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Enquanto dois times aproveitavam as sombras e o ar fresco da Praça da Liberdade para disputar uma partida de futebol, nos banquinhos, quase arquibancadas, estavam casais namorando, pessoas estudando e até uma aula de mandarim era lecionada. Os estudantes do 5° ao 9° ano, participantes do projeto Escola Integrada, alunos da Escola Municipal IMACO, utilizavam o corredor central como “campo” e cones para delimitar o espaço do gol. E no momento em que a bola fugia do pé de um dos jogadores – quatro em cada time – e escapava dos limites estipulados para o “campo”, essa população da “Liba” trabalhava como gandula para a turma.

“Eles adoram!”, é o que garante a monitora, Karine Marques, 20, e é o que se percebe ao caminhar por ali. Os tênis desgastados, falsas chuteiras, de meninos e uma menina que corriam atrás da bola, com toda empolgação, enquanto outros ficavam apenas na observação e no bom papo nos banquinhos, como torcedores.

A monitora Karine Marques, que normalmente auxilia a criançada com os deveres de casa, afirma que a turma se diverte na praça e interage com os outros frequentadores. “Surge muita curiosidade pela parte deles, às vezes eles vêem pessoas que se vestem de forma diferente e eles perguntam por que”.

O aluno do 9° ano, Welerson Henrique, 15, acredita que a programação diferente quebra a rotina. “É legal que não ficamos parados, não só por jogar futebol, mas aqui tem uma paisagem muito ampla, reparamos nas pessoas e em tudo, queremos saber um pouco mais. Além do circuito cultural da Praça, que é muito legal”.

Por Ana Carolina Vitorino

Foto: Ana Carolina Vitorino

 A terceira edição da BH Tattoo Convection no final de semana, no Minas Centro, reuniu  setenta e nove expositores de tatuagem e Body Piercing, de varias cidades do país e do mundo, tendo ainda: Premiação de melhor tatuagem, exposição de arte, sorteios, work shops, DJs  e Vjs. Dentre os expositores estava o tatuador Victor Octaviano da cidade de Santo André (SP), reconhecido pela técnica de tatuar em aquarela e conhecido dentre os tatuadores como o cara que está inovando. No Youtube há alguns vídeos que ilustram o trabalho do tatuador;

 A tatuadora Carolina Oliveira participa pela primeira vez do evento, em Belo Horizonte. “As técnicas apresentadas são variadas e vai desde tradicional a preto e branco, pontilismo, mandala  á aquarela, tipos de tatuagens conhecidos no mundo dos desenhos sobre a pele”, explica.

Segundo o presidente da Associação dos Tatuadores e Piercing do Estado de Minas Gerais (ATAP-MG), André Matosinhos, o maior desafio, hoje, da  associação é o reconhecimento da profissão de tatuador. “Mesmo não sendo reconhecida [a profissão] é fiscalizada pela Vigilância Sanitária, pois todos os equipamentos utilizados nos estúdios tem que ter o registro da Anvisa, desde tinta até as agulha. A primeira edição do BH Tattoo Convention foi em 2001 quando da criação da Associação.

A 3° edição do evento foi realizado no espaço do Minas Centro na Rua guajajaras,1022, centro de Belo Horizonte enfrente ao Mercado Central; os ingressos foram vendidos a R$ 20,00 na portaria do local.


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Por: Aline Viana

Foto: Aline Viana

No dia 1º de maio comemorou-se o Dia Internacional dos Trabalhadores. Em Belo Horizonte a data veio no contexto de uma semana de manifestações de servidores públicos descontentes com as condições de trabalho e remuneração. Medidas tomadas pela prefeitura de Belo Horizonte e Câmara Legislativa cujo objetivo era evitar o comprometimento do trânsito causaram desconforto em lideranças sindicais.

Nesta terça, 30, os servidores municipais e estaduais da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), da Educação e da Saúde realizaram uma passeata que saiu da sede da prefeitura e seguiu para uma Assembleia Geral na Praça da Estação, onde decidiram iniciar greve geral até que se abram negociações. Os profissionais da saúde permaneceram mobilizados das 7h, do dia 30 de abril, às 7h do dia 1º. Há uma semana, os Guardas Municipais paralisaram uma das vias da Av. Afonso Pena por volta das 10 horas da manhã, de onde seguiram para a Praça Sete. No caso dos Guardas Municipais a administração do município já iniciou diálogo com a categoria e os servidores voltaram a trabalhar normalmente.

