Entretenimento

Nesta quinta-feira, 29, aconteceu a abertura oficial da 9ª Edição do CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto. A cerimônia aconteceu no Cine Vila Rica, onde apresentou à temática e os homenageados desta edição.

A CineOP se caracteriza pelo único evento a ter enfoque a preservação, a história e a educação audiovisual no Brasil. Entre os homenageados, estão os cineastas Luiz Rosemberg Filho, Ricardo Miranda e ao grande preservador e ex-curador da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), Cosme Alves Netto.

Na temática histórica, Rosemberg, é considerado um dos mais inventivos, radicais artistas da geração de 68, onde desenvolveu um cinema mesclando erotismo, crítica, política e amor ao cinema. Já Ricardo Miranda, foi um artista, montador, cineasta, professor e um cinéfilo que o fez uma das grandes referências da sétima arte das duas últimas décadas. Pensando na temática de preservação, ninguém melhor do que Cosme Alves Netto, que esteve à frente da cinemateca do MAM entre 65 e 88, resistindo à ditadura militar, lutando e organizando a memória do cinema, além de ter sido um dos maiores incentivadores da produção cultural e independente da época.

Durante a cerimônia, os homenageados receberam o simbólico troféu Vila Rica. As viúvas de Ricardo e Cosme subiram ao palco para receber o prêmio e falaram da importância do reconhecimento do trabalho de ambos para o cinema brasileiro. Rosemberg, foi aplaudido de pé e, como já era de se esperar, não fez nenhuma declaração, visto que sempre se manteve longe dos holofotes da mídia, mas dedicou o prêmio aos amigos mais próximos.

Após a cerimônia de abertura, a pré-estreia do documentário “Tudo por amor ao cinema”, de Aluísio Michiles, que narra à trajetória da vida de Cosme Alves Netto através de depoimentos de amigos e cenas de filmes, que ajudam a narrar um momento de sua vida – intercalação de filmes que ajudam a ilustrar e narrar cada momento relembrado em cena. Michiles contou que “Desde jovem, me perguntava para onde iam os filmes aos quais assistia no cinema, eu queria saber o que acontecia com eles”, por isso resolveu dirigir um longa-metragem que contasse a vida de um dos homens que mais representam essa memória cinematográfica no país.

Mais informações: www.cineop.com.br 

Por Lívia Tostes
Fotos: Leo Lara/Universo Produções

Em 2014 chegamos a 50 anos do Golpe Militar de 1964. Para ajudar a manter na memória esse momento grave da história do Brasil, o Centro de Referência Audiovisual de Belo Horizonte (CRAV), em parceira com o Núcleo de História Oral da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (NHO-Fafich) da UFMG, exibem o documentário “Pasquim – A Revolução pelo Cartum”, hoje, 21, a partir das 19 horas, no Centro de Referência da Moda (CRModa).

A exibição do filme faz parte da mostra A Ditadura na Tela. O evento exibirá dois filmes que apresentam diferentes perspectivas sobre o regime militar – hoje e no dia 28, próxima quarta-feira. Além da mostra serão realizados debates com os pesquisadores do NHO-Fafich.

O documentário “Pasquim – A Revolução pelo Cartum”, dirigido por Louis Chilson, é narrado pelos responsáveis por criar e manter o maior jornal alternativo da época. Em um tom de bate papo, Millôr, Ziraldo, Jaguar, Claudius e Sérgio Cabral contam histórias e fazem revelações sobre a trajetória do jornal, contando ainda com a participação de,Chico Caruso, Reinaldo e Hubert e Jô Soares.

No dia 28, será exibido o documentário “Subversivas – Retratos femininos de luta contra a ditadura”, dirigido por Fernanda Vidigal e Janaina Patrocínio. O longa investiga o período da ditadura militar no Brasil sob a ótica feminina, com participação de Gilse Cosenza, Thereza Vidigal, Angela Pezzuti e Delsy Gonçalves.

Todas as atividades são gratuitas e acontecem no Centro de Referência da Moda (CRModa), na rua da Bahia, 1149, Centro.

Por: Gabriel Amorim

Foto: Divulgação

A gente passa por ela todos os dias, subindo, descendo, se for íngreme seguimos em ziguezague para não cansar. Ela nos leva onde queremos e precisamos. Ela está lá, fazendo parte do dia a dia de cada um. A Rua acolhe aqueles que precisam e guia os mais perdidos.

