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Por Daniela Reis 

O TBT de hoje é uma grande conquista para os casais homoafetivos do mundo e vem para fechar a última quinta-feira do mês do Orgulho Gay.

No dia 26 de junho de 2016, a Suprema Corte dos Estados Unidos aprovava, em decisão histórica, a união de pessoas do mesmo sexo em todo o país. Naquela época 13 estados ainda proibiam o casamento gay, mas a votação de cinco votos contra quatro determinou a sentença para todos os 50 estados americanos.

A luta dos movimentos LGBT para oficializar o casamento entre pessoas do mesmo sexo já perdurava por mais de 40 anos. Em 1971, a Suprema Corte recebeu pela primeira vez um caso do tipo por parte de um casal homossexual de Minnesota. Em 1996, o Congresso americano aprovou a lei – depois assinada pelo então presidente Bill Clinton – da Defesa do Casamento, que proibia o reconhecimento federal de casamentos entre pessoas do mesmo sexo. O Estado de Massachusetts se tornou em 2004 o primeiro do país a legalizar o casamento homossexual.

A decisão

Os juízes tinham que considerar se os estados americanos seriam constitucionalmente obrigados ou não a emitir licenças matrimoniais e a reconhecer casamentos gays realizados fora das fronteiras estaduais.

Até então, a Lei de Defesa do Casamento impedia o governo federal de reconhecer casamentos de pessoas do mesmo sexo. Esses casais eram proibidos, por exemplo, de desfrutar de benefícios de programas federais, como pensões públicas e outros benefícios sociais, se seus parceiros morressem.

Comemoração entre famosos

Barack Obama, presidente dos EUA, no Twitter: “Casais de gays e lésbicas têm agora o direito de se casar, como todas as outras pessoas. #Oamorvence”.

Ellen DeGeneres, humorista e apresentadora, no Twitter: “O amor venceu. #Igualdadeparacasamentos”.

Hillary Clinton, pré-candidata democrata à presidência dos EUA, no Twitter: “Nosso novo mapa favorito. Dá RT se você mora em um estado em que o casamento gay é lei”. [No post, havia uma mapa dos EUA em que todos os estados são indicados como favoráveis ao casamento gay.]

J.K. Rowling, escritora conhecida por “Harry Potter”, no Twitter: “Uau. Mais um dia histórico para #IgualdadeParaCasamentos”.

Mark Zuckerberg, criador do Facebook, no Facebook: “Nosso país foi fundado sob a promessa de que todas as pessoas são criadas igualmente, e hoje nós demos mais um passo na direção de cumprir essa promessa. Estou muito feliz por meus amigos e todos da nossa comunidade que finalmente podem celebrar seu amor e ser reconhecidos como um casal perante a lei. Ainda temos muito o que fazer para atingir a igualdade total para todos em nossa comunidade, mas estamos caminhando na direção certa”.

Matt Bomer, ator assumidamente homossexual, no Twitter: “#Oamorvence. Hoje aconteceu um gigantesco passo adiante para o nosso país, e para minha família. Estou tão grato e feliz!”.

Mia Farrow, atriz, no Twitter: “Estou aqui sentada e chorando, e eu nem tenho uma mulher incrível com quem me casar. Ainda. Mas eu estou TÃO feliz por todos. E orgulhosa dos EUA #Igualdade”.

Shonda Rhimes, criadora de séries como ‘Grey’s anatomy’, no Twitter: “Igualdadeparacasamentos!!! Um passo gigante para que nosso país seja um lugar melhor para se viver”.

Neil Patrick Harris, ator de “How I met your mother”, no Twitter:
“É um novo dia. Obrigado à Suprema Corte. Obrigado ao juiz Kennedy. Sua opinião foi intensa, em mais formas do que você sabe”.

Cyndi Lauper, cantora, no Twitter:
“E sim! O amor vence! Obrigada”

Ricky Martin, cantor, no Twitter:
“URGENTE! Acaba de ser anunciada a igualdade para casamentos neste país”

Anna Kendrick, atriz, no Twitter:
“Hoje é lindo”

Tim Cook, CEO da Apple, no Twitter:
“Hoje marca uma vitória para a igualdade, perseverança e amor. As pessoas que são loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo são aquelas que mudam”

Michael Moore, cineasta, no Twitter:
“NUNCA MAIS vamos chamar de ‘casamento gay’. Agora chamamos de ‘casamento’.”

