meio ambiente”, comenta Tatiana, coordenadora do curso de Engenharia Ambiental.

A ação de ajudar no cultivo, estimula a criatividade e a memória visual, já a jardinagem melhora a atividade motora e tem um efeito ao mesmo tempo motivador e relaxante, indicada então a manutenção da saúde em idosos e tratamento de dependentes químicos e pessoas com transtorno mentais ou neurológicos. 

A Horta Terapia é uma proposta econômica, acessível e ainda ajuda essas pessoas a se sentirem parte de algo, elas ajudam desde o processo de criação, organização e manutenção de um espaço verde, cultivando a cura através do plantio, a horta resgata valores sociais como o respeito, a solidariedade e trabalho em grupo.

O projeto em desenvolvimento terá três canteiros que serão utilizados como preceitos os R’s da sustentabilidade.  Garrafas pets irão ser usadas para estabilização lateral dos canteiros, sendo o foco na redução e reutilização desses resíduos. A horta foi elaborada em local pré-estabelecido pela ONG e aspectos de idealização e alinhamento com os responsáveis do lugar através de visitas de campo, ela irá contar com estrutura de sombrite que auxilia no manuseio da horta reduzindo a radiação solar direta nas espécies.

A Engenharia Ambiental é um curso extremamente dinâmico que atua em diversas áreas, tais como projetos voltados para a flora, as hortas são componentes fundamentais nas cidades, pois trazem benefícios como melhoria do microclima do local, recuperação do solo pelo desenvolvimento de espécies e educação/conscientização ambiental, o papel da engenharia se deve em alinhar todas as perspectivas para efetivação da horta que deve atender às características daquele local, promovendo o conhecimento ambiental de forma lúdica e didática a todos, contudo sempre se atentando aos parâmetros técnicos a serem seguidos na elaboração do projeto.

“O projeto é muito importante pois vai trazer uma maior visibilidade para a possibilidade de hortas urbanas como aproveitamento do espaço, melhoria paisagística, proporcionar conforto térmico e acústico, prover alimentos orgânicos proveitosos para consumo humano, enraizamento da educação ambiental, melhora motora e psicológicos pelo contato com a natureza”, completa Tatiana.

Os alunos são responsáveis pelo contato direto com os responsáveis da ONG mostrando todos os benefícios que o projeto pode proporcionar ao local. Jéssica Maria, é graduanda e formanda do curso de Engenharia Ambiente e se diz muito realizada com o projeto.

“Fazer parte desse projeto de horta é uma nova visão sistêmica que eu não tinha a respeito do cunho da arquitetura voltado ao meio ambiente, acho extremamente relevante pensar fora da caixa e me proporcionar a fazer parte de um estágio voluntário no escritório de arquitetura e urbanismo, levando em consideração que minha formação é em engenharia ambiental, e também conseguindo contribuir e interligar as áreas utilizando meus conhecimentos na minha área”, conta a estudante. 

A horta terapia é algo que também pode ser feito dentro de casa, dependendo da disponibilidade do local, pode-se realizar um pequeno canteiro ou plantio direto em vasos das espécies de preferência do morador, atentando-se a todos os dias passar ao menos um tempo no local, manejando a horta e regando as espécies.

“Esse tempo destinado deve-se ser priorizado o contato com a natureza, o cuidado em verificar como as espécies estão se desenvolvendo e observar o crescimento do seu próprio alimento, a maior satisfação se deve em consumir algo que foi plantado e cultivado com carinho”, explica a coordenadora.

Para o futuro, o DSAAU pretende elaborar junto às suas parcerias mais projetos com este cunho no decorrer dos próximos semestres.

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Por Bianca Morais 

Rafael Ciccarini tem 42 anos, é atleticano, pai do Antônio de 6 anos, professor encantado pela arte de educar. Adora artes, é fã dos Beatles, já foi músico, mas pelo respeito a música resolveu abrir mão da aventura! Ciccarini é tudo isso, e também, reitor do Centro Universitário Una. Sua gestão é marcada pela paixão à educação!

