Utilidade Pública

Com a proximidade do carnaval, que já começou oficialmente dia 11 de fevereiro em Belo Horizonte, os foliões, especificamente o público feminino, vem manifestando um descontentamento típico das festas de rua: banheiro químico. Além do desconforto e falta de praticidade, as mulheres alegam o perigo que a falta de higiene das cabines oferece a saúde. Como alternativa contra estas questões, um produto que está no mercado vem ganhando visibilidade: o dispositivo urinário feminino descartável, que permite que a mulher faça xixi em pé.

Em grupos de venda destinado ao público feminino, o acessório vem sendo procurado:

 

 

O Contramão entrou em contato com a empresa de BH, Proteja Mulher, que está no mercado há dois anos e desenvolveu um dispositivo descartável. O Rafael, Gerente de Marketing do empreendimento, conta que a ideia surgiu durante uma dificuldade vivida pela esposa do idealizador do produto, “Uma dificuldade simples, porém, que necessitaria de uma solução rápida, ecológica, barata e que ninguém até o momento havia atinado para isso. A partir daí criamos vários protótipos e realizamos vários testes até definir o formato ideal”.

Engana-se quem pensa que fazer “xixi em pé” é um tabu para as mulheres, Rafael explica que o produto vem sendo muito bem recebido no meio feminino, “Temos um feedback muito positivo, tanto da ideia, da funcionalidade e eficácia, quanto da praticidade no uso, manuseio e armazenamento”, enfatiza o gerente afirmando que o produto tem sido bastante indicado também por obstetras.

A funcionalidade e eficácia do produto vai muito além da praticidade, a ideia é fazer com que a mulher não se exponha a algum risco de contrair doenças e infecções ao encostar em várias áreas de um banheiro público. Isto é, não somente ao assentar, mas também ao dar descarga, pegar na maçaneta, levantar ou abaixar a tampa do vaso sanitário e várias outras possibilidades.

Outro ponto ressaltado pelo gerente de marketing é da utilização por gestantes, pessoas com dificuldades fisioterápicas, utilização por laboratórios quando em exames de urina e, claro, não precisar fazer malabarismos para fazer um simples xixi.

As compras podem ser feitas online pelo site [email protected], ou pelo telefone: 994676790. Algumas farmácias de BH já vendem o produto e, em breve, a empresa listará lojas que fornecem o dispositivo. Acompanhe pela página do FACEBOOK.
Por: Bruna Dias

 

No mês de janeiro é comemorado o Dia do Farmacêutico. Para celebrar essa profissão que desempenha um papel fundamental na saúde da sociedade, o Jornal Contramão percorreu farmácias do centro de Belo Horizonte e conversou com a farmacêutica Isabelle Figueiredo Marques, 30, que há sete anos atua na área. Em em nosso bate papo, ela conta sobre o trabalho desempenhado pelo profissional da área.

Contramão: Como é a atuação do Farmacêutico que trabalha nas drogarias?

Isabelle Marques: Ela se baseia na orientação do paciente quando ele chega no balcão de uma drogaria ou farmácia. Estamos sempre ao lado do balconista, que está realizando o atendimento. Nosso papel é verificar as receitas, ver se as doses dos medicamentos estão adequadas, se a patologia (doença) está descrita, se a idade coincide com o paciente, se o remédio é adequado para ele ou para quem irá efetuar o consumo. Também verificamos se ele tem noção da sua correta utilização ou se utiliza outros medicamentos que possam ter contraindicação. Se não houver qualquer tipo desses quesitos, a dispensação (liberação do medicamento para o paciente) é realizada. Se ele tiver qualquer dúvida sobre o medicamento, resolvemos todas elas na hora. Efetuamos um visto dessa receita para ele estar ciente da dispensação. Liberamos esse paciente com o medicamento e com todas as informações necessárias para a sua adequada utilização.

Contramão: Como é realizada a capacitação do Farmacêutico?