 

Revisão: Bianca Morais

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Por Keven Souza

Há muito tempo a arquitetura se empenha para ser um instrumento transformador de realidade na qual se aplica conforto e bem-estar às pessoas, e se a essência consiste em pensar e projetar espaços para as atividades humanas, é importante que arquitetos e urbanistas desenvolvam uma visão plural e aberta das diferentes realidades que se pode encontrar em termos de habitação. 

Segundo o relatório lançado pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, o Brasil possui cerca de 33 milhões de pessoas sem moradia, e desse número, cerca de 24 milhões que não possuem habitação adequada ou não têm onde morar, vivem nos grandes centros urbanos. Por isso, tomar consciência de que, grande parte da população não tem acesso a um projeto arquitetônico bem feito, com aspectos técnicos e funcionalidade, por falta de habitação é indispensável. 

Pensando nisso, o Escritório Modelo é uma proposta extensionista criada pela Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (FeNEA), que tem buscado maneiras de atender a população de baixa renda, além de proporcionar vivência prática na formação profissional dos estudantes.

O papel do Escritório Modelo no Centro Universitário Una, desempenhado pelo curso de Arquitetura e Urbanismo, é de um espaço de atendimento que busca não só unir a prática acadêmica ao exercício do trabalho comunitário e de extensão, mas atuar sobretudo com parcerias solidárias. Além disso, é uma iniciativa que busca auxiliar as comunidades, bem como a arquitetura social, e subsidiar o apoio aos alunos na multidisciplinaridade e no desenvolvimento de projetos, com suporte aos professores e serviços administrativos nas áreas de arquitetura da Una. 

Fábrica NAU

O NAU é o Núcleo de Arquitetura e Urbanismo da Fábrica e está situado na Una Liberdade, em Belo Horizonte. O laboratório que atua desde 2014, atualmente é gerido pela líder Ana Karolina de Oliveira Carvalho (arquiteta e urbanista com especialização em gestão estratégica de projetos) com o suporte das estagiárias Maria Luiza Azevedo, Gabriela Sabrina de Souza Oliveira e Renata Barbosa Botelho. 

O laboratório faz parte da Fábrica – coletivo dos laboratórios de Economia Criativa –  e é um importante projeto da Cidade Universitária, sendo referência para outros escritórios da instituição, e até mesmo do Ecossistema Ânima, sendo exemplo a seguido, com pilares de organização, fluxos e resultados. 

Com ação múltipla, o NAU vai além de um Escritório Modelo, estimula a arquitetura solidária, com o compromisso de fomentar o contato do laboratório com os alunos, e na universidade tem o papel de oferecer oficinas e promover eventos de maneira que o conhecimento seja amplificado para aperfeiçoar as técnicas adquiridas ao longo dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design de Interiores.

Além do contato praticado entre o laboratório e a instituição, há também a prestação de serviços para a comunidade externa. Os atendimentos seguem todas as etapas de um projeto arquitetônico e urbanístico, com construções de plantas e maquetes eletrônicas, visitas técnicas e elaboração de planilhas de orçamento. No entanto, estão elegíveis a solicitação do apoio famílias que possuem renda de até três salários mínimos, que se enquadre dentro da Lei da Assistência Técnica, e caso se trate de alguma instituição sem fins lucrativos voltada a um coletivo, há também a possibilidade de atendimento.

Na visão da líder, Ana Karolina de Oliveira Carvalho, o laboratório é uma oportunidade dos alunos experimentarem a arquitetura social, que é pouco vivenciada na maioria dos cursos de arquitetura, só que com desenvolvimento técnico e psicológico prontos para transformarem a visão da sociedade em relação ao “o que é” a arquitetura e onde ela pode chegar. 

“Eu definiria o NAU como um escritório que pensa na democratização do acesso à Arquitetura e Urbanismo, que pensa em uma melhor qualidade dos espaços para a cidade e principalmente para as pessoas”, explica Ana.

Para ela, o escritório além da prática, existe a reflexão acadêmica, em que a pesquisa, a produção de artigos científicos baseado na experiência dos alunos, ou conteúdos para as redes sociais, é uma realidade constante no laboratório.  

No NAU, a arquitetura não é só um meio que auxilia para condições estéticas e funcionais, favoráveis à habitação, utilização e organização dos ambientes, é um escritório que possui conexão cooperativa e solidária, com estudantes comprometidos em melhorar o futuro das comunidades.

Para Maria Luiza Azevedo, que está no nono período do curso de Arquitetura e Urbanismo, ser estagiária do laboratório a mais de um ano lhe permitiu desenvolver diversas habilidades, e que lidar com projetos reais é estar mais preparada para o mercado de trabalho.

