60 anos. 60 histórias

0 415

Por Bianca Morais 

Todos que pretendem ingressar no mercado, idealizam trabalhar em um local onde encontrem um ambiente de trabalho justo, agradável e que valorize seu colaborador, com uma boa e humanizada gestão de pessoas e oportunidades de se desenvolver e crescer internamente. 

Em uma empresa que busca se destacar no mercado, ter o apoio de indicadores, como o de satisfação dos funcionários é essencial. Aquele que está feliz com o seu trabalho certamente indicará sua companhia para outras pessoas, falando bem de onde trabalha e, ainda por cima, prestando um serviço de qualidade.

O ENPS

Sendo assim, o Centro Universitário Una, conta hoje com o ENPS (Employee Net Promoter Score), uma ferramenta que classifica a empresa como um bom local de trabalho, além de avaliar a liderança do grupo e a visão de toda equipe.

A iniciativa de implementar o ENPS na Una foi tomada pela Vice-presidência de Gente, Cultura e Gestão da Anima Educação, aplicado em outubro de 2020, com seus primeiros resultados divulgados em março de 2021.

Segundo Sarah de Faria Pimenta, uma das responsáveis pela implantação, foi estabelecido um cronograma considerando de 3 a 4 ciclos de aplicação do ano, a continuidade do programa em 2021 ainda está sendo avaliada.

“O projeto está em revisão, porém o planejado inicialmente é que ocorram em 2 ciclos de aplicação em 2021”, completa.

A métrica do ENPS é baseada na do NPS (Net Promoter Score), aquela usada pelo Marketing para medir a satisfação dos clientes, dessa forma, adaptou-se com objetivo de descobrir a satisfação do interno, ajudando a identificar os acertos e erros que cometem e buscando sempre melhorias. 

Em geral, o ENPS é composto por duas perguntas, sendo:

 

1) Em uma escala de 0 a 10, qual a probabilidade de você recomendar a empresa como uma boa empresa para se trabalhar? (Pergunta fechada de escala de 0 a 10)

2) Justifique a sua resposta anterior. (Pergunta aberta de texto)

 

Dentro da metodologia, os funcionários são divididos em três tipos: 

 

  •       Detratores (nota 0-6): Podem influenciar negativamente a satisfação de outros colaboradores, a marca empregadora e a experiência do clientes;
  •       Neutros (nota 7-8): Não estão investidos emocionalmente no trabalho, mas também não estão ativamente engajados;
  •       Promotores (nota 9-10): São leais à empresa, influenciando positivamente outros colaboradores e fortalecendo o Employer Branding.

 

O score do ENPS é calculado a partir da subtração entre a porcentagem de Promotores e a porcentagem de Detratores. 

ENPS= % Promotores – % Detratores 

Por serem considerados neutros, quem responde 7 e 8 não são incluídos no cálculo final. Um bom ENPS é aquele que classifica sua nota dentro das Zonas de Qualidade. No Brasil, de forma ampla, consideramos que:

Zona crítica: abaixo de +10

Zona positiva: entre +10 e +50

Zona excelente: acima de +50

“No ciclo de 2020 utilizamos o formulário de aplicação em sistema interno para acesso de todos os colaboradores, nesse primeiro ciclo, nosso resultado (seguindo score e zonas) foi de 83%, os aspectos melhores avaliados foram: Valores/Propósito;  Oportunidade de crescimento e Clima organizacional”, explica Sarah.

A pesquisa é sigilosa, por tanto as tratativas passam por planos de ação com cada escola e vice-presidência com intuito de reforçar as práticas e trazer alternativas de melhorias, dessa forma ninguém precisa se sentir inseguro, metodologias como essas funcionam exatamente para proporcionar um ambiente de qualidade.

Desde a implementação, o ENPS tem recebido um retorno positivo, foram realizadas divulgações e planos de ação por escolas da Anima, sendo assim, todos os gestores tiveram acesso aos resultados para proposta de plano de ação.

Os principais benefícios do ENPS são:

  •     Avaliar satisfação, lealdade e incômodos dos colaboradores;
  •     Rápido e simples (composto por apenas 2 perguntas), pode ser aplicado em maior frequência;
  •     Não gera expectativas em relação a planos de ação específicos;
  •     Abordagem quantitativa (score) e qualitativa (por meio de comentários abertos).

Proporciona:

  •     Agilidade das ações –  Avaliação curta e rápida que traz insights instantâneos, podendo rapidamente se transformarem em planos de ação. Essa praticidade e agilidade permitem a coleta frequente de feedback sobre a experiência para conseguir trabalhar melhorias contínuas.
  •     ‍Anonimato dos colaboradores –  Pode (e deve) acontecer de maneira anônima. Desse modo, além de preservar o colaborador, é criado condições para feedbacks sinceros e maior abertura por parte do colaborador.
  •     ‍Auxilia na tomada de decisão – Os resultados mostram rapidamente onde está o problema, criando senso de urgência nas iniciativas. ‍
  •     Empoderamento das pessoas –  Oferece ao RH um bom entendimento dos sentimentos e percepções dos colaboradores, além de canal de acolhimento e escuta dos colaboradores.

Antes já éramos avaliados pelo GPTW

É buscando sempre excelência de mercado, que o Centro Universitário Una, foi durante anos classificado pelo selo GPTW, como um dos melhores lugares para se trabalhar. Em 2012, o Centro Universitário Una foi a primeira instituição de ensino superior brasileira a ser eleita pelo GPTW, no último ano, ela ganhou em 3º lugar no ranking das Melhores Empresas para Trabalhar em Minas Gerais.

Mas o que é o GPTW?

O GPTW foi idealizado por um jornalista, Robert Levering, que sempre esteve muito ligado a questões de trabalho e conflitos trabalhistas. Na época, Levering, foi convidado para escrever um livro sobre as melhores empresas para se trabalhar nos Estados Unidos, convite ao qual recusou, pois segundo ele, era impossível encontrar uma boa empresa para se trabalhar no ponto de vista dos funcionários, o jornalista inclusive sugeriu escrever sobre as piores, mas essa ideia foi cancelada pela editora.

Por fim, Robert aceitou escrever o livro, mas como bom jornalista, foi entrevistar trabalhadores de forma confidencial. Durante sua trajetória, encontrou muitos que detestavam suas empresas, em contrapartida, para sua surpresa, descobriu muitos felizes dentro de seu ambiente de trabalho. 

A descoberta levou a criação do Great Place to Work, ele se aprofundou melhor no assunto, descobriu excelentes empresas para se trabalhar e passou a prestar consultorias para aquelas que não se encaixavam no perfil, mas poderiam se tornar com dedicação. A instituição do jornalista foi a primeira a conduzir essa pesquisa mundial sobre o tema.

Atualmente o GPTW, reconhece anualmente, as melhores empresas para se trabalhar no mundo, em âmbito nacional, a avaliação é feita através de seus funcionários, não existem pré requisitos para se inscrever no programa, apenas a vontade da empresa em se tornar cada dia melhor. O ranking, divulgado pela Época Negócios, apresenta as seguintes categorias:

  • Multinacional (Médio Porte);
  • Nacional (Grande, médio, pequeno porte);
  • Regional (Estadual);
  • Setorial (Setor de atuação da empresa);
  • Temático (LGBT+, Étnico Racial, Gênero);

Os diagnósticos são feitos online, de forma confidencial, e avaliam diversos aspectos como, clima organizacional, infraestrutura, transparência na gestão, entre outros, por isso, o clima empresarial influencia diretamente no resultado, funcionários motivados entregam melhores números, e é com muito orgulho que o Centro Universitário Una, com seus 60 anos de eficiência, estampa anos consecutivos sendo reconhecido. 

Com a palavra, os funcionários

Jeferson Silva Chaves, líder Infraestrutura dos campus Aimores, Liberdade e João Pinheiro II

“Trabalhar na Una para mim é prazeroso, eu acordo e não tenho aquele medo da segunda-feira como todo mundo tem, ‘ah eu tenho que trabalhar’, eu não tenho isso, eu tenho prazer de ver as pessoas que trabalham aqui.

Entrar na Una para mim foi um divisor de águas muito grande, como eu vim do interior, uma cidadezinha de 4 mil habitantes, muito pequena do interior da Bahia, a questão da mudança foi muito importante, porque quando eu comecei a trabalhar na Una eu vi as mudanças acontecendo na minha vida.

Eu vim da limpeza, depois portaria, biblioteca, estou em uma liderança hoje, e essas inovações essas mudanças, para um cara que saiu com 16 anos de sua terra, me trouxe muito.