A trajetória até a reitoria

Ciccarini iniciou sua história na Una em 2009, como professor de uma de suas grandes paixões, o Cinema. Ele já era educador, dava aulas em outros cursos, mas não universitários, e também atuava na área. Por vezes, tinha enviado seu currículo à Una, no entanto, não haviam vagas, até que naquele ano sua oportunidade chegou. 

O atual reitor ingressou na instituição no meio de um semestre, quando menos esperava estava ali, como “professor substituto”, cobrindo a licença no lugar de outro.

“Foi assim que entrei, no meio da disciplina, a qual não era especialista. Brinco que todo professor tem que aprender para dar aula, ninguém sabe tudo. E eu fui aprender para dar aquela aula específica, mas foi ótimo”, comenta Ciccarini.

Depois da substituição, Ciccarini acabou ganhando mais duas disciplinas, depois três, e nessa altura já estava encantado pelo curso, os colegas, alunos, e claro, pela Una.

Por volta de 2014, Ciccarini foi chamado para coordenar o curso de Cinema e Audiovisual. Ele que já vinha desenvolvendo outro trabalho no Cine Humberto Mauro, via a cena do cinema crescer em Belo Horizonte, e junto a esse momento teve o privilégio de assumir a coordenação.

“Nosso objetivo era tornar o curso da Una em uma referência nacional, e é o que foi feito, com um time de professores extremamente eficientes e uma cena cinematográfica aqui de BH que nos abraçou”, conta ele.

Após aceitar a coordenação do cinema, Ciccarini foi convidado pelo ex-diretor do campus Liberdade, Lélio Fabiano, companheiro de trabalho e amigo, a ser diretor adjunto ao seu lado, posteriormente, em 2016, com a saída de Lélio, o sucedeu na direção do antigo Instituto de Comunicação e Artes, atual campus Liberdade.

“Fiquei com o Lélio trabalhando um tempo e foi muito bom, comecei a ter uma noção mais ampla da área de educação e artes como um todo, aquele Instituto tinha muito a ver com o Lélio e o que ele trazia de cultura consigo, aprendi muito”, compartilha Ciccarini.

Nas palavras de Ciccarini, se a Una já é paixão, o campus Liberdade é o seu pulsar, uma energia diferente, ali ele podia explorar sua liderança sem deixar seu jeito “não muito formal” de lado.

“Uma vez o setor de manutenção foi me perguntar porque o campus Liberdade gastava mais água, energia e papel higiênico do que os outros. Primeiramente fiquei sem saber a resposta, mas depois de pensar, refleti que é porque o aluno do Liberdade ele não vai embora, ele estuda de manhã e fica até a noite, usando mais água, energia e papel higiênico. Ali as pessoas se sentem em casa. Conclui então que o indicador de sucesso de pertencimento é o papel higiênico”, brinca o reitor.

Os anos passavam e enquanto a carga horária de aula dele como professor diminuía, a de gestor só aumentava. O campus sob seu comando ampliava, e cursos que eram alocados em outros campus como Arquitetura, Design Gráfico, Design de Interiores e Gastronomia, foram incorporados ao Liberdade com a ideia da Economia Criativa.

“Nesse lugar que é o campus Liberdade, a Praça da Liberdade, região centro-sul, ele tem um potencial muito grande para a ideia da Economia Criativa, e o plano foi muito bem sucedido”, explica ele.

Com o campus Liberdade dirigido por Ciccarini a todo vapor, outro convite surgiu, o de também assumir a direção do campus Barro Preto, algo que na época era novidade, pois antes nenhum diretor assumia mais de uma unidade. 

“Foi um super desafio, eu vinha da área da comunicação, das artes, e lá era o lugar das engenharias, tecnologias, entre outros.  Para mim foi um grande aprendizado, dirigir uma unidade com todo portfólio de cursos diferentes dos que eu tinha trabalhado até então, ali eu me formei, em modo de falar, em 50 cursos, aprendendo um pouco com os professores de todas as áreas”, relembra Ciccarini.

Em meio a tanta bagagem de crescimento e liderança, Ciccarini foi convidado para ser vice-reitor do Uni BH, faculdade que também integra o grupo Ânima, deixando a Una por alguns anos. Por lá ele cresceu mais, assumiu a reitoria, retornando às suas raízes no dia 1º de agosto de 2019, subindo o último degrau da escada de sucesso dentro do Centro Universitário Una, exercendo o papel de reitor. 