“Tudo o que eu desenvolvia de prática dentro da arquitetura era somente nas aulas da faculdade e por isso sentia um certo receio, porque nunca tinha lidado com um projeto real que realmente seria edificado.” explica. 

Segundo ela, o trabalho do NAU tem sido essencial no auxílio à comunidade, pois tem ajudado várias pessoas a conseguirem o direito de moradia digna e afirma que a arquitetura é uma ferramenta que mexe com os sonhos e a qualidade das pessoas.

“Trabalhar com arquitetura social é um grande desafio, mas é totalmente recompensador fazer alguma diferença na vida de alguém que precisa, mesmo que pequena, não tem preço” desabafa Maria. 

É admirável que um dos objetivos do NAU seja ecoar na camada social de baixa renda para induzir a arquitetura para aqueles que ainda não tem acesso, para isso se envolver com demandas de Vilas, Favelas, Bairros periféricos, ONGs e prefeituras de forma inteiramente gratuita, é uma maneira de democratizar a arquitetura como uma linguagem acessível a todos.

Um dos projetos desempenhados recentemente pelo laboratório, é referente à casa dos moradores da Vila Acaba Mundo, em Belo Horizonte, que trouxeram a demanda pautada na queixa de não possuírem terrenos divididos corretamente, fazendo com que existam restrições de espaço dentro dos lares, e neste projeto o laboratório trabalha junto a comunidade em formas de obter melhorias no quesito de ventilação aos ambientes, tal como evitar mofos e conseguir aproveitamento do espaços das casas.

A reclamação da comunidade é corriqueira, e a muito tempo buscam alternativas para melhorar a vida de todos ali, entretanto neste projeto a Casa da Raquel, Casa do Laerte e Casa da Claudinha, são os lares que fazem parte do planejamento. 

Laerte Gonçalves Pereira, que é um dos moradores atendidos pelo NAU, e afirma que antes do apoio do laboratório, a maioria da vila não teria condições financeiras de arcar com uma consultoria particular de um arquiteto, no qual existiu um trabalho árduo de aceitação por parte da comunidade com relação a ter acesso aos projetos, mas que agora é um sonho coletivo.

“A sensação que resta do apoio é saber que o meu sonho está saindo do papel, e existe, principalmente, uma segurança de que lá na frente minha casa vai estar pronta por causa de um planejamento bem feito”, desabafa.

Segundo ele, boa parte dos moradores se edificam com a parceria, posto que muitos não compreendem sobre projetos arquitetônicos e que às vezes atrasam a obra por falta de conhecimento técnico, mas que o comprometimento dos alunos simplifica muito o entendimento do processo.

“Os alunos vêm com muita boa vontade de ouvir as nossas dificuldades, nos mostram a planta e nisso acabamos compreendemos mais sobre projetos e até mesmo sobre obra, por isso é importantíssimo entendermos que é necessário fazer uma casa com planejamento para que nós não nos percamos em meio à obra”, explica Laerte.

E conclui que o projeto é uma felicidade para todos os moradores que almejavam ver a comunidade mais bonita. 

Escritório EMAU 

O Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (EMAU) é uma agência gerida pelos alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo, do Centro Universitário Una de Pouso Alegre, que em escalas de unidade habitacional ou da cidade, gerencia projetos que visam a interação entre a universidade e a sociedade.

Com atuação desde novembro de 2020, o papel desempenhado pelo escritório tem como objetivo alinhar o conhecimento acadêmico à realidade da profissão de arquiteto e urbanista, através de assessoria e assistência técnicas voltadas para a população de vulnerabilidade social, sendo o atendimento totalmente gratuito àqueles que buscam a parceria do escritório.

Atualmente, existe autonomia na seleção dos projetos por parte do EMAU, portanto todos os serviços realizados são por demandas levantadas pela comunidade local. Dentre os atendimentos às instituições sem fins lucrativos ou organizações civis como prefeituras, paróquias e escolas, que necessitam de diagnóstico sobre elementos arquitetônicos, podem entrar em contato e solicitar o atendimento. 

Gustavo Reis Machado, que é professor e coordenador do EMAU, acredita que o Escritório Modelo traz um impacto positivo na formação dos alunos como profissionais, cidadãos e como arquitetos transformadores que vão atuar dentro da sociedade sabendo que a sua profissão pode ter um efeito único na vida de vários indivíduos.