Isabelle Marques: A maioria das faculdades capacitam os alunos que serão farmacêuticos. Além da faculdade, as empresas de grande porte também oferecem uma capacitação profissional para que a dispensação seja adequada. Quando o farmacêutico sai da faculdade, ele ainda não tem toda a informação prática necessária para atuar no mercado. É comum que as chamadas “farmácias de bairro” ainda peque na capacitação do profissional. Ele deve buscar, durante sua carreira, o maior número de informações para poder se capacitar cada vez mais. Temos a obrigação de ajudar com resolução de dúvidas e informações sobre patologias e formas adequadas na utilização dos medicamentos.

Contramão: Quais são as diferenças entre a farmácia de manipulação e as drogarias comuns?

Isabelle Marques: As farmácias de manipulação trabalham com a matéria-prima básica dos medicamentos e irão produzir conforme as necessidades de cada um dos pacientes. Por exemplo, se eu preciso de uma fluoxetina de 10 mg, mas minha mãe precisa de 22,5 mg, será na farmácia de manipulação que este medicamento será produzido. Nela, os profissionais irão manipular aquela quantidade específica que a pessoa precisa. Além disso, as drogarias vendem um número menor de medicamentos e possuem um menor número de opções de produtos controlados, em relação às farmácias de manipulação.

Contramão: Você acredita que os medicamentos produzidos no brasil são seguros?

Isabelle Marques: Definitivamente, não. Existem estudos fora do país que são muito superiores para pesquisarem esses medicamentos. Lá fora, vários remédios já foram suspensos e aqui no Brasil ainda existem alguns que continuam circulando. Por mais que exista uma instrução e uma orientação do farmacêutico, esses medicamentos ainda estão no mercado e as pessoas continuam consumindo cada um deles. (Nos Estados Unidos a pílula Diane 35 e a dipirona, comumente consumidas no Brasil, estão proibidas desde 2015).

Contramão: Quais os riscos da automedicação?

Isabelle Marques: Nosso papel é oferecer a medicação de forma responsável, em que os farmacêuticos serão instruídos para realizar orientações à população sobre os remédios referentes à cada patologia. Infelizmente a saúde pública no país é muito escassa. As pessoas que não tem acesso ao SUS ou à planos de saúde privados, recorrem às farmácias buscando soluções para as suas patologias. Tentamos ajudar dentro dos limites que existem na nossa atuação, oferecendo por exemplo, medicamentos que não precisam de prescrição. Tentamos trabalhar da melhor forma possível para ajudar o paciente. Mas é importante lembrar que o médico é o responsável pelo diagnóstico do paciente, enquanto que os farmacêuticos são os responsáveis por oferecer meios para o tratamento mais adequado à cada caso.

Contramão: Como é o controle de qualidade dos remédios produzidos no Brasil?

Isabelle Marques: Existem três tipos de medicamentos: referência, genéricos e similares. Este último já possui maior qualidade devido a uma lei que saiu em 2015 e exige que ele tenha o mesmo padrão de qualidade dos que são referências. Aqueles que passaram e foram aprovados por testes de bioequivalência e biodisponibilidade, possuem eficácia similar aos ditos de referência. Agora, esse tipo de medicamento (similar) são intercambiáveis. A lei provou que se você tiver uma prescrição de medicamento referência e não tiver condição de pagar por ele, se existir no mercado um similar autorizado pelo teste da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ele pode ser trocado pelo outro. Nesses casos, fazemos a dispensação do medicamento similar. Isso prova que quando o paciente toma o medicamento, sua utilização terá efeito e sua qualidade será próxima ao referencial. Eles são praticamente iguais, senão a vigilância não autoriza a troca.

