Page 289

No sábado, 15, o agrônomo publicitário e ilustrador Alexandre Beck veio à Bienal do Livro e conversou com o Jornal Contramão sobre o seu trabalho com Armandinho. A tirinha de sucesso traz uma criança como personagem principal e, mesmo com os limites da idade, contesta o mundo como poucos fazem. Beck falou sobre como surgiu a tirinha, qual o seu futuro e o que é esperado dessa nova geração de leitores. Após a entrevista, o desenhista participou de um bate-papo com os presentes e realizou uma sessão de autógrafos com os fãs.

Como surgiu?

“O Armandinho nasceu de um momento de urgência. Eu tinha outros personagens de uma tirinha no jornal. E me ligaram da redação e falaram, ‘a gente precisa de três tiras pra ilustrar uma matéria que vai sair amanhã’, e não dava tempo pra desenhar. Eu tinha acabado de retornar para o Jornal e não me senti a vontade em dizer não. Então peguei um bonequinho que já tinha pronto de outro trabalho e coloquei no espaço das tiras, rabisquei as pernas e falei, aqui é o pai e aqui é a mãe, mandei pro jornal e funcionou. O jornal gostou e eu também.”

A construção do personagem:

“Eu não fujo muito da linha de raciocínio do Armandinho, tenho filhos e observo muito eles. Desde 2000 faço trabalhos aproveitando os conhecimentos da agronomia, sou formado na área. Comecei a fazer trabalhos de quadrinhos educativos, voltados ao meio ambiente, e usava personagens infantis. Nas tiras que tinha no jornal meus personagens eram adultos, mas eu fazia muitas críticas. Então desde 2000 venho me exercitando pra fazer esses trabalhos tentando ver o mundo do ponto de vista da criança, pra passar informação que era voltada pra crianças. Quando surgiu o Armandinho juntei essa experiência que tinha dos quadrinhos educativos com a experiência e visão crítica das tirinhas que eu tinha no jornal e coloquei em um personagem só. Acabou sendo assim, continuo aprendendo com as crianças até hoje, reaprendendo a ver o mundo como elas.”

O objetivo:

“Meu objetivo é discutir comigo mesmo, a principio. Na página do Facebook consigo discutir com muita gente, aprendo muito com isso, mas meu objetivo foi sempre discutir comigo mesmo, eu mesmo pensar e eu mesmo refletir.”

Ao ser questionado o autor também brincou sobre a possibilidade de inverter a visão nas tirinhas e sobre mostrar por completo os pais, já que nos quadrinhos é mostrado apenas as pernas desses personagens. “É uma boa ideia. Nunca tinha pensado nisso. Quando fiz as três primeiras tiras foi por acaso, foi na pressa, precisava dos pais ali. Depois eu considerei colocar. As pessoas pedem muito pra que eu deixe elas verem se o Armandinho é parecido com o pai ou com mãe. Cheguei a considerar desenhar eles, mas o fato de não desenhar os pais me dá muita liberdade de trabalhar preconceitos. O ponto de vista dos pais as vezes coloco naquela tirinha do pai ou a mãe falando com o Armandinho. É realmente algo a ser considerável, mas acredito que não passe a mostrar os adultos. Eu acredito que as crianças merecem ser mais vistas que os adultos”.

O protagonista é usado para retratar vários questionamentos da sociedade. Um deles é o preconceito. Primeiramente para gerar uma indagação do leitor ele colocou de uma forma que “ninguém sabe a cor de pele dos pais do Armandinho, do tipo de cabelo, se eles são gordos ou magros” explicou Beck.Também é usado um outro personagem recorrente no desenho para discutir essa questão. “O sapo é vítima de preconceito na sociedade. Dizem que o Sapo faz xixi e deixa a gente cego e o sapo é um bicho inofensivo, é muita crueldade. Alguns sapos tem um veneno na pele, mas é só não colocar na boca. Se não morder o sapo está tudo bem (risos)” disse.

O que o incêndio da Boate Kiss tem a ver com o personagem?

