Praça da Estação

Com desenho urbanístico concluído e apresentado à população na noite de ontem, no Cine Cento e Quatro, o projeto Corredor Cultural Estação das Artes contou com engajamento de diversos setores da sociedade civil. No próximo dia 10 de julho a Prefeitura de Belo Horizonte receberá o projeto e, através dele, pleiteará a verba de R$ 21,8 milhões pelo PAC das Cidades Históricas – programa do Ministério da Cultura que visa preservar o patrimônio brasileiro cujo repasse se dá através de convênio com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Segundo declarações do representante da Fundação Municipal de Cultura (FMC), Álvaro Sales, em audiência na Câmara Municipal de Belo Horizonte, o Ministério da Cultura sinalizou positivamente ao projeto que deve ser aprovado caso pareça viável sua efetivação até a Copa do Mundo de 2014.

O desenho urbanístico, assinado pelo arquiteto André Buarque, foi elaborado a partir do constante diálogo com a sociedade civil que se organizou na forma de uma Comissão de Acompanhamento com representantes de nove diferentes esferas da comunidade: a Fundação Municipal de Cultura foi representada por Álvaro Américo Sales, o Conselho Municipal de Cultura por Rafael Barros, os movimentos sociais por Thiago Antônio Costa de Almeida, a classe artística por Henrique Alexandre de Sena, os comerciantes por Antônio Eustáquio, os moradores do entorno por Andréia Costa, os arquitetos e urbanistas por Flavio de Lemos Carsalade, os praticantes de modalidades de esportes urbanos por João Francisco Emmermacher Seixas, a população em situação de rua por Jadir de Assis e João Paulo Alves Fonseca foi o representante da mobilidade e acessibilidade. “O grupo, além de acompanhar o trabalho do desenho urbanístico, pensou em uma série de ações com o objetivo de ampliar o uso do Corredor Cultural e tem pensado em políticas públicas para este local, entre as preocupações esta a tentativa de alterar a lei de uso da Praça da Estação”, explicou o membro da comissão, professor de teatro e membro do grupo teatral ‘Espanca!’, Gustavo Bueno.

O jornalista e ativista cultural, Israel do Vale, que vem acompanhando as reuniões dos grupos desde o ano passado, explica que o primeiro projeto apresentado pela Prefeitura de Belo Horizonte sofreu diversas alterações até chegar ao desenho apresentado ontem. O ativista revela que, desde o início das reuniões com lideranças da comunidade, gestores e agentes culturais, houve a preocupação de resguardar quem já morava ou frequentava aquela região.

Gustavo Bones esclarece que o projeto apresentado ontem é a idealização do que deve ser o Corredor Cultural Estação das Artes. “Com a verba que deve ser destinada será possível a realização de melhorias pontuais, como a instalação de banheiros, a iluminação de algumas vias. O projeto que criamos é um projeto ideal, ele existe para que a cidade possa lutar por ele.”. Rafael Barros, Conselheiro Municipal de Cultura pela sociedade civil, ratifica a afirmação de Bones: “O projeto atual é muito amplo. Não sei precisar, mas talvez seja vinte vezes maior do que possibilita a verba que deve vir. Possivelmente, [o projeto] deverá ser trabalhado na próxima década.”. Entre as obras contempladas estão a criação de ciclovias, praças, iluminação, piso para pedestres, banheiros públicos, além de um parque aberto 24 horas. O complexo abrangerá desde a Avenida dos Andradas, na altura da Rua Varginha, no Bairro Floresta, até as proximidades do Parque Municipal, além da Rua Sapucaí.

Pensado para que as obras não conduzam a gentrificação – processo de valorização imobiliária em que a população carente é prejudicada, ou até expulsa da região -, Gustavo Bones revela estar preocupado quanto a realização do projeto: “Pensamos em meios de proteger a diversidade. Mas temos a preocupação de que o projeto não seja realizado desta maneira. Em nosso projeto as mudanças, as transformações não excluem a população que já estava lá. Ao contrário, tentamos ao máximo incluí-los. Tememos que isso não seja respeitado, que se adote uma política higienista.”.

Por Alex Bessas

Foto extraída do perfil ‘Corredor Cultural Praça da Estação’ no Facebook.

Esse ano a marcha das vadias de Belo Horizonte superou as expectativa  de todos inclusive das articuladoras como relata em seu site Adriana Torres, ativista do Movimento Nossa BH e uma das participantes da Marcha, “foi de encher os olhinhos d’água ver mais de mil pessoas – jovens, nem tão jovens, cis, trans, mono, hétero, crianças, unidos com alegria e irreverência na defesa da liberdade e contra a violência”.