E assim trabalhar na Una para mim é demais, entender como funciona cada processo, e mudança que ela proporciona no nosso dia-dia. Ver a instituição, o tamanho que ela é agora é uma coisa absurda, e fazer parte disso é incrível, eu costumo dizer que eu não visto a camisa da empresa, eu participo dos negócios da empresa, eu me sinto assim”.

 

Maria Isabel Bernardes Câmara, líder de relacionamento da Central de Atendimento ao Candidato

Na Una eu cresci como pessoa e profissional, tive de aprender com todes que passaram pelo meu caminho, me apaixonei pela área de atendimento e tive muitas oportunidades de crescer dentro da empresa. 

Aqui eu descobri minha vocação para Relações Públicas, cuidei de eventos, me tornei Analista Júnior e hoje estou líder de relacionamento na CAC da Cidade Universitária. A responsabilidade é grande e o amor pelo que faço, maior ainda.

Na posição que estou hoje, tenho a chance de participar desde o começo da trajetória de nossos calouros e sei que eu e meu time contribuímos para a realização de sonhos desde a porta de entrada da nossa Instituição. Poder contribuir no desenvolvimento e potencialização das habilidades humanas e técnicas de cada um, me faz ter a certeza de que estou na empresa certa: afinal, aqui a gente se prepara para a vida e para o trabalho.

0 437

Por Italo Charles (especial para Contramão)

Escrever histórias, narrar acontecimentos e acompanhar as transformações do mundo, mantendo o compromisso com a verdade faz parte do dia a dia dos profissionais jornalistas. Ao longo das últimas décadas a comunicação passou por vários processos de adaptação devido a evolução tecnológica e a partir de então as mídias tiveram que se reinventar e adequar seus conteúdos para novos formatos.

Durante esse período, instituições de ensino superior e grandes universidades também moldaram os seus cursos de jornalismo para atenderem a nova era, a digital.  Em 2007, logo após o curso de jornalismo, do Centro Universitário Una, ser transferido do antigo campus do bairro Buritis para o atual campus Praça da Liberdade, o jornal laboratório Contramão foi criado. 

Contramão, de acordo com o dicionário significa ‘do lado contrário’, mas para a história do curso de jornalismo da Liberdade – como é chamado o campus atualmente -, significa contrapor-se aos veículos tradicionais de comunicação.

Ao longo dos quase 15 anos de vida, o Jornal Contramão acompanhou a evolução dos canais digitais e ganhou grande repercussão ao dar furos de notícias e competir com grandes veículos da capital mineira.

Nesse período vários estudantes, estagiários, professores e coordenadores contribuíram para o crescimento e fortalecimento do Jornal que cumpre sua função de transmitir a informação, e entregar conteúdos de qualidade para o público que acompanha.

 

Primeiros passos

Natália Oliveira

“Eu entrei no Contramão logo no início dele, pouco depois da mudança do campus do Buritis para a Praça da Liberdade. Nesse período éramos eu e mais um estagiário e o Reynaldo Maximiano como coordenador e o professor Aurélio Silva.

O tempo que estive lá, considero como uma grande experiência de vida. Foi lá que eu aprendi como era fazer jornalismo na prática. Nessa época o jornal era como se fosse local, produzíamos reportagens com os recortes voltados para cidade de BH. Escrevíamos um pouco sobre tudo, como cultura, cidades, economia, esporte e muito mais.  

Me lembro que eu gostava muito de escrever sobre personagem. Uma vez, produzi uma matéria com um pipoqueiro, contando a história dele. Pra mim o Contramão foi uma escola, eu aprendi um pouco sobre edição de vídeos, fiz podcast, lá eu realmente aprendi a fazer jornalismo”. 

Natália Oliveira, jornalista.

 

 

Escrita Afetuosa

Débora Gomes

“Em 2010 eu fui estagiária do jornal laboratório. Como foi meu primeiro estágio, foi também minha primeira experiência com o jornalismo. E é bem diferente daquilo que a gente imagina, né? Era desafiador produzir um jornal impresso inteiro e ter sempre assuntos legais para as coberturas hiperlocais. Penso que os desafios andam do lado dos aprendizados. E no Contramão eu tive a oportunidade de aprender (errando) um pouco de tudo: aprimorar a escrita, perguntas certas para entrevistas, diagramar o jornal impresso (eu adorava!). Foi um período muito feliz da minha vida. 

Cada dia era um aprendizado novo. Então, cada experiência me marcou de um jeito. Eu adorava sair pra fazer as coberturas hiperlocais. E gostava de conhecer novas pessoas/personagens pras matérias. Sempre gostei de ouvir histórias, sabe? Então essas duas possibilidades me encantavam. Mas acho que o mais legal foi quando o jornal me enviou para cobrir uma edição do Festival de Cinema de Tiradentes. Viajamos de ônibus, ficamos em uma pousada linda, com um café da manhã delicioso! rsrs. E fiz várias fotografias, conversei e estive bem pertinho de artistas, fizemos várias matérias especiais pro jornal on-line. Foi uma experiência muito bonita. 

O Contramão foi minha oportunidade de colocar em prática algumas coisas que eu via em sala de aula. Então, certamente isso foi importante para que eu conduzisse toda a graduação de uma forma mais completa, sabe? Nem só com teorias. Hoje trabalho com escrita. E muito da visão que tenho e da forma como conduzo as palavras, veio da liberdade que a gente tinha pra produzir no Contramão. A Escrita Afetuosa que me acompanha hoje, certamente veio um pouco das chances que tive de colocar minhas ideias e vê-las acolhidas pelo Reynaldo, que era o coordenador na minha época. Ele foi um grande incentivador da minha escrita. E aprendi ali o quanto a escrita é infinita. Já na vida pessoal, acho que os amigos que fiz lá vão ser sempre minha maior referência. Alguns seguem comigo até hoje”.

Débora Gomes, jornalista e escritora.

 

Manifestações e coberturas bombásticas

Elias Santos

 

“Eu cheguei na Una em 2013, e o que me chamou muita atenção foi uma série de reportagens sobre as manifestações e ocupação das ruas de Belo Horizonte, aquela coisa que até hoje a gente não consegue entender muito bem. Lembro que a Praça da Liberdade e as ruas foram invadidas pelos manifestantes. Então o que eu senti ali naquele momento foi um espírito de liberdade.

Quando tivemos a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, em vários momentos Contramão se contrapôs a  isso, questionando se realmente era importante. Eu lembro muito disso, eu achei muito bacana a movimentação e a audácia do jornal nesse período”.

Elias Santos, professor.

Minha Carreira Jornalística

Moisés Martins

“Entrei no Contramão no segundo período de faculdade, com pouca experiência na área. Desde o início comecei a dar o meu melhor, produzindo matérias, realizando a cobertura dos eventos para procurar ser destaque no que eu fazia.  Permaneci por dois anos no jornal e foram os melhores anos da minha vida.

Nesse período eu aprendi, construí amizades, fiz contatos e a partir dali tudo mudou na minha vida. Eu saí de lá praticamente formado e mesmo assim devido ao fim do meu contrato, se não fosse isso teria ficado até o final (risos). Mas depois dali, comecei outro estágio indicado pelos meus ex-chefes do Contramão. Hoje eu devo a minha carreira jornalística e tudo que aprendi naquele período aos meus líderes”.

Moisés Martins, jornalista.

 

História e muito aprendizado

Bianca Morais

“Desde quando entrei na Una sempre achei o Contramão um lugar incrível, via alguns colegas de sala estagiando lá e sempre tive vontade.  Foi em abril de 2019, que em minha terceira tentativa de processo seletivo, passei. O estágio no Contramão foi um sonho realizado, até então eu não tinha feito nenhum outro na minha área e lá eu tive a liberdade de produzir os conteúdos, apoio do meu técnico Felipe e da minha líder a Marcia, eu saia do laboratório, ia para as ruas atrás de reportagens. Eu escrevia as reportagens, eles me apontavam os erros e acertos, onde podia melhorar. Além é claro, das amizades que construí ao longo do estágio.

No final daquele ano entrou uma das pessoas que mais me apoiaram nessa trajetória do jornalismo, a Dani Reis, ela assumiu a liderança do laboratório e ali nascia muito além de um cargo de chefe e funcionária, mas uma amizade que me inspirava. Sempre disposta a me ajudar tanto nas matérias para o Contramão quanto em trabalhos da faculdade.

Me formei no ano meio de 2020 e sabia que ali acabaria um ciclo de aprendizagem, mas como o destino sempre nos prepara uma surpresa dois meses depois apareceu uma vaga para técnica de laboratório e logo me inscrevi, e passei. Agora o lugar onde havia estagiado e aprendido tanto, era meu primeiro local de emprego como jornalista.

Ali comecei a escrever meu futuro, e literalmente escrever, hoje alimento o nosso Jornal Contramão com notícias diárias, aqui crio meu portfólio com inúmeras matérias, tanto institucionais, quanto aquelas de assuntos diversos e relevantes que me permitem conhecer diariamente pessoas e histórias incríveis que elas têm a contar.

O Contramão é e sempre foi aquele jornal que caminha no sentido oposto, contrário àqueles veículos de comunicação que vemos diariamente na nossa cidade. Isso me lembro até hoje das primeiras aulas que tive com meu professor Reynaldo, lá no primeiro período de curso, onde ele nos apresentava o mestre Gay Talese, o chamado Novo Jornalismo, e como o Contramão trazia aquilo. A gente conta a história, mas não contamos por alto, nós entramos nela, exploramos ao máximo o que nossos personagens têm a nos mostrar. E o Jornal Contramão é tudo isso, nos permite criar, e sou eternamente grata por fazer parte dessa equipe”.

 Bianca Morais, jornalista e técnica do Contramão.

 

A Fábrica

Participei ativamente da criação da Fábrica que o objetivo era  a gente trabalhar de forma transdisciplinar de modo que a gente pudesse pensar economia criativa como um todo. E é muito interessante a gente pensar que o Jornalismo está inserido nesse meio. 

Eu fiz questão de preservar o nome, havia uma possibilidade de mudança, mas eu achei que não era conveniente essa mudança., porque o nome é muito importante entre Contramão ainda, pode ser que mais adiante neste momento crítico sobre a coordenação e eu achei que o nome da rua é importantíssimo porque ele significa um contraponto, algo diferente, algo que se coloca nesse sentido como um todo.

Para a Fábrica como todo, o Contramão é tão importante, porque ele é a válvula de atividades da Gastronomia, da Moda, da Arquitetura que se transforma em reportagem e por aí vai… O Contramão é um veículo onde a instituição pode falar, não se trata de um espaço  institucional, mas por meio dele e a partir dos critérios jornalísticos a instituição ganha voz. 

Ele é um complemento na formação dos estudantes, ele se torna muito importante nesse sentido porque dentro da própria universidade ele serve como um espaço de experimentação e prática para todos os estudantes de jornalismo. Por se tratar de um veículo de comunicação de uma universidade, o Contramão precisa experimentar, nele é possível criar modelos de narrativas diferentes por se tratar de um jornal diferente dos meios tradicionais”.

Elias Santos, professor e ex-coordenador da Fábrica.

 

Vida longa ao Contramão

Daniela Reis

“Há dois anos assumi a liderança do Núcleo de Conteúdo da Una, e uma das minhas funções é ser editora do Contramão. Aqui, temos a oportunidade de abordar temas variados com visão crítica e bem diferente da grande mídia, o que para a formação dos nossos alunos é espetacular. Nesse tempo em que estou à frente do Contramão, o vi crescer de forma extraordinária, passando a ter publicações diárias com pautas bem elaboradas e que  ultrapassam os limites da instituição. Como é gratificante presenciar o crescimento dos  estagiários no dia a dia, e principalmente, acompanhar as conquistas dos mesmos no mercado de trabalho, saindo da nossa pequena redação para veículos de comunicação renomados. 

Nossa equipe trabalha diariamente para produzir conteúdos relevantes e aprimorar a qualidade dos nossos textos. Vida longa ao Contramão!”.

Dani Reis, líder do Núcleo de Conteúdo e editora do Contramão.

 

0 374

Por Bianca Morais 

Todos os semestres, o Centro Universitário Una, promove o Conecta, um evento destinado às áreas de Arquitetura e Urbanismo, Design de Interiores, Design Gráfico e Moda, especialistas e profissionais do meio são convidados para palestrar aos alunos sobre assuntos relevantes relacionados ao mercado de trabalho, tendências e muito mais.

A primeira edição do Conecta aconteceu em 2018, e desde então, acontece com o apoio dos coordenadores, líderes de laboratórios, professores e também alunos e estagiários dos núcleos. 

Dando continuidade a série de reportagens dos 60 anos da instituição, o Jornal Contramão, apresenta hoje esse grande evento, confira.

 

O Conecta 

Assim como o próprio nome diz, Conecta é a conexão de cursos. Durante muito tempo, cada curso mantinha seus próprios eventos, cada um com sua semana, título, temática, movimentando individualmente o nicho em que estavam inseridos e muitas vezes não ofereciam a possibilidade da interdisciplinaridade. O Conecta surgiu então como a junção dos eventos da Economia Criativa concentrados em uma única semana. Com o principal objetivo de conectar pessoas, trazer o mercado de trabalho para sala de aula e aproximar estudantes da prática, através de conteúdos inovadores e inéditos. A cada edição o projeto traz para palestrar profissionais de cada área, atendendo muitas vezes a sugestões e pedidos dos próprios alunos por temáticas que achem interessantes de serem abordadas. Os professores também palpitam na hora de indicar especialistas. 

Desde o seu surgimento, o evento acontecia de forma presencial, no entanto, com a pandemia, ele passou a para versão online. Para Karolina Oliveira, líder do Núcleo de Arquitetura e Urbanismo da Fábrica Una e coordenadora do Conecta, dois pontos marcaram esse novo formato. 

“Sinto falta do prédio cheio, do calor humano e da correria que era produzi-lo presencialmente. Sempre cheio de surpresas, perrengues, o que não falta é perrengue, palestrantes que não aparecem, alguns iam em salas erradas, correria total, porém valia a pena cada segundo, cada lembrança. Mas, em contrapartida, no online alcançamos um número inédito de participantes, antes contávamos com salas para 50 alunos, com o ZOOM já lotamos uma sala virtual com 300 pessoas. O evento chegou em muitas cidades e ficou conhecido nacionalmente”, conta Karolina.

Em sua última edição, ele teve mais de 2,5 mil participações, com mais de 30 cidades presentes virtualmente, isso é a representação de como o evento tem crescido e se desenvolvido de forma assertiva durante os anos. 

“A cada edição uma palestra vira o centro das atenções, em uma das edições online, uma palestra chegou a 300 participantes e pessoas pediam o tempo todo para poder participar também, o que já não era possível devido ao limite de participantes em uma sala, o tema era neuroarquitetura. Na última edição, com apenas 3 dias de evento, a Palestra de Prática da Iluminação já não possuía ingressos disponíveis”, relata a líder do Nau.

 

A evolução

O Conecta amadureceu, a princípio como uma iniciativa entre alunos e coordenação, com pouco planejamento mas muita vontade e atualmente tem uma linha programática complexa, com planilhas e datas, relatórios de resultado e principalmente pilares bem definidos. 

Antes de estar a frente do Conecta como atual líder do Nau, Karolina participou ativamente enquanto estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo. A arquiteta já participou como aluna, palestrou e hoje coordena toda a logística do evento. 

 “Ali como discente do curso de arquitetura, tive a oportunidade de fazer parte de algo grande e inovador. Nem de longe eu poderia imaginar que hoje, como profissional, estaria à frente do evento que nasceu enquanto eu ainda estava aprendendo”, comenta ela.

O Conecta é isso, um evento que possibilita o contato com diversas áreas de cada profissão, é uma oportunidade dos docentes experimentarem e tirarem dúvidas, entenderem como o mercado está e até mesmo começar a sua rede de contatos.

“Networking é muito importante, e com certeza, o Conecta traz essa possibilidade para todos que participam. Também é um momento de respirar da sala de aula convencional, a cada palestra uma didática diferente é vivenciada, com temas tão diversos, sinto que é uma oportunidade de recarregar as baterias para continuar o período letivo com tudo”, completa a coordenadora.

Conecta é um evento de grande proporção e que transforma a Una, especialmente, a Cidade Universitária em um ambiente de inclusão, acesso e empregabilidade. Independente de ser uma iniciativa da Una, ele é aberto ao público geral de forma gratuita, levando conhecimento e informação sobre diferentes temas, sobretudo,  os relacionados a qualquer prática profissional e as novas tecnologias, a todos que tiverem interesse em crescer. 

Com o tempo o Conecta evoluiu e avançou um degrau, na próxima edição ele irá contar com mais um curso, a participação é inédita das Engenharias e promete temáticas inovadoras que vão vir como principal atração. 

Conecta, berço de grandes profissionais

O curso de Arquitetura e Urbanismo é sempre o mais presente. Mais de 50% das participações são compostas por ele, logo em seguida o Design Gráfico e a Moda. É importante ressaltar que a presença dos estudantes é importante não apenas para o evento, mas para si próprio. Todo conteúdo apresentado nas palestras só tem a somar em seus currículos, além claro, do certificado de horas complementares. O Conecta ajuda a abrir portas para o universo do trabalho.

