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A exposição de fotografias “A beleza da margem, à margem da beleza”, organizada pelo fotografo e artesão, Rafael Lage, volta ao quarteirão dos hippies da Praça Sete, após ter sido interditada, em 2009, pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. “Naquela época, eu queria denunciar as irregularidades da prefeitura como apreensão de mochila, dos trabalhos e de documentos do pessoal”, relembra Lage. “Na época, a exposição foi apreendia pela prefeitura, eles alegaram obstrução da via pública e ainda me multaram em R$17.000,00”.

Rafael Lage – Malucos da Estrada

De acordo com Lage, as imagens são frutos de três anos de militância para registrar a forma como a Prefeitura abordava os artesãos. “Eu acompanhei 18 operações da Polícia Militar e pude registrar estes absurdos e violações que existiam. Encaminhei tudo para o ministério público. Nós conseguimos três audiências públicas e conseguimos encaminhar um documento para a corregedoria da prefeitura. Agora, no dia 3 de maio, conseguimos, da corregedoria da prefeitura a revogação da multa e devolução de todos os trabalhos” explica Rafael Lage.

Lage define a exposição como sendo uma Intervenção de arte/política e seu próximo passo será a produção de um documentário sobre os artesãos da Praça Sete, além de outras intervenções.

Invisíveis

Confundidos com moradores de rua e com traficantes, os Malucos da Estrada, também conhecidos hippies, vivem de cidade em cidade divulgando sua arte e sua ideologia. Para o artesão Thiago Almeida, em Belo Horizonte é o lugar onde a situação é mais complicada. “Galera da sua cidade acha que artesão é morador de rua, que artesão é maloqueiro. A galera julga pela aparência, tem muito preconceito”, denuncia. “Nossa vida é de aprendizagem e conhecimento. É um modo diferente de viver, cada lugar é de uma forma, com muito ou com pouco”, explica o artesão Denis Fernando.

Exposição Malucos na Estrada
Exposição Malucos na Estrada

Por Ana Carolina Nazareno e  João Vitor Fernandes

 Foto: João Vitor Fernandes

A Marcha das Vadias é um protesto bem humorado que coloca em pauta questões importantes relativas à luta pelo respeito às mulheres, ao direito ao próprio corpo, ao livre exercício da sexualidade e à desconstrução de estigmas culturalmente construídos.

A estudante Sabrina Fortunato que irá participar do movimento realizado amanhã, declara “É muito digno e cheio de razão, que luta contra preconceitos e machismos, e que traz à tona a realidade de nós mulheres e a nossa necessidade de viver em paz”!

A marcha que foi idealizada após uma declaração machista de policias do Canadá e vem ganhando força em vários países. A estudante Grazielle de Souza destacou a importância desse movimento no Brasil. “Em um país como o Brasil que tem pessoas que se dizem mente aberta, precisamos ter o direito de vestir o que quisermos e ser livres para lutar por direitos iguais”.

 A concentração será às 13h, na Praça da Rodoviária, sendo que a saída ocorrerá às 14h, em direção à Praça da Estação, passando pela Rua Guaicurus. Da Praça da Estação a marcha sobe a rua da Bahia em direção à Praça da Liberdade. “Espero que o movimento não seja em vão que as autoridades prestem atenção nas mulheres”, almeja a estudante Grazielle Santos.

Texto: Bruno Coelho e Rute de Santa

Belo Horizonte se tornou no último fim de semana a capital nacional da tatuagem, recebendo, nos dias 18, 19 e 20, a BH Tattoo Convention. Nos três dias, o evento –  que está em sua 2ª edição – contou com sorteio de brindes e tatuagens, além de um concurso que premiava os melhores trabalhos com um troféu e uma máquina de tatuagem exclusiva, desenvolvida por André Matosinhos, lendário tatuador de BH. A categoria mais esperada, “Melhor Tatuagem Feita No Evento”, ficou com Camilo Tuero.”O importante é concorrer, mostrar a todos o meu trabalho, isso é que é importante. Mas graças a Deus deu certo” completou Camilo.

Camilo Tuero, ganhador do prêmio de "Melhor tatuagem feita no evento"

Camilo Tuero é natural de Lima (Peru) e começou a tatuar aos 16 anos de idade. Aos 20, se mudou para a Argentina, onde trabalhou em vários estúdios de Buenos Aires. Especializado nos estilos realismo e oriental, é um artista reconhecido por seu talento e capacidade de incorporar novas técnicas e idéias aos seus trabalhos. Atualmente, Camilo é uma das maiores referências em tatuagens realistas na América Latina.