Contramão: Qual o recado que você passa como farmacêutica:

Isabelle Marques: Estamos aqui para ajudar a população. não queremos o consumo inconsciente dos medicamentos. É comprovado que a automedicação pode causar outras patologias, muitos casos de intoxicação e muitas vezes por medicamentos banais. Tá na dúvida, procure o farmacêutico. Existem várias farmácias no país inteiro e lugares que tem sua responsabilidade e sabem valorizar o papel do farmacêutico. As pessoas devem começar a enxergar com bons olhos o trabalho que realizamos. Os pacientes têm medo de conversar com seus médicos. É aconselhável que as pessoas procurem pelo nosso trabalho com antecedência, para tentarmos promover a melhor solução possível às suas patologias. Nosso papel é esse, promover a saúde e orientar, da melhor forma possível, os pacientes que nos procuram. Evitar que eles se desgastam com a compra equivocada de medicamentos.

Reportagem: Lucas D`Ambrosio

Arte: Isabela Castro e Laís Brina

Autorretrato da fotógrafa Vivian Maier - Fotografia - Isis Medeiros

As produtoras de imagem de todo o Brasil estão reunidas e promovem um encontro simultâneo nesta semana. A primeira convocatória será realizada para discutir a criação da Associação Brasileira das Mulheres da Imagem que abrangerá 13 cidades do país, entre elas, Belo Horizonte. Por aqui, o encontro ocorre na sede do Sindicato dos Jornalistas (SJPMG), a partir das 19h30 na sexta-feira, 13.

Aberto às mulheres que utilizam a imagem como ferramenta de criação, seja amadora ou profissional, a proposta é reunir e criar uma interação entre elas – que trabalham com fotografia, produção de vídeos, designers e outras abordagens imagéticas. De acordo com os organizadores do evento, a proposta é criar um espaço aberto para discussões que possa englobar as demandas e ideias comuns e que consiga proporcionar um modelo de associação para atendê-las.

Para uma das idealizadoras da associação, a fotógrafa Marizilda Cruppe, ainda não existe estatísticas sobre quantas mulheres estão dedicadas a este trabalho. “Não sabemos por quais cantos deste imenso país estamos com os pés fincados. Muitas vezes, somos invisíveis até para nós mesmas”, explica Cruppe que destaca ainda, a importância de combater as inúmeras dificuldades enfrentadas pelas mulheres “São tantas as formas de crime, agressão, assédio e intimidação que atingem as mulheres de todas as categorias profissionais e classes sociais, seja no mercado de trabalho ou na própria família, que não vemos outro caminho a não ser nos unirmos para criarmos uma grande teia”, ressalta.

Mulheres da Imagem fora do eixo

Além das tradicionais cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, os encontros também serão realizados em outras 10 cidades, dentre elas São Luís (MA). Por lá, a jovem Julyane Galvão de 26, representa uma das “mulheres da imagem” espalhadas pelo país.

Trabalhando há seis anos com a fotografia, Galvão conta que tudo começou quando comprou sua primeira câmera compacta. “Por gostar de ser fotografada, logo senti a necessidade de ficar por trás das câmeras”, conta.

Bumba-Meu-Boi de Eliezio. São João do Maranhão, 2016. Fotografia: Julyane Galvão.

Ato Contra o Aumento de Passagem no Transporte Público Ludovicense, 2015. Fotografia: Julyane Galvão.

Ao longo desses anos, ela e outros fotógrafos da região desenvolvem ações e trabalhos voltados à valorização da cultura e do povo Maranhense. Agora, uma nova oportunidade surgiu para o alcance das lentes da jovem, que demonstra a capacidade das mulheres no ofício fotográfico. “A oportunidade de nos unirmos é o principal motivo para esta soma. Poder compartilhar informações e aprender com pessoas com mais experiência me deixam ainda mais motivada”, ressalta.

Para ela, poder mostrar o seu trabalho e participar dessa iniciativa é superar a barreira territorial e dos preconceitos que ainda existem. “Acredito que abrirão portas para que acreditem que não só as mulheres, mas sim todo mundo pode fazer acontecer e ocupar locais com diversas artes que cada um de nós carrega dentro de si. Aos poucos, mostramos o potencial que carregamos nos braços, no espaço e principalmente no olhar”, conclui.

Belo Horizonte

Em BH, o encontro “Mulheres da Imagem” será realizado com o intuito de aproximar o maior número de mulheres que possam dialogar sobre questões relativas a área de atuação na cidade e no estado mineiro. A programação conta com rodas de conversa, varal de trocas de fotografias e uma projeção de imagens.