O Conecta me ajudou para que eu estivesse aqui e tenho certeza que vai fazer o mesmo por muitos outros estudantes. Ele tem um poder transformador, quem participa e vive o evento sabe que nunca vamos sair da mesma forma que entramos. 

Novas conexões, vontades, rumos e olhares, isso são sentimentos que o Conecta desperta. Um evento empoderado, onde um dos princípios é a inclusão de todos. Acredito que o Conecta é reflexo dos alunos, afinal eles são co-construtores ativos, e nossos alunos são incríveis, inovadores e criativos. 

Como resultado da combinação de tantos fatores, entregamos para a comunidade, um evento rico em diversidade, profundidade e dinamismo. A instituição ganha espaço e a cada Conecta mais pessoas conhecem o jeito Una de ser”, conclui Karolina.

 

Com a palavra, o coordenador 

Antônio Terra, coordena os cursos de Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Jornalismo, Cinema e Audiovisual, Gastronomia, Moda, Design Gráfico e Design de Interiores

“A universidade é por natureza um ambiente para troca e conexão. A universidade não acontece em uma sala fechada, ela acontece quando a gente consegue congregar todas as energias que compõem uma cadeia de valor de uma área de conhecimento. E o Conecta nos possibilita isso. 

É aquele momento que de olho nas transformações do mundo, do homem, das questões tecnológicas que vão surgindo em cada área, convidamos especialistas, referências de mercado, pessoas que estão vivendo histórias, construindo legados em suas competências e especialidades, para estarem conosco e abrir diálogo com nossos alunos e professores.

Tem sido também um espaço para que o aluno ganhe mais protagonismo, nas últimas edições tivemos algumas oficinas e cursos, oferecidos por nossos alunos que são especialistas em outras áreas, algumas vezes complementares à própria formação deles.

Então o Conecta é para a gente um espaço de crescimento e de engrandecimento desta jornada acadêmica”.

 

Esse semestre o Conecta acontece nos dias 05, 06 e 07 de outubro. Fique ligado na programação!

 

 

Por Keven Souza

Pertencer à área urbana é estar suscetível, a todo tempo, a constantes mudanças e transformações que como em qualquer outro lugar há sempre adeptos e críticos com o ritmo acelerado. Porventura, iniciar um estilo de vida saudável com o objetivo de diminuir o sedentarismo causado pela rotina agitada, não só garante o bem-estar, como também torna popular a integração branda da natureza nos centros urbanos. 

Pensando nesses hábitos salutares, o Laboratório Ecossistêmico Interdisciplinar de Aprendizagem (LEIA) foi um projeto de extensão sediado pelo Centro Universitário Una, que reteve o objetivo de inserir o “verde” da natureza em ambientes constituídos majoritariamente por concretos. A iniciativa focada na agricultura coletiva e em contraposição a áreas ociosas, promoveu saúde alimentar e qualidade de vida por meio de hortas urbanas sustentáveis desenvolvidas como um modelo funcional e compacto em espaços do cotidiano que, em suma, não possuíssem utilidade.     

O projeto LEIA se propôs a engajar na saúde da comunidade através da gestão coletiva de técnicas agroecológicas e inovadoras ao lado de parceiros e alunos, se tornou um projeto de sucesso que reverbera, até hoje, além da instituição com ações que não só obedecem aos cuidados de preservação do meio ambiente, como também fomenta o contato com a natureza. 

 

O início

O laboratório nasceu a partir de uma pesquisa de mestrado sobre sustentabilidade gastronômica, via projeto de extensão, liderada pela professora de gastronomia da Una, Rosilene de Lima Campolina, também idealizadora da mostra acadêmica “GastroUna”, como fruto de estudos científicos e desenvolvimento local. 

Desde sua estreia em 2016, foi pensado como um grande “guarda-chuva” de saberes plurais que abrangesse tanto um laboratório social, quanto um espaço experimental com foco educativo e ecológico. O LEIA foi o primeiro projeto a implementar uma horta urbana sustentável em Belo Horizonte, sendo idealizado pelas educadoras Rosilene Campolina, Luíza Franco, Edimeia Ribeiro e Gabriela Schott

Como público-alvo integrou alunos e funcionários da Una, e de forma brilhante chegou a conquistar a comunidade local, além de estudantes de outras universidades, que com atuação mútua, totalizaram cerca de trezentos participantes ativos no projeto situados na Cidade Universitária, no terraço da Una campus João Pinheiro II. 

Canteiros do LEIA no terraço do JP II a partir do reaproveitamento de caixas e embalagens de bacalhau.

O laboratório partia da premissa de não se restringir somente ao ambiente acadêmico. As oficinas e ações giravam em torno dos pilares da educação – ensino, pesquisa e extensão. Nesta perspectiva, um dos objetivo era orientar a comunidade sobre práticas sustentáveis por meio da gestão de resíduos orgânicos e inorgânicos com eixo na educação alimentar e no combate ao desperdício, oferecendo técnicas e métodos sobre cultivo, construção e manutenção de canteiros e plantas através das hortas implantadas.

Dentre as principais atividades desenvolvidas, as oficinas “mãos na massa” com construção de canteiros e o “mãos na terra” com a manutenção do espaço LEIA da Una, duravam há cerca de uma e meia com ensino sobre conceitos de arquitetura urbana, agroecologia, compostagem, agricultura familiar, soberania alimentar, aspectos nutricionais dos alimentos e dicas para elaboração de receitas culinárias. Além disso, cada participante possuía seu próprio vaso de tempero, legume ou hortaliça disponibilizados para as atividades. 

Na visão de Rosilene Campolina, que é mestra em Sustentabilidade Gastronômica e foi capitã do projeto, a proposta de usar espaços ociosos em locais otimizados pela sustentabilidade é excepcional para o estudo e desenvolvimento de novas tecnologias que viabilizem reduzir o lançamento de resíduos inorgânicos no meio ambiente. “O Projeto de extensão demonstra o potencial de se tornar um modelo de sustentabilidade para a educação e a integração, o que permite ser exemplo para comunidade por meio do incentivo social”, explica. 

A missão de implementar as hortas era exclusivamente para qualificar a comunidade em relação à manutenção e autogestão de hábitos sustentáveis. O incentivo da criação de feiras de orgânicos e espaços verdes de convivência, gerou transformação social e auxiliou na saúde alimentar de inúmeras pessoas por meio da arquitetura familiar com foco no Slow Food e na produção coletiva. “Foram muitas conexões que, até hoje, reverberam pela cidade em ações que ‘beberam’ na fonte do laboratório. Uma ação incrível que propôs a sistematização sustentável em áreas disponíveis no contexto urbano, tais como os terraços, quintais, parques, jardins públicos, entre outros” ressalta Rosilene, sobre a importância das ações.  

Em seu escopo, a interdisciplinaridade é um dos pilares pensados para desenvolver atividades educativas que estimulavam a participação de diferentes cursos da academia no mesmo propósito – a otimização de espaços ociosos em processo da biodiversidade – que por meio de oficinas e workshops sobre tecnologia sustentável, construtiva e inovadora funcionava com colaboração de alunos dos cursos de gastronomia, arquitetura, nutrição, comunicação, moda e biologia.

Gabriel Benzaquen Magalhães, que está no décimo período de arquitetura e urbanismo e envolveu-se na extensão no ano de 2017, diz que sua participação ativa e engajada, há cerca de um ano na extensão foi imprescindível para ampliar seus conhecimentos sobre a ecoarquitetura. Uma ciência que procura fortalecer cada vez mais projetos arquitetônicos que minimizem o impacto ambiental e prospectam a sustentabilidade. Participar e aprender foi bastante enriquecedor, foi fundamental para entender o que funciona e às vezes não, é ter uma noção real do quão importante é a construção dos mobiliários de forma ecológica. De fato, fica a lição de que, com um pouco de dedicação e pesquisa, é possível se fazer muita coisa de forma sustentável e econômica”, afirma ele. 

Suas ações eram destinadas a desenvolver projetos e layouts que fossem práticos para quem frequentava o espaço do LEIA. O processo era estudar e desenhar os projetos a serem construídos, planejar os insumos e materiais a serem utilizados ou reutilizados, arrecadar materiais em uma articulação voltada à gestão de resíduos, mapear as espécies a serem cultivadas, aleḿ de pensar nas formas de replicar os projetos em outras áreas. Porventura, sua equipe ficou encarregada de elaborar um móvel para o armazenamento de mochilas com materiais recicláveis para a execução. 

Ele explica que, observa a colaboração coletiva como um instrumento poderoso que transforma os meios e as diferentes realidades sociais que existem na área urbana. “Quando várias pessoas se unem em prol de um mesmo objetivo, tudo se torna mais possível de se realizar. E esse é o legado do projeto para mim. É saber que existem iniciativas que vão além da sala de aula e minha trajetória foi ótima, pude fazer amizades, aprender coisas diferentes, ajudar pessoas e construir uma visão mais ampla de tudo que a arquitetura e o trabalho em equipe podem construir”, ressalta Gabriel.