“A ideia é que o projeto seja horizontal, sem hierarquias, como professor estou ali para orientá-los. Colaboro sim! Mas a produção é deles. Ali é um ensinando o outro e compartilhando experiências”, explica o professor. 

Para ele, um dos pilares que compõem o EMAU é a solidariedade, sendo uma extensão acadêmica em que o aprendizado está ligado à realidade das pessoas, e que só existe porque a sociedade necessita do atendimento.

“O EMAU é o melhor exemplo de extensão para um curso de Arquitetura e Urbanismo, é muito transformador porque o que faz gerar os projetos e as demandas, é a comunidade local”, complementa. 

A comunidade local tem sido parceira do escritório na troca de experiências, com isso além do planejamento para espaços físicos, há uma maneira de apoiar o bem estar social das pessoas que vivem ali.

Um dos projetos realizados pelo escritório atendeu ao Centro Educacional Infantil Municipal (CEIM) Professora Evangelina Meirelles de Miranda, situado no bairro Cidade Jardim, em Pouso Alegre, que atende alunos de creche, pré-escola e educação especial.

O “Projeto Crescer” trouxe o conceito “Mundo Imaginário da Natureza”, que propôs a revitalização das áreas livres e de convivência dos alunos, realizou um estudo preliminar de cunho pedagógico a fim de entender como ocorre o desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial desta faixa etária visando a melhoria do espaço de brincar, de modo a otimizar o desenvolvimento das crianças. 

Para Ana Lúcia Clemente Gonçalves, que é professora e a atual gestora da escola, a ideia da parceria surgiu com a necessidade de mudar a estrutura do parque (local antigo), sendo uma área atrativa da escola e que precisava de renovação que promovesse a imaginação e a criatividade dos alunos. 

“Foi desenvolvido para atender melhor os estudantes de três a cinco anos e incentivar a exploração do mundo por meio do corpo, aprimorando o motor amplo, através de experiências, ou seja, tendo contato com diversos materiais, texturas, formas e cores”, informa Ana.

Segundo ela, neste momento a escola está passando por uma reforma geral e estão se organizando para colocar o projeto em prática, assim que ela for concluída. Além disso, expressa que o sentimento em relação a parceria é o de gratidão. 

“Essa parceria só traz benefícios para a comunidade, como a união da comunidade escolar junto com as famílias dos alunos, a interação ainda maior entre os funcionários da escola, e a motivação para sempre querer melhorar os espaços físicos dentro da escola.” desabafa ela.

Neste caso, a arquitetura atuou como peça fundamental no ensino, motivação e inspiração das crianças, e transcende a utilização do espaço como um agente ativo que influencia positivamente aqueles alunos que irão utilizá-lo.

Mayron Tadeu Costa, que é estudante e participa há oito meses do escritório, diz que atuar no projeto para o CEIM foi importante para aprimorar a vivência entre o seu contexto social-econômico, e que não sentiu dificuldade em elaborar o projeto para a escola infantil. 

“Tive pouca dificuldade. Nosso orientador, o professor Gustavo Reis, nos preparou tanto com referências bibliográficas, quanto com ensinamentos a partir de sua experiência profissional. Além disso, contei com auxílio dos meus colegas que foram essenciais para realizar a prática da melhor forma possível”, informou Mayron.

Segundo ele, os projetos desempenhados pelo escritório, além de reconstruir espaços físicos, busca também influenciar aquele que utiliza o espaço, seja na praticidade, na organização espacial ou na sensação do ambiente, e que a arquitetura como resultado estimula o sonho de muitas pessoas. 

 

 

Revisão: Bianca Morais

Edição: Daniela Reis

Por Carlos Fernandes 

Naquele 7 de março de 2020, quanto o árbitro apitou o fim do clássico entre Atlético e Cruzeiro, com mais uma vitória do alvinegro, não imaginávamos o que estava por vir. Até a data de hoje, foi a última vez que vimos as arquibancadas do Mineirão lotadas, e não temos perspectivas de quando voltaremos a prestigiar o show das torcidas mineiras.

Desse modo, o futebol perde parte de seu encanto. Parece outro esporte, não tão apaixonante. Muitos são os que defendem as atividades futebolísticas ativas em meio à pandemia, tendo como argumento que se trata de uma das “alegrias do povo”. De fato, é. O espetáculo, porém, está, hoje, sem seu principal personagem: o torcedor.

Obviamente, o momento pede, e devemos seguir as recomendações da OMS. No momento, é impossível imaginarmos torcida nos jogos de futebol. Entretanto, também é impossível pensar no futebol como um esporte tão apaixonante… sem torcida.