Uma das organizadoras do evento na Capital das Gerais é a fotógrafa Isis Medeiros, 27, que explica um dos motivadores da iniciativa. “É porque sentimos cotidianamente que nós não temos o mesmo reconhecimento e valorização nas nossas profissões. Comparando com os homens, ainda não temos os mesmos espaços nas galerias, museus e nem nas redações dos grandes jornais, revistas e TV. Sem contar assédios e violências que sofremos em diversas situações”, desabafa.

Representação de Tuira Kayapo. Projeto “Mulheres Cabulosas da História”. Fotografia: Isis Medeiros.

Após perceber a necessidade de ver algo acontecendo entre as mulheres que trabalham na área, ao lado de outras pessoas surgiu a proposta de criar uma situação mais organizada. “Quando eu vi que nacionalmente outras também estavam se juntando com o mesmo objetivo, eu me senti ainda mais fortalecida para seguir em frente com a ideia que já não era só minha, mas de um levante convencidas da necessidade de nos unirmos por um bem comum”, finaliza.

Reportagem: Lucas D’Ambrosio

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Direitos autorais: Nicoleta Ifrim-Ionescu

Concentrando 30% dos casos de sífilis em Minas Gerais, Belo Horizonte se encontra em estado alarmante diante do que pode se tornar uma epidemia. A doença, que é sexualmente transmissível, teve um aumento considerável de diagnósticos e não houve prevenção ou tratamento na mesma proporção. Dados liberados pelos infectologistas do Ministério Público revelam que somente na capital mineira, o número de casos saltou para 2.800, este ano, sendo que há seis anos eram apenas 5.

Segundo o órgão, o aumento representa um crescimento de 55, 900% e os casos recorrentes são aqueles transmitidos por relação sexual, transfusão de sangue e compartilhamento de agulhas e seringas contaminadas. Mas, são os casos em que a doença é transmitida de forma congênita, ou seja, de mãe para filho via placenta, e em gestantes que mais preocupam. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, somente os casos congênitos cresceram absurdamente, enquanto que em 2010 foram 107 casos, em 2016 passaram a ser 5.245.

Como medida de prevenção, o Ministério Público assinou três pactos para erradicação da doença na última década, mas sem sucesso. Outro agravante no que diz respeito a controlar a doença, ou até mesmo erradica-la, estão as ações de prevenção, já que a número de parceiros das gestantes que tratam a doença é baixo.

O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) apresenta dados que mostram que dos 4.519 registros, apenas 1.201, ou seja, 26,57% casos de gestantes diagnosticadas com a doença tiveram parceiros que se trataram ao mesmo tempo em que elas. Para 32% a informação de tratamento conjunto não consta nas fichas de atendimento e em 41,3% não houve adesão. E as informações foram colhidas no período entre janeiro de 2015 e outubro de 2016.

Jordana Costa Lima, coordenadora de DST/Aids e Hepatites Virais da Secretária de Estado da Saúde de Minas Gerais, explica a importância da procura e aceitação do tratamento: “A sífilis é uma doença muito fácil de ser transmitida, mais até que a hepatite e o vírus HIV. Além disso, se a mulher se trata e o parceiro não, ela volta a ser reinfectada e começa um novo ciclo da doença”. Lima ressalta ainda que uma pessoa com sífilis é mais propícia a adquirir o vírus da Aids, já que um dos sintomas da doença são as feridas, o que aumenta a exposição ao HIV.

O casal se tratar em parceria implica em ter um bebê saudável.

Se o casal se tratar em parceria isso implica em ter um bebê saudável, já que quando não tratada, a doença transmitida via placenta, pode causar sérios problemas de saúde ao recém-nascido, como: pneumonia grave nos primeiros meses ou primeiros anos, microcefalia, anemia, fígado e baço aumentados. Ainda é importante ressaltar que alguns bebês que nascem com a doença não têm sintomas claros, por isso é importante que a criança faça o exame e em caso de resultado positivo, ela deve ficar internada por pelo menos 10 dias para que possa receber os medicamentos.