Aula de Ecogastronomia com os alunos colhendo ora-pro-nóbis nas hortas do LEIA no terraço Una JP II para aula de Cozinha Brasileira.

A ascensão da sustentabilidade nos espaços urbanos se tornou um modelo viável para atrair atenção dos jovens a espaços verdes e como resultado positivo, por causa do LEIA, existe a contínua conexão entre todos que acreditam na transformação do meio em que se vive por meio de uma postura ambientalmente sustentável. Para Hemanuel S. De Carvalho e Tomás, gastrônomo formado pela Una e mestre em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local, o projeto, no ano de 2016, foi objeto de estudo para sua pesquisa que tinha o propósito de compreender a capacidade dos discentes em despertar e potencializar ações sustentáveis nos meios produtivos agrícolas, o que significa que observou o desenvolvimento profissional dos estudantes de gastronomia através do LEIA.

“O projeto foi o instrumento pelo qual pude compreender que a alimentação não é o ato de comer. Através dele entendi que alimentação é um ciclo, que começa no campo, e que não termina na mesa do comensal, uma fase produtiva de caráter agrícola que é o início, para que possamos nos tornar cidadãos conscientes e acima de tudo questionadores. Visto que a alimentação é um dos mais importantes traços culturais de todos os seres”, explica. 

Segundo ele, ingressar como extensionista trouxe momentos marcantes, um específico aconteceu na oficina de “mãos na terra”, em que pôde participar ao lado de uma senhora de idade, também extensionista, que por um acaso lhe ensinou muito sobre as plantas que têm potencial alimentícias não convencionais (PANCs), afinal desconhecia esse cultivo de desenvolvimento espontâneo. E a partir deste episódio compreendeu o projeto como um lugar feito de conexões e totalmente transversal. “Naquele momento percebi que o LEIA proporcionava um ensino horizontal, aprendemos uns com os outros, trocamos saberes e construímos conhecimentos coletivos baseados em nossas realidades, valorizando uma pedagogia freiriana”, desabafa Hemanuel.

 

Parcerias e ações externas

As parcerias do LEIA intituladas como “marketing verde”, foram sediadas em colaboração com empresas e entidades que, assim como o projeto, possuíssem uma preocupação inerente ao futuro em relação à sustentabilidade nas próximas gerações. As ações em conjunto vieram com o intuito de desvincular o atual modelo planetário de desenvolvimento que compromete a manutenção das diversas formas de vida. Neste contexto, a Una através do curso de gastronomia projectava e ansiava contribuir para o bem-estar social ao lado da sociedade, por isso vieram a acontecer inúmeras colaborações voltadas a ações sustentáveis.

Ao longo dos anos houveram diversas parcerias marcantes que foram benéficas a todos envolvidos na extensão, como a parceria com EMATER, SENAC, ABRASEL, Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, Fazenda Engenho D’água, Frente da Gastronomia Mineira (FGM), Eja do Colégio Imaculada, Circuito Aproxima, grupo Skank com o fornecimento do Bioneem do Henrique Portugal e dentre outras, que ajudaram não só nas oficinas, mas em diferentes atividades externas desempenhadas pelo projeto. 

Uma das parcerias significativas ocorreu a partir da Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), através da professora Rosângela Míriam Lemos Oliveira Mendonça, que é pesquisadora e coordenadora do curso de design gráfico da presente universidade mineira. 

No ano de 2016, Rosilene Campolina e a professora de design gráfico, fizeram o primeiro contato para pleitear ações interdisciplinares que prezavam a sustentabilidade econômica, social e ambiental por meio de hortas e jardins urbanos. A partir disso, após as atividades e ações promovidas pelo LEIA, a parceria surgiu com o propósito de atuar com mutirões para ampliação e a manutenção da horta no terraço JP II, através dos recursos didáticos baseados em design sistêmico.  

Rosângela afirma que atuou em parceria com o projeto para fortalecer o potencial das hortas urbanas, comunitárias e agroecológicas, sendo significativo para que unisse forças no projeto. Explica também que a partir das ações desempenhadas, houve-se a motivação para atuarem juntas e que por meio dos valores pessoais e profissionais que ambas possuem, tornaram-se amigas para além do projeto. 

“Nossa parceria é a prática coerente dos nossos valores. Visamos a importância de relacionamentos duradouros com apoio mútuo para o crescimento conjunto, e para contribuir para a melhoria da qualidade de vida da nossa sociedade”, define Rosângela, sobre a parceria com o LEIA através de Rosilene Campolina.  

 

Visibilidade e alcance social 

Em sua trajetória, o laboratório veio a conquistar relevância social para se tornar um dos projetos de maior destaque dentre outros da intuição com uma grande visibilidade mútua, sua história de desafios e lutas, mas de sucesso, trouxe reconhecimentos nacionais e diversas premiações eminentes. Atualmente, o LEIA faz parte Relatório de Sustentabilidade (RS) do Grupo Ânima, criado para estimular e parabenizar projetos de desenvolvimento social/sustentável de inovação nos modelos de ensino-aprendizagem; além de ter tido reconhecimento internacional com participação em pesquisa na Universidade de Hamburgo na Alemanha, como um grande instrumento para cooperação na implantação e difusão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para Agenda 2030.

Indicado ao Relatório de Sustentabilidade do Grupo Ânima
Indicação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para Agenda 2030.

Recebeu ainda certificados da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado Minas Gerais (EMATER-MG) como parceiro pelas metas favoráveis aos Objetivos do Milênio (ODM) que se referem a um conjunto de ações a serem alcançadas até 2030 para a redução da fome e da pobreza, por meio da soberania alimentar e da proteção ao meio ambiente.

Por definição, é um projeto de sucesso, vigoroso e totalmente complexo. Realizado através do esforço e engajamento dos envolvidos que acreditam na sustentabilidade como uma filosofia de vida. O LEIA, em síntese, tem como legado a proliferação de hortas urbanas e periurbanas na sequência de habituar práticas saudáveis no cotidiano das pessoas, e é uma extensão que repercute nos dias atuais para além do espaço da Una. Sendo capaz de ecoar luz a temáticas importantes e ajudar aqueles que procuram por novos modelos de vida, mais próximos da natureza e mais engajados com as causas sociais. 

 

Depoimentos dos participantes 

“O LEIA concretizou, na prática, a interdisciplinaridade das disciplinas na grade curricular da graduação de Arquitetura. Além do olhar social urbano, os alunos tiraram, literalmente, do papel os projetos que orientava em sala e em outras disciplinas. Participamos de ações fora da universidade, levando-os para as comunidades como a Vila Estrela na Barragem Santa Lúcia. Estas ações geraram muitas trocas e contribuições de saberes, necessidades e desafios reais para desenvolvimento de tecnologias para a sustentabilidade urbana, incluindo métodos alternativos de agricultura urbana e gestão de resíduos entre comunidade acadêmica e sociedade civil”, diz Luiza Carvalho Franco, que é Especialista em Sustentabilidade e foi uma das idealizadoras do projeto, sobre sua participação como coordenadora na parte de Arquitetura. 

“Fui criada em uma cidade do interior que desde muito nova já sabia de cultivo, manejo e manutenção de hortas e o LEIA, só me fez aumentar meu prazer pelas plantas. Carrego até hoje as lembranças do início do projeto, passamos pelo processo de implantação, onde participei desde a escolha do nome e foram várias reuniões. Formamos tudo e começamos a plantar as primeiras sementes e mudas, a partir daí várias pessoas e equipes começaram a se formar. Lembro também das primeiras flores comestíveis que a professora Rosilene Campolina colheu e enfeitou um prato com hortaliças e temperos colhidas pela horta do projeto e no terraço comemos eu, ela e outros colegas”, relembra Maria Galdina da Conceição de Menezes, formada em Gastronomia pela Una e ex-extensionista da extensão.

“O LEIA me fez valorizar muito mais o alimento, me ensinou a utilizar os insumos de todas as formas possíveis e a dar devida importância aos produtores. Um projeto que não se resumiu apenas a uma universidade, pois ele sempre envolveu todas as camadas da sociedade e todas as áreas de estudo. Nunca foi direcionado apenas aos alunos, seu propósito era estimular o consumo consciente dos alimentos e sempre esteve de portas abertas para aqueles que estivessem dispostos a trabalhar para a disseminação desse conhecimento sobre hortas”, diz Maria José Avelino Victória, professora de gastronomia da Una.