Nascido no berço de grandes líderes

Para o atual Reitor do Centro Universitário Una, um dos pontos mais importantes em sua trajetória na instituição e em seu aprendizado, foi ter tido grandes líderes como mentores, entre eles cita Lélio Fabiano, Carolina Marra, Átila Simões, Ricardo Cançado e Marcelo Bueno, pessoas importantes para a Una e grupo Ânima em geral, e que juntos formaram um Ciccarini preparado para esse papel. 

“O que coroa a minha trajetória, o que me enche não de vaidade, mas de orgulho, no sentido bom, no sentido de quem ama o que faz, de quem se dedicou muito, é ter contado com esses grandes líderes e pessoas, não é uma trajetória só minha, é uma trajetória coletiva”, diz o reitor.

O eterno professor

Dentro de uma faculdade, o Reitor é o dirigente máximo da instituição, hoje, Rafael Ciccarini assume esse posto com muita excelência, mas não exclui a possibilidade de um dia voltar às salas de aula.

Durante seus anos como docente, a disciplina que mais amava lecionar era  História do Cinema. Apegado aquela matéria, ele a considerava sua e acabou tendo que abrir mão para alçar novos voos.

“Eu sou apaixonado pela História do Cinema, mais de 120 anos de história, é aquilo que eu mais me identifico contando, conversando sobre, mostrando trechos de filmes, analisando, filmes, diretores e estilos. Sinto muita falta de dar essa aula, ela é responsável por tudo que sou, tudo que eu descobri de valor foi dando essa aula, todos gostavam”, relembra o eterno professor.

Da sua trajetória como educador, Ciccarini sente saudades até da sala dos professores, de entrar nela e se sentir um deles, agora, com o cargo que assume, muitas das vezes que  chega no lugar, ele perde um pouco da espontaneidade.

“Esse ambiente é muito legal, sinto falta, mas sem dor, porque sei que um dia vou voltar, tenho certeza que é só um até logo. Sinto falta de rir com os alunos, de dar aulas como se não fosse um trabalho, porque quando de fato se gosta de dar aula, ela não soa como um”, completa ele.

O crescimento da Una e do Ciccarini

Ciccarini está na Una há cerca de 12 anos, e desde então tem visto ela crescer e se expandir a cada dia mais, porém nunca perdendo sua essência.

“Embora o contexto do Brasil atualmente seja diferente daquele em que entrei, o cenário mundial seja outro, a área de comunicação não é a mesma, por exemplo, no meu começo as turmas de publicidade tinha uns mil alunos, eu vejo que a Una permanece, porque é isso que a Una faz, está no DNA, esse coração que resiste independente do que acontece, vai sempre ser um espaço que renova continuamente sua esperança”, esclarece ele. 

Quem é o Reitor Ciccarini

Rafael Ciccarini é um cara entusiasmado pelo trabalho, se entrega de corpo e alma a tudo que faz, confia nas pessoas e também conquista a confiança de muitos, sempre se esforçando para oferecer o seu melhor.

O reitor Ciccarini erra e entende que isso é algo humano e natural, que os seus funcionários devem se permitir errar sem ser considerado o fim do mundo, pois isso dará confiança a eles. Segundo ele, se você tira deles a possibilidade do erro, tira deles a confiança e apenas uma pessoa confiante, inova, tenta e ousa.

“Em educação, no trabalho e na vida, a gente tem que saber que o errar, às vezes, é até mais importante que acertar, porque quando só acertamos, ficamos achando que somos perfeitos e infalíveis, e acabamos não sabendo lidar com insucesso, um não, uma barreira”, reflete o reitor.

O pai do Antônio

Ciccarini é um grande líder, respeitado por onde passa, no entanto, dentro de casa Ciccarini é ninguém mais que o pai do Antônio, e isto, é sem dúvidas, o gás que o motiva, o momento em que ele tira seu blazer e coloca a capa de super herói para o filho. 

