Page 327

Na tarde desta sexta, 10, na Praça da Liberdade houve uma manifestação da Polícia Civil juntamente com Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado de Minas (SINDPOL/MG), para reivindicar: Lei orgânica da policia civil; desfiliação da central sindical de profissionais; e filiação a união geral dos trabalhadores; mobilização nacional pela manutenção da aposentadoria por atividade de risco. Anunciaram também a possível greve geral por prazo indeterminado em razão do não atendimento das revindicações da categoria.

Em entrevista com o diretor secretário geral do SINDPOL e investigador de polícia, Claúdio de Souza Pereira, 48,  explicou que o protesto de hoje iniciou depois que “o governo do estado prometeu enviar um projeto de lei orgânica, da policia civil de Minas Gerais para a Assembleia Legislativa, no dia 20 de abril, e até ontem não enviou, prometeu enviar hoje, talvez nos próximos dias, nas próximas semanas, só que a categoria cansou de esperar, e quer uma reação da entidade sindical, a promover a serenidade do envio desse projeto de lei orgânica para a assembleia legislativa”.

Ele afirma também ao ser questionado se o movimento engloba todas as policias, que o mesmo foi desencadeado pelo sindicato dos servidores da Policia Civil, então  o alcance  imediato  é apenas da categoria policial civil, mas obviamente quando você fecha uma delegacia, ou quando você reduz a capacidade de atendimento de uma unidade de policia judiciária, vai acarretar uma fila de viaturas policiais militares na porta, que vão estar paradas, aguardando atendimento e obviamente vai causando um prejuízo a prática da polícia preventiva nas comunidades, afeta os trabalhos do fórum Lafaiet, devido a apresentação de presos , afeta a questão da segurança pública que ficaria escassa. Pois os serviços prestados como, investigação criminal medicina legal e Detran, suspenderiam seus atendimentos, acarretando transtornos a população em geral. Uma outra revindicação da categoria é a redução do tempo de serviço para promoção de 10 para 5 anos.

Segundo o G1,o governo informou que a Polícia Civil já realizou concurso público para delegados e que 400 tomam posse ainda nesta semana. No próximo dia 18, serão abertas as inscrições para 1.497 vagas na área administrativa, para médico legista e para perito. Na Parte da manhã também ouve protesto na MG-10, em frente à Cidade Administrativa, sede do governo de Minas Gerais. De acordo com a Polícia Militar Rodoviária, os manifestantes fecharam a pista no sentido Confins, e o trânsito ficou congestionado. A corporação não informou qual foi a extensão do engarrafamento.

No inicio da noite o SINDPOL informou por telefone que vai acontecer uma nova assembleia dia 24 para discutir novamente as reividicaçoes feitas se serão aceitas caso contrario cumprirão com o indicativo de greve proposto.

 

Por Aline Viana e Juliana Costa

Foto por Juliana Costa

O ônibus parou bem em frente a casa, que era limpa e cheirava a lavanda. Quem nos recebe é a mãe de Maria Cristina Barretto, uma senhora morena, receptiva e com certa dificuldade para caminhar. “Fiquem à vontade. A Cristina foi levar a Daiane à escola”, informa. Na sala de paredes claras havia uma grande mesa de vidro onde colocamos o material da produção: câmera, iPad, bolsas, gravador, caderno e caneta. O lugar era aconchegante. Ao fundo uma escada leva aos quartos que mais tarde seriam apresentados por Rosana, a direita uma porta leva a cozinha, de onde vem café e biscoitos.

Uma menina de parecer tímido aparece em pouco tempo. Ela se esconde atrás da porta da cozinha, não quer falar. Fica assim até descobrir a câmera fotográfica. As poses não param, conversa, brinca, sobe escada, desce, joga Angry Birds na edição especial do filme Rio. Só não se lembra o nome dos novos amigos que já até convidou para a comemoração de seu aniversário, na próxima sexta, dia 10.

Não demora até que Maria Cristina Barretto (com dois T como costuma frisar) chegue. Se desculpa pelo atraso e em pouco tempo dá-se início à entrevista. Impossível não notar a estreita semelhança que guardam mãe e filhas. A maternidade foi para ela fator de renascimento e realização.

A decisão

Meu nome é Maria Cristina Barretto, sou enfermeira há 18 anos e sou divorciada. Sempre quis ter filhos, em março de 2007 pensava em como poderia ser mãe sem ter um parceiro. Em maio tive o diagnóstico de que não poderia ter filhos. O médico levou 40 minutos para contar o resultado dos exames, quando notei a dificuldade dele disse: “você está querendo dizer que não posso ter filhos? Não tem problemas, eu sempre quis foi adotar”. O médico ficou aliviado.

