Entretenimento

Lei Estado de Incentivo a Cultura atinge teto de renúncia fiscal e prejudica setor cultural de Minas Gerais

O teto de renúncia fiscal de ICMS foi atingido. A Secretaria de Cultura do Estado de Minas Gerais diz que a captação de 79 milhões de reais foram atingidos ainda no primeiro semestre, e foi distribuído, em 380 projetos, sendo R$ 18,15 milhões em projetos do edital de 2012 e R$ 61,13 milhões em projetos do edital de 2013.

Para a secretaria, a renuncia atingiu seu teto tão rapidamente, devido as mudanças ocorridas na Lei, que passou a contrapartida das empresas patrocinadoras para 1 a 5%, em vez dos 20%. A diminuição dessa porcentagem, contribuiu para que 104 novas empresas entrasse no roll de patrocínio. De acordo com a secretaria, a notícia foi dada em tom de comemoração, pois mostra um panorama positivo da lei. “É a primeira vez na história da LEIC que atingimos o teto da renuncia efetivamente – um teto que está em aumento constante”, diz Laura Guimarães, chefe de comunicação da Secretaria Estadual de Cultura.

Com tudo, artistas e produtores culturais receberam a notícia com surpresa. Em carta aberta, eles reconheceram que a Lei de Incentivo à Cultura se apresenta como principal instrumento de política pública para o setor cultural do Estado de Minas Gerais. Entretanto, acreditam que nos últimos anos, a secretaria acabou entrando num colapso. Resultado que apresenta diversos projetos que se encontram em situação precária ou ameaçados a descontinuidade e que não conseguem mais captar recursos por intermédio da LeiC. “Em primeiro lugar, é preciso destacar a decisão equivocada pela redução da contrapartida para as empresas incentivadoras sem o aumento do percentual do teto da renúncia fiscal. Acreditamos que tal alteração, além de abrir mão do montante de recursos próprios que era investido pelas empresas nos projetos culturais, acirrou ainda mais a disputa por patrocínios, prejudicando, sobretudo, os pequenos empreendedores do Estado”, cita na carta aberta.

Em nota, a secretaria, destacou que não se trata de esgotamento da renúncia fiscal, uma vez que os projetos podem captar em 2015. E diante disto, a Secretaria de Estado de Cultura, em parceria com a Secretaria de Estado de Fazenda, tomou a providência de elaborar e publicar uma solução para o problema. Essa solução, segundo eles, normatiza os procedimentos de patrocínio por meio da Lei Estadual, com duas alternativas para que projetos aprovados pelo mecanismo de fomento possam receber recursos ainda este ano. São elas:

• Substituição pela empresa de projetos por ela patrocinados, com foco na troca de projetos que serão executados em 2015 por outros que têm previsão de execução ainda em 2014.

• Antecipação do investimento por parte da empresa, mantendo a dedução do imposto em 2015. A expectativa é de que esses procedimentos, aliados ao mecanismo da Dívida Ativa, possam atenuar as dificuldades dos agentes culturais neste momento de transição e adaptação ao novo cenário.

Para o setor cultural, “não há, portanto, motivo para comemoração do esgotamento da renúncia fiscal. Afinal, a situação tende a se tornar ainda mais grave, pois, no ritmo em que se encontra a utilização dos recursos, grande parte da verba prevista para 2015 terá sido consumida já no primeiro trimestre, como resultado do ‘efeito bola de neve’ criado na atual gestão da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais.” Dizem na carta os produtores culturais de Minas Gerais.

Carta aberta

Resposta da Secretaria à carta

Produtores culturais falam para o Contramão:

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Por Lívia Tostes

A Agência Nacional do Cinema, leva o projeto ”Um dia com a ANCINE” para a capital Mineira, nesta sexta-feira,1, das 9h30 às 17h, no Auditório ICBEU – Rua da Bahia, 1723, Lourdes. O projeto tem a parceria da Associação Curta Minas (ABD-MG) e da Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão (ABPITV). A oficina é uma ação de transparência institucional da ANCINE e faz parte de uma série de eventos promovidos pela mesma. A oficina tem como objetivo capacitar os agentes do mercado e tirar dúvidas sobre o funcionamento de áreas-chave da agência, como as ferramentas já disponíveis no Portal ANCINE.