“É um clichê, todo mundo fala isso, mas eu preciso dizer, quando você é pai você é confrontado com uma oportunidade de nascer de novo. A criança tem a algo mágico de olhar o mundo com uma pureza, no sentido de inocência, é um querer descobrir o novo, criança está sempre com desejo de descobrir o novo, de mais, o que que é isso, por que isso, a fase do por que, e às vezes a vida vai te batendo um pouco, e te cansando um pouco, mas o seu filho te renova, também essa curiosidade sobre o mundo, ao responder as perguntas para ele você tem que pensar sobre as tudo de novo, tem que dar ele esperanças de as coisas vão ser bacanas, você tem que renovar a sua aposta de sentido de existência. Cicarini é um pai muito feliz por ter tido essa oportunidade de ser pai”, conta ele.

De Ciccarini para Ciccarini:

“Calma, esse desejo , esse fogo de fazer, essa inquietude, essa chama, isso não pode ser fator de sofrimento, tem que ser fator de alegria. Exerça sua potência, faça o que você tenha que fazer, seja essa força que você é, mas isso tem que ser motivo de felicidade não de sofrimento, no sentido de, tem coisa que você não vai conseguir fazer, você não vai dar conta de tudo, tem coisa que você vai falhar, tem decisão que você vai tomar que vai desagradar pessoas, e isso faz parte da vida, então não tome para si todas as dores do mundo, ninguém precisa fazer isso”, conclui o reitor.

De Cicarini para a Una 60 anos:

“Existe muito essa ideia do reitor Cicarini, o centro, mas na verdade somos um time que abraça, é o time que se monta , e quanto esse time acredita que é possível. Quando você tem um grupo de pessoas talentosas e inteligentes, todas elas confiantes de que aquilo que a gente quer realizar,é possível, a gente pode chegar lá. 

Sempre a coisa mais importante são as pessoas, é formar bons times, trazer gente apaixonada, inteligente, talentosa, do bem. Não adianta só produzir e entregar, você tem que viver, é aquilo que eu falo, você tem que ter resultado, mas tem que ter leveza, felicidade, riso, ninguém consegue sustentar algo que é pesado por muito tempo, você tem um resultado de curto prazo, mas aquilo não dura, porque as pessoas não aguentam, elas acabam saindo e desistindo, então você tem que conciliar.

Gestão é um pouco disso, conciliar leveza, e resultado, só leveza não resolve, não vai ter do que viver, essa leveza não enche a barriga de ninguém, mas só resultado torna a vida muito pesada, o trabalho muito intolerante.

Muito obrigado, a primeira coisa que tenho a dizer é: vocês são meus colegas, essa comunidade é o que faz a Una, vocês são a Una, vamos seguir tentando realizar nossos sonhos e desejos aqui dentro da instituição, fazendo com que ela seja a soma e o desejo do que todos nós tenhamos de melhor, com erro e acerto, mas com desejo de transformar, de fazer diferença, de ver as coisas melhores, e juntos vamos fazer mais e fazer com que os próximos 60 anos da Una sejam ainda muito mais grandiosos do que foram os primeiros”. 

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Por Keven Souza

Quem não se encantou quando foi a primeira vez ao cinema? Ou quem nunca se emocionou ao assistir um filme que lhe proporcionasse sensações únicas? Agora, imagine como ficaram as pessoas que foram à primeira sala de cinema fixa do Brasil e se surpreenderam com a exibição do primeiro curta nacional. 

O que era representado por pinturas e telas no século XIX, se tornou algo menos atrativo e pouco crucial, quando foi possível registrar uma imagem sem ao menos pintá-la. Talvez, a partir daí tenha surgido o pontapé para que chegasse no conceito de cinema que se tem hoje. Um espaço que se enche de pessoas para exibir megas produções com efeitos visuais e sonoros, como um canal poderoso que é capaz de formar grandes nomes na indústria artística, como Fernanda Montenegro e Sônia Braga. 

De fato é graças às dificuldades encontradas em produzir curta-metragem nos séculos passados que moldaram as maneiras de fazê-lo atualmente. Por isso, o Contramão traz hoje um apanhado dessa história para que possa relembrar as ricas e diversas obras que formaram o cenário cinematográfico nacional até os dias atuais. 