Quer um exemplo? A última final da Libertadores foi protagonizada por duas equipes paulistas, dois rivais, Santos e Palmeiras. Um dos assuntos mais comentados nas redes sociais foi a falta de “clima de final” no jogo, ou, até mesmo, a “falta de graça”. Alguns até disseram ter sido “a pior final de Libertadores que já vi na vida”.

Para desvalorizar o feito histórico de Santos e Palmeiras, os torcedores de outros clubes até alfinetaram: “Final com dois que ninguém liga”.

Sabemos, contudo, que não é nada disso. O Santos, com suas três conquistas da América, e o Palmeiras, com uma conquista até a final, sabiam bem o peso, e tinham uma história do tamanho de final de Libertadores. Mas, não adianta. Sem o personagem principal, sempre teremos a sensação de que faltou algo. E a resposta é uma só: faltou o torcedor. Faltou o grito de “UUUUUUUUH!”, em um lance de quase gol, faltou a vaia quando o time adversário está com a bola, faltou comemoração, faltou alegria.

No futebol mineiro, o Galo, talvez, encare sua temporada de maior desafio. Com altos investimentos, o clube e a torcida esperam grandes conquistas em 2021. O Cruzeiro atravessa a pior crise de sua história, e, mais do que nunca, precisa do torcedor. Por fim, o América, que volta à primeira divisão depois de cinco anos, após uma temporada espetacular. Nenhuma dessas histórias tem sido vista de perto pelo torcedor. É angustiante.

No clássico do dia 11 de abril de 2021, houve o reencontro entre Atlético e Cruzeiro, pouco mais de um ano depois. As situações são parecidas às de 2020: Atlético na Série A, cheio de esperanças; Cruzeiro na Série B, enfrentando crises. O que muda são as arquibancadas do estádio, que, pela primeira vez na história do clássico, estarão vazias. Não sei o que representa tal clássico, para além da sensação de “jogo-treino em estádio”.

 

*Edição: Professor Maurício Guilherme Silva Jr.

Por Daniela Reis 

Quem acompanha nossas postagens, sabe que na sexta-feira a gente adora trazer aquela receitinha especial! Hoje vamos com a tradicional Ambrosia, porém com um toque de café que deixou essa maravilha ainda mais gostosa. A receita é do Wessery Zago, técnico do laboratório de Gastronomia da Una.

Vamos ao passo a passo?

Ambrosia de Café

INGREDIENTES:

– 5 litros de leite gordo;

– 1 litro de creme de leite fresco (caso o leite seja tipo A)

– 750g de açúcar refinado;

– 8 ovos (sendo 8 claras em neve e 8 gemas peneiradas);

– 2g  de bicarbonato de sódio;

– 2 unidades de pau de canela;

– 2 colheres de sopa de café solúvel meia torra.

Modo de Preparo

– Dissolver o açúcar no leite, misturando ainda frio;

– Se for o caso, acrescentar o creme de leite fresco e continuar mexendo;

– Levar ao fogo, preferencialmente em tacho de cobre bem limpo;

– Manter o fogo médio até começar a ferver, mexer vagarosamente para não derramar;

– Acrescentar o bicarbonato de sódio (serve para escurecer um pouco o doce);

– Acrescentar o café solúvel e mexer bem;

– Quando estiver no ponto de véu, quando passa uma colher e o fundo dela é coberto por

uma fina camada do doce, chega o momento de acrescentar os ovos;

– Bater as claras em neve bem firmes, acrescentar as gemas peneiradas e bater

novamente;

– Juntar ao doce e aguardar o cozimento por uns 10 minutos;

– Revirar os ovos batidos sobre a calda e aguardar mais 10 minutos de fervura;

– Por fim, misturar mais uma vez e cozinhar até que o doce fique homogêneo por cerca de

mais 10 minutos;

– Conservar o doce em potes de vidros e sob refrigeração.

Dica:

– Após aberto os vidros, servir em até 15 dias.

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Por Bianca Morais 

Há dois anos, no dia 16 de junho de 2019, um domingo, o marido da deputada federal Flordelis (PSD), o pastor Anderson do Carmo de Souza, foi morto a tiros em sua residência, em Pendotiba, Niterói. No primeiro momento, a polícia iniciou a investigação como um latrocínio, roubo seguido de morte.

Naquela madrugada, logo após ser alvejado, Anderson foi levado ao  hospital por familiares, mas não resistiu aos ferimentos. Até então,  o assessor da deputada dava nota à imprensa afirmando que ela estava muito abalada. 