Entre os temas em pauta, estarão também a emissão do Certificado de Produto Brasileiro (CPB), o registro de agentes econômicos e o trâmite para a realização de um projeto audiovisual utilizando-se de recursos de fomento e do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). O evento será aberto com uma palestra, que ficará a cargo da diretora Rosana Alcântara e o seminário será conduzido pelo Especialista em Regulação da Atividade Cinematográfica e Audiovisual, Layo Barros. A iniciativa é voltada para novos profissionais do setor e teve sua primeira edição, em São Paulo, no último dia 10 de junho.

De acordo com Marco Aurélio, presidente da Associação Curta Minas e promotor do evento na cidade, o número de inscritos em Minas bateu recorde.
“Geralmente os eventos da ANCINE são para 60 à 120 pessoas e eles fecharam este com 150 vagas”, ressalta Marco Aurélio.

Até a última sexta-feira, os organizadores receberam cerca de 200 inscrições para participar do seminário, contando que depois das inscrições no site terem sido encerradas, ainda receberam algumas de última hora através do e-mail.

Para o presidente da Associação Curta Minas, o recorde de inscrições provém da falta de eventos deste porte no estado. “Minas Gerais possui grande demanda de público interessados nestes assuntos e sofre com essa falta principalmente pelo fato de sua capital (Belo Horizonte) sempre ficar de fora das programações” destaca Marco Aurélio

Mais informações no e-mail: [email protected]

Por: Yuran Khan e Bárbara Carvalhaes

Na próxima quarta-feira, 23, o jornalista, compositor e escritor Ademir Assunção irá apresentar o show Viralatas de Córdoba junto de sua banda Fracasso da Raça. A apresentação será no Sesc Palladium, às 19:30, com entrada gratuita.

Em entrevista para o Jornal Contramão, o letrista explica que o nome “Viralatas de Córdoba” surgiu em uma de suas viagens, neste caso, quando foi para Córdoba, na Argentina. Segundo ele, havia muitos viralatas (cachorros) vivendo nas ruas da cidade e ele acabou gostou deles e com isso resolveu colocar este nome no CD.  Para Ademir, este nome representa bem o tom do trabalho e, afirma que gosta da liberdade dos viralatas, que se sentem bem fuçando a poeira das ruas.

Ao perguntar qual o conceito trabalhado neste show, Assunção destaca: “O show é uma fusão de poesia com blues, rock’n’roll e baladas. Quando a poesia sai do espaço silencioso do livro e passa para a fala, ganha outras possibilidades de linguagem: o tom da voz, a emissão mais forte ou mais aveludada, as pausas. Em diálogo com instrumentos musicais, como o baixo, a bateria e a guitarra, no meu caso, ganham mais recursos ainda. Acho bom para a poesia tomar esse choque elétrico na carne. E acho bom para o público tomar esse choque de palavras na testa.”

Livro A Voz Ventríloquo, Ademir Assunção

Em 2013, Ademir Assunção ganhou o prêmio Jabuti com o livro de poesias “A voz do Ventríloquo” e se diz feliz em ter recebido o prêmio, mesmo que já tenha declarado em entrevistas que nunca havia
ganhado prêmios com poesia e que não corre atrás deles. Para escrever, Assunção gosta da ideia de Tom Waits sobre o processo criativo: “É como um aquário que pouco a pouco vai se enchendo de peixes.
Peixes azuis, vermelhos, negros, amarelos, de tamanhos, texturas e formatos diferentes. De repente, o aquário está cheio e eles começam a saltar para fora”.

“É mais ou menos assim. De repente, os peixes começam a saltar para fora do aquário”, ressalta Assunção.

Por Bárbara Carvalhaes
Foto e vídeo: Divulgação

Conexão BH está chegando ao fim de sua 14ª edição. A programação extensa seguiu por toda a Copa do Mundo. Durante os meses junho e julho, o projeto vem conectando diversos estilos musicais e ocupando lugares inusitados, como as Estações do BRT-Move, Mercado do Cruzeiro, Mercado das Borboletas, Casa dos Jornalistas e o já conhecido, Parque Municipal Américo Renné Giannetti.