Quando saí de Santa Catarina e fui morar no Rio Grande do Sul, uma coisa que marcou muito a minha vida foi aquele incêndio que teve em uma boate em Santa Maria. A gente já morava lá, minha esposa era professora da federal e perdeu alunos com isso, e a gente sentiu toda essa angústia da cidade, a gente estava envolvido com aquilo. E isso me deu um certo sentido de urgência. Eu estava ali com o material que é uma espécie de comunicação, e podia usar isso pra questionar e rediscutir algumas coisas. Então a partir daquele momento o meu sentido de urgência aumentou. Acho que a gente tem que discutir algumas coisas e o Armandinho acabou me ajudando nisso. E essa tirinha foi um desabafo meu e depois a minha esposa disse que também era o que ela estava sentindo. Foi a primeira tirinha que foi largamente compartilhada e essa era a angustia que muita gente estava sentindo. E ela nunca foi publicada em um jornal, só na internet e assim se espalhou. Essa foi talvez a tirinha mais doída de ser feita, e ela serviu pra abrir um pouco o coração”.

           Armandinho


E essa nova geração…

“Quando começou a tecnologia e toda essa corrida tecnológica o objetivo era termos mais tempo pra coisas mais importantes, inclusive cuidar dos filhos. Mas aí todo mundo está em uma competição, numa correria e cada vez tem menos tempo. E os pais acabam dando uma tecnologia para os filhos como se ela fosse ocupar o espaço que ele tinha que ter com os filhos, e eu acho isso uma grande perda. E isso vai ter consequências. Ler um livro com o filho à noite, fazer o filho criar esse gosto, a gente tem universos incríveis nos livros. Eu acho que precisamos resgatar isso. Ou a gente resgata nisso ou vamos entrar por um caminho que daqui um tempo vai ter consequências muito ruins.”

Novidades?

“Em relação ao meu trabalho não. A grande novidade pra mim é que eu nunca estive em uma feira desse tipo. É a primeira vez que eu vim falar de um personagem aqui em Belo Horizonte. Pra mim é tudo novidade, acho que o mais espantado e ansioso aqui sou eu.”

Texto e foto: Ítalo Lopes

0 803

Era uma quarta-feira típica, normal, pessoas perambulando pela cidade com pressa para chegar ao trabalho e fazer as atividades propostas. Porém, o dia 12 de novembro não foi uma quarta-feira normal. Já tinha uma semana em que não se falava de outro assunto, o temido clássico entre Atlético e Cruzeiro, na final da Copa do Brasil.

A expectativa para o primeiro jogo era imensa, uma vez que o mandante de campo era o Atlético e o jogo seria na casa do time, a Arena Independência. Durante todo o dia, as pessoas só conversavam sobre o campeonato e por mais que houvesse rivalidade, o mais importante era que a final de um campeonato tão importante seria entre os dois maiores times mineiros.

Nas redes sociais, o assunto não era outro. Porém, a maioria dos torcedores falavam que queriam um jogo em que houvesse paz entre as duas torcidas, o que é difícil de acontecer, visto que, em quase todos os clássicos entre Atlético e Cruzeiro infelizmente, têm brigas.

Antes do jogo começar, a torcida do Cruzeiro jogou milho ao redor do estádio Independência, para as “galinhas”. Isso com certeza “alimentou” a torcida do Atlético, uma vez que durante todo o jogo, eles cantavam o hino, gritavam “Eu acredito”, que ficou famoso no campeonato da Libertadores, e davam cada vez mais força para os jogadores. Funcionou. O time alvinegro levou a melhor, ganhando do time celeste por 2×0.

Quando o jogo acabou, era possível escutar buzinas e gritos dos torcedores atleticanos, enquanto a torcida do Cruzeiro ficava calada ou as vezes, soltava xingamentos e palavrões para que eles cessassem os gritos. Não funcionou. Até as 2h da manhã, ainda dava pra ouvir lá no fundo uns gritos de satisfação.

Nas redes sociais, o clima ficou intenso. Enquanto alguns cruzeirenses falavam que foi “roubado”, os atleticanos comemoravam com músicas, e enchiam as timelines dos internautas, principalmente no twitter.

No próximo dia 26, ocorrerá a tão esperada final da Copa do Brasil no Mineirão e a torcida é do Cruzeiro. Porém, o Atlético está com vantagem de dois gols, ou seja, para o Cruzeiro ganhar, é necessário no mínimo 3×0. Será que o time celeste vai aguentar a pressão do galão da massa?

Por: Luna Pontone

Capa: Umberto Nunes

0 2738

O termo “torcida organizada” pode ser definido como um conjunto de pessoas que acompanham seus times frequentemente nos estádios  para motivar os jogadores e incentivar o restante da torcida. Durante algum tempo, no início do século passado, esse foi realmente o papel exercido por esse grupo de torcedores, mas nos últimos anos muito tem se relacionado o nome das organizadas com crimes violentos e atos de vandalismo. Porém, como não é bom generalizar, fica a pergunta: ainda há torcidas organizadas que focam no seu principal objetivo?