 

Edição: Daniela Reis

Por Bianca Morais 

A série de reportagens sobre os 60 anos já trouxe boas histórias a esse Jornal, conhecemos projetos, laboratórios, personagens. E hoje é dia de contar a história de Lélio Fabiano.

Lélio foi um dos diretores que passaram e deixaram uma marca importante na instituição. Sua trajetória foi de junho de 2012 até novembro de 2016, sem dúvida, marcada para sempre na história do Centro Universitário Una. 

Quem é Lélio Fabiano

Jornalista Lélio Gustavo

Lélio Fabiano dos Santos é jornalista, escritor, ex-seminarista e professor. Com 82 anos de idade, ele pode ser considerado um verdadeiro ícone do jornalismo, em sua bagagem inclui passagens pelos mais antigos jornais mineiros. Deu seus primeiros passos profissionais no Jornal Binômio, entrou em setembro de 1961. Em dezembro desse mesmo ano, testemunhou o veículo de comunicação ser depredado por militares. Passou pelo Correio de Minas, Diário de Minas, entre outros. Esteve presente nas ruas acompanhando e cobrindo o pré-golpe de 64, as primeiras passeatas de operários e estudantes, as comissões na Secretaria de Saúde e as Marchas com Deus pela família e liberdade. 

Repórter multifacetado, fazia coberturas esportivas, econômicas, políticas e policiais. Em um tempo no qual não se exigia diploma para ingressar na profissão, Lélio desfrutou dos mais diversos benefícios de ser um jornalista profissional (sem frequentar a universidade) na década de 60, como descontos em impostos e passagens aéreas. 

Usufruindo desse desconto, em 1967, Lélio comprou uma passagem só de ida com destino à Paris, onde foi procurar preencher o vazio que sentia após concluir um curso de Direito na Universidade Federal de Minas Gerais, o qual fez simplesmente para ter o diploma. 

“Fiz direito porque era o curso mais fácil para mim, para estudar você tinha que saber português, latim e francês. Latim eu era craque, dez anos de seminário, português desde o primário gostava de fazer composição, e francês o idioma que escolhi”, explica.

Quando estava em seu primeiro ano no curso de Direito, a UFMG criou o curso de Jornalismo, porém, Lélio já jornalista profissional, não queria estudar em um curso que acabara de abrir. Em razão disso, depois de se formar como advogado,  quando embarcou para Paris, grande centro cultural, iniciou um mestrado no Instituto Francês de Imprensa, na Universidade de Paris, e fez sua dissertação com o tema: “O Alcance Social e Político da informação esportiva no Brasil”. 

Na França, Lélio teve muito mais que a oportunidade de estudar, esteve presente em mais um dos momentos importantes da história do mundo, o Maio de 68, movimento político marcado por greves e ocupações de estudantes. Mais uma vez o jornalista registrava memórias que nenhum governo ditador poderia arrancar dele.

Manifestações em Paris – Arquivo Pessoal

“Eu morava ali no coração da revolução, no Quartier Latin, eu corri da polícia, cheirei gás, ajudei a ocupar as instalações do Instituto Francês de Imprensa”, relembra.

 

Entrada no cenário acadêmico

Por longos anos, Lélio foi seminarista e manteve uma relação próxima com a Igreja Católica, devido à esse motivo, quando voltou da França, foi convidado por Dom Serafim Fernandes de Araújo, antigo reitor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), para que ajudasse na criação do curso de comunicação da instituição. Em meio a ditadura, o jornalista ajudou a erguer aquela faculdade, sendo o primeiro diretor, em 1971.

Lélio e o Padre Geraldo Magela se conheceram nesse período. “Quando era diretor na PUC, o Dom Serafim me pediu para chamar a dar aula na comunicação o tal padre que tinha chegado de Roma e estudado jornalismo, esse era o Padre Magela e ali nos conhecemos”. 

Lélio em seu escritório

A chegada de Lélio na Una

Lélio ficou durante cinco anos e meio na PUC e quando saiu criou sua própria companhia, Lélio Fabiano Comunicação, que prestava assessoria para diversas empresas de diferentes segmentos em Minas Gerais, um dos clientes, inclusive, era o Centro Universitário Una.

Quando os três fundadores da Ânima, Daniel Faccini Castanho, Mauricio Nogueira Escobar e Marcelo Battistela Bueno chamaram o Padre Geraldo Magela para a reitoria da Una, Magela e Átila Simões, que estava na direção, conheciam bem o trabalho de Lélio, e dessa relação surgiu o convite para que ele assumisse como diretor do Instituto de Comunicação e Arte, ICA, o atual campus liberdade.

“Topei o convite com coragem e temor, 40 anos depois de sair da Católica, depois da minha vida ter passado por vários lugares, esse convite, tive a honra de participar do nascimento desse grupo, inicialmente como consultor e em seguida diretor de uma unidade na área a qual era a minha vocação, a minha paixão”.

 

O Lélio e a Una

São 60 anos de Una, e para se marcar um local que em tantos anos se passaram milhares de alunos, professores, coordenadores, diretores e reitores, é preciso ser um sujeito muito extraordinário. 

“Entrei em uma hora muito interessante, no início de uma grande aventura, o curso já existia muito bem, mas cheguei para consolidar mais e propor um ambiente relaxante. Até hoje eu trabalho muito movido assim, pela liberdade, franqueza, não aquele autoritarismo. Meu principal trabalho foi reunir os professores, funcionários, coordenadores de cursos e laboratórios e acho que cumpri minha missão”.

Lélio revolucionou o ICA, a começar pelo nome, antes de sua entrada a pronúncia dessas três letras era separada: I – C – A e isso incomodava o novo diretor, o campus não tinha uma marca.

“Uma das maiores escolas de comunicação do país era o ECA, da USP, Escola de Comunicação e Artes da faculdade de São Paulo, ali foi celeiro de importantes teóricos e profissionais. Eu queria uma marca dessas para o nosso, falei que I-C-A era foneticamente feio, usei o ICA, e aí virou ICA para tudo, todo mundo sabia do ICA, internamente pelos alunos e quem vinha de fora”.

O ex-diretor participou de diversas mudanças estruturais no ICA, para que aquele lugar se tornasse um ambiente de conforto. Segundo ele, fez uma revolução arquitetural, com sua ajuda os arquitetos da Una assimilaram o espírito do campus, uma faculdade de portas abertas.

“Eu falava que dirigia das masmorras, porque era embaixo, perto ali onde é a biblioteca. Chegava para os reitores e falava que não era possível esconder os professores lá, estou escondido, eu queria aparecer. Você não vai fazer comunicação subterrânea”.

Como diretor, Lélio não tinha muita proximidade dos alunos igual na época em que era professor, por isso, sempre que tinha oportunidade de discursar para eles, seja nas cerimônias de formatura ou nas semanas de palestras de cursos, ele procurava levar para os jovens a importância da liberdade, de ser livre dentro do espaço que estuda, ele buscava abrir as portas dos cursos e fazer eles trocarem ideias entre si.

Enquanto com os estudantes os encontros eram poucos, com os professores Lélio tinha uma grande proximidade. “O grupo de professores que encontrei, diria eu, que fui privilegiado de dirigir, se eu fosse técnico de futebol seria aquela famosa seleção brasileira da década de 70, Pelé e Tostão. Foi um tempo muito rico, e eu era estimado por eles da mesma forma como eles eram por mim”. 

Lélio Fabiano e seu time de professores, em ordem da esquerda para direita: Lélio Fabiano, Sávio Leite, Roberto Reis, Tatiana Carvalho, Pedro Coutinho, Júlio Pessoa, Piedra Magnani, Daniela Viegas
Piedra Magnani, Cândida Borges Lemos e Lélio Fabiano dos Santos na 5ª ExpoUna

Lélio e o Núcleo de Conteúdo (NUC)

Lélio era diretor do Instituto de Comunicação, logo, liderava os cursos do campus liberdade, sendo eles cinema, jornalismo, relações públicas, publicidade e propaganda e moda, mas não podia negar seu lado jornalista, que passou por tantos momentos históricos.

O diretor instigava os alunos a irem atrás das notícias, na fase em que dirigiu o campus, acontecia no Brasil as manifestações de junho de 2013, o comunicador estimulou não apenas os estudantes como o próprio Jornal Contramão a vivenciar aquilo.

“Lembro que houve confusões com a polícia, eu falava para eles irem, enfrentarem, complicarem tudo. Jogaram uma bomba em cima de um dos meninos e o NUC tinha a foto, falei, pública, não tem frescura não. Busquei dar forças e me juntei a quem queria gritar”.

O jornalista viveu o maio de 68 na França. “O francês é assim, um cara cuspiu na rua, no dia seguinte sai notícia sobre aquele cuspe”, e era aquilo que ele queria levar a Una, portanto, logo no dia seguinte ao início das manifestações ele já organizava debates com o objetivo de discutir sobre o assunto na faculdade, Lélio queria movimentar tudo. 

Na época em que era diretor, o campus ainda tinha a extensão do ICA, o ICBEU, lá era onde encontravam-se os laboratórios, entre eles o NUC. Lélio abriu o NUC para o mundo ver, retirou as cortinas pois tampava a visão da calçada.

“O NUC precisava disso, ele estava meio isolado, eu ia muito lá, fiz uma transformação, eles trabalhavam de frente a rua da Bahia, uma das principais de Belo Horizonte, estava se criando o circuito cultural de Bh, então vamos participar disso, vamos deixar as pessoas passarem e nos verem”. 

Um local físico precisa irradiar, e Lélio fez não somente o NUC, como todos os outros laboratórios e a instituição irradiaram. 

“A única coisa que me deixou danado foram aquelas escadas de incêndio. Precisa? Então faça, mas vamos fazer ela da forma mais bonita. É lei, a gente não vai lutar contra a lei, isso é bobagem”.

 

O último diretor romântico

Lélio se identifica como o último diretor romântico do campus, romântico porque manifestava a paixão, se entregou por completo a cada um dos cursos que dirigiu.

“Os projetos tão aí, o curso de cinema na fase em que tinha o Júlio e o Cicarini, conquistaram tanto espaço. O curso de moda, eu tinha uma paixão por aqueles desfiles, aquilo para mim era um São Paulo Fashion Week, queria que chamasse São Paulo Fashion ICA, era um negócio tão bonito. A agência de publicidade, tantos projetos bacanas”.

O diretor impulsionava seu time de estrelas, durante sua gestão muitos projetos foram realizados, a Una se tornou um dos maiores centros acadêmicos universitários social na área de inclusão, programas de luta anti racista, contra a homofobia, realizados pelos professores Roberto Reis e Tatiana Carvalho Costa com seu apoio.

 

Homenagem a Lélio Fabiano

Lélio Fabiano é uma pessoa que merece ser aplaudida de pé, e qualquer homenagem a ele ainda não é o suficiente para tudo que ele ofereceu, e é com todo o respeito e gratidão a esse esplêndido profissional, que o campus liberdade deu seu nome à sala dos professores. 

“Eu levei assim, o respeito sem medo, me senti respeitado e jamais temido. Esse simbólico mexeu muito comigo, fotografei e mandei para toda a família, porque se eu tivesse sido um babaca, autoritário, mal humorado e chato eles não teriam me homenageado”. 

A Sala Professor Lélio Fabiano dos Santos é o pedaço do ex- diretor que sempre estará presente na faculdade. 

Placa em homenagem ao jornalista

“A Una e o Grupo Ânima foram muito importantes para mim, cheguei com dignidade e sai com mais dignidade ainda. Sai em um momento de maturidade e até um pouco de idade, tenho juízo suficiente para saber quando a gente é mais produtivo, e foi assim, eu entrei na Una e a Una entrou em mim, e nenhum sai do outro”.

 

Recado de Lélio aos futuros jornalistas da Una

Lélio nasceu na segunda guerra mundial, esteve presente durante a ditadura militar e em maio de 68, pegou os piores e melhores papas da igreja católica, hoje enfrenta a pandemia da Covid-19 e com tudo isso o jornalista deixa uma palavra aos futuros ocupantes de seu lugar: Resistência. 

Para quem assistiu de perto momentos absurdos de autoritarismo do governo, falta de liberdade da imprensa, ver atualmente, depois de tanta luta, a regressão, muitos pedindo retorno do governo militar, voto impresso, é absurdo. 

“Depois do regime militar veio uma nova constituição e eu jamais imaginaria que isso poderia voltar, o que é a memória do brasileiro, onde foi que nós erramos”.

Na opinião de Lélio é imprescindível que um bom profissional esteja sempre bem informado, é preciso aprender a ler jornal, conhecer, comparar, saber criticar. 

“Como é uma aula de jornalismo que ninguém sabe ler jornal. Nas minhas aulas eu ensinava a ler jornal. Um jornal impresso bem feito te dá notícias de tudo: política regional, nacional e internacional, futebol, cultura, tem que ler O Globo, a Folha de S. Paulo e Estadão”.

E não somente a mídia impressa, é necessário ver a mídia da internet e televisão.

“Não é assim, detesto a globo, globo lixo, espere aí, minha paixão não é o Bonner, se for paixão eu assisto a Monalisa Perroni, essa sim tem entusiasmo e movimento o jornal, mas é preciso ser crítico, saber criticar, então no meu ponto de vista jornalista que fala Globo Lixo, não deveria nem passar”.

Ser jornalista é amar a profissão, estar sempre se profissionalizando e procurando aprendizado. Desta maneira que Lélio conquistou tanto, desde pequeno lá na cidade de Guaçuí no Espírito Santo, ainda garoto ele ia até a agência de banco onde o pai trabalhava para ler O Jornal, líder do Diário dos Associados. O impresso chegava de trem, uns cinco dias depois de ser publicado, notícias antigas que ele já havia escutado no rádio, mas mesmo assim sentia o prazer imenso de ir a fundo e ler. 

Lélio dá notícia de tudo, quando professor, chegava em sala de aula e escrevia no quadro de giz tópicos como: 3 regiões do mundo em conflito, 4 cemitérios de Belo Horizonte, 7 jogadores da seleção brasileira de vôlei, 4 ministros do governo federal, na sequência falava aos estudantes que escrevessem em uma folha de papel e entregassem no fim da aula.

“Os alunos apavoravam, ‘não sei 4 cemitérios’, e eu falava, pois é, o jornalismo vai dar notícias sobre cemitérios. ‘Ai não gosto de vôlei’, mas vai precisar falar de vôlei. É a nossa profissão, sinto muito, temos que saber, ler jornal todo dia, passar o olho na mídia impressa”. 

 

Recado de Lélio para os 60 anos da Una

“Sendo diretor da Una senti o mesmo ardor, a mesma paixão de quando criei o curso de comunicação da católica, com meus 32 anos em plena ditadura militar. Voltar ao acadêmico nos meus 70 anos para mim foi uma boa oportunidade, liderei uma equipe excelente, voltei a uma praia que eu estava acostumado a frequentar.

E digo a vocês, um sozinho gritando é pouco, dois é bom e três faz uma gritaria, acho que o dia que essa Una não gritar mais, esqueça, está acabando. É muito importante que o grupo não enfraqueça, não deixe o fogo apagar, soprem as brasas e deixe a cinza entrar nos olhos dos outros, não no nosso, e vamos continuar”.

 

Edição: Daniela Reis

Por Bianca Morais 

A Dígito Zero é uma produtora que faz parte do Núcleo Audiovisual da Fábrica. Durante muito tempo a DZ, assim chamada carinhosamente por alunos e equipe,  se envolvia pouco em projetos institucionais e o seu trabalho era dar suporte ao curso de Cinema e Audiovisual em demandas práticas, comunicação com alunos e projetos de extensão. No entanto, desde que a produtora foi integrada a Fábrica, ela passou a ter um papel muito importante para toda a Una, sendo requisitada constantemente para produção de materiais de cunho institucional que vão de produção de podcasts, gravação de programas para o Youtube, à transmissões ao vivo. 

Estúdio de TV
Estúdio de Rádio

Além da Dígito Zero, dentro da Fábrica Audiovisual, encontra-se também o NAV, enquanto a DZ é a produtora, que faz os vídeos, programas, podcasts, animações, etc, o NAV é setor que disponibiliza todos os equipamentos e estúdios para a produtora trabalhar. Olhando pelo lado acadêmico, o NAV empresta aos alunos e professores aparelhos e ambientes para realização de práticas e trabalhos. 

A equipe completa da DZ conta com o técnico Mateus Felix, e a estagiária Malu Saraiva, no NAV temos os técnicxs Gladison Santos e Ariadne Tannus e a estagiária Milena Barbaro, e o líder de ambos laboratórios, Raphael Campos.

As Parcerias do Núcleo Audiovisual

Durante a série de reportagens dos 60 anos da Una, vimos muitos projetos de extensão desenvolvidos por diferentes cursos da faculdade, e por trás de grande parte deles, está a participação da Dígito Zero e Nav, na produção audiovisual.

No Gastrouna e UnaTrend, a equipe responsável por fazer as vinhetas e chamada dos alunos, no dia do evento, cobrem e fazem transmissões ao vivo. 

No Lumiar, eles fazem todo o processo de assistência técnica, montam as estruturas, as câmeras, ajudam a escolher e legendar filmes, como evento do curso de cinema, eles ajudam na produção geral.