Bárbara, uma amiga e colega de trabalho, foi quem me contou que uma mulher solteira poderia adotar. Sempre pensei que fosse preciso ser um casal. Eu sabia que ela tinha um filho e sabia que ela não tinha um companheiro. Um dia tive coragem de perguntar e soube que eu também poderia ser mãe.

Certa vez, sabendo de meu desejo, uma amiga chegou a dizer que eu não tinha o direito de ter uma produção independente, que não poderia privar as crianças da presença de um pai. Isso me fez pensar, porque perdi meu pai muito cedo e sempre senti sua falta. Mas a adoção ressuscitou minha família, me aproximou de minha mãe. Todos se aproximaram mais. Foi uma transformação, para melhor.

Preparação, caminhos, expectativa

A primeira coisa que eu fiz foi me preparar financeiramente. Eu tinha três empregos, mas resolvi ficar apenas em um, por que precisava de tempo para me dedicar. Tem que ter a consciência de que as crianças vão precisar de profissionais como psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos. Você não pode ser pego de surpresa nesse sentido. Trabalho a noite para me dedicar as meninas o dia todo. Durante a noite elas ficam com minha mãe e minha irmã.

Fui na Vara da Infância e da Juventude para saber as informações com detalhes. O processo é muito rigoroso. Você passa por entrevistas longas com psicólogos e assistentes sociais, eles vasculham a sua vida, você tem que apresentar atestado de bons antecedentes e vários documentos. Durante o processo, tive que mudar meu nome em razão do aparecimento de muitos homônimos, entre eles devedores e estelionatários. Quis resolver essa questão para não atrasar o processo de adoção. Coloquei o nome da minha mãe. Desde pequena eu queria ter o sobrenome da minha mãe – Barretto – e nunca pensei que fosse conseguir. Acabei realizando esse sonho.

As minhas filhas têm outros dois irmãos. Eu queria adotar os quatro, mas não depende apenas do seu querer. Eles avaliam outras questões, como a possibilidade de dar a melhor assistência às crianças que adotar. A Rosana tem me cobrado isso recentemente. Fiquei um pouco chocada, fomos para a psicóloga e ela disse: “mas você quis”. Eu sempre quis. Quando pensei na família, pensei nos quatro. Parece muito duro, mas é real. Realmente, eu não teria condições de dar a todos a assistência que eu ofereço às duas. Esse entendimento é necessário. Também é preciso compreender que as meninas sempre terão suas lembranças. É preciso considerar essa vida passada. E eu sempre falei a verdade, inclusive sobre os irmãos.

Como é ser mãe

A experiência de ser mãe é fantástica. Um amigo me disse uma frase muito bonita: “quem adota, realmente fez a opção de ser mãe”. Adotar é se envolver, é estar junto, é se dedicar, é torcer, querer sempre o melhor.  A minha família renasceu, eu renasci como pessoa. Melhorei como ser humano e como profissional. Sou enfermeira e morria de medo de cuidar de criança, não sabia o que falar. Hoje é diferente, eu já sei como me aproximar delas, isso não me intimida mais. A criança também te aproxima das outras pessoas e essas se aproximam de você por causa das crianças: ‘olha o cabelo dela’ e daí aparecem outros assuntos.

Eu adoro ser mãe. Não acho que o amor é menor. Não vejo diferença. Eu não gosto de falar que elas são adotadas para não fazer sensacionalismo, mas existem situações em que é preciso falar, por exemplo, em consultas médicas, quando perguntam sobre a gestação.

Elas vieram para casa no dia 14 de abril de 2010. O primeiro ano foi cheio de sensações novas. Na primeira noite que elas passaram comigo, a Rosana, com quatro anos na ocasião, estava doente. Passei a noite inteira com ela no meu ombro. Agradeci a Deus por ela poder estar acolhida naquele momento.

Nos primeiros meses, a Daiane não conseguia me chamar de mãe. Ela me chamou de mãe pela primeira vez em outubro, seis meses após a adoção. Expliquei a ela que nós sabíamos que eu era sua mãe do coração, mas que não precisávamos usar o adjetivo adotiva. Ela teve dificuldade no começo, mas depois de um tempo isso se tornou natural. A Rosana já me chamava de mãe desde a época da adaptação no abrigo.

Sou voluntária na Vara de Infância e da Juventude e ministro cursos de habilitação para a adoção. Tive que participar durante o meu processo e passei a promovê-lo. A psicóloga da Vara me disