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Nesta quarta-feira, 6, o metrô de Belo Horizonte recebe mais uma edição do projeto Quarta Cultural. Desta vez o projeto conta com a apresentação do guitarrista e compositor Daniel Darezzo e da banda Clave de Nós.

O projeto inspirado no Carlsberg Music Station, que ocorreu em 2000 e  2001. Carlsberg contou com apresentações de teatro, poesia e muitos shows nas estações, vagões e plataformas do metrô. Devido ao grande sucesso, no ano de 2001, foi apresentado o projeto Quarta Cultural à comissão responsável por executar e planejar a comemoração dos 15 anos do METROBH. Pelo fato de não haver verba para a realização do projeto, a divulgação foi feita através de parcerias realizadas em escolas de músicas que apresentavam seus alunos e professores.

A grande e boa divulgação do projeto pela mídia e buzz marketing (comunicação boca a boca), diversos grupos da UFMG e músicos independentes de Belo Horizonte aderiram a iniciativa. Em 2001 as apresentações eram semanais, mas em consequência das dificuldades operacionais encontradas no decorrer do tempo e a falta de orçamento, a partir de 2002, as apresentações passaram a serem feitas sempre na primeira quarta-feira do mês.

A banda Clave de Nós traz uma mescla de MPB, músicas dançantes e rock. Daniel Darezzo participou da gravação e produção de diversos discos como da banda Trilha-K, Boa Noite Cinderela e já fez várias parcerias com artistas em palco. O resultado desses trabalhos prometem ser apresentados no palco nesta quarta-feira, 06.

A edição de Agosto será realizada na plataforma de embarque da Estação Central do Metrô de Belo Horizonte.

Texto: Bárbara Carvalhaes

Foto: Retirada do Portal PBH

Pela primeira vez na história recente da Agência Nacional de Cinema (ANCINE), vários setores da cadeira produtora do Audiovisual se reúnem, em Minas Gerais, para discussões sobre as particularidades do Fundo Setorial Audiovisual (FSA).

Na abertura do seminário “Um dia com a Ancine”, nesta sexta-feira, 01 de agosto, a diretora da agência, Rosana Alcântara, apresentou um conjunto de ações possibilitadas pelo FSA que refletem as metas da política pública federal para a área no Brasil. O objetivo é aquecer um setor já em crescimento para que, até o final de 2017, possa haver um aumento significativo em qualificação profissional e em volume de conteúdo produzido e distribuído.

Na área de produção de conteúdo, entre os pontos da meta do governo, está o lançamento de mais de 1.000 longas-metragens e a produção de cerca de 10 mil episódios para TV. Para exibição, pretende-se que mais de 800 novas salas de cinema sejam abertas e que todas as cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes tenham, pelo menos, uma sala. “Talvez nunca tenha sido tão viável viver de audiovisual no Brasil”, comemora Rosana.

“Esse momento em que o audiovisual brasileiro vive precisa, para ele ser garantido, juntar todos os setores do mercado e estavam todos aqui discutindo e aprimorando as possibilidades de fomento para que a gente não tenha mais um ciclo interrompido, como a gente já teve no passado”, aponta o diretor executivo da Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão (ABPITV).

Regionalização

A diretora da Ancine ressalta que o setor audiovisual brasileiro tem muito espaço para crescer, especialmente em mercados fora do eixo Rio-São Paulo: “a regionalização aparece no conjunto das linhas do Fundo Setorial Audiovisual”. O diretor executivo da ABPTI se diz  otimista em relação à expansão e  insiste que a união do setor é fundamental para a “inserção do produto mineiro nesse cenário nacional”.

Uma reportagem recente, publicada na Folha de S. Paulo, aponta que apenas 10 produtoras brasileiros concentram mais de um terço do financiamento público para filmes nacionais. Os dados são da própria Ancine, em um levantamento feito no período entre 1995 e 2012. A própria agência pretende mudar esse cenário com as novas linhas do FSA.

Junia Torres, fundadora da Filmes de Quintal, de Belo Horizonte, afirma que o encontro é uma boa possibilidade de se “estabelecer uma relação de mais proximidade entre a classe produtora, a classe exibidora e a Ancine”. Para ela, a partir do diálogo, a tendência é de um maior esclarecimento dos produtores em Minas Gerais, que podem se posicionar para que “as demandas da produção regional cheguem às instâncias nacionais”.

Para Fred Furtado, representante da Secretaria Municipal de Cultura de Barbacena, é muito importante para produtores independentes e iniciantes terem “entendimento dos mecanismos técnicos e burocráticos de como transformar sua produção em uma produção que consiga chegar a canais de visibilidade e de distribuição”.

César Piva, gestor cultural da Fábrica do Futuro, de  Cataguases, aponta o encontro como “fundamental” para que os produtores e gestores possam “desenvolver e fortalecer a participação de Minas Gerais, inclusive o interior de Minas, nessas novas perspectivas que o audiovisual brasileiro está ganhando nos últimos tempos.”