O início das produções 

Uma arte que encanta, fascina e mexe com a emoção. Um espaço de histórias e movimentos, destinado a produzir obras estéticas para transcender a imaginação e realçar as sensações. Este é o cinema, um artefato cultural que carrega consigo a responsabilidade de ser uma das principais artes do mundo com a capacidade de emocionar o público através do entretenimento popular e trazer memórias únicas nas mais variadas produções cinematográficas que por meio deste lhe é apresentado. Apresentações que só existem porque certamente o cinema é um dos meios que mais usou da criatividade para acompanhar a realidade e evoluir em tempos tecnológicos. 

Sua história existe há mais de cem anos e passou por inúmeras transformações ao longo do século XX e do século XXI, quando foi exposta a primeira concepção de cinema em um cenário mundial na cidade de Paris em 1895, pelos franceses Auguste e Louis Lumière. A exibição do filme ‘Saída dos Operários da Fábrica Lumière’, dos irmãos Lumiére, não só transformou o que havia de conceito sobre captar imagens, como trouxe à tona a criação do cinematógrafo, um aparelho portátil que permitia a projeção de imagens em movimento em uma tela ou parede sem usar a eletricidade. 

Saída dos Operários da Fábrica Lumière

Com este brilhante trabalho, a invenção se espalhou por todo o mundo e possibilitou a produção de curtas-metragens, mesmo que sem som, de forma surpreendente e totalmente nova. O aparato não demorou a chegar ao Brasil. No dia 19 de junho de 1898 foram exibidas imagens capturadas do cenário da Baía de Guanabara na cidade do Rio de Janeiro, gravadas a bordo do navio Brésil, que havia saído de Boudeaux, na França. A partir daquele momento, foi escrita na história do país a primeira captação de imagens em movimento através da tecnologia do cinematógrafo. 

A primeira sessão no país 

Entre 1897 e 1898, após a criação do cinematógrafo, foi inaugurada a primeira sala fixa de cinema do Brasil, o “Salão de Novidades Paris”, no Rio de Janeiro. Na época, o local era amplamente frequentado e contou a exibição de diferentes curtas voltados ao cenário euro-ocidental com cenas do cotidiano das cidades europeias.

A sala foi aberta ao público por incentivo dos irmãos italianos Paschoal Segreto e Affonso Segreto. Afonso era o responsável interino pela aquisição dos filmes no espaço e seu irmão, Paschoal Segreto, era um dos proprietários da sala juntamente com José Roberto Cunha Salles. Os irmãos Segreto foram figuras importantes para o início do cinema no país, considerados os primeiros cineastas pela gravação da Baía de Guanabara, em 1898, com sobrenome de peso que tornou-se sinônimo do pioneirismo no cinema nacional. 

O que levanta ruídos em volta do primeiro filme feito no país, já que, assim como os irmãos Segreto, houveram quatro produções de outros cineastas, como Vittorio di Maio, que foram cruciais para legitimar as gravações em solo brasileiro. 

Apesar dos pesares, os curtas foram apresentados, ambos em preto e branco, sendo mudos e em curto espaço de tempo. Que são eles: 

  • Ancoradouro de pescadores na baía de Guanabara
  • Chegada do trem em Petrópolis
  • Bailado de crianças no colégio, no Andaraí
  • Uma artista trabalhando no trapézio do Politeama

Além disso, um dos problemas encontrados para a produção do cinema em todo o país, era devido a falta de eletricidade e como a cidade carioca era a capital da Federação na época, a situação foi resolvida em 1907 com a implantação da Usina Ribeirão de Lages, no Rio de Janeiro.

Após a inauguração da usina, foi possível aumentar os números de salas, que cresceram consideravelmente, não só na cidade, como as antigas salas de cinema: o Pathé Palace e os cinemas Capitólio, Íris e Pathé, mas também por todo o país.  

Crescimento do cinema 

Na primeira década do século XX, com a amplificação das salas de sessões no país, começaram a surgir as primeiras produções de caráter fictício no Brasil. Nesse período, o cineasta luso-brasileiro António Leal, apresenta sua película “Os Estranguladores”, considerado o primeiro filme de ficção brasileiro, com o tempo maior do que os que já existiam, com duração de 40 minutos. 