Prevenção

“O Estado de Minas Gerais distribui cerca de 30 milhões de preservativos por ano e intensificou o diagnóstico com a aplicação de testes rápidos”, destaca Lima que completa, “uma campanha de conscientização será iniciada pelo Ministério Público nos próximos dias, já que o sucesso do tratamento depende da fase da gestação e o estágio da infecção materna”, finalizou.

Fique atento! Abaixo os sintomas da doença em seus três graus: primário, secundário e terciário.

Quais são os sintomas da sífilis?

Os sintomas da sífilis variam conforme o estágio da doença e também de pessoa para pessoa, mas no começo podem ser bem leves e passar despercebidos. Por isso não é raro a pessoa só descobrir que tem a doença quando faz um exame.

No estágio inicial, conhecido como sífilis primária, surge uma (ou mais) ferida indolor e altamente contagiosa, com bordas elevadas, denominada cancro. A ferida pode ser arredondada, meio funda com as bordas mais altas. Ela surge no lugar em que houve a infecção (nos órgãos genitais, dentro da boca, na mão), normalmente cerca de três semanas depois do contato com a bactéria, mas às vezes antes ou depois disso — até três meses após a infecção.

Dependendo da posição do cancro, se ficar dentro da vagina ou da boca, ele acaba nem sendo notado. Esse tipo de ferida pode surgir também nos lábios vaginais, no períneo, no ânus e nos lábios. Podem aparecer ínguas (linfonodos aumentados) na área próxima ao cancro.
Sem tratamento, a ferida desaparece sozinha em até um mês e meio. O problema é que as bactérias responsáveis pela doença continuam se multiplicando no organismo, e entram na corrente sanguínea. Quando isso acontece, a doença passa para o próximo estágio, a sífilis secundária.
No estágio secundário, a sífilis pode apresentar vários sintomas, que aparecem semanas ou até meses depois do surgimento da ferida. Assim como os da sífilis primária, porém, eles podem passar despercebidos. A maioria das pessoas apresenta uma erupção de pele que não coça, principalmente na sola do pé e na palma da mão, mas às vezes em outros lugares do corpo.

Também podem surgir lesões na boca e na vagina, novas feridas indolores na área genital (que, assim como o cancro inicial, são muito contagiosas), sintomas parecidos com a gripe e queda de cabelo. Nesse estágio, a doença ainda é curável, se tratada. Sem tratamento, os sintomas costumam ir embora por conta própria em alguns meses, mas a doença permanece ativa. A bactéria continua se multiplicando nessa fase latente e pode causar problemas graves anos depois.

No chamado estágio terciário, a doença pode provocar anormalidades cardíacas, lesões nos ossos, na pele e em vários órgãos, e a pessoa pode morrer. Além disso, cerca de 20 por cento das pessoas com sífilis terciária apresentam a neurossífilis, ou seja, o sistema nervoso é afetado pela doença. Nos estágios finais, a neurossífilis pode causar convulsões, cegueira, surdez, demência, problemas na medula espinhal e a morte. A neurossífilis também pode surgir nos estágios anteriores, causando problemas como a meningite. Felizmente, a maioria das pessoas é diagnosticada antes disso e recebe o tratamento adequado para não chegar à sífilis terciária.

Fontes: Estado de Minas/ Baby Center

Por Ana Paula Tinoco

Foto Divulgação/ Retirada da Internet

Na Mitologia Maia, ela é considerada um animal sagrado. Também chamada de Jaguar, nome que tem sua origem na Mitologia Guarani, pode chegar a 2,10 metros de comprimento, pesando em média 150Kg e 90 cm de altura e vive entre 10 a 20 anos. Sendo um bicho solitário, ela procura um par em época de acasalamento, sua gestação dura cerca de 100 dias e pode ter até quatro filhotes. Seu habitat? As margens dos rios ou ambientes campestres, onde conquista aproximadamente 80 quilômetros quadrados de território para caça. Excelente nadadora e com a mandíbula mais poderosa entre os felinos, ela fica em segundo lugar entre os carnívoros.