Mesmo com maior espaço para independentes e iniciantes, a diretora da Ancine chama a atenção para a necessidade de se estudar e discutir os editais: “é preciso amadurecer os projetos e compreender qual é a melhor política pública para qual  ele está desenhado é o grande desafio”.

Apesar do otimismo nos números e nas perspectivas para o setor, alguns produtores de conteúdo, que não quiseram se identificar, dizem ter saído confusos do evento, especialmente nos itens relacionados à produção para TVs. Os organizadores prometem novas rodadas de conversas sobre questões específicas de cada sub-área.

Para este segundo semestre, serão abertas linhas específicas para produção de conteúdo para TV pública (estatais, educativas, culturais, comunitárias e universitárias), com uma verba prevista de R$ 60 milhões.

O seminário “Um Dia com a Ancine”, em Belo Horizonte, foi realizado pela Agência em parceria com a Associação Curtaminas (ABD-MG) e a Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão (ABPITV), com o apoio do curso de Cinema e Audiovisual da UNA.

Da Redação

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No próximo sábado, 02, às 10h, ocorrerá o lançamento do livro “A Secretescrita e o desafio decifradórico”, na Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte. Escrito pelo poeta e arte-educador Chico dos Bonecos e ilustrado por Joana Resek, a obra é protagonizada por José que envia uma carta para sua família e quando eles recebem o bilhete, descobrem que a mensagem está decodificada e para que o papel faça sentido, terão que se empenhar em decifrar e os leitores têm que ajuda-los.

A obra é voltada para o público infantil e, para aguçar a curiosidade das crianças, nas orelhas do livro, é encontrado o Astrogal, um aparelho usado para esconder mensagens, inventado por Enéas, no século IV antes de Cristo. Além da narrativa enigmática, há também símbolos espalhados pelo poema de José para ajudar os pequenos a interpretar o real significado da mensagem.

O evento será realizado pela editora Peirópolis, com cessão de espaço da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte. O autor, Chico dos Bonecos, estará presente para uma sessão de autógrafos e também terá um festival de ‘diabolôs’, brinquedo artesanal muito utilizado no interior.

Local: Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte

Rua Carangola, 288/Térreo. Bairro: Santo Antônio

Por: Luna Pontone
Foto: Divulgação

Lei Estado de Incentivo a Cultura atinge teto de renúncia fiscal e prejudica setor cultural de Minas Gerais

O teto de renúncia fiscal de ICMS foi atingido. A Secretaria de Cultura do Estado de Minas Gerais diz que a captação de 79 milhões de reais foram atingidos ainda no primeiro semestre, e foi distribuído, em 380 projetos, sendo R$ 18,15 milhões em projetos do edital de 2012 e R$ 61,13 milhões em projetos do edital de 2013.

Para a secretaria, a renuncia atingiu seu teto tão rapidamente, devido as mudanças ocorridas na Lei, que passou a contrapartida das empresas patrocinadoras para 1 a 5%, em vez dos 20%. A diminuição dessa porcentagem, contribuiu para que 104 novas empresas entrasse no roll de patrocínio. De acordo com a secretaria, a notícia foi dada em tom de comemoração, pois mostra um panorama positivo da lei. “É a primeira vez na história da LEIC que atingimos o teto da renuncia efetivamente – um teto que está em aumento constante”, diz Laura Guimarães, chefe de comunicação da Secretaria Estadual de Cultura.

Com tudo, artistas e produtores culturais receberam a notícia com surpresa. Em carta aberta, eles reconheceram que a Lei de Incentivo à Cultura se apresenta como principal instrumento de política pública para o setor cultural do Estado de Minas Gerais. Entretanto, acreditam que nos últimos anos, a secretaria acabou entrando num colapso. Resultado que apresenta diversos projetos que se encontram em situação precária ou ameaçados a descontinuidade e que não conseguem mais captar recursos por intermédio da LeiC. “Em primeiro lugar, é preciso destacar a decisão equivocada pela redução da contrapartida para as empresas incentivadoras sem o aumento do percentual do teto da renúncia fiscal. Acreditamos que tal alteração, além de abrir mão do montante de recursos próprios que era investido pelas empresas nos projetos culturais, acirrou ainda mais a disputa por patrocínios, prejudicando, sobretudo, os pequenos empreendedores do Estado”, cita na carta aberta.

Em nota, a secretaria, destacou que não se trata de esgotamento da renúncia fiscal, uma vez que os projetos podem captar em 2015. E diante disto, a Secretaria de Estado de Cultura, em parceria com a Secretaria de Estado de Fazenda, tomou a providência de elaborar e publicar uma solução para o problema. Essa solução, segundo eles, normatiza os procedimentos de patrocínio por meio da Lei Estadual, com duas alternativas para que projetos aprovados pelo mecanismo de fomento possam receber recursos ainda este ano. São elas:

• Substituição pela empresa de projetos por ela patrocinados, com foco na troca de projetos que serão executados em 2015 por outros que têm previsão de execução ainda em 2014.

