Entretenimento

Em 2007, quando o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo em 2014, Herlanderson Silva sonhou com um evento que traria muita prosperidade para o bar que gerencia na Savassi. A região foi revitalizada há pouco tempo, além de abrigar muitos estabelecimentos e diversidade de pessoas – a combinação perfeita para unir o útil ao agradável: ganhar dinheiro e ter o prazer de receber turistas estrangeiros para torcer e ver o Brasil ser hexacampeão.

Entretanto a realidade hoje é outra. A poucos dias da abertura da Copa do Mundo, Silva não sabe dizer ao certo quando seu bar irá funcionar.

A dúvida surgiu a partir da experiência da Copa das Confederações, no ano passado. O bar, localizado à Rua Antônio de Albuquerque, sofreu prejuízos com os arrastões que pegaram onda junto com as manifestações que eclodiram por todo o país. “Estamos preparados para fechar as portas a qualquer momento se houver baderna”, explica.

No quarteirão da Rua Pernambuco, a livraria Status, investiu e apostou em um ambiente externo com música ao vivo, mas  foi impossibilitada de manter seu padrão durante os 32 dias de evento. “A Prefeitura de BH já nos notificou informando que não teremos alvará para usar o espaço externo, não será permitida música ao vivo nem montagem de telão, só poderemos utilizar o ambiente interno”, relata o gerente Charles Santana.

Em função de tanta burocracia, os demais bares da região decidiram não modificar nada no cardápio. Nada de coquetéis comemorativos, nem pratos novos, ou sequer decoração. “Apenas o reajuste nos valores, porque a Ambev já aumentou em 11% o preço da cerveja, que está por 7,90 a garrafa de 600 ml”, conta Jarbas Gomes, responsável pelo Baiana do Acarajé.

De acordo com Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel), após repercussão dos impactos que o setor de alimentação fora do lar sofreria com o segundo aumento consecutivo da tributação sobre bebidas frias, o Ministro da Fazenda se reuniu com o presidente executivo da Abrasel e representantes do setor de bebidas. Segundo Guido Mantega, aumento marcado para 1º de junho foi adiado para setembro e acontecerá de forma escalonada.

A ideia da Copa do mundo era mostrar uma cidade turística, capaz de receber pessoas de vários países. Por enquanto, consumidores e comerciantes estão muito receosos com o que irá acontecer nos dias de jogos, principalmente os que a cidade mineira irá sediar.

O belo-horizontino, habituado com o movimento boêmio da capital, terá que se adaptar neste período. Joana Melo, estudante de moda, moradora da região sul e cliente fiel dos bares da Savassi, diz que não tem intenção de assistir aos jogos na rua. “Já que não irão oferecer nenhum diferencial e diante da expectativa de violência, optei por torcer na casa de amigos”, explica.

Já em relação à exibição dos jogos, no interior dos estabelecimentos, a FIFA estabelece condições, que podem ser consultadas no site Exibição Pública FIFA. E sobre a colocação de telões nas calçadas dos estabelecimentos para a exibição dos jogos, o interessado precisa licenciar o evento na Prefeitura e seguir as condições da FIFA, de acordo com o regional Centro-Sul.

Já a Secretaria Municipal Extraordinária da Copa do Mundo (SMCOPA) disse que Belo Horizonte terá dois eventos oficiais durante a Copa do Mundo – os jogos que serão realizados no Mineirão e o FIFA Fan Fest, evento de exibição pública dos jogos, no Expominas.

Texto: Grazi Souza, Silva de Assis e Ursulla Magro

Foto: João Alves

A ação cineclubista começou no Brasil em 1928, com o Chaplin Club, no Rio de Janeiro e desde então foi se espalhando por todas as regiões do país. Hoje, totalizam cerca de 1370 cineclubes ativos, segundo o Conselho Nacional de Cineclubes no Brasil. Após 50 anos de Ditadura Militar, o cineclubismo continua a ser uma prática vanguardista. Em 1964, após o golpe, foram fechados vários cineclubes que eram vistos como prática subversiva. Em Belo Horizonte, a repressão fechou na década de 70, o curso de cinema da PUC Minas.

Sempre com local, data e horários fixos, os cineclubes exibem filmes de diversas temáticas – política, social, ou até mesmo a filmografia de alguns cineastas que marcaram, geralmente pensando na democratização do acesso e filmes que não circulam dentro das salas comerciais. A exibição é sempre acompanhada de debate, que tem ampla participação e importância. Nos debates os cinéfilos trocam experiências e despertam sua criticidade.
Texto: Luna Pontone
Foto: Danilo Vilaça

Diversidade pode ser a palavra que contextualiza todo o primeiro semestre no Instituto de Comunicação e Artes da UNA.