“Fizemos um belo trabalho na cobertura do Una Trend 2019/2, foi um desafio transmitir ao vivo o evento em dois telões simultaneamente e produzir um showreel do evento. Destaco, também, a live Volta às Aulas 2021.1 que demandou muito da parte técnica e o resultado foi muito bom” comenta Raphael.

 

Suporte aos alunos

Sem deixar os alunos de lado, a Dígito Zero e NAV é um grande suporte não somente para o curso de cinema, mas a todos, principalmente ligados à área de comunicação, onde auxiliam em demandas práticas e projetos de extensão. O núcleo é muito procurado pelos estudantes para aprenderem ferramentas dos softwares de edição e animação. 

Além da produção constante de conteúdo importante para a vida profissional do aluno e o desenvolvimento de projetos de extensão, os núcleos oferecem um trabalho de monitoria aos alunos.

“Para os alunos nós somos um apoio, muitas vezes o professor não pode estar presente a todo momento, mas nós sim, estamos lá para ensinar o que eles podem e não podem fazer. Já peguei muito aluno desesperado com o programa, ‘eu não sei mexer nisso’ e eu vou e salvo a pessoa, você ajuda e o aluno e ele fica muito grato”, conta Isabela Fonseca, ex técnica do laboratório.

 

Projetos em Ação

Assim como o Jornal Contramão, a Fábrica Audiovisual está preparando matérias especiais para a comemoração dos 60 anos da instituição, o núcleo irá produzir uma série de vídeos intitulada “60 Anos em 60 Segundos”, com depoimentos de pessoas que têm a Una como um personagem importante em sua vida. 

Em parceria com o Contramão, também irão produzir o Papo com a Fábrica: Reitores, que será gravado no Una Cine Belas Artes. Um bate papo entre os reitores recentes da instituição, conversando sobre momentos marcantes da Una. 

“Vai ser um momento especial, acreditamos que o resultado será um registro histórico muito importante”, comenta Raphael.

Fachada Una Cine Belas Artes

Canal Fábrica AV

O Canal Fábrica AV no YouTube, é um projeto interno da Fábrica Audiovisual, onde são produzidos conteúdos em série que vão de videoaulas sobre equipamentos de áudio à crítica cinematográfica. Com o principal objetivo de auxiliar os alunos dentro da área do audiovisual, principalmente aqueles que mexem com essa parte mais próxima, como os estudantes de jornalismo e designer.

O projeto foi idealizado pela técnica Isabela, que atua na coordenação e apresenta seu próprio quadro, De Zero a Herói. Além do canal, eles ainda tem a página no Instagram.

“De segunda a sexta nós temos conteúdos relevantes para o mundo audiovisual e falamos de absolutamente tudo, do rádio, novela, cinema, fotofilmes, elementos que às vezes não são tão colocados na faculdade”, diz Isabela.

Para acessar o canal, clique no link. 

 

É de casa

Da equipe da Dígito Zero, Isabela Fonseca, com certeza, é uma das mais antigas, a técnica deixou o laboratório no final de julho. A ex- técnica entrou como estagiária em 2018, e durante 4 anos participou ativamente das atividades do núcleo.

Isabela Fonseca, ex-aluna da Una e ex-técnica do lab.

“Já ajudei a produzir diversas edições do Gastrouna, Unatrend, Lumiar. Já fiz coordenação de oficinas, fiz um projeto de clipe para a cantora Mariana Cavanellas, esse em específico eu tive que selecionar os alunos que iriam fazer parte da produção. Participei também de um que chama Gororoba, projeto filantropo onde eles ensinam gastronomia para pessoas trans, cobrimos todo o processo e filmamos todas as aulas com os alunos”, relembra Isabela.

Para Isabela, a Dígito Zero sempre foi sua casa dentro da Una, ali ela conseguiu o primeiro estágio, o primeiro emprego fixo, e onde passou a maior parte de sua graduação, trabalhando durante o dia e realizando seu Trabalho de Conclusão de Curso.

“Eu chegava lá por volta das 7 da manhã e ia embora às 22h30, eu passava basicamente dois terços do meu dia inteiro dentro da Dígito, lá foi o lugar que me proporcionou conhecer pessoas maravilhosas, tem amigos lá que se tornaram família para mim”, completa ela.

Foi na Dígito Zero, que Isabela deu os primeiros passos no mundo do audiovisual, aprendeu a trabalhar em diversos programas importantes e melhorou sua performance em diversas áreas, como edição.

“Eu sou animadora e aprendi o After Effects, essa habilidade de animação eu vou levar para toda minha vida. Aprendi a mexer em câmera, eu não tinha noção nenhuma de como trabalhar e hoje eu sei configurar, montar, guardar, guardar equipamentos, fazer pré e pós produção, roteiro, eu sei fazer tanta coisa que eu não sabia fazer antes de entrar na DZ”.

Muito além de produção, a jovem também aprendeu a coordenar e liderar, organizar equipes, fazer escolhas, a se comunicar melhor com as pessoas. “Sempre fui uma pessoa um pouco mais fechada, de programa, aquela que fica na pós produção, eu e o computador, e de repente eu tinha que lidar com aluno, professor e tudo isso foi de grande importância para mim”.

O Nav

Gladison Santos, é técnico do Nav há 4 anos, e em entrevista explicou um pouco mais sobre o núcleo que junto a Dígito Zero formam o Audiovisual da Fábrica.

Gladison Santos

1. O que é o NAV e desde quando ele existe?

O NAV é um núcleo criado em 2011 que coordena os equipamentos e laboratórios audiovisuais da Una Liberdade

 

2. Qual papel ele desempenha?

A função do NAV é ajudar os alunos e professores com empréstimo de equipamentos e o uso dos estúdios.

 

3. Quais são os suportes que o NAV oferece para os alunos?

Damos suporte aos alunos emprestando equipamentos para produção de conteúdo audiovisual, ensinamos como usar os equipamentos e também auxiliamos em edições no laboratório iMac através de um estagiário.

 

4. E para a instituição?

Nosso suporte para a instituição é com o empréstimo dos equipamentos para as produções de vídeos feitos pela Dígito Zero e outros laboratórios como: Una 360 e o próprio Contramão.

 

5. Quais são os cursos que mais procuram pelos equipamentos do NAV e o que eles geralmente procuram?

O curso que mais procura pelos equipamentos do NAV é o de cinema, seguido de perto pelo jornalismo. A procura são por equipamentos gerais para criação de vídeos, sendo as câmeras (fotográficas que filmam) as mais procuradas.

 

6. Qual a diferença você vê no NAV de quando entrou para hoje?

Além dos técnicos que mudaram, hoje temos um envolvimento maior nas produções, inclusive Lives, temos mais equipamentos e conseguimos ajudar mais alunos, professores e laboratórios. Hoje o NAV faz parte da Fábrica Audiovisual, um “braço” da Fábrica e isso foi uma grande, e boa, mudança. Temos também um perfil no Instagram (@fabrica_av) com dicas diárias do mundo audiovisual e também um canal no YouTube (Fábrica AV) com quadro sobre edição de vídeo, oficina sobre equipamentos e resenha de filmes (até o momento).

 

7. Como técnico do NAV, como você procura ajudar os alunos? E quais as principais dificuldades eles mais apresentam?

Como técnico tento ajudar os alunos a escolher os melhores equipamentos para cada tipo de produção, para cada projeto, além de mostrar como cada um funciona. A maior dificuldade é em relação aos equipamentos de áudio e o laboratório de rádio, estes realmente são mais complicados e os alunos geralmente pedem a nossa ajuda.

 

8. Na sua opinião, qual a importância do NAV para a Una?

Eu acredito que o NAV seja muito importante pois proporcionamos aos alunos a praticarem o que aprenderam na sala de aula aumentando ainda mais o conhecimento. Sem o suporte do NAV / Fábrica Audiovisual as produções audiovisuais teriam mais dificuldades para serem realizadas.

 

Com a palavra, o líder

Rapahel Campos

“Acredito que é muito importante termos uma produtora audiovisual funcionando dentro de uma unidade tão diversa, produtora e criativa. É um espaço para o aluno experimentar e aprender, a DZ oferece isso aos alunos. Ela é um local de aprendizado para todos os estudantes, uma troca constante de conhecimento e experiência. Hoje todo o time é composto por alunos e ex-alunos da instituição, faz parte do nosso DNA dar espaço e a base necessária para os alunos evoluírem profissionalmente.

Durante a pandemia nós nos reinventamos, substituímos o suporte presencial pelo online através de postagens diárias no Instagram de muitos conteúdos técnicos do cinema e audiovisual. Hoje contamos com mais 400 postagens que vão de curadoria de filmes e séries a tutorias de motion graphic” – Raphael Campos

 

Edição: Daniela Reis