O eletricista cruzeirense participante da organizada Máfia Azul, Felipe Viana, 22, diz que as principais regras para participar de um grupo como esse é “não promover brigas, tumultos em nome da torcida e lutar pelo ideal de apoiar sempre seu time”. Questionado sobre as últimas punições aplicadas à organizada cruzeirense, Viana diz que “a Máfia azul está punida por seis meses de entrar em qualquer estádio com uniformes, baterias, faixas, bandeiras, nada da torcida, mas isso não impede de os integrantes irem com outra roupa”.

Mesmo tendo com preferência o rival, o estudante atleticano Pedro Souza, 24, frequentador assíduo dos jogos, concorda com o pensamento de Viana. Sendo membro da organizada Fúria Alvinegra, ele destaca que “a real função das organizadas seria se reunirem para ir aos jogos, fazer a festa e apoiar o time” e completa, “como já se tornaram grupos organizados fora do estádio, deveriam também usar isso para promover mais ações de âmbitos sociais, o que acontece pouco para quem consegue mover tanta gente”.

A recente divisão de torcidas nos últimos clássicos tem causado indignação por parte dos torcedores, já que agora, a maior parte dos ingressos, ou seja, 90% ficará com o time mandante da partida, e apenas uma pequena quantidade de ingressos se destinará ao time visitante (10%).

Hoje no primeiro jogo da final da Copa do Brasil, apenas a torcida do Atlético assistirá ao jogo no Independência, palco da partida, já que a diretoria celeste abriu mão da parte destinada aos seus torcedores.

“Na historia do Futebol Mineiro sempre teve, por que hoje que a segurança é mais equipada e mais preparada não pode ter? Sonhamos com esse dia, só precisa de um pouco mais de força de vontade das autoridades”, argumentou Souza.

A opinião do cruzeirense é bem semelhante ao de outros torcedores, “acho que poderia voltar sim. Por que antigamente tinha e agora não pode mais? A polícia não consegue manter a segurança? Acho que se modernizou tudo deveria mudar isso também, porque espetáculo mesmo é as duas torcidas no mesmo campo”, concluiu  Viana.

Ingressos

Outro fator que tem incomodado a maioria dos seguidores dos times é o preço salgado dos ingressos. O estudante Ravel Pimenta, 16, que foi no jogo do Atlético contra o Palmeiras pelas oitavas de final da Copa da Brasil contou que pagou cerca de trinta reais para entrar no estadio. Ontem na fila para adquirir o ingresso do clássico, o jovem acreditava que ”muita gente não iria, pela elitização”. De acordo com o estudante, essa “elitização” tem dificultado alguns torcedores a se manterem presentes nos campos, “principalmente porque as torcida organizadas geralmente são formadas de pessoas de classes mais baixas. Com a modernização do futebol dificultou bastante”, finalizou.

A esperança é que o futebol agrade dentro de campo, já que os dois clubes vivem uma boa fase, e são unanimidade em elogios no cenário nacional nas duas últimas temporadas. Contudo o antigo modelo do futebol vai fazer falta ao torcedor e o “Padrão FIFA” ainda incomoda. “Nós esperávamos festa lindas, Mineirão e Independência lotados. Isso até sair o valor das entradas. No primeiro jogo no Horto, por exemplo, o ingresso do setor onde fica as torcidas organizadas está R$800,00. Parece que os ingressos também estão bem salgados para o jogo da volta no Mineirão. Quem perde são os clubes, pois sabem da força das arquibancadas. Espero mesmo dois jogos de luta, e briga pela bola, dentro de campo. A rivalidade é lá, aqui fora não tem rivais, apenas adversários”, concluiu Pedro.

Texto: Ítalo Lopes

Capa: Centim Vicentim e Felipe Viana

Galeria: Arquivo pessoal dos entrevistados

0 1174

“O europeu é viril, mas leal; ao passo que o brasileiro é bruto e desleal”. A frase que Nelson Rodrigues usou para compor o sua crônica “Tristíssimo Brasil”, do livro “A Pátria de Chuteira (2013)”, mesmo antiga, retrata o atual cenário do futebol e das torcidas no mundo. Uma Europa que registra cada vez menos casos policiais em relação ao futebol e um Brasil que enfrenta dificuldades em lidar com suas torcidas.