A nota dizia:

“A família Flordelis, com dor, comunica o falecimento repentino do Pastor Anderson do Carmo, um servo de Jesus Cristo. A deputada Flordelis, muito abalada, ainda não tem como se pronunciar. Neste momento, apertamos as mãos de Deus e imploramos o conforto Dele. O Pastor Anderson estava cumprindo um ministério maravilhoso de redenção de almas, em uma luta diária para evitar que o ódio continue a ceifar vidas por falta de Deus no coração dos seres humanos. Hoje é um domingo muito triste, muito triste em nossas vidas”.

Flordelis estava com o marido no momento do crime,  os dois voltavam de uma confraternização, ao chegar e já dentro da casa, Anderson voltou à garagem para buscar algo, momento em que foi baleado. De acordo com a esposa, ela ouviu os tiros. Testemunhas relataram à PM que a deputada teve a sensação de estar sendo seguida por duas motos durante a volta do evento. 

Reviravolta

Após a liberação do  laudo do IML, que informou que o pastor havia levado 30 tiros, os investigadores passaram a desacreditar na versão do crime de latrocínio e que quem atirou em Anderson, fez com o propósito de matá-lo. As câmeras de segurança da casa da família não mostraram ninguém diferente entrando ou saindo do local, o que levantou a questão de que alguém de dentro efetuou os disparos. 

No dia do enterro, o filho de Flordelis foi preso e segundo a polícia ele tinha um mandado de prisão em aberto por violência doméstica. 

Quatro dias após a morte de Anderson, o filho de Flordelis, Flávio dos Santos, deu seu depoimento à Polícia Civil e admitiu ter sido ele quem disparou seis tiros contra o padrasto. Ele ainda afirmou que o irmão, Lucas do Santos, o teria ajudado a conseguir as armas. Os dois foram presos.

A versão dos irmãos fugiu um pouco do laudo do IML e cabia à investigação descobrir o que motivou aquela atrocidade.

Os dois filhos da deputada foram denunciados pelo Ministério Público do Rio, pelo assassinato de Anderson, eles foram acusados de homicídio qualificado com pena prevista de 12 a 30 anos.

De viúva a vilã

Depois de prender os irmãos iniciou-se uma segunda fase das investigações, nela todo o contexto familiar seria investigado. Isso porque Flordelis e o falecido marido, tinham uma família grande, com 55 filhos adotados, até então todos seriam suspeitos.

A cada depoimento prestado, a deputada caia em contradição. Em um primeiro ela dizia que dormia e acordou com tiros, como moravam perto de uma comunidade e sempre escutava os barulhos voltou a dormir, minutos depois foi acordada por gritos dentro de sua casa e foi quando encontrou o esposo morto. 

Ainda neste depoimento, ela se contradiz, ao dizer que tinha saído com o Anderson e ao retornar para casa, entrou primeiro e depois ouviu os tiros vindo da garagem.

Novas revelações feitas por um dos filhos, fizeram a polícia desconfiar cada vez mais da participação da esposa na morte do marido. Segundo ele, a mãe e três irmãs colocavam veneno na comida de Anderson, e por isso, o homem sofria de muitos problemas de saúde. O mesmo garoto também afirmou que o irmão recebeu 10 mil reais para matar o pastor.

Nesse depoimento, um filho, que não foi identificado, afirmou que na noite do crime, viu o irmão Flávio, ao lado do corpo ensanguentado e recolhendo o telefone do pastor que foi entregue à mãe. Celular inclusive de grande importância para a investigação e que nunca foi encontrado. 

Cerca de um mês depois do crime, o inquérito concluiu que o pastor foi morto por questões financeiras e poder na família, e que a deputada federal Flordelis, foi a mandante do crime, porém não pode ser presa devido sua imunidade parlamentar. A mulher também foi responsável por fraudar uma carta em que um de seus filhos confessou ter matado Anderson a mando de um dos irmãos.

A operação contra a família de Flordelis, ficou conhecida como “Lucas 12” e na época do crime chegou a prender diversos membros da família por participação, entre eles: Marzy Teixeira da Silva (filha adotiva) e Simone dos Santos Rodrigues (filha biológica), como participantes no envenenamento; André Luiz de Oliveira (filho adotivo) ex-marido de Simone, foi flagrado em conversas com Flordelis combinando o envenenamento; Carlos Ubiraci Francisco Silva (filho adotivo) por participação no planejamento da morte;

Adriano dos Santos (filho biológico) auxiliou no episódio da carta falsa; Andreia Santos Maia (mulher do ex-policial Marcos) auxiliou no episódio da carta falsa; Rayane dos Santos Oliveira (neta) buscou por assassinos para as tentativas anteriores; Marcos Siqueira (ex-policial) auxiliou no episódio da carta falsa; além de Flávio autor dos tiros, Lucas por participação e a mãe Flordelis dos Santos como mentora do crime.