 A concentração que começou na Praça Rio Branco,as 13 horas em frente à rodoviária da Capital Mineira, passou pela Praça da Estação, Rua da Bahia, Praça da Liberdade, Savassi. o evento esse ano cresceu, conquistou, e trouxe as ruas o encanto do afeto humano em prol de um só ideal. E agora pressiona, e convida a ir além. A formar uma base de um mundo diferente para nós e para os próximos habitantes desse globo de poucos, loucos, por um intelecto em comum.

As políticas públicas relacionadas à violência contra a mulher está mais focada no “pós-violência”. “Temos poucas ações para conscientização, prevenção e conhecimento de que o machismo, a cultura patriarcal, é um dos principais fatores dessa violência”, afirma Adriana torres.

Vejo que essa reflexão deve começar dentro de nós, transformando em atitudes não machistas, não homofóbicas e não racistas no nosso dia a dia. É fácil admitir isso, não é fácil é olhar para nosso espelho interior e assumir uma postura mais humana, olhando para os outros e menos para nosso próprio umbigo.

No ultimo sábado (25), As ativistas usaram roupas curtas e algumas deixaram os seios a mostra e  o próprio corpo usado como meio de vincular o protesto para contestar o machismo. Com palavras pintadas pelo corpo, cartazes nas mãos e uma grande mistura entre muitos  homens,Crianças , mulheres e afins defendendo que é preciso aprender a respeitar não só as mulheres mas todos os seres que o merecem.

A Marcha das Vadias teve início em 2011 na cidade de Toronto, no Canadá, organizada por estudantes da universidade local. Após uma declaração de um policial na instituição que disse que se as mulheres se vestissem como “vadias” poderiam estimular o estupro.

Como explica o site.

O manifesto pacífico e bem humorado  também foi marcado em São Paulo,Recife e Curitiba, e já teve diferentes versões em diversos países. Assim a marcha chama a atenção da população, para que o preconceito seja banido dos pensamentos controversos dessa sociedade imperfeita.

A nossa conduta não deveria ser alvo de julgamentos, principalmente, porque o defini o caracter de um ser, não é constituída por “fora”, pela “casca” e sim pela essência da integridade sentimental que compartilhamos. Para se juntar a marcha não é preciso se despir, bastar estar confortável, todos são bem vindos desde que venha com alma e coração aberto a liberdade de expressão.

Por: Aline Viana

Foto: Aline Viana

Neste sábado, 11, acontece em Belo Horizonte a Marcha da Maconha com mais de 3,6 mil pessoas confirmando presença através do evento criado no Facebook, até agora. A manifestação acontece uma vez por ano em todo país simultaneamente a Global Marijuana March. Na mesma data Cuiabá, Rio de Janeiro e Teresinha também farão suas marchas e até julho várias outras cidades brasileiras sediarão a movimento.

A manifestação terá início às 13 horas na Praça da Estação, onde os manifestantes vão se concentrar. De lá seguem, às 16h20, pela Avenida Amazonas, passando pela Praça Sete. Da praça partem para a Avenida Afonso Pena e seguem pela Rua da Bahia até a Praça da Liberdade. A praça da Estação também vai receber o Fora Renan (outro evento, parte do Enxurrada BH, que sairá da praça Sete) entre 14 e 15 horas.

Essa é a sexta edição da Marcha da Maconha na capital mineira. Elas tem acontecido desde 2008. Este ano a expectativa é superar a marca de cinco mil presentes, público maior que o presente em 2012.

A Carta de Princípio do Coletivo Marcha da Maconha Brasil explica que o movimento não faz apologia ou incentiva o uso de qualquer droga, incluindo a Cannabis. Segundo o documento o objetivo é fazer frente “a política proibicionista radical hoje vigente no Brasil e na esmagadora maioria dos países do mundo [que] é um completo fracasso e que cobra um alto preço em vidas humanas e recursos públicos desperdiçados.”. Ainda segundo a carta, o coletivo “não tem posição sobre a legalização de qualquer outra substância além da Cannabis, a favor ou contra. O nosso objetivo limita-se a promover o debate sobre a planta em questão e demonstrar para a sociedade brasileira a inadequação de sua proibição.”.

O grupo também mantém um site e fórum para discutir questões relacionadas a legalização da Cannabis, o marchadamaconha.org. O coletivo ainda faz uma ressalva: “para atingir os seus objetivos, a Marcha da Maconha Brasil atuará estritamente dentro da Constituição e das Leis. Não abrimos mão da Liberdade de Expressão, mas também não promovemos a desobediência a nenhuma lei.”.