Muitas vezes estamos presos a uma rotina, que não notamos o que ela nos mostra. A exposição “Street Photography“, chega a Belo Horizonte, para aguçar nossa percepção pela Rua. Até o dia 8 de junho, o Espaço Oi Futuro, instiga a população a olhar para as ruas, com a exposição Fotografia de Rua, que foi destaque no Festival de Fotografia de Tiradentes.

Ao todo, foram enviadas 1091 fotos, de 244 inscritos e destas 39 foram selecionadas para integrar a exposição. Nenhum fotografo teve mais do que um trabalho exposto. Entre eles, 11 são de Minas Gerais e nove são da capital mineira. O fotografo Sergio Falci, enviou três fotografias, já o Guilherme Bergamini, enviou quatro e o Sergio Badian, cinco.

Badian revela que as fotos que enviou para a seleção pertencem a um ensaio que tem temática original diferente da “Street Photography“, mas achou que poderiam ser enquadradas dentro da categoria. Já Bergamini e Falci usaram fotos distintas de seus arquivos feitas durante viagens pelo país há andanças pela cidade.

A Rua e o Fotografo

 “Entendo a rua como espaço múltiplo e democrático. A pluralidade de ações, interações e desejos em um      espaço público, permitem inúmeras descobertas e experiências. A rua é o local de encontro e desencontro    onde cada um tem a sua intenção de ser visto ou passar despercebido sobre o olhar do próximo”.  Guilherme Bergamini é fotojornalista, nasceu em 1978, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

“A rua é o lugar da vida, de encontros e desencontros, onde exercemos nossa identidade, urbanidade, civilidade e somos públicos”. Sergio Badian, 44 anos, descobriu o interesse pela fotografia durante seu bacharelado em Comunicação.

 

  “A fotografia de rua tem tudo a ver com o fotojornalismo, que é minha formação profissional.Vejo a rua como um    lugar   ótimo para exercitar o ” faro refinado ” do fotógrafo.  Esse “faro”tem tudo a ver com o “instante decisivo”de  Cartier Bresson, considerado o pai do fotojornalismo. A rua é dinâmica, as coisas acontecem muito rapidamente, você  tem que ver e apertar o “dedo no gatilho”, capturando aquele momento, aquela luz, aquele contexto… isso é o momento  decisivo. Aquele exato instante em que tudo se encaixou perfeitamente, você viu e fez a foto. Então na rua temos a  oportunidade de refinar este faro porque ali estão as pessoas, com seus problemas, suas angústias, suas pressas, suas    roupas, seus jeitos, e a cidade, com suas fachadas estéticas e estáticas, suas ruas e trânsito, a sujeira, os grafites e a luz refletindo entre as paredes dos prédios e das casas, sendo absorvida, sem refletir, naquele cinza do asfalto.

Uma luz diferente, própria das cidades, própria das ruas. Quando eu saio para fotografar na rua, fico ligado em tudo. Sinto que tudo pode acontecer alí naquele momento. E  eu estou com a câmera na mão e pronto para fazer a foto. Como um caçador procurando sua caça na floresta de pedra. Isso porque gosto de fotografar gente. E na rua tem muita gente”. Sergio Falci é fotojornalista, formado pela Universidade PUC-Minas.

 

Por: Juliana Costa
Foto de capa: Guilherme Bergamini, imagem escolhida para a exposição Fotografia de Rua.

O Circuito Cultural Praça da Liberdade recebe o pré-lançamento do Ei Música Brasil – Encontro Internacional da Música em Minas Gerais por meio do Programa de Música Minas, do Sebrae e da Secretaria de Estado de Cultura.

“Ei Música” é um seminário para colher opiniões, capacitar e gerar mais informação sendo um teste inicial para pensar como seria uma feira internacional que atenda as necessidades, anseios e vontades de quem participa. Ao todo serão seis shows e duas mesas de debates que reunirão nomes de destaque na questão cultural do país.

