Literatura

A biblioteca Thomas Jefferson do Instituto Cultural Brasil Estados Unidos (ICBEU), realizará, a partir deste sábado, a quarta edição da Book Fair que venderá livros a partir de R$ 1. “São livros de literatura americana que não temos mais interesse em manter no nosso acervo”, explica o bibliotecário Pedro Alves Barbosa.

O evento acontece anualmente, e nesta edição, ainda de acordo com o bibliotecário, a expectativa é que sejam vendidos mais de 800 livros somente no mês de dezembro. Pedro conta também que a feira serve para arrecadar fundos que serão utilizados na compra de novos exemplares para a biblioteca.

Além de livros que pertenciam ao ICBEU, Barbosa explica que existem alguns materiais que nem chegaram a entrar no acervo. “Temos alguns livros que recebemos por meio de doações e que o assunto não interessa à biblioteca, então colocamos na feira”.

Book Fair funcionará de segunda a sexta de 9h às 20h, com intervalo entre 12h e 13h, e aos sábados de 9h às 14h. O ICBEU fica na Rua da Bahia, 1723, Lourdes. Mais informações podem ser obtidas através do telefone (31) 3248-5010.

Por Marcelo Fraga

Foto: Marcelo Fraga

O Centro Universitário UNA promoveu, na noite de ontem, uma palestra com o jornalista e editor executivo da revista Istoé, Klester Cavalcanti. O jornalista foi correspondente na guerra da Síria em maio deste ano. Klester contou ao público presente no Teatro ICBEU sobre os dias em que ficou detido pelo governo local e sobre as torturas que sofreu. “Ele sofreu tudo isso, mas conseguiu um relato mais puro, longe da censura do governo Sírio”, afirma o estudante do 2º período de Jornalismo, Horácio Fialho.

Durante cerca de uma hora e meia, os expectadores ouviram a descrição dos fatos ocorridos durante os dias em que Klester permaneceu no Oriente Médio. Além disso, houve um tempo reservado para perguntas da plateia. “Achei a palestra muito interessante, não foi cansativa. Tirei de lição que não devo por em prática sonhos que coloquem em risco minha vida”, comenta a estudante Juliana Costa, 20.

A experiência na guerra levou Klester Cavalcanti a escrever o livro Dias de Inferno na Síria recentemente publicado e, ao final da palestra, foram sorteados alguns exemplares para o público. Houve ainda uma sessão de autógrafos.

Por Marcelo Fraga e Paloma Sena

Foto: Raul Richard

Envolvido em uma polêmica sobre racismo, o escritor Monteiro Lobato, autor do clássico infantil o Sítio do Pica-pau Amarelo, é um dos personagens do tema Racismo e Literatura, que será discutido no Café Controverso, que acontece no Espaço Tim UFMG do conhecimento, no próximo sábado, 24, às 11h. O autor que, em seus livros trata a personagem Tia Nastácia como “Preta Velha” e “macaca de carvão”, foi alvo de criticas de entidades ligadas ao movimento negro.

O Evento contará com a presença da professora da Faculdade de Educação da UFMG, Santuza Amorim e a professora de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa e de Literatura Afro-brasileira da PUC-MG, Maria Nazareth.

Segundo Santuza Amorim , os negros são tratados, de uma forma geral,  de forma depreciativa, nos livros usados pelas escolas. “Na maioria das vezes, o negro aparece em situações subalternas. Tais livros não mostram essas figuras em famílias organizadas ou como trabalhadores que têm profissões bem situadas”, defende.

Já Maria Nazareth acredita que deve ser delegada aos professores a tarefa de dar o contexto em que a história foi escrita. Censurar uma obra que foi escrita no passado é desconhecer o contexto em que foi publicada. “Apagando a visão do livro não temos nem esse momento pra discutir formas de racismo” explica.

Leitores

Os alguns leitores de Monteiro Lobato o preconceito é inexistente. A dona de casa Danielle Caetano Tia Nastácia tem um papel muito importante na história de Lobato. “O papel dela é muito bonito, à vejo mais como uma vovózona de todos”, declara.

E o diretor executivo Guilherme Guerra completa dizendo que acha “isso uma bobagem. O racismo existirá enquanto tivermos que justificar porque alguém chamou a outra de preta, amarela etc.”, conclui.

Por João Vitor Fernandes e Rute de Santa

Foto: Internet

O jornalista e escritor Ruy Castro, participa, na próxima quarta-feira, 21, as 19:30h, no Museu de Artes e Ofícios (MAO) da 53º edição do projeto Ofício Da Palavra.  “Há dois anos venho tentando acertar a nossa agenda com a dele e finalmente agora deu certo”, comenta o jornalista e fundador do projeto José Eduardo Gonçalves.

No evento, Ruy Castro irá dividir com o público sua experiência como escritor e jornalista. “Ele é alguém que vive da palavra desde os 19 anos de idade, quando começou no jornalismo, no final dos anos 60. Ao longo de todo este tempo ele se firmou como um dos grandes talentos do jornalismo brasileiro, notadamente no gênero das biografias” comenta Gonçalves.

Ainda segundo Gonçalves, o “objetivo sempre foi trazer a literatura para perto das pessoas, aproximando os autores do seu público. O que o projeto quer é colocar o autor em contato direto com o público, em diálogo franco com o público”.

Escritor e Jornalista

Ruy Castro nasceu em 1948 e se formou em Comunicação Social, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Começou sua carreira em 1967, no Correio da Manhã.  Trabalhou ainda nos principais veículos do país como Veja, IstoÉ  e atualmente Folha de São Paulo onde é colunista.  Sua carreira como escritor começou com o livro O Melhor do Mau Humor (1989), onde ele organizou uma série de citações de vários autores. Marcado por escrever biografias, seu maior destaque é O Anjo Pornográfico, que conta a vida do também escritor e jornalista Nelson Rodrigues.

Por João Vitor Fernandes e Rute de Santa

Fotos: Bruno Veiga

Pelo terceiro ano consecutivo, o evento Prêmio Zumbi de Cultura destacará as dez maiores personalidades nos campos da política, artes e cultura negra de Minas Gerais e do Brasil. A premiação celebra os 316 anos da morte de Zumbi dos Palmares.

A programação contará com três rodas de discussões acerca dos temas: “Resistência com Arte (Zumbi na Contemporaneidade)”; “Resistindo com a Religiosidade de Matriz Africana”; e “Política Cultural e a Comunidade Negra”, com a participação da secretária estadual de Cultura, Eliane Parreiras.

Além disso, haverá uma apresentação da Orquestra Berimbau Grupo de Capoeira Angola Meninos de Palmares e shows com Conexão África Beat, Mestre Conga, Meninas de Sinhá, Maurício Tizumba, Sérgio Pererê e Cia Baobá de Dança – Minas. O evento contará ainda com a Festa Afroliterária, com lançamento de livros, bate-papo e sessões de autógrafos; a exposição “Resgatando a Tradição e a Cultura Afro-brasileira – Formação para as Comunidades Tradicionais de Belo Horizonte e Região”; e apresentações de diversos grupos culturais.

Zumbi dos Palmares

Líder escravo nascido em Alagoas foi símbolo da resistência negra contra a escravidão e o último chefe do Quilombo dos Palmares. Criado pelo padre Antônio Melo (após ser capturado e entregue à Igreja Católica com apenas 07 anos de idade) foi batizado e virou ajudante nas missas da Igreja.

Aos 15 anos foge para Palmares e adota o nome Zumbi (guerreiro). Ascende ao comando militar do quilombo, até então liderado por Ganga Zumba. Após uma abordagem dos portugueses, Ganga aceita um acordo de paz do governador da Capitania de Pernambuco de libertar os negros do Quilombo de Palmares diante da submissão à Coroa Portuguesa.

Zumbi vai contra essa determinação afirmando que não seria aceitável dar liberdade somente a um grupo, quando havia, ainda, milhares de outros escravos. Por conta dessa ação, Zumbi se torna o novo líder de Palmares.

Durante sua liderança a comunidade se fortalece, obtendo várias vitórias contra os soldados portugueses. Porém após um ataque, organizado pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, ao Quilombo dos Palmares, o Quilombo é totalmente destruído. Zumbi consegue fugir, porém é delatado por um antigo cúmplice e entregue as tropas inimigas.  Foi morto em 20 de novembro de 1695, aos 40 anos de idade.

Cronologia da vida de Zumbi:

O evento será realizado pela Secretaria de Estado de Cultura e a Fundação Clóvis Salgado, nos dias 21, 24 e 26 de novembro, no Palácio das Artes. A entrada é franca.

Confira a programação.

Por Rafaela Acar

Foto: Rafaela Acar

Será feito hoje em Belo Horizonte o lançamento do Livro “Seu amigo esteve aqui”, onde são relatadas as experiências de luta de Carlos Alberto Soares durante a ditadura no Brasil. Beto, como era conhecido, passou quatro anos da sua vida engajado na militância esquerdista durante o período da ditadura, e o livro é constituído de 60 relatos colhidos junto a parentes, amigos e companheiros de militância.

Ele era conhecido como uma forte liderança entre os estudantes belo-horizontinos. “Eu vivi isso integralmente, eu era jornalista na época da ditadura, já estava no Jornal Binômio e estudava  na faculdade de Ciências Econômicas. O Beto era uma liderança muito forte no meio estudantil , mas o curioso é que ele não se mostrou assim de imediato, ele andou escondido um tempo e depois apareceu como líder guerrilheiro”, relata Carlos Felipe Horta, jornalista e contemporâneo de Beto, “Ele estava um ano a minha frente na faculdade.” Informa.

Carlos conta que Beto e a também militante Inês Ettiénne, fundaram um bar temático, onde os militantes de esquerda se encontravam. Beto tinha ainda ao seu favor a beleza, que lhe dava facilidade de circulação nos lugares, tornando o trânsito de informações mais acessível para ele, “As mocinhas gostavam dele.”, aponta Carlos.

O regime militar deixou impressões que não saem da cabeça do jornalista. “Eu sabia que as pessoas estavam desaparecendo e estava sendo censurado. Quando eu me formei na faculdade eu já trabalhava no Binômio e no  Na Última Hora, os dois jornais foram fechados. Foram momentos que me deixaram marcas profundas”,  relata o jornalista. As pessoas que viveram o regime preferem certamente os dias de hoje, “Entre todas as podridões dos dias de hoje e o período da ditadura eu prefiro os dias de hoje”, ratifica Horta.

 

Por: Ana Carolina Nazareno e Hemerson Morais

Foto: Internet