 

Por Alex Bessas

Imagem de divulgação

No dia 1º de maio comemorou-se o Dia Internacional dos Trabalhadores. Em Belo Horizonte a data veio no contexto de uma semana de manifestações de servidores públicos descontentes com as condições de trabalho e remuneração. Medidas tomadas pela prefeitura de Belo Horizonte e Câmara Legislativa cujo objetivo era evitar o comprometimento do trânsito causaram desconforto em lideranças sindicais.

Nesta terça, 30, os servidores municipais e estaduais da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), da Educação e da Saúde realizaram uma passeata que saiu da sede da prefeitura e seguiu para uma Assembleia Geral na Praça da Estação, onde decidiram iniciar greve geral até que se abram negociações. Os profissionais da saúde permaneceram mobilizados das 7h, do dia 30 de abril, às 7h do dia 1º. Há uma semana, os Guardas Municipais paralisaram uma das vias da Av. Afonso Pena por volta das 10 horas da manhã, de onde seguiram para a Praça Sete. No caso dos Guardas Municipais a administração do município já iniciou diálogo com a categoria e os servidores voltaram a trabalhar normalmente.

As manifestações que ganharam destaque na imprensa mineira, principalmente no que tange ao comprometimento do trânsito na capital, reascenderam a discussão sobre o Projeto de Lei 1.895/11 apresentado pelo vereador Joel Moreira (PTC) em 2011 que foi arquivado por não ter tido a votação concluída. Reapresentado no início do novo exercício, em 2 de janeiro, o projeto que prevê a criação de um Parlatório Democrático – local único para a realização de manifestações populares – segue para votação, agora, com a numeração 281/2013. Joel Moreira explica que o objetivo é contribuir para que se cumpram os direitos de todos em uma cidade plural e complexa, com mais de 2,4 milhões de habitantes, como é o caso de Belo Horizonte: “Queremos preservar o direito de ir e vir do cidadão belo-horizontino, assim como os serviços de emergência das ambulâncias, Corpo de Bombeiros e outras situações essenciais. E também garantir o direito de manifestação”. A expectativa é que ele seja votado entre maio e junho, segundo o autor.

No texto do projeto está estabelecido que as manifestações populares deverão ocorrer na Praça da Estação: “Minas Gerais, berço da democracia brasileira, terá na Praça da Estação, um local específico, destinado a qualquer tipo de manifestação. Localizada na Capital do estado, a Praça se firmará como um local de promoção da democracia, sem comprometer o bom andamento da cidade.”. Através de um email, Joel Moreira justificou a escolha do espaço argumentando ser este um local de fácil localização e apresentar várias opções de deslocamento: “Além da Estação Central do Metrô, cerca de 50% das linhas de ônibus da Capital passam pelo local. A praça fica a menos de 200 metros da estação do BRT  e  cerca de  400 metros da rodoviária.”. O Projeto de Lei também proíbe a execução de protestos dentro do perímetro urbano circundado pela Avenida do Contorno, das 06h00 às 20h00..

O presidente da Nova Central Sindical de Minas Gerais, Antônio da Costa Miranda, critica a postura da imprensa que enfatiza as retenções no trânsito e se opõe ao Projeto de Lei. “Vemos com perplexidade a tentativa de imputar nessas manifestações a privação do direito de ir e vir”. Para a liderança sindical é inconcebível pensar que exista um projeto que limite o poder de protesto do trabalhador em um país que busca consolidação democrática. Miranda ainda argumenta que as manifestações não são as causas do caos no trânsito, mas apenas um dos fatores e enumera outros: “todos os dias nas grandes cidades do Brasil temos congestionamentos, principalmente, nos horários de pico por falta de infraestrutura, pela execução obras e operações em datas e horários inadequados, falta de planejamento, obras intermináveis, paralisadas.”. Gilson Reis, vereador de Belo Horizonte pelo PCdoB, que realizou audiência pública em apoio aos servidores, também é contrário ao Projeto de Lei que segundo ele: “promove o cerceamento de direitos de mobilização e de manifestação e, portanto, é inconstitucional”.