Os estranguladores (1908)

O filme obteve grande repercussão e trouxe novas expectativas para a cinematografia.  Houve também registros de filmes cantados, um gênero que contornava o fato do cinema ainda ser mudo com uma dublagem ao vivo e “Paz e amor” foi uma produção desse gênero considerada como uma das de maior sucesso nos anos iniciais do século passado. 

Em um panorama geral, o século havia começado brilhantemente com esforços voltados a estimular a cultura nacional através das ‘telonas’, entretanto, em 1910, houve o enfraquecimento dos curtas-metragens produzidos no Brasil. 

O conflito empobreceu as produções feitas aqui, além daquelas vindas da Europa, e deu margem para que Hollywood, nos Estados Unidos, se consolidasse como a grande produtora mundial de filmes. Logo o que havia de cinema em território nacional acabou sendo atordoado por produções norte-americanas e que chamavam mais atenção, tecnicamente, pela qualidade dos curtas. 

Essa confluência do estilo cinematográfico americano foi abraçado por todo o país, principalmente na década de 1930, e muitas salas de cinema começaram a priorizar inteiramente a exibição de filmes hollywoodianos. O que prejudicou na íntegra o cinema nacional. 

Com tanta negligenciada, a cinematografia do Brasil buscava atingir outras expansões, como fazer produções em jornais e revistas, por exemplo as publicações das revistas de cinema “Para Todos, Selecta” e a “Cinearte”. Desde então, na década de 30, foi criado o primeiro grande estúdio cinematográfico no Brasil, denominado de a Cinédia.

A Cinédia foi a personificação da resistência do cinema brasileiro. A companhia cinematográfica, realizava produções que exploravam musicais e temas da cultura popular, como o carnaval e a MPB. Por meio dessas ações, foi despontada uma figura icônica, a grande Carmen Miranda.

Estudiosos e cinéfilos, acreditam que foi após esse momento épico, em 1940, que surgiu a chanchada, um dos primeiros e relevantes gêneros de sucesso na história do país. Este estilo entendia que, os temas que diziam respeito ao gosto popular eram importantes para promover curtas-metragens que misturavam humor com drama musical, sendo ligados diretamente ao baixo orçamento. 

Além disso, a repercussão e o desenvolvimento da chanchada coincidiu com o surgimento do cinema falado, que foi um processo de introdução gradual no país, sendo a princípio com filmes estrangeiros e posteriormente traduzidos para o portugues.

Dentre as produções de sucesso desse gênero, destacaram-se: 

  • Moleque Tião (1941)
  • Tristezas Não Pagam Dívidas (1944) 
  • Carnaval no fogo (1949)
  • Aviso aos navegantes (1950)

A revolução do cinema novo 

Após o fim da década de 40, se manifestou o cinema novo. Um movimento de caráter revolucionário, focado em pautas sociais e políticas que passam a questionar o poder do cinema hollywoodiano nas produções nacionais e teve como ponto de partida a produção “Rio, 40 graus”, de Nelson Pereira dos Santos. O filme oferecia uma narrativa simples, preocupada em ambientar personagens e cenários que pudessem fazer um panorama da cidade carioca, que era a capital do país na época. 

O cinema novo se embebedou fortemente do neo-realismo italiano e da “nouvelle vague” francesa, com o propósito de relatar críticas voltadas à desigualdade social. Se com a chanchada havia um tom divertido nas produções, nesse período essa voz é abandonada para mostrar a verdadeira realidade do país, principalmente do Rio de Janeiro, onde as áreas turísticas ficaram em segundo plano e apareceram as pessoas pretas, as favelas e a marginalidade. 

Com isso, a nova geração de cineastas propôs deixar os percalços encontrados nas décadas passadas a fim de usar uma linguagem inspirada em traços de sua própria cultura, no caso a do Brasil. Os curtas e os longas-metragens abordavam pessoas reais em suas histórias, como trabalhadores rurais e indivíduos de baixa renda, além de que, toda trama trazia cenários simples ou naturais, com imagens sem muito movimento. Um dos principais nomes que atuaram no movimento foi o cineasta Glauber Rocha, que produziu filmes como “Deus e o diabo na terra do sol” e “Terra em transe”. 