Essa descrição é de um dos mais belos espécimes da fauna sul-americana e podemos nos atrever a dizer que é, também, do mundo. É a bela Onça pintada. Mas segundo reportagem da revista Scientific Reports, ela está ameaçada de extinção. No estudo divulgado pelo veículo, são menos de 300 onças espalhadas pela América Latina, divididas em pequenos grupos entre Brasil, Argentina e Paraguai.

Ainda segundo a publicação, o fato das regiões que abrigam as sobreviventes estarem sendo desmatadas, quase 90% das áreas originais, restando apenas 7% de matas em bom estado de conservação que possuam alimento e tamanho suficientes para abriga-las, elas ainda são perseguidas e mortas por caçadores e fazendeiros. Se esse fluxo se seguir, a Mata Atlântica se tornará a primeira floresta do mundo a ter o seu maior predador extinto e nos restará apenas a lembrança, do belo Jaguar ou Onça Pintada, ao nos depararmos com uma nota de R$ 50 reais.

Por Ana Paula Tinoco

 

Fontes: InfoEscolaCatraca Livre, Scientific Reports

Durante o Debate Una 2016, os candidatos a prefeitura de Belo Horizonte, responderam questões relacionadas à mobilidade urbana, dois meses depois com o respectivo candidato eleito, Alexandre Kalil, retomamos estas questões em prol do Dia Mundial do Urbanismo, comemorado no  dia 08 de Novembro. A data foi instaurada em Buenos Aires, em 1949, com o objetivo de promover o debate e conscientização entre os cidadãos sobre o urbanismo, preservação das cidades, áreas verdes e mobilidade urbana. Leia o nosso bate papo com a Arquiteta Urbanista, Especialista em Sistemas Tecnológicos, Mestre em Engenharia Civil e professora do Centro Universitário UNA, Luiza Franco, 31.

Sobre a cidade em que vivemos. Que ações coletivas podem ser realizadas para a preservação do espaço público?

Para preservação dos espaços públicos acredito que devemos fazer toda a comunidade se sentir pertencente aos espaços. Quando fazemos parte nos sentimos responsáveis pela sua preservação. Eventos esportivos, culturais, educacionais, artísticos, de saúde abertos a todo o público com parceria público-privado são grandes incentivos.

Cada vez mais o espaço urbano tem sido ocupado pelos belo horizontinos, como podemos aproveitar esse espaço conservando as áreas verdes?

Espaço urbano tem sempre que estar associado a áreas verdes. Isso é algo imprescindível para que ele seja bem aproveitado e consequentemente conservado. As áreas verdes contribuem para o conforto ambiental, minimizam as ilhas de calor das áreas urbanizadas e aproximam o cidadão da natureza.

Você acha que o governo de Minas tem trabalhado para preservar os locais públicos e áreas verdes de Belo Horizonte? Como?

Pensando unicamente na cidade de Belo Horizonte, o governo de Minas não tem atuações tão significativas quanto a prefeitura, pois já é uma área urbanizada bem consolidada. Algumas ações pontuais, ainda em descompasso com as todas as reivindicações sociais, têm sido realizadas. No Brasil inteiro vemos decisões equivocadas, que vão na contramão do que se espera do governo. Em MG não é diferente. A preocupação fica muito com a manutenção das áreas verdes dentro do cinturão urbano de Belo Horizonte a carga do município e da preservação de grandes patrimônios como, por exemplo, a Serra do Curral, a Serra da Moeda, Serra do Rola-Moça e a Serra da Piedade, localizadas dentro da RMBH, a cargo do estado também. Incentivos do governo para o estabelecimento de Reservas Legais e RPPNs – Reservas Particulares do Patrimônio Natural são positivos. Destaco a preocupação com a PEC 65/2012 aprovada pelo Senado Federal que visa dar celeridade ao processo de licenciamento ambiental, mas coloca em jogo a real garantia de mitigação dos impactos socioambientais e preservação de nossas áreas verdes, como questionado nesta entrevista.