Benjamim Taubkin em sua palestra Novas plataformas para a promoção da música no Brasil e no mundo apresentada ontem, dia 12, fez um apanhado compartilhando seus pensamentos e experiências no universo da música, contando com a participação do público, sendo sua maioria pessoas que trabalham nesse universo. No momento em que descreve suas vivências em festivais em outros países, Taubkin ressalta: “percebi que só consegue ter uma presença mais forte no mundo se você tiver uma música forte no seu país, você tem que poder ter uma cultura forte para poder conversar melhor com o mundo”.

Além do debate também houve a criação de Grupos de Trabalhos (GT) com os participantes do evento para a discussão de macro temas e seus desdobramentos. A entrada é gratuita, porém as palestras estão sujeitas a lotação. As apresentações musicais dos artistas Sérgio Pererê, Dibigode e DJ Luiz Valente iniciaram as 19 hr na Praça da Liberdade.

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Por: Bárbara Carvalhaes
Imagem: Divulgação 

Na tarde desta quinta-feira, 08, o Centro Cultural Banco do Brasil finaliza o circuito de palestras do “Arte: Diálogo”, que teve inicio na quarta-feira, 07. Com o objetivo de integrar público e arte de forma espontânea, o evento traz para essa tarde, uma programação voltada para o papel da arte na história do mundo.

Ontem, o palestrante Thiago Gomide, destacou vários artistas brasileiros que possuem uma forte identidade nacional e que a partir dessa identidade, conseguiram influenciar outros artistas fora do país, como: Lígia Clark, Almicar de Castro Franz Weissmann, Judith Lauand, Willys de Castro, Ivan Serpa e Lygia Pape. Toda discussão ocorreu de forma descontraída e com a interação total do público.

Hoje as palestras ocorrem das 14h as 20h20, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), localizado na Praça da Liberdade. A entrada é gratuita, porém as palestras então sujeitas à lotação.

Programação:

14h às 15h15 – O que é Arte Contemporânea – Fernando Cocchiarale
15h20 às 16h20 – Artes Visuais – Da imagem analógica à digital – Angélica de Moraes
16h30 às 17h45 – Ícones da Arte Contemporânea – Lucia Santaella
18h às 19h – Arte e Design – Gringo Cardia
19h10 às 20h10 – Mesa Redonda com Leda Catunda
20h10 às 20h20 – Encerramento – O Grivo (instalações e execuções acústicas)

Texto: Babara Carvalhes
Foto: Joao Alves

Na década de 50, Belo Horizonte vivia uma escassez de espaços culturais, já que o Teatro Público de BH se tornou o Cinema Metrópole e o Palácio das Artes estava ainda em construção. Tal carência fez surgir o Teatro Francisco Nunes que na época abriu as portas da capital para o teatro moderno.

Construído na década de 50, o teatro recebeu este nome por causa do maestro e clarinetista Francisco Nunes (1874-1934) que dirigiu o Conservatório Mineiro de Música e foi criador da Sociedade de Concertos Sinfônicos de BH. Desde a sua inauguração, já foram realizadas duas reformas, uma nos anos 80 e outra que teve fim neste ano (2014).

Nos últimos cinco anos, o teatro permaneceu interditado. Nesse tempo foi todo restaurado em sua originalidade, preservando os traços da época como o forro vermelho e mosaicos no jardim, porém, a parte interna do palco foi toda automatizada e as 543 poltronas foram enumeradas e mantidas.

Referência para muitos, o teatro é considerado como o principal da cidade. “É uma relação muito forte, eu comecei a fazer teatro com o Chico Nunes”, conta o ator e diretor, Chico Pelúcio, um dos fundadores do Grupo Galpão. “O galpão, antes de ser Galpão, apresentou “A alma boa de Set-Suam”, lá no teatro com os alemães há 33 anos. Ele é um símbolo do teatro em Minas, é o nosso Teatro Municipal, tinha que reabrir”, ressalta Pelúcio.

O Teatro será reinaugurado na noite desta terça-feira, 6 de maio, com a peça “Prazer”, da companhia de teatro Luna Lunera, que faz parte do Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte que teve estreia hoje.

A revitalização do local foi feita pela empresa Unimed através do Programa Adote um Bem Cultural, criado pela prefeitura com o intuito de incentivar a parceria entre o poder público e uma empresa privada na restauração de Patrimônios Culturais.

Texto: Bárbara Carvalhaes e João Alves
Áudio: Marcella Carvalho
Foto: Site da Prefeitura de Belo Horizonte