As manifestações que ganharam destaque na imprensa mineira, principalmente no que tange ao comprometimento do trânsito na capital, reascenderam a discussão sobre o Projeto de Lei 1.895/11 apresentado pelo vereador Joel Moreira (PTC) em 2011 que foi arquivado por não ter tido a votação concluída. Reapresentado no início do novo exercício, em 2 de janeiro, o projeto que prevê a criação de um Parlatório Democrático – local único para a realização de manifestações populares – segue para votação, agora, com a numeração 281/2013. Joel Moreira explica que o objetivo é contribuir para que se cumpram os direitos de todos em uma cidade plural e complexa, com mais de 2,4 milhões de habitantes, como é o caso de Belo Horizonte: “Queremos preservar o direito de ir e vir do cidadão belo-horizontino, assim como os serviços de emergência das ambulâncias, Corpo de Bombeiros e outras situações essenciais. E também garantir o direito de manifestação”. A expectativa é que ele seja votado entre maio e junho, segundo o autor.

No texto do projeto está estabelecido que as manifestações populares deverão ocorrer na Praça da Estação: “Minas Gerais, berço da democracia brasileira, terá na Praça da Estação, um local específico, destinado a qualquer tipo de manifestação. Localizada na Capital do estado, a Praça se firmará como um local de promoção da democracia, sem comprometer o bom andamento da cidade.”. Através de um email, Joel Moreira justificou a escolha do espaço argumentando ser este um local de fácil localização e apresentar várias opções de deslocamento: “Além da Estação Central do Metrô, cerca de 50% das linhas de ônibus da Capital passam pelo local. A praça fica a menos de 200 metros da estação do BRT  e  cerca de  400 metros da rodoviária.”. O Projeto de Lei também proíbe a execução de protestos dentro do perímetro urbano circundado pela Avenida do Contorno, das 06h00 às 20h00..

O presidente da Nova Central Sindical de Minas Gerais, Antônio da Costa Miranda, critica a postura da imprensa que enfatiza as retenções no trânsito e se opõe ao Projeto de Lei. “Vemos com perplexidade a tentativa de imputar nessas manifestações a privação do direito de ir e vir”. Para a liderança sindical é inconcebível pensar que exista um projeto que limite o poder de protesto do trabalhador em um país que busca consolidação democrática. Miranda ainda argumenta que as manifestações não são as causas do caos no trânsito, mas apenas um dos fatores e enumera outros: “todos os dias nas grandes cidades do Brasil temos congestionamentos, principalmente, nos horários de pico por falta de infraestrutura, pela execução obras e operações em datas e horários inadequados, falta de planejamento, obras intermináveis, paralisadas.”. Gilson Reis, vereador de Belo Horizonte pelo PCdoB, que realizou audiência pública em apoio aos servidores, também é contrário ao Projeto de Lei que segundo ele: “promove o cerceamento de direitos de mobilização e de manifestação e, portanto, é inconstitucional”.

As manifestações da Guarda Municipal desencadearam uma ação na Justiça que tem a pretensão de proibir o fechamento de ruas na capital. A Itatiaia noticiou que, em 28 de abril, Márcio Lacerda garantiu que o governo do estado irá entrar com uma ação no Tribunal de Justiça declarando a ilegalidade ou a proibição do fechamento de vias. No entanto, a Procuradoria Geral do Estado negou que, até então, exista uma ação nesse sentido. Na ocasião da inauguração de uma academia na cidade o prefeito acusou o movimento sindical de perturbação: “Nós temos, no movimento sindical brasileiro, uma postura incorreta que ainda vê essa atividade como uma atividade revolucionária. Esse tipo de atitude, em alguns países avançados, é classificada como terrorismo. Isso é uma grave perturbação da ordem e que não deveria ser tolerada pelas forças de segurança é uma situação que, se se prolonga, cria um caos na cidade.”. Conforme já noticiado, a Prefeitura de Belo Horizonte conseguiu uma liminar que impedia a ocupação de mais de um terço das vias por manifestantes.

Miranda avaliou as declarações de Lacerda, de quem se diz simpatizante, como infelizes e retrucou: “Uma manifestação na época da política em favor dos candidatos é normal, quando o trabalhador o faz é terrorismo. Terrorismo é coisa muito mais séria.”. Sustentou também que as greves e passeatas só acontecem quando há negligência por parte do setor patronal ou dos governos, o que faz necessário esse meio de busca por justiça.

Por Alex Bessas e Fernanda Fonseca

Foto de João Alves

A campanha “Pedestre. Eu respeito”, iniciada em março pela BhTrans, entrou em sua segunda etapa essa semana. Parte do projeto Vida no Trânsito, do Ministério da Saúde, a iniciativa já passou pela Avenida Alfredo Balena, na área hospitalar e agora está no quadrante da Rua dos Guajajaras, Goiás, Bahia e Augusto de Lima. De acordo com o gerente de educação da BhTrans, Cézar Teixeira Lopes, a equipe já percebeu uma mudança de comportamento dos motoristas e pedestres na primeira área.