Deus e o Diabo na Terra do Sol – Glauber Rocha

Mais tarde, na década de 60 e no início dos anos 70, surge o cinema marginal denominado também de “Údigrudi”, um gênero que vai dar continuidade à postura anteriormente defendida pelo Cinema Novo.

Chegada do século XXI e outros gêneros

De fato, a presença do cinema nacional é uma relíquia atemporal que, como vimos, existe há mais de um século, se moldando e traçando novos olhares para o que se tem da cinematografia brasileira hoje. Depois da chanchada e do cinema novo, por um longo período de tempo o cinema esteve sob controle do governo militar, durante a Ditadura Militar (1964-1985), onde sofria grande censura em continuar a mostrar a verdadeira situação social do Brasil. 

Nesse contexto, surge a criação da Embrafilme (Empresa Brasileira de Filmes), uma produtora de controle estatal que financiava um gênero que se desenvolvia naquele tempo, as pornochanchadas. Movimento que misturava o erotismo com o humor e como exemplo marcante tinha-se a produção do cineasta Bruno Barreto, “Dona flor e seus dois maridos” (1976), que fez sucesso e já foi recriado na teledramaturgia nos dias atuais.

Na metade dos anos 80, com o fim da ditadura e a chegada do videocassete, há o despontar de uma crise econômica envolta do cinema nacional. Já que, com a criação das locadoras, as salas ficaram vazias e os produtores sem dinheiro para  produzir seus filmes. Com isso, começava-se a comentar sobre a retomada do cinema na década de 90. Os burburinhos para que o cinema voltasse a produzir curtas, ganharam forças depois de anos de imersão na crise. 

A partir disso, pela persistência e o empenho do movimento, deu-se o crescimento da produção de filmes e começaram a ser fomentados grandes festivais no país. Nesse período, é exibido um dos maiores, e talvez um dos melhores, filmes já produzidos no país:  “Central do Brasil” (1998), dirigido por Walter Salles.

Central do Brasil (1998)

Já no início do século XXI, o cenário não poderia ser melhor, o cinema nacional passa ser considerado e reconhecido mundialmente. Filmes, festivais, atores e atrizes, passam a fazer parte de grandes premiações, como o Oscar e o Globo de Ouro. Tudo se deu devido aos recordes de vendas em relação às bilheterias e a introdução de novas tecnologias, como por exemplo a ilusão de percepção de profundidade dos filmes em 3D.

É com esse contexto que são produzidos os clássicos da geração e aclamados pelos públicos em geral:  

  • Cidade de Deus (2002) de Fernando Meirelles; 
  • Carandiru (2003) de Hector Babenco; 
  • Tropa de Elite (2007) de José Padilha; 
  •  Enquanto a Noite Não Chega (2009), de Beto Souza e Renato Falcão.

Dia do Cinema Nacional 

No Brasil o Dia do Cinema Brasileiro é comemorado duplamente, no dia 19 de junho e 05 de novembro e isso se deve à datas importantes da história cinematográfica do Brasil. 

Há 124 anos ocorria a primeira exibição pública de cinema no Brasil. No dia 5 de novembro de 1896, no Rio de Janeiro, foram projetados oito pequenos filmes, de cerca de um minuto cada um, para a elite carioca, na Rua do Ouvidor.

Quase dois anos depois, no dia 19 de junho de 1898, o ítalo-brasileiro Afonso Segreto registrou as primeiras imagens em movimento no Brasil. Afonso estava a bordo de um navio e gravou imagens da sua chegada à Baía da Guanabara. Alguns historiadores consideram que, na verdade, as primeiras gravações brasileiras teriam acontecido em 1897, na cidade de Petrópolis.

Como os dois acontecimentos foram memoráveis, alguns atribuem o Dia Nacional do Cinema Brasileiro ao dia 5 de novembro, outros o comemoram em 19 de junho. Outras fontes afirmam que a data de 5 de novembro seria ainda uma homenagem ao aniversário do cineasta Paulo Cesar Saraceni e também à data da morte do cineasta Humberto Mauro.

Desde aquele período, o cinema tem deixado como aprendizado que não se faz uma história da noite para o dia. É acerca de cada movimento ou gênero, que veio a surgir durante os anos, que a cinematografia do país veio a ser moldada e considerada. Hoje se consolidou uma identidade artística única que permeia canções, peças de teatros, coleções artísticas e principalmente filmes. 