No inicio do mês de abril, entre os dias 08 e 09, ocorreu o Circuito Comunica: Cores da Igualdade, organizado pelo coletivo ABUNA. O coletivo que, em tupi-guarani significa “Homem Preto”, é um grupo institucional formado por 11 alunos do Centro Universitário UNA, responsável por realizar o evento.

Com palestras e workshops, o Circuito foi de grande sucesso no ICA (Instituto de Comunicação e Artes). O workshop “Turbantes: Origem, Significados e Torções para o Cotidiano”, realizado pela estudante Énia Dára Medina, teve a participação dos professores e dos alunos que não tiveram vergonha de se jogar na moda dos turbantes.

Sob o comando da professora Daniela Viegas, os alunos do 3º período de Relações Públicas, organizaram o II Fórum Comunica intitulado como Diversifica. O evento contou com a presença dos palestrantes Cris Guerra, blogueira e colunista de moda, Wesley Schunk, médico e ex-BBB, Gustavo Jabrazi, representante da agência Filadélfia, Roberto Reis, professor e coordenador do UNA-SE Contra a Homofobia e Tania Rodrigues, representante do grupo Black Soul de BH.

Segundo Viegas, a experiência de organizar o Fórum foi muito gratificante, não só para ela, como para os alunos e participantes, pois todas as decisões sobre o evento foram feitas em discussões democráticas em um processo deliberativo.

Texto: Luna Pontone
Foto: Diogo Fabrin

A exposição GENESIS, de Sebastião Salgado, se encontra a partir de hoje, 4, até o dia 24 de agosto no Palácio das Artes. O fotografo fez mais de trinta viagens por diversas regiões do mundo para desfrutar de suas maravilhas e fazer uma profunda especulação sobre problemas sociais e ambientais atuais.

Os últimos oito anos que Sebastião dedicou neste projeto, envolveu expedições a vários lugares remotos com povos isolados, helicópteros, canoas e caminhadas em terrenos difíceis. Tendo o preto e branco predominante em suas fotografias, a exposição foi dividida em cinco seções geográficas, recebendo os nomes: Planeta azul; Santuários; África; Terra do Norte; Amazônia e Pantanal.

O projeto que é patrocinado pela empresa Vale desde 2008, mostra que a relação homem – natureza é primordial para o equilíbrio do planeta. Com os registros ele incentiva de forma educacional e informativa a preservação da natureza. As 254 fotografias que já passaram por outras cidades, inclusive no Museu de História Natural de Londres, estão expostas na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard e no Espaço Mari’Stella Tristão e outras 52 fotos externas encontram-se no Parque Municipal Américo René Gianetti.

Texto: Bárbara Carvalhaes
Foto: Divulgação

Faltando oito dias para o inicio da “tão esperada” Copa do Mundo no Brasil, fica evidente que a capital mineira não anda muito animada em receber o Mundial e consecutivamente os turistas que desembarcarão na cidade neste período. Diferente dos mundiais anteriores (2010 e 2006) as ruas, as lojas e os restaurantes não estão enfeitados ou em clima de copa – aquela agitação pré-mundial. Só se vê por ai, a promessa de uma grande manifestação no dia 12 de junho, abertura oficial do evento.

Apesar do desanimo dois restaurantes estrangeiros instalados na capital decidiram enfeitar o local em comemoração à Copa. O restaurante, Soléa e a Pizza Sur, ambos restaurantes estrangeiros.

Restaurante Pizza Sur

A escola de dança espanhola Soléa abre as portas para o almoço e jantar, sendo considerado um restaurante espanhol. O local já possui tema da Espanha, mas para agradar a todos turistas, eles enfeitaram o ambiente com faixas em verde amarelo, simbolizando o Brasil. Já a Pizza Sur, desde o Mundial de 2006 é toda enfeitada com artigos do país argentino.

O argentino e proprietário, Gustavo Romano, explica que em toda Copa do Mundo eles enfeitam o restaurante com artigos argentinos, “Nosso restaurante é famoso entre torcedores da argentina, ele se tornou uma fortaleza para os clientes latino-americanos”.  Romano ainda ressalta que, “enfeitar o restaurante é como se estivesse em casa, além de agradar muita gente”.

Texto e foto: Juliana Costa
 

Escola de dança e restaurante Soléa 

No meio musical ou literário nós nos encontramos em um tempo que criar algo novo é praticamente impossível. Para tentar contornar o que já é conhecido autores e compositores tentam inovar suas criações misturando estilos já vistos antes. Esse é o caso da banda mineira Dolores 602, cada integrante possui uma influência musical e em busca de fazer um som que seja gostoso de ouvir elas criam suas próprias letras e arranjos musicais.

Elas não estão atrás de um rotulo musical só querem fazer música e se possível conseguir tirar algum ganho financeiro disso. O nome da banda possui várias histórias dentre elas, um “causo” que chegou ao ouvido delas: – Havia uma senhora que morreu e ela colecionava os potes dos remédios que ela tomava. Vasculhando a casa descobriram que ela tinha um caderninho com os nomes dos amantes que teve ao longo da vida. Eram 301 frascos e 301 amantes, ao todo 602 e o nome dela era Dolores.

