Entretenimento

Dentro da temática da 18ª Mostra de Cinema de Tiradentes as opiniões sobre o lugar do cinema brasileiro são diversas. Em uma conversa mais ampla com realizadores mineiros a dúvida era: Qual o papel do cinema em Minas?

Conversamos com alguns diretores mineiros, que estão com filmes sendo exibidos nessa mostra, para saber deles como é fazer cinema em minas e como levar as produções do estado para todo o país.

Assista às entrevistas.

texto Felipe Chagas

imagens Natalie Matos e Yuran Khan

Hoje foi o último dia da programação especial de férias, do Memorial Minas Gerais Vale. A edição do Férias Divertidas no Memorial trouxe para as crianças, espetáculos infantis, visitas mediadas e ações interativas durante o período de férias.

A oficina “Fábrica de Monstro” encerrou a programação, estimulando o potencial criativo das crianças, utilizando papeis e materiais diversos para traçar as características únicas de cada criança.

Na tarde desta sexta-feira, a parte externa do memorial transformou-se em uma praia, em que crianças vestidas com roupas de banho, brincavam e faziam performances. Os óculos de sol, bolas e objetos de praia, chamaram a atenção de quem passava pelo local. De acordo com os organizadores, a ideia foi fazer uma “praia do memorial”. A coordenadora do Educativo Memorial Minas Gerais Vale, Mabel de Melo Faleiro brinca ao dizer: “A Praça da Estação tem a praia da estação, aqui nós temos a praia do memorial”. Segundo ela as atividades que estão acontecendo do lado de fora do memorial era resultado de uma oficina de Inter criação. Além de interagir com os espaços, a proposta era permitir que as crianças tivessem um olhar diferente sobre a arte que esta espelhada pela cidade.

Também do lado de fora do memorial, os educadores deixaram com que as crianças experimentassem a magia da criação. Ao elaborarem um quadro com grafites. “Nessas atividades selecionamos duas coisas: entender as artes da performance a o grafite. Essas atividades integram as crianças no museu. Começar com uma brincadeira para que elas entendam mais e aprendam. Eles veem além da própria ‘coisa’, escolhem o que querem fazer, tem que ser livre”, destaca o educador David Chech, 22 anos.

Texto e Foto: Victor Barboza

Frases épicas como “Toto, eu tenho a impressão de que não estamos mais no Kansas”, da Dorothy, no filme O mágico de Oz, de Victor Fleming, e cenas como a que personagem Scarlett O’Hara (Vivien Leigh) do filme …E o vento levou volta para a fazenda da sua família e a vê destruída podem ser revistas, agora, na tela grande. A Mostra 1939, cartaz do Cine Umberto Mauro, termina no dia 5 de fevereiro com a reexibição de clássicos da chamada Era de Ouro de Hollywood (1930-1940).

O assistente de programação da mostra, Bruno Hilário, 29, explica que vários fatores influenciaram para esse ano ter sido tão marcante para o cinema. “Cada produtora tinha seu próprio elenco e diretores inventivos e audaciosos, como é o caso do Victor Fleming. Eles fizeram esses filmes que se tornarem grandes clássicos e entraram no imaginário do homem”, esclarece. O programador ainda complementa dizendo que o público que visita o evento é bem diversificado. “Jovens, adultos e idosos, dos mais saudosistas até os que querem conhecer sobre esse cenário do cinema”.

Veja a Programação completa:

Conversas de saguão

Quando eu saí da redação para ir conversar com o público da mostra, por volta das 16h30, acreditei que iria encontrar um ambiente vazio e de saudosistas. O tempo abafado e os sinais da chuva me faziam acreditar na previsão. Minha surpresa foi grande ao encontrar a fila dando voltas no espaço. Pessoas chateadas por não ter conseguido ingresso, e maior ainda ao ver crianças acompanhando seus responsáveis. O filme a ser exibido era O Morro dos ventos uivantes. “Quero saber como era naquela época, então vou ver esses filmes mais antigos para saber. E não é ruim, é bem legal”, declarou a estudante Lua Clara, 12.