Uma identidade que está em constante evolução, mas carrega consigo mesma a sua própria história. Abraça o futuro, mas nunca deixa o seu passado. E esta é a história do cinema brasileiro, recheada de resistência e resiliência!

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Por Daniela Reis 

O dia 04 de novembro de 2008 foi um grande marco para a história. Era terça-feira, e o então senador democrata Barack Hussein Obama, de 47 anos, foi eleito o 44º presidente dos Estados Unidos, sendo o primeiro negro assumir a Casa Branca. 

No começo da campanha eleitoral, ainda em 2007, poucos apostavam na candidatura de Barack Hussein Obama, por ser desconhecido e também por ser negro.

Obama tinha a percepção de que os eleitores buscavam uma mudança na administração do país, principal lema de sua campanha, com isso, conquistou a nomeação democrata com o apoio em massa após as últimas primárias democratas.

A questão racial, mesmo que de forma velada, pontuou a campanha do senador. Após a descoberta dos sermões controversos de Jeremiah Wright, seu ex-pastor por 20 anos com quem teve que romper, Obama fez um discurso sobre o tema que ficou marcado como exemplo do poder de sua retórica e acabou atraindo milhares de pessoas aos seus comícios.

“Escolhi disputar a Presidência neste momento histórico porque acredito profundamente que não podemos resolver os desafios de nossa era a não ser que o façamos juntos, a não ser que aperfeiçoemos nossa união ao compreender que, embora nossas histórias pessoais possam diferir, temos esperanças comuns”, disse Obama, na época.

Mesmo sem anunciar constantemente o fato de poder ser o primeiro presidente negro dos EUA, foi entre os eleitores negros que Obama teve os maiores índices de votação.

Em seu discurso ainda sobre o tema, Obama falou que espera transcender as diferenças entre os povos para que juntos possam conquistar um futuro melhor para seus filhos e netos.

“Essa crença deriva de minha fé inabalável na decência e na generosidade do povo dos Estados Unidos. Mas também deriva de minha história pessoal como americano”.

Quase 66% dos 153,1 milhões eleitores registrados para as eleições presidenciais americanas enfrentaram longas filas e problemas nas urnas para votar nas eleições gerais, o que significaria a maior taxa de participação desde 1908.

 

Mandatos

Suas decisões políticas abrangeram a crise financeira global e incluíram mudanças nas políticas de impostos, na legislação para a reforma da Indústria da saúde dos Estados Unidos, iniciativas de política externa e a libertação de forma gradual dos prisioneiros da Prisão de Guantánamo em Cuba. Ele participou do encontro de 2009 do G-20 em Londres, visitando mais tarde as tropas americanas no Iraque. Em viagem por diversos países europeus após o encontro do G-20, anunciou em Praga sua vontade de negociar a redução do arsenal nuclear mundial, levando a sua eventual extinção. Em outubro de 2009 foi agraciado com o Nobel da Paz pelos seus “esforços extraordinários para fortalecer a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos”.

Obama foi eleito para o segundo mandato em 6 de novembro de 2012, derrotando o concorrente republicano Mitt Romney com 65.9 milhões de votos populares e 332 votos eleitorais, citando seus objetivos para o segundo mandato em seu discurso de vitória. Ele ressaltou a necessidade de combater a desigualdade econômica e ao mesmo tempo lidar com a adaptação ao aquecimento global, bem como a reforma do ensino americano para promover a tecnologia e inovação, dizendo: “Acreditamos em uma América generosa”.

 

Curiosidades sobre Obama 

Obama coleciona gibis do Homem Aranha e Conan, o Bárbaro;

Seu apelido na faculdade era “O’Bomber”, pela habilidade no basquete;

Em 2006, ele foi vencedor do Grammy pela narração do livro “Sonhos de Meu Pai”, quando ainda era senador pelo Estado de Illinois;

Obama leu todos os livros da série Harry Potter;

Já trabalhou como balconista de uma sorveteria; 

Durante sua infância, Obama morou quatro anos na Indonésia e teve um macaco de estimação; 

Ele não toma café;