• Antecipação do investimento por parte da empresa, mantendo a dedução do imposto em 2015. A expectativa é de que esses procedimentos, aliados ao mecanismo da Dívida Ativa, possam atenuar as dificuldades dos agentes culturais neste momento de transição e adaptação ao novo cenário.

Para o setor cultural, “não há, portanto, motivo para comemoração do esgotamento da renúncia fiscal. Afinal, a situação tende a se tornar ainda mais grave, pois, no ritmo em que se encontra a utilização dos recursos, grande parte da verba prevista para 2015 terá sido consumida já no primeiro trimestre, como resultado do ‘efeito bola de neve’ criado na atual gestão da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais.” Dizem na carta os produtores culturais de Minas Gerais.

Carta aberta

Resposta da Secretaria à carta

Produtores culturais falam para o Contramão:

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Por Lívia Tostes

A Agência Nacional do Cinema, leva o projeto ”Um dia com a ANCINE” para a capital Mineira, nesta sexta-feira,1, das 9h30 às 17h, no Auditório ICBEU – Rua da Bahia, 1723, Lourdes. O projeto tem a parceria da Associação Curta Minas (ABD-MG) e da Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão (ABPITV). A oficina é uma ação de transparência institucional da ANCINE e faz parte de uma série de eventos promovidos pela mesma. A oficina tem como objetivo capacitar os agentes do mercado e tirar dúvidas sobre o funcionamento de áreas-chave da agência, como as ferramentas já disponíveis no Portal ANCINE.

Entre os temas em pauta, estarão também a emissão do Certificado de Produto Brasileiro (CPB), o registro de agentes econômicos e o trâmite para a realização de um projeto audiovisual utilizando-se de recursos de fomento e do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). O evento será aberto com uma palestra, que ficará a cargo da diretora Rosana Alcântara e o seminário será conduzido pelo Especialista em Regulação da Atividade Cinematográfica e Audiovisual, Layo Barros. A iniciativa é voltada para novos profissionais do setor e teve sua primeira edição, em São Paulo, no último dia 10 de junho.

De acordo com Marco Aurélio, presidente da Associação Curta Minas e promotor do evento na cidade, o número de inscritos em Minas bateu recorde.
“Geralmente os eventos da ANCINE são para 60 à 120 pessoas e eles fecharam este com 150 vagas”, ressalta Marco Aurélio.

Até a última sexta-feira, os organizadores receberam cerca de 200 inscrições para participar do seminário, contando que depois das inscrições no site terem sido encerradas, ainda receberam algumas de última hora através do e-mail.

Para o presidente da Associação Curta Minas, o recorde de inscrições provém da falta de eventos deste porte no estado. “Minas Gerais possui grande demanda de público interessados nestes assuntos e sofre com essa falta principalmente pelo fato de sua capital (Belo Horizonte) sempre ficar de fora das programações” destaca Marco Aurélio

Mais informações no e-mail: [email protected]

Por: Yuran Khan e Bárbara Carvalhaes

Na próxima quarta-feira, 23, o jornalista, compositor e escritor Ademir Assunção irá apresentar o show Viralatas de Córdoba junto de sua banda Fracasso da Raça. A apresentação será no Sesc Palladium, às 19:30, com entrada gratuita.

Em entrevista para o Jornal Contramão, o letrista explica que o nome “Viralatas de Córdoba” surgiu em uma de suas viagens, neste caso, quando foi para Córdoba, na Argentina. Segundo ele, havia muitos viralatas (cachorros) vivendo nas ruas da cidade e ele acabou gostou deles e com isso resolveu colocar este nome no CD.  Para Ademir, este nome representa bem o tom do trabalho e, afirma que gosta da liberdade dos viralatas, que se sentem bem fuçando a poeira das ruas.

Ao perguntar qual o conceito trabalhado neste show, Assunção destaca: “O show é uma fusão de poesia com blues, rock’n’roll e baladas. Quando a poesia sai do espaço silencioso do livro e passa para a fala, ganha outras possibilidades de linguagem: o tom da voz, a emissão mais forte ou mais aveludada, as pausas. Em diálogo com instrumentos musicais, como o baixo, a bateria e a guitarra, no meu caso, ganham mais recursos ainda. Acho bom para a poesia tomar esse choque elétrico na carne. E acho bom para o público tomar esse choque de palavras na testa.”

Livro A Voz Ventríloquo, Ademir Assunção

Em 2013, Ademir Assunção ganhou o prêmio Jabuti com o livro de poesias “A voz do Ventríloquo” e se diz feliz em ter recebido o prêmio, mesmo que já tenha declarado em entrevistas que nunca havia
ganhado prêmios com poesia e que não corre atrás deles. Para escrever, Assunção gosta da ideia de Tom Waits sobre o processo criativo: “É como um aquário que pouco a pouco vai se enchendo de peixes.
Peixes azuis, vermelhos, negros, amarelos, de tamanhos, texturas e formatos diferentes. De repente, o aquário está cheio e eles começam a saltar para fora”.

“É mais ou menos assim. De repente, os peixes começam a saltar para fora do aquário”, ressalta Assunção.

Por Bárbara Carvalhaes
Foto e vídeo: Divulgação