No dia 8 deste mês, o Conselho de Ética da Câmara, decidiu por 16 votos a 1 cassar o mandato da deputada Flordelis, mas é o plenário da Casa que dará o resultado final, para que ela perca o mandato são necessários 257 votos.

Flordelis hoje anda com tornozeleira eletrônica e responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada. 

 

Edição: Daniela Reis

 

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Por Bianca Morais 

Nesse mês de junho, um acordo firmado entre o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, TJMG, e o Centro Universitário Una, deu início ao projeto de extensão Arbitragem Acadêmica. Em execução desde 2020, o programa foi idealizado pelos professores do curso de Direito, Camila Pereira Linhares e Daniel Secches S. Leite, através de um projeto piloto do Núcleo de Práticas Jurídicas, o NUSC. 

O principal objetivo dessa parceria é contribuir para a desjudicialização de conflitos, principalmente na área do Direito do Consumidor, contratos, posses e propriedades. Os alunos da Una, com o suporte dos professores irão decidir questões fora da esfera judicial e ainda receberam uma vasta experiência com isso. 

O nome do projeto, Arbitragem Acadêmica, está diretamente ligado a uma área inovadora presente não apenas dentro do direito, mas em qualquer espaço que necessite de uma solução de conflitos, consistindo no incentivo à pacificação social. O método da arbitragem, segue as diretrizes estabelecidas pela Lei 9.307/96 e permite trâmites mais simplificados e menos formais para agilizar uma disputa. É realizado de forma extrajudicial e privada, fora do poder judiciário. Nele, um ou mais árbitros, imparciais e escolhidos pelas partes, emitem decisões com a força judicial e essa deve ser cumprida assim como uma sentença comum, caso contrário é encaminhada ao judiciário. 

O que é arbitragem 

Dentro do Direito, a arbitragem sempre foi vista como um processo oneroso, utilizado muitas vezes por grandes empresas, para resolver conflitos onde ambas as partes entram em comum acordo, da melhor maneira possível e de forma mais rápida. Um árbitro, normalmente, é um profissional especializado na técnica da arbitragem e no tema da causa na qual ele irá intervir, cobrando valores, geralmente altos, pelo seus serviços prestados.  Quando se entra no foro judicial, o processo, em geral, é demorado, por isso, muitas vezes quem tem condições, prefere contratar uma pessoa ou entidade privada para solucionar o seu problema, sem a participação do judiciário.

O Arbitragem Acadêmica, aparece então como o pioneiro na área em questão de gratuidade, inicialmente a oferta do modelo será oferecida às partes dos advogados, caso concordem, os processos serão direcionados a Una, onde os alunos e professores, como colegiado, seguirão na condução do processo e julgamento.

A arbitragem dentro da Una

Há 10 anos, o Centro Universitário Una, inseriu em sua grade curricular a cadeira obrigatória de conciliação, mediação e arbitragem, sendo a pioneira no estado. Ou seja, antes mesmo de existir um código de processos no Brasil que proporcionaria o avanço dos métodos adequados para solução de conflito, a Una já trabalhava arbitragem com seus alunos.

Se tratando do assunto, a instituição está há tanto tempo inserida nesse meio, que a primeira competição nacional de arbitragem que aconteceu no país, dirigida pela Câmara de Mediação e Arbitragem Empresarial – Brasil, CAMARB, foi realizada no campus Aimorés, com apoio institucional da Una.

Como o centro universitário já carregava essa abertura para a arbitragem como forma de solução de conflitos, juntamente com o desejo de colocar no mercado profissionais que dominassem a técnica, dois professores com larga experiência em resolução de questões judiciais, sendo eles, Camila Linhares, com mais de 15 anos na área, e o professor Daniel Secches, com 17 anos como assessor no Tribunal de Justiça, juntaram seus propósitos e entregaram a Una o programa que criaram ao longo de uma década, para que a instituição fosse a primeira do Brasil a ter oportunidade de gerir a arbitragem.