Várias obras foram feitas para a Copa do Mundo em 2014 e para as Olimpíadas esse ano, uma delas foi a implantação do sistema de transporte Move, acha que realmente foi uma mudança válida para melhoria na mobilidade urbana?

A implantação do sistema de transporte Move, a meu ver, foi uma pequena contribuição para a mobilidade urbana de Belo Horizonte. Outros projetos e ações devem acontecer para que efetivamente tenham melhorias. O metrô conectando todas as regiões e mais revitalizações da área central, a partir de concursos públicos para arquitetos urbanistas, tendo como diretrizes a priorização do deslocamento dos pedestres e os transportes coletivos. Ainda como contribuição,  a ampliação e conexão das ciclovias e campanhas educacionais de uso do espaço coletivo para a conscientização do cidadão sobre a hierarquia  viária e respeito no trânsito. Sou a favor de, nos fins de semana, ocorrerem formas de uso diferentes para certos eixos de circulação, priorizando os pedestres, os ciclistas e as ações culturais.

Recentemente em Belo Horizonte, surgiram vários movimentos populares que visam a utilização e apropriação do espaço público para o bem comum. Dois deles citados abaixo, o Tarifa Zero e Resiste Izidora. Esse movimentos têm sido debatidos nas salas de aula? Poderia dar sua opinião sobre eles?

Dentro do curso de arquitetura e urbanismo sempre são debatidos os movimentos populares e acontecimentos urbanos  que envolvem a RMBH – Região Metropolitana de Belo Horizonte. Além dos alunos terem que lidar com esses conflitos no desenvolvimentos dos projetos acadêmicos; projetos de pesquisa, iniciação científica e extensão são feitos junto com os alunos fazendo eles lidarem efetivamente com o acontecimento reais, algumas vezes em campo com contribuições para sua análise e/ou melhorias.

Qual a sua opinião sobre o projeto de lei de iniciativa popular em Belo Horizonte, o tarifa zero?

O Projeto de Lei Tarifa Zero é legítimo e iniciativas como essa fazem ampliar os debates e “oxigenar” a comunicação da sociedade com os governos. Apoio que as mudanças sejam gradativas e com avaliações do seus resultados, sejam de natureza econômica, fiscal e urbana para possíveis ajustes nas diretrizes e incisos. Dessa forma, apoio ampliar a gratuidade para os estudantes, assim como já temos para os idosos, pessoas com necessidades especiais, carteiros, oficiais da justiça e agentes de inspeção do ministério do trabalho.

Existe um conflito recente sobre a ocupação nas comunidades de Rosa Leão , Vitória e Esperança, na região Isidoro, em Belo Horizonte. Como você vê esse movimento em relação a apropriação de locais públicos que aparentemente não estavam sendo utilizados?

Problemas com moradia e ocupações em áreas não determinadas para tal no Plano Diretor são desafios primários desde o estabelecimento da cidade de Belo Horizonte, como ocorre em milhões de cidades em todo mundo. Cada caso deve ser acompanhado com exclusividade para serem ouvidas todas as partes envolvidas e não serem estabelecidas decisões judiciais padrões sem o conhecimento profundo do caso. Outro ponto é verificar se são ocupações somente em áreas públicas, pois, por vezes, existem ocupações em áreas particulares que devem ser medidas de forma diferente. A moradia é um direito constitucional e deve ser respeitado com a criação de um acordo a partir da mediação dos conflitos por representantes diretos e indiretos, do governo e da sociedade no caso da região Isidoro. Outro ponto fundamental, sobre a ótica urbanista, é a necessidade das zonas com diretrizes habitacionais serem estabelecidas com a conectividade aos serviços básicos, não somente o saneamento básico, mas também serviço de transporte facilitado para a região central, além da proximidade do comércio, lazer e instituições educacionais.

Reportagem: Gabriella Germana.