A professora Amanda de Castro Silva, 55, avalia como positiva essa iniciativa. “Eu acho ótima essa ideia, porque os motoristas realmente devem dar a preferencia para os pedestres. Minha filha quase foi atropelada por uma moto há uns dias, porque eles não dão seta e avançam os sinais. A campanha é boa, mas depende da conscientização das pessoas”, disse. O instrutor de AutoCAD, Bruno Ferreira Rodrigues, 21, analisa como um incentivo para que os brasileiros alcancem um nível internacional e propõe outras alternativas para um trânsito melhor. “Como tem no exterior, é legal trazer pra cá pra evitar tantos acidentes, porque o trânsito está muito agressivo. E poderia voltar com os semáforos com aqueles botões para parar, que tinha antes, mas nunca mais vi”.

Já a aposentada Helena Gonsalves, 65, considera importante, porém, acredita que só dará certo enquanto os agentes estiverem nas ruas. “Não adianta, os motoristas não respeitam, vai depender da educação dos motoristas e dos pedestres também”.

A campanha, que vai até abril de 2014, surgiu com o intuito de diminuir o número de atropelamentos. A BhTrans elaborou um plano com 12 áreas que receberão a campanha, cuja escolha é feita pela região que tem mais atropelamentos. A proposta é implantar a campanha em toda a região metropolitana, mas enquanto isso não acontece, a expectativa é a maior divulgação para que o comportamento do belo-horizontino no trânsito melhore em toda a cidade.

Para Lopes, a campanha tem boa aceitação da população e tem atingido maior número de pessoas pela repercussão positiva que a mídia dá. “Somos bem recebidos nas abordagens, as pessoas elogiam e dizem que a cidade precisava disso. Elas gostam do mímico, que ajuda senhoras a atravessar a rua, e pedem para tirar foto com a mãozinha”, comenta.

Segundo o gerente, antes do inicio da campanha, agentes da área de engenharia fazem estudos de melhorias para os pedestres. Como já ocorreu na região hospitalar e na Rua Guajajaras com Goiás, o aumento do tempo nos semáforos e a instalação de faixas de pedestres são recursos adotados para a melhoria do trânsito e a melhor circulação dos pedestres.

Por Ana Carolina Vitorino

Foto: Hemerson Morais

Em razão da Assembléia Geral dos Servidores Públicos Municipais agendada para o dia de hoje, a prefeitura de Belo Horizonte ajuizou ação cautelar no Tribunal de Justiça a fim de impedir o bloqueio completo de vias por manifestantes e garantir a fluidez do trânsito.

A liminar foi concedida nesta madrugada pelo desembargador Edgard Penna Amorim e determinou que os sindicatos responsáveis pela organização de manifestações e passeatas ocupem tão somente um terço da pista de rolamento das vias arteriais da cidade. O não cumprimento da liminar conduz a pena de multa diária no valor de R$ 100 mil por pista ocupada.

Segundo o BH Notícias Especial do dia 30 de abril divulgado pela prefeitura, “a decisão considera razoável que as manifestações em vias públicas arteriais do território municipal, organizadas e conduzidas pelas entidades acima citadas em defesa de suas reivindicações, ocorram de maneira que não comprometam o deslocamento da população, a segurança e a saúde da população belo-horizontina.”

Por: Fernanda Fonseca
Foto: João Alves

Amanhã, 30, de abril, os professores e médicos da rede municipal irão realizar uma paralisação. Os profissionais se reunirão na praça da Estação, às 9h, para uma assembleia geral unificada, que reivindica melhorias nos setores e reajuste salarial. Os médicos farão uma assembleia no sindicato marcada para às 19h.

Os professores querem debater com a secretaria de ensino a retirada de Educação Física e Ensino Religioso nos primeiros anos do Ensino Fundamental. No dia 13 de março uma petição foi entregue à prefeitura que ainda não enviou nenhuma resposta aos sindicatos. Os médicos farão uma paralisação de 24h (7h da manhã do dia 30 às 7h do dia do trabalho). No dia 1º de maio e farão às 19h uma assembleia no sindicato.

As principais reivindicações dos professores são, pagamento do piso salarial retroativo, descongelamento do plano de carreira, atendimento digno no Ipsemg (Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais), cumprimento da hora atividade sem o aumento da jornada de trabalho, nomeação de todos os concursados, valorização e respeito.

Os médicos reivindicam a criação de um novo concurso público, carreira de 24 horas para os médicos da urgência, solução imediata dos problemas relativos a velocidade da internet nas unidades de saúde da PBH, substituição das impressoras matriciais por impressoras mais silenciosas, organização dos estágios curriculares dentro das unidades da PBH, com garantia de preceptor próprio para o acompanhamento de alunos e residentes, organização do serviço de saúde do trabalhador da PBH.

Por: Gabriel Amorim

Foto: João Alves