Com a proximidade de dois clássicos entre os maiores times de Minas Gerais, volta à tona os questionamentos: Será que é possível ter paz entre as torcidas? Poderá voltar às duas torcidas dividindo um estádio?

O casal Igor Dumont, empresário, e Izabela Rodrigues, estudante, 26 e 23, dizem que o fato de ele ser cruzeirense e ela atleticana nunca atrapalhou o relacionamento. “Não sou do tipo de atleticana que odeia o Cruzeiro. O Igor é mais fanático, às vezes me irrito com alguma piada, mas logo passa (risos). Não é nada que atrapalhe nosso relacionamento”, declara Izabela. Igor concorda com o pensamento da namorada e ressalta que o limite para as brincadeiras envolvendo o futebol está no respeito, “não são adversários, são parentes, amigos e pessoas”.

O casal ainda provou que é possível juntar as duas torcidas quando ela assistiu ao jogo entre os dois times na torcida do Cruzeiro.  “Eu nunca tinha ido ao Mineirão depois da reforma. O Igor é sócio torcedor e vai a todos os jogos, ele me chamou para ir ao clássico e fui na torcida do Cruzeiro, vestida com a camisa da Argentina (risos). Foi ótima a experiência, não me incomodei em assistir o jogo com os cruzeirenses. O difícil foi segurar o grito de comemoração, pois o Galo ganhou de 3×2”, declarou Izabela.

O também torcedor do Cruzeiro, Bianchi Costa, 36, operador industrial de logística, casado com a atleticana Liliam de Oliveira, 36, costuma assistir aos jogos junto com a esposa. Para Costa, apesar de serem torcedores de times opostos, a relação entre o casal é ótima, mas desabafa “dia de clássico é tenso, haja coração, é tanta coisa, fecha o olho quando o adversário ataca, fica mexendo os pés, vai na cozinha, no banheiro, olha a rua, enfim, cada um tem um jeito de torcer e aliviar a tensão”. Para a esposa Liliam, assistir os jogos juntos é tranquilo e para não brigar eles tem a receita: “nós não brincamos, só comentamos”.

O primeiro jogo que decide a Copa do Brasil vai ao ar nesta quarta-feira, 12, às 22 horas, e terá a participação apenas da torcida do Atlético, deixando alguns torcedores indignados, tanto pela forma de divisão das torcidas quanto pelo preço dos ingressos, “acho que tinha que ser meio a meio e o preço está altíssimo, pior que Champions League” afirmou o empresário Bruno Gomes, 32.

Texto e foto: Ítalo Lopes

Capa: Umberto Nunes

O cinema brasileiro está em cartaz e nessa segunda-feira, 10. O Cinemark apresenta a 15º edição do Projeta Brasil. Durante todo o dia a rede de cinemas se dedicará a exibição de filmes nacionais, ao todo, serão projetados 38 filmes em 528 salas de cinemas de 68 cinemas da rede no país.

As sessões estarão com preço diferenciado devido ao evento e cada ingresso custará R$ 3. Dentre os filmes escolhidos, econtram-se “Hoje Não Quero Voltar Sozinho”, de Daniel Ribeiro, que estará concorrendo ao Oscar 2015. Também serão exibidos a animação em stop-motion “Minhocas”, “Trash – A Esperança vem do lixo”, “Tim Maia”, entre outros.

Cota de Tela

Os cinemas são obrigados a exibir filmes brasileiros. Para isso criou-se a Cota de Tela que é uma normatização definida pela Agência Nacional de Cinema (Ancine) para os cinemas no Brasil. O Decreto Nº 8.176, de 27 de dezembro de 2013 define que cada rede de cinema deve exibir no mínimo 60 diárias nacionais por ano com títulos diferentes. Assim, nessa segunda-feira a Cinemark coloca em exibição os títulos brasileiros também para cumprir o que determina esse decreto.

Entretanto, a ideia da exibição de filmes brasileiros passa por um incentivo à procura por filmes nacionais nos cinemas, mas não é o mais eficiente. “Ao colocar os filmes numa segunda o público será pequeno”, explica Joana Soares, cineasta e advogada, que desenvolve pesquisa sobre as cotas de tela no Brasil. “Não tem tanta repercussão”, acrescenta.

Ainda de acordo com Soares, o que falta para o Projeta Brasil ser mais eficiaz na difusão do cinema brasileiro é a Ancine fiscalizar mais efetivamente as salas de cinema quanto ao cumprimento da Cota de Tela. O uso de novas ferramentas, como as mídias sociais ajudaria nessa tarefa, de acordo com a cineasta.