As manifestações da Guarda Municipal desencadearam uma ação na Justiça que tem a pretensão de proibir o fechamento de ruas na capital. A Itatiaia noticiou que, em 28 de abril, Márcio Lacerda garantiu que o governo do estado irá entrar com uma ação no Tribunal de Justiça declarando a ilegalidade ou a proibição do fechamento de vias. No entanto, a Procuradoria Geral do Estado negou que, até então, exista uma ação nesse sentido. Na ocasião da inauguração de uma academia na cidade o prefeito acusou o movimento sindical de perturbação: “Nós temos, no movimento sindical brasileiro, uma postura incorreta que ainda vê essa atividade como uma atividade revolucionária. Esse tipo de atitude, em alguns países avançados, é classificada como terrorismo. Isso é uma grave perturbação da ordem e que não deveria ser tolerada pelas forças de segurança é uma situação que, se se prolonga, cria um caos na cidade.”. Conforme já noticiado, a Prefeitura de Belo Horizonte conseguiu uma liminar que impedia a ocupação de mais de um terço das vias por manifestantes.

Miranda avaliou as declarações de Lacerda, de quem se diz simpatizante, como infelizes e retrucou: “Uma manifestação na época da política em favor dos candidatos é normal, quando o trabalhador o faz é terrorismo. Terrorismo é coisa muito mais séria.”. Sustentou também que as greves e passeatas só acontecem quando há negligência por parte do setor patronal ou dos governos, o que faz necessário esse meio de busca por justiça.

Por Alex Bessas e Fernanda Fonseca

Foto de João Alves

Amanhã, 30, de abril, os professores e médicos da rede municipal irão realizar uma paralisação. Os profissionais se reunirão na praça da Estação, às 9h, para uma assembleia geral unificada, que reivindica melhorias nos setores e reajuste salarial. Os médicos farão uma assembleia no sindicato marcada para às 19h.

Os professores querem debater com a secretaria de ensino a retirada de Educação Física e Ensino Religioso nos primeiros anos do Ensino Fundamental. No dia 13 de março uma petição foi entregue à prefeitura que ainda não enviou nenhuma resposta aos sindicatos. Os médicos farão uma paralisação de 24h (7h da manhã do dia 30 às 7h do dia do trabalho). No dia 1º de maio e farão às 19h uma assembleia no sindicato.

As principais reivindicações dos professores são, pagamento do piso salarial retroativo, descongelamento do plano de carreira, atendimento digno no Ipsemg (Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais), cumprimento da hora atividade sem o aumento da jornada de trabalho, nomeação de todos os concursados, valorização e respeito.

Os médicos reivindicam a criação de um novo concurso público, carreira de 24 horas para os médicos da urgência, solução imediata dos problemas relativos a velocidade da internet nas unidades de saúde da PBH, substituição das impressoras matriciais por impressoras mais silenciosas, organização dos estágios curriculares dentro das unidades da PBH, com garantia de preceptor próprio para o acompanhamento de alunos e residentes, organização do serviço de saúde do trabalhador da PBH.

Por: Gabriel Amorim

Foto: João Alves

Na próxima segunda (29), será lançado, em exibição gratuita, no Cine Cento e Quatro, o curta “O tecido dos sonhos”, de Carlos Rocha e Marcelo Braga. A exibição do curta-metragem será às 20 horas. O projeto é um experimento audiovisual que une o universo shakespeariano ao cotidiano das ruas de Belo Horizonte. O título do filme remete à citação atribuída ao dramaturgo que diz: “Nós somos do tecido de que são feitos os sonhos”.

O elenco é formado por pessoas em situação de rua e associadas à ASMARE e ao Centro de Referência da População de Rua. Os diretores esclarecem que o encontro com esses grupos de ações sociais contribuiu para a consolidação da obra. “A posição passiva, anda de mão dada com a indiferença”, declara Carlos Rocha.

Com 17 minutos de duração, o curta traz textos de Shakeaspeare interpretados pela população que vive nas ruas da capital mineira e redescobre a literatura produzida no século XVI e aclamada no século XIX, vista por tipos populares que habitam, trabalham e cruzam a cidade de Belo Horizonte. Sobre a estreia na próxima segunda-feira Marcelo Braga, um dos idealizadores e diretores do projeto, afirma: “A expectativa é a melhor possível”.

As dificuldades encontradas foram as mais naturais possíveis: nem todos os moradores de rua estavam dispostos à participar das gravações devido a problemas particulares, outros inicialmente participaram, mas por fatores externos não finalizaram. Foram seis meses de trabalho, sendo três dedicados a oficinas de preparação do elenco, já que nenhum deles era profissional e mais três de filmagens – para levar essa realidade para as telas.

Cine Cento e Quatro está localizado Praça Ruy Barbosa (Praça da estação), número 104, no Centro de Belo Horizonte.

 

Por: Alex Bessas  e  Aline Viana

Foto de divulgação.