A secretária executiva aposentada Giselda Prazeres já havia assistido ao filme e não hesitou em rever Merle Oberone e Merle Oberon em cena. “Os atores contracenavam melhor e eram talentosos. Não existia essas tecnologias de efeitos especiais. Hoje em dia, os filmes são todos projetados em computador”, explicou. Para a aposentada os atores, em 1939, eram mais versáteis. “Os atores eram re-al-men-te [disse enfatizando cada sílaba] talentosos, dançavam, cantavam e eram muitos mais bonitos [risos]. Meus bonitões preferidos eram o Clark Gable e o Cary Grant.

Pouco antes de a sessão começar mais pessoas chegavam a procura de ingressos, mas sessão estava esgotados. Enquanto aguardava o próximo filme, a jornalista Barbara Profeta, 25, destacava a importância de rever os clássicos na Mostra. “É ótimo porque nem todo mundo tem acesso a esse conteúdo. Quem tem apenas TV aberta não vai assistir, a não ser que corra atrás. Uma mostra dessa e no Palácio das Artes é um atrativo a mais”.

Por: Ítalo Lopes

Imagem:  Warner Bros. Home Entertainment Group

 

Em busca de resposta para as perspectivas para o audiovisual brasileiro em 2015, cineastas e produtores de diversas regiões do país participaram  na segunda, 26, do debate  com Rodrigo Camargo, coordenador do departamento de fomento da ANCINE – Agência Nacional do Cinema -, ligada ao Ministério da Cultura. A discussão teve como mediador o critico de cinema Pedro Brecher.

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Rodrigo Camargo destacou algumas realizações nos últimos anos da Agência  e citou os quatro principais eixos de ação para o FSA (Fundo Setorial de Audiovisual): o desenvolvimento, a produção, a exibição e difusão e a capacitação.  Rodrigo aproveitou o espaço para divulgar editais que estão com inscrições abertas. São editais para produção e desenvolvimento de projetos audiovisuais. “Esses editais  contemplam não só projetos de cinema, mas, como o desenvolvimento de séries de tv, series para vídeos por demanda e formato de programa de televisão também”, destacou.

Rodrigo falou também de editais contínuos, que ficam abertos durante o ano todo e que são destinados a produções independentes, complementação de recursos e verba para lançamento de filmes: “ a perspectiva é de produzir trezentos longas metragens , 400 obras seriadas dando um total de duas mil horas de programação, o equivalente a toda a exibição de tv paga no ano de 2012”.

Os realizadores presentes lamentaram a ausência do presidente da ANCINE Manoel Rangel, anunciado na programação do evento, pois, buscavam uma discussão sobre  a política nacional para o audiovisual. Durante o debate,  apresentaram problemas  que encontram como o alto grau burocrático para aprovação de seus projetos, e o baixo incentivo para exibição de filmes independentes. Algumas questões não puderam ser respondidas por Rodrigo. “O que a gente vê é um distanciamento da ANCINE  para essa conversa com o setor de audiovisual no Brasil, e  quando o presidente não vem e manda um representante ele é só um representante,  e aqui é um local de interlocução”, lamentou Karen Abreu, vice-presidente do Congresso Brasileiro de Cinema e membro do Fórum Mineiro de Audiovisual.

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O Presidente do Congresso Brasileiro de Cinema, Frederico Cardoso,  levantou questões negativas presentes no próprio relatório anual da ANCINE. Entre elas, o baixo número de espectadores nas exibições de filmes brasileiros no cinema. E aproveitou para tentar mobilizar os cineastas, “quero convocar os realizadores a se unir e pensarem juntos em politicas publicas efetivas para o setor”.

Texto e reportagem: Felipe Chagas
Fotos/imagens: Yuran Khan

Um dos maiores feriados, considerado o marco de inicio de ano está chegando. Faltam apenas duas semanas para o carnaval. Cada dia que passa a expectativa para a folia aumenta e os planos para o feriado já estão sendo feitos. Nesse ano de 2015 a folia ocorrerá de 14 a 18 de fevereiro, sendo que os pré-carnavais já estão aquecendo os foliões.

Dentre aqueles que estão ansiosos para a data, existe os que gostam da comemoração mais tradicional. Os desfiles das escolas de samba. A pedagoga Bruna Tancredo, de 21 anos, é uma delas. Desde pequena, a jovem aprendeu com os pais a assistir os desfiles, e repete o hábito até hoje. “Gosto dos blocos, da festa, da farra, da alegria, adoro ver as escolas de samba do Rio e de São Paulo, a animação do povo é ótimo”, comenta. Como não estará em Belo Horizonte nesse ano, não poderá ver o carnaval da cidade, mas é curiosa para saber como é. “Sou doida pra ir, pois minha mãe já desfilou ai em BH. Quem sabe ano que vem eu vou”, afirma Tancredo.