“A ocupação da cidade em 27 dias em lugares distintos, contou com uma programação descentralizada, dando oportunidade tanto para os artistas se apresentarem em locais que nunca imaginaram e para o público que nunca pensaria em ver um show numa estação, por exemplo,” diz o produtor Maurílio Kuru Lima. A programação foi focada na cena musical e cultural da capital mineira, tendo em vista sua diversidade, a produção do evento buscou “conectar” forró, samba, rock, música eletrônica, rap e vários outros estilos em uma extensa programação agradando a todos.

 A tradição do Conexão BH no Parque Municipal não poderia ter sido melhor! Em três dias de programação, a estrutura contava com dois palcos, um espaço de música eletrônica, barracas de restaurantes e uma feirinha. O show mais esperado, segundo o público, era do cantor e percussionista pernambucano Otto. “Não é a primeira vez que o Otto toca em BH, mas é sempre como convidado de outra banda. Agora ele está aqui, com um show só dele, isso é fantástico”, ressaltou a estudante Mariana Rios.

 Além da grande atração do Parque, bandas independentes e de outros países puderam se apresentar. Durante os intervalos dos shows, o Samba da Meia Noite com todo seu batuque fazia um cortejo pelo Parque, acompanhado pelo público que sambava e se divertia. Durante 27 dias de programação, 130 atrações ocuparam a cidade.

 Conexão consciente!

 Nesta 14ª edição, foi pensado uma campanha de conscientização ambiental #MeuCopoEco. Um sistema de empréstimo de copos reutilizáveis, onde o público tem a opção de comprar ou alugar o um copo no valor de R$ 5,00 reais. Ao final do evento, quem alugou, pode devolver e pegar o dinheiro de volta ou levar o objeto como recordação.

O Conexão BH chega ao fim no dia 13 de julho. Para comemorar o dia mundial do Rock, a programação de encerramento será no Mercado das Borboletas, com o evento chamado Virada do Rock.

 Mais informações: https://www.facebook.com/conexoeslivres?fref=ts

Texto: Lívia Tostes

Foto: Luis Gustavo Lima

O Music Bank in Brazil foi ao ar, hoje, na Coreia ás 11h da manhã, mas ocorrerá uma reprise ás 18h50, através do canal do YouTube da emissora responsável pelo programas, KBS World,  e uma reprise ocorre às 5 da manhã de amanhã. No dia sete de junho o Brasil foi palco do maior festival de música pop coreana do mundo, a cidade agraciada com esse evento foi o Rio de Janeiro. No total foram sete atrações sul coreanas, B.A.P., MBLAQ, Ailee, M.I.B, INFINITE, CNBLUE e SHINee.

Na sexta-feira, 06, o HSBC Arena recebeu a coletiva de imprensa com os ídolos que já se encontravam no estado, foram selecionados dois membros de cada grupo para conversar com os jornalistas: M.I.B (KangNam e 5Zic), CNBLUE (MinHyuk e JongHyun), SHINee (Key e JongHyun), INFINITE (DongWoo e SungGyu) e a cantora Ailee. A escolhida para realizar a intermediação, entre os ídolos e a imprensa, foi a ancora da principal emissora coreana, KBS, Jeong JiWon.

Como foi a coletiva?

A coletiva estava marcada para as 14h, mas por causa do trânsito o evento foi adiado para às 15h. A Dream Maker responsável pela produção do evento recolheu as perguntas, por e-mail, uma semana antes com as mídias credenciadas. Antes dos artistas entrarem fomos avisados que não poderíamos fazer novas perguntas nem realizar por nós mesmos as que tínhamos enviados para aprovação. A Dream Maker havia selecionado algumas perguntas entre as recebidas e a ancora JiWon realizou as perguntas em coreano para artistas presentes, antes de responderem a pergunta passavam a vez para a tradutora Jenny Cho, que lia em português para os presentes na sala e só então os ídolos respondiam e traduziam as respostas.

Durante a coletiva as mídias poderiam tirar fotos e filmar, porém sem saírem do lugar. Ao final da coletiva os artistas se reuniam com o grupo completo para as fotos, nesse momento foi permitida a imprensa se mover.

O INFINITE é conhecido por suas coreografias, os fãs gostariam de saber: como vocês conseguem aprender novas coreografias?