Mais de 5 mil pessoas passaram para ver o trabalho de 71 artistas, dos estados de Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo e profissionais internacionais vindos da Suíça, Argentina, Peru, Alemanha e Japão para trocar técnicas e artes, alem de contribuir para a evolução desta arte no estado. Com o objetivo principal de disseminar a informação sobre tatuagem, o evento foi marcado pela diversidade de estilos e as novidades que envolvem este tema. Inácio da Glória é tatuador a 40 anos e foi um dos jurados do evento ” Foi um evento muito agradável, que reuniu tatuadores do Brasil e do mundo, e Belo Horizonte, através desta convenção, fica sendo um polo forte da cultura da tatuagem. O evento está na segunda edição evoluiu de maneira extraordinária, foi um evento de alto nível, merecedor desta cidade tão maravilhosa que é Belo Horizonte.”

Por: Jessica Almeida / Heberth Zschaber

Imagens/Fotos: Paulo Fractal

“Eu não moro, eu vivo”, com esta filosofia de vida o artista português Mica viaja pelos países conhecendo novas culturas e mostrando sua arte. “Comecei a viajar quando não encontrei esta estabilidade que a sociedade fala. Sou artista e vivo disto, É difícil viver da arte em alguns países e no meu país é um tanto quanto ingrato”, diz Mica,

Há dois anos na estrada o viajante já visitou a Europa o norte da África e toda a América do Sul. ”Não acredito em dificuldades. A dificuldade a gente é que faz. Encontramos dificuldades quando estamos em casa, quando estamos no mundo não existem muitas” diz o artista que apresenta malabarismos com utensílios de cozinha.

Mica, que se está a um mês no Brasil, apresenta seu show em bares e nas ruas. “Fico no Brasil até agosto e pretendo ir a outras cidades. Depois meu destino é incerto” conclui.

Artista de rua

Por João Vitor Fernandes

Foto: João Vitor Fernandes

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O Grupo Galpão é um dos destaques do Festival Internacional de Teatro (FIT), a expectativa com as apresentações, tem um tempero a mais em 2012, pois o grupo completa 30 anos. “Como no Brasil o público tem uma grande receptividade com o nosso trabalho, escolhemos quatro espetáculos para as apresentações: a remontagem de Romeu e Julieta, Till, a saga de um herói torto, Eclipse e Tio Vânia (aos que vieram depois de nós)”, explica o assistente de comunicação e memoria, João Santos. Destas peças, duas estão na grade de programação do FIT, Romeu e Julieta e Eclipse.

 “Na última apresentação de Till, feita [em 2009], na Praça do Papa, bateu recorde de espectadores. Foram cerca de 15 mil pessoas”, lembra Santos. O público mais jovem terá, agora, a oportunidade de interagir e conhecer mais sobre o que é teatro de rua. “É original, uma oportunidade grande para o público que não tem o habito de ir ao teatro. Irá assistir de graça há grandes espetáculos. É a socialização da Arte e a democratização”, defende o ator, Antonio Edson, integrante do Galpão.

Romeu e Julieta

Talvez a peça mais conhecida do Galpão, Romeu e Julieta,será encenada até o dia 28 de maio em Londres, no projeto “Globe to Globe”. A peça volta à BH durante o FIT. A primeira apresentação foi em 1992, foram mais de 250 apresentações, em 10 países. Romeu e Julieta ganhou, inclusive os palcos do Shakespeare Globe Theatre, em Londres.

Por: Rute de Santa

Foto: Divulgação do Grupo Galpão

O censo de 2005, último que fez uma amostragem sobre moradores em situação de rua das capitais, mostra que Belo Horizonte possui 1164 moradores nesta situação. A regional centro-sul abriga o maior numero desses moradores. “É difícil especificar quantos são em cada regional, já que essas pessoas estão em constante circulação pela cidade. O que temos é que devido ao próprio comércio e aos abrigos serem localizados em sua maioria nessa regional, a concentração de pessoas em situação de rua na região centro-sul é maior do que em outras áreas” informa a assessora de comunicação da Secretaria Municipal Adjunta de Serviços Sociais (SMAAS), Beatriz Maciel.

Morador em situação de rua: Regional Centro-Sul

 A prefeitura tem um serviço de abordagem para moradores em situações de rua . “A abordagem é feita pelas ruas. Os técnicos de abordagem vão até os locais para identificar as pessoas e tentar promover a inserção delas no ambiente familiar”, informa o técnico de abordagem do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) da regional centro-sul Rafael Cândido.

A regional centro-sul conta ainda com um Albergue Municipal e duas republicas totalizando um total de 490 vagas.

Violência

Na ultima terça-feira, a policia militar desocupou uma casa na Rua Rio Grande do Norte. O local serviu de abrigo para aproximadamente 20 moradores em situação de rua nos últimos três meses. O imóvel estaria sendo ocupado por moradores em situação de rua a cerca de três meses. A suspeita, segundo a PMMG, é que eles possam ter alguma relação com a onda de crimes que está acontecendo na região centro-sul

 Até o fechamento desta edição a policia não se pronunciou sobre a ficha criminal e o que foi feito com os moradores apreendidos.

Por João Vitor Fernandes e Ana Carolina Nazareno

Foto: João Vitor Fernandes