As exibições estão acontecendo ao longo dessa segunda-feira. Em Belo Horizonte o Cinemark corresponde as salas de cinema do BH Shopping, Pátio Savassi e Diamond Mall. Com o término das exibições, a programação retorna a como estava, e filmes como “Trash – A Esperança vem do Lixo” e “Na Quebrada” continuam em cartaz. Veja abaixo quais filmes estarão em cartaz durante o 15º Projeta Brasil.

Filmes em exibição:

Até que a Sorte Nos Separe 2

SOS – Mulheres ao Mar

Os Homens São de Marte… E É Pra Lá Que Eu Vou

Amazônia

Vestido Para Casar

O Candidato Honesto

Tim Maia

Made In China

Confissões de Adolescente

Alemão

Copa de Elite

Getúlio

Não Pare na Pista – A Melhor História de Paulo Coelho

Trash – A Esperança Vem do Lixo

Muita Calma Nessa Hora 2

Quando Eu Era Vivo

Jogo de Xadrez

Entre Nós

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho

Confia em Mim

A Grande Vitória

Praia do Futuro

Do Lado de Fora

O Lobo Atrás da Porta

Meninos de Kichute

Riocorrente

Causa e Efeito

A Onda da Vida – Uma História de Amor & Surf

O Menino e o Espelho

Sobrevivi Ao Holocausto

A Oeste do Fim do Mundo

De Menor

Lascados

Isolados

A Pelada

O Duelo

Na Quebrada

Até que a Sbornia nos Separe

Texto: Umberto Nunes

Foto: Divulgação: Trash – A esperança vem do lixo.

0 1059

O Coletivo Erro 99, participante ativo de grandes festivais renomados no país quer lançar o seu próprio evento. Entre 19 e 22 desse mês, o grupo pretende trazer a capital mineira consagrados nomes da fotografia do país.

O empecilho do grupo está em juntar o dinheiro necessário para concretizar o encontro. Para prosseguir com a organização do evento, o grupo está arrecadando dinheiro por meio do financiamento coletivo – cada pessoa doa uma quantia, pelo site da Variável 5, plataforma usada para esse tipo de projetos.

Coletivo Erro 99

Na descrição do site de financiamento, eles se descrevem como “uma mistura de arte e de vanguarda e televisão de domingo com um quê de showmício e toques de vandalismo”.  O grupo além de envolver o humor em sua temática, tem como foco democratizar o acesso à cultura. Segundo um dos idealizadores do projeto, o coletivo faz “parte dessa geração de BH que vem lutando pela ocupação dos espaços públicos, pelo carnaval livre de rua, pela união de política e festa”. A ideia veio da falta que os integrantes sentiam da participação do público nos eventos fotográficos, para eles as pessoas podiam ser mais que observadoras, “sentíamos falta de mais interatividade, de mais calor”, destacam.

O evento:

Os cinco dias do festival serão divididos em:

Show de Likes:  
Segundo eles,”é o duelo de ensaios fotográficos mais anarcopop, revoluciolúdico, belo-horizontal da história dos pixels”. Consiste em um concurso de ensaios fotográficos selecionados por profissionais e avaliados pelo público presente.

Queimão Fotográfico:

É um leilão onde fotografias são vendidas a partir de lances determinados por um mediador. O queimão é inspirado no projeto da Galeria Nababo, onde se leiloam obras de arte a partir de R$ 1,99 (um real e noventa e nove centavos), e o que não é vendido é queimado.

Assembleia Popular do Pixels:

Releitura para o ambiente fotográfico das assembleias populares de movimentos sociais que aconteceram no país.

Instantâneos:

Formato onde os palestrantes da área fotográfica irão falar sobre as suas experiências profissionais, em praça pública, com uma duração de 15 minutos.

Workshops:

Pessoas experientes do âmbito das fotografias discutem sobre temáticas referentes aos trabalhos que envolvam o manejo das câmeras.

Exposição – Malucos da Estrada: 

Uma abordagem de uma cultura ainda marginalizada na sociedade.

Os organizadores esperam que esse evento “dê uma chacoalhada nos formatos até então disponíveis.”  A tentativa é de arrecadar 17 mil, até o próximo dia 13, caso o valor seja alcançado, o evento ocorrerá embaixo do viaduto Santa Tereza nas datas descritas.  A ideia é levar o projeto a frente e transforma-lo em um evento nômade, viajando para várias cidades do país.

Texto: Ítalo Lopes

Foto: Divulgação