DongWoo: Tem que jogar fora todos os pensamentos ruins como: “Ah! Eu danço mal”. A coreografia expressa bastante o amor, então tendo o amor no coração vocês vão conseguir aprender muito.

O M.I.B. já está aqui há uma semana, qual o lugar que vocês mais gostaram de visitar?

5Zic: Nós fomos em várias praias e em vários shoppings, mas o que mais gostamos foram das belas mulheres brasileiras.

Todos os presentes no local reagiram com um coro de “Own”, quando ele respondeu “eu te amo” em português.

O Show

Uma semana antes do show inúmeros fãs montaram um acampamento ao longo dos muros da HSBC Arena. No dia do show, as filas para cada setor eram imensas e a desorganização era vista desde cedo, quando os portões finalmente se abriram os fãs da pista premier se espremiam para tentar formar uma fila com três pessoas lado a lado, mas não deu muito certo, o que causou transtorno para muitas pessoas e machucou outras.

Entrando no local havia uma longa mesa em que distribuíram a primeira edição em português da revista coreana K WAVE. Passando pelos seguranças os fãs subiam uma rampa em que eram filmados e transmitidos para dois telões dentro da Arena. Muitos fãs queria entregar presentes para seus ídolos, mas ficaram confusos de onde e como fazerem isso, os menos desesperados conseguiram observar uma pilha de presentes logo no hall de entrada da cada de shows, tudo o que tinham a fazer era pedir a um staff da Mix JunkBox para pegar o presente e colocar na pilha de determinado artista.

Muitas das situações que haviam combinado antes não foram seguidas naquele momento, havia quatro empresas trabalhando na organização do Music Bank Brasil e muitos dos staffs presentes eram coreanos e não arriscavam nem responder em inglês.

Mas quando o show começou todos se esqueceram dos transtornos ocorridos. O grupo que abriu o festival foram os caras do B.A.P., de repente parecia que a arena era composta só de Babys (nome dado ao fandom do grupo), todos sabiam cantar as músicas, o grito de guerra e o nome de cada integrante. Em seguida foi à vez da Ailee, pra quem não conhecia o trabalho dela ficou fã no mesmo instante em que a “princesa do k-pop”, como muitos fãs gritaram, ficaram seduzidos com as curvas do corpo dela e com os agudos originais. O terceiro grupo da noite foi o M.I.B., os garotos que já estavam no Brasil há uma semana, realizando passeios pelo Rio de Janeiro, foram muito bem recebidos pela plateia e repetiram várias vezes as frases, “Bonita, eu te amo!”, “Brasil, eu te amo!”.

Houve pequenos shows de intervalo, como o da dupla Toheart, WooHyun do INFINITE e o Key do SHINee. A dupla sorteou na hora uma garota para subir ao palco e ser a “Dream Girl” da noite. Todos os artistas subiram ao palco para canta a música “Vou deixar” da banda mineira, Skank. A cantora Ailee mostrou que se esforçou para aprender português ao realizar um desempenho de Aquarela do Brasil do compositor mineiro Ary Barroso. Taemin, Jonghyun e Sungkyu cantaram ‘Garota de Ipanema’.

O festival seguiu com a apresentação do grupo MBLAQ que mostrou a todos que tem uma bela harmonia de grupo, com coreografias bem trabalhadas. Os meninos do INFINITE chegaram arrancando gritos de toda a plateia, de repente o local mais uma vez só parecia ter rum fandom dessa vez eram todos “Inspitis”, com seus rebolados e movimentos agitados os sete membros seduziam a plateia, DongWoo, um dos rappers do grupo tirou a camisa social ficando só se calça e camiseta, arrancando mais gritos dos fãs.

A apresentação a seguir ficou por conta da banda CNBLUE, com mais agitação que antes, todos pareciam ser Boicers, quando o vocalista YongHwa pediu para que acompanhassem seus gritos o público se agitou, mas não conseguiram acompanhar o seu ultimo agudo, arrancando palmas e gritos. A banda tirou todos do chão com a música I’m a Loner, logo que finalizaram foi a vez do grupo mais esperado da noite e logo a pergunta que vinha sendo feita há dias seria respondida, “Por onde anda Onew?”, o líder do grupo, “será que ele estava lá?”. Quando o grupo apareceu no topo da escada só havia quatro membros e não cinco, as Shawols ficaram esperançosas até o último minuto, mas não. Onew não pode participar do Music Bank Brasil.