Casos como o de Bruna não são os mais fáceis de encontrar. O povo tem preferido cair na folia nas ruas, ao invés de ficar em casa vendo os desfiles das escolas de samba. Como João Alves, estudante de publicidade e propaganda. “A cidade esta mais ativa como manifestação cultural”, explica. De acordo com ele, a opção de ficar em BH é devido a forma como a celebração acontece. “Eu gosto da festa tradicional com blocos de carnaval de rua por causa da música e das pessoas”, destaca. E um dilema, no caso, tem sido a programação. Tem muita coisa programada para a folia belo-horizontina que complica. “Não tenho uma programação fixa, vai depender dos amigos e das redes sociais, porque com tantas atrações fica difícil escolher uma”, explica Alves. Ele ressalta que está acompanhando os blocos na internet e optará por ir naquele que estiver mais bem organizado.

Embora seja uma data muito esperada, há quem não goste do carnaval. Não da festa em si, pelo menos. O estudante Tiago Wendling, de 20 anos, é uma dessas pessoas. Segundo ele as músicas não fazem seu estilo. “Além de morrer de vergonha das danças”, diz o jovem. Mesmo que no atual emprego tenha de ir trabalhar, ele já faz seus planos para a data. “Animo de ir pra rua, tomar umas, achar um lugar bacana com música bacana pra aproveitar”, conta.

Belo Horizonte tem se preparado para uma boa recepção aos foliões, para que a celebração não tenha problemas. O aquecimento para a festa e o concurso de marchinhas já começaram. Do dia 14 a 18 de fevereiro ainda terá o desfile dos blocos, além dos trios elétricos na cidade. Veja a programação no Jornal Contramão e boa folia.

Texto: Umberto Nunes

Foto: Aquivo – Aquecimento Carnaval 2013.

A Mostra de Cinema de Tiradentes colocou em debate no sábado, 24, o seu tema central: “Qual o lugar do cinema hoje”. Participaram da conversa ,o crítico de cinema e curador da mostra , Cleber Eduardo e o cineasta Felipe Bragança. A conversa teve como mediador o crítico e curador Francis Vogner. Além do tema principal, outras questões como as mudanças na realidade do cinema com o surgimento de várias outras mídias e o papel do cineasta na atualidade foram discutidos.

O mediador Francis Vogner iniciou o debate falando de como o surgimento de diferentes formas de escoamento do que é produzido pelo cinema hoje trouxe a necessidade de uma reflexão sobre qual seria o seu papel na arte na contemporaneidade. Ele se disse preocupado com essa nova maneira de contato com as obras, com as possibilidades de uma pessoa, ao mesmo tempo, ter acesso a muitas telas, a não estar mais em contato com uma obra do começo ao fim,falou ainda da ansiedade das pessoas, que ficam mais preocupadas em checar o status do facebook que seguir a história do filme até o final.

Cleber Eduardo afirmou que é difícil manter a atenção dos jovens durante um longo período vendo um filme, pois, eventualmente eles irão se dispersar usando seus celulares ou conversando com as pessoas ao lado. Ele concluiu dizendo que o lugar do cinema deveria ser nas salas de exibição, porém, alguns enxergam isso como autoritário, já que não têm a possibilidade de parar de assistir ou mudar de canal como feito na tv por exemplo. “É difícil competir com uma tela que está dentro de casa e que as pessoas acreditam que não estão pagando nada para tela ali dentro”, lamenta.

Felipe Bragança defendeu de que tão importante quanto o lugar do cinema hoje é o lugar do cineasta. Realizador com filmes exibidos nos principais festivais do mundo, Felipe defende que os cineastas devem “se jogar mais para o mundo” e criar usando as varias opções disponívels: “é possível fazer coisa boa e usar como forma de exibição a TV, internet e as diferentes mídias”. “ O cinema é forte o suficiente pra lidar e se misturar com esses outro espaços e sair de lá criando um novo território”, conclui.

Texto Felipe Chagas

Imagens Yuran Khan