Professores Camila Linhares e Daniel Secches

A seleção dos alunos ocorreu por meio de um processo seletivo, através de um edital, no ano de 2020, em que se ofereceu aos escolhidos capacitação em relação a arbitragem, e consequentemente, eles teriam que se responsabilizar e assumir o compromisso de seguirem na execução do projeto. No total, 90 alunos foram selecionados para participar.

Thales Wendell Gomes da Silva Dias, tem 22 anos, está no 9º Período de Direito e foi um dos alunos elegidos para participar do programa. Segundo o jovem, desde que a iniciativa foi apresentada pelos professores ele teve interesse. “O projeto trazia consigo uma grande oportunidade de “elevar” o status dos alunos no âmbito profissional, pois a proposta de atuarmos como árbitros em processos reais até então era algo difícil de se cogitar, visto que ainda não concluímos a graduação”, comenta Thales.

Embora ainda não tenham atuado no primeiro caso, as expectativas do estudante são as melhores possíveis, até porque desde o ano passado, ele e os colegas já estão imersos nesse universo da arbitragem com reuniões semanais sobre o tema, o que enriqueceu em grande escala seus conhecimentos dos métodos adequados como um todo. “Com o advento do convênio firmado juntamente ao TJMG, nossa atuação como árbitros está mais próxima do que nunca e essa sem sombra de dúvidas é a nossa “cereja do bolo”, completa ele.

O programa piloto foi desenvolvido junto à 33ª Vara Cível e à 5ª Unidade Jurisdicional do Juizado Especial Cível da Comarca de Belo Horizonte, cada unidade irá selecionar quinze processos relacionados a pequenas causas, como direito do consumidor, posse, propriedade e revisão de contratos, entre outras de natureza civil, todas de baixa complexidade para facilitar o aprendizado do aluno. O projeto tem a meta de que os casos selecionados sejam julgados em, no máximo, seis meses.

Segundo os idealizadores, o programa inédito e revolucionário, surgiu como uma alternativa para reduzir a taxa de congestionamento de processos e unir o acadêmico com o judiciário. Simplicidade e flexibilidade procedimental, essas são as palavras que Camila Pereira Linhares, coordenadora do Núcleo Una Solução de Conflitos e co-fundadora do programa, utiliza para defini-lo.

“Esse projeto é uma oportunidade ímpar para os alunos que terão acessibilidade à arbitragem de forma efetiva e que poderão atuar como árbitros, contribuindo para a solução de um conflito. Para a instituição, ser a pioneira em aplicar a prática da arbitragem pelo cenário nacional, sem sombra de dúvidas, deixará um legado na transformação de solução de litígio no âmbito da academia em parceria com o poder judiciário, através da metodologia de um método privado”, ressalta a co-fundadora

O NUSC – Núcleo Una Solução de Conflitos

O Núcleo Una Solução de Conflitos, NUSC, completou, no mês de maio, seus três anos de atuação, que de forma interdisciplinar, trabalha juntos aos cursos de direito, psicologia e serviços sociais para proporcionar tratamentos adequados a diversas causas. Através de workshops, lives e projetos de extensão, o NUSC oferece a sociedade acadêmica e externa a importância da compreensão e resolução de pleitos dos mais diferentes temas. 

O Núcleo atua em duas frentes: a primeira direcionada a pessoas da comunidade que têm o interesse em obter atendimento na área cível e que optem por uma solução consensual. Seja em um divórcio amigável, definições sobre a guarda compartilhada e dissolução de pequenas empresas. Para esses casos serão aplicadas as técnicas de mediação e conciliação.

Para receber o atendimento, os interessados devem passar por uma triagem no Escritório do Serviço de Assistência Jurídica, sendo, na sequência, encaminhados ao Núcleo.

A segunda frente é o trabalho com menores infratores e seus familiares, em que são aplicadas as técnicas da Justiça Restaurativa, por meio de um convênio com o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) e o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG). Nesse caso, o encaminhamento dos jovens ao NUSC será realizado por meio da Vara de Atos Infracionais da Infância e Juventude.

“Considerando que o NUSC é o núcleo que trabalha com os conflitos de forma adequada e a arbitragem é um método adequado, só tinha um lugar dentro da Una para que o programa Arbitragem Acadêmica nascesse e ganhasse forma, diante da legitimidade e respeitabilidade do histórico, da tradição e da experiência técnica que se tem dentro núcleo, só tinha como o projeto ser gerado dentro dele, o Arbitragem Acadêmica é um produto do NUSC”, completa a coordenadora do núcleo Camila.

 

Edição: Daniela Reis