Somente depois do show que a empresa da boyband, SMEntreteniment, divulgou que o líder do grupo passou por uma cirurgia nas cordas vocais no último dia 3 de junho e por isso teve que permanecer em repouso. Depois do show viam-se rostos desanimados, desolados, quando questionadas sobre o motivo a resposta era simples, “depressão pós Onew não estar presente”.

Do lado de fora da arena o que mais se ouvia eram fãs falando “ele sorriu para mim”, “teve esse momento que o WooHyun me olhou”, “Ah! Eu ganhei um tchauzinho do MyungSoo”. “o Key fez coração pra mim”, “o MinHyuk não parava de me olhar”. Todos ali estavam com um sorriso de satisfação no rosto, apesar dos grupos terem apresentadas três músicas cada, todos puderam presenciar por um momento, aquilo que costumam ver através de seus computadores. Os vocais, as danças e o charme. Pode se dizer que ninguém saiu decepcionado do show, mas eu estaria mentindo, esquecendo das Shawols, que esperaram até o último minuto pelos cinco garotos e só quatro puderam comparecer.

Veja nossa galeria de imagens da coletiva de imprensa, através desse link.

Texto e fotos: Juliana Costa

A Praça da Savassi tem vivido em ritmo quase carnavalesco durante a Copa do Mundo. Na noite de sábado, 14, o lugar virou palco de comemorações pela vitória da seleção colombiana. O amarelo do uniforme e os gritos de guerra eram constantes, assim como o sorriso dos taxistas e ambulantes que também aproveitavam a festa. O que faltou mesmo foram banheiros químicos espalhados pelo local, de forma que as bancas de jornal se tornavam mictórios para brasileiros e gringos.

De Manchester, o estudante Martin era só amor pelo país da Copa. Chegando em Belo Horizonte há duas semanas, o inglês decidiu ficar mais uma semana depois do jogo da Inglaterra, que acontece no dia 24, terça-feira. Suas palavras são carregadas de entusiasmo, “O que mais me chama atenção em Belo Horizonte é a noite. O pessoal é simpático e hospitaleiro, além de muito bonito. As mulheres são muito bonitas!”. Na noite deste sábado, o que espanta Martin é o grande volume de colombianos.

Aproveitando o forte movimento, ambulantes aumentaram significativamente seus preços: uma garrafa de catuaba costuma ser comercializado de R$ 12 à R$ 15 na região, ontem o preço mínimo eram R$ 20. Luís Gustavo de apenas 14 anos veio de Betim para se embrenhar entre os gringos e aproveitar a oportunidade para faturar. Otimismo é o que define o sentimento do taxista Cláudio: para ele o movimento tende a melhorar, mas desde já considera que o número de clientes aumentou consideravelmente. Para o profissional, a maior dificuldade é relacionada ao idioma e a grande variedade de culturas e línguas que desembarcam em BH, “mas o problema não é tão grave, por que a maioria vem sempre acompanhado de algum brasileiro”, ameniza.

O colombiano Pedro Antônio, que veio de Bogotá para acompanhar a vitória de sua seleção na tarde do mesmo sábado, também elogia os brasileiros, que classifica como uma gente muito gentil e bonita. O torcedor, no entanto, faz uma ressalva, “vocês são legais, mas poderiam estar mais preparados para a Copa”. Em relação ao idioma, ele revela que dificilmente encontra quem fale inglês ou espanhol, mas que os brasileiros são educados e falam devagar, o que facilita a compreensão, e que, portanto, não tem tido muita dificuldade em relação a isso.

Na noite de sábado a Savassi foi invadida pelos torcedores colombianos, o espanhol foi o idioma oficial da noite e os gritos de guerra faziam parecer que em Belo Horizonte a torcida é pela equipe da Colômbia. A falta de banheiros químicos, no entanto, foi o que destoou a festa, espalhando mau cheiro e constrangimentos em toda região. Este carnaval vai se alongar até o final dos jogos da Copa do Mundo, ainda é tempo de acertar as arestas.

Texto: Alex Bessas
Foto: Divirta-se Uai (Estado de Minas)