Leiam na integra o bate papo que o Jornal Contramão teve com a Banda Dolores 602:

Como a banda surgiu?

Isabella: Eu e a Camila já tínhamos tocado juntas em duas outras bandas, de estilos bem diferentes, ai quando a última banda terminou estávamos a fim de formar outra. A gente sempre, tipo, querendo caçar confusão. E ai coincidiu da Camila conhecer uma pessoa, uma aluna dela indicou, disse que já conhecia uma menina que cantava e estava a fim de formar uma banda, ai apareceu a Débora e a Táskinha a tira colo, que já tocava com a Débora, ai combinamos um ensaio lá em casa no meio de 2010 e rolou.

Camila: Ficamos seis meses preparando o repertório e em fevereiro do outro ano, começamos a tocar. Foi no nosso tempo, só tínhamos o final de semana para ensaiar.

Isabella: Não tínhamos muita pretensão, no inicio só queríamos fechar um repertório cover para tocarmos.

Quando que começaram a trabalhar nas músicas do EP?

Camila: Uma no final de 2011, outra em janeiro de 2012, dai, há três meses surgiu outra, a gente começou a inserir elas no repertório, a gente viu que eles casavam com o repertório que cover que a banda tinha. Rodamos 2012 assim, 2013, ano passado, a gente foi pra São Paulo participar de um festival, e ganhamos o primeiro lugar, foi uma grande surpresa. Não acreditamos quando anunciaram o nome da nossa banda em 1º lugar.

Quem é a responsável pela composição e arranjos?

Camila: Eu acho que estamos nos descobrindo, essa resposta vai mudar.

Táskia: Mas por enquanto eu e a Camila.

Camila: As músicas que estão no EP são da Táskinha e do Miro, que é um amigo dela, parceiros de composição. Tem algumas minhas e tem uma que é da Luiza Brini e da Raquel Dias.

Táskia: E tem a Nine Out Of Ten que é do Caetano Veloso.

Dolores 602: Os arranjos são feitos por todo mundo, durante os ensaios, uma da pitaco no da outra, a Débora sempre acha que deve por mais prato.

Quais as influências musicais da banda?

Débora: Acho que cada uma tem uma bagagem diferente. Taskinha está mais no Rock’ n’ Roll e no blues.

Isabella: Eu gosto de ouvir tanta coisa diferente! Gosto muito de Folk Rock, Axé, de Rock de tudo, acho que até as coisas que não gostamos acaba influenciando também, pelo menos alguma coisa você tira, pelo menos para não fazer igual. É difícil olhar assim pra trás e perceber o que influenciou, é uma mistura de tantas épocas diferentes da nossa vida.

Camila: E eu acho que o que a banda faz hoje não é buscando um estilo e nem é buscando referências para trás, não conscientemente, pelo menos. Vamos muito pelo som, queria que soasse assim, queria que causasse essa sensação. Eu acho que não tem muita essa coisa de estilo em primeiro plano, está lá na nossa vida, construiu a gente, mas nós vamos muito pelo som.

Quais os desafios de ser uma banda mineira?

Camila: Não somos música mineira. Eu acho que, depois de 30 anos de Clube da Esquina, está rolando uma estereotipia em Minas. Por exemplo, música do Espírito Santo é música que se faz no Espírito Santo. Música carioca é música que se faz no Rio de Janeiro, música do Mato Grosso do Sul é música do Mato Grosso do Sul e música mineira é Clube da Esquina, quando se fala música mineira, cunhou aquele estilo e ficou. Acho que às vezes isso limita. Existe uma cena muito efervescente, que é totalmente diferente disso. Lógico que não tem como não ter ouvido Clube da Esquina na vida e não gostado de algumas coisas ou de tudo, entende?
Nós somos uma banda mineira, pelo menos eu tenho muito orgulho de ter nascido aqui, mas acho que isso é uma coisa que a gente vai ter que lidar assim, não é música mineira, mas é música mineira. (Entendeu?)

Débora: Não é uma música mineira é uma música de Minas.

Quando as coisas passaram a dar certo para a banda?

Débora: Eu acho que deu certo a partir do momento em que falou: – É isso, vamos lá! Deu certo pra gente, gosto de estar aqui, gosto de fazer isso mesmo, adoro tocar com essas meninas e é bom pra caralho.

Táskia: Eu acho que deu certo quando colocamos um objetivo. Que ai as coisas começaram a caminhar. Acho que foi a partir de algumas reuniões que teve no ano passado, começamos a pensar o que queríamos para a banda e como artistas.

Curtiram o papo das garotas? Acessem o site da banda e realizem o download do primeiro EP da Dolores 602.
Vejam a nossa galeria de fotos da banda!

Foto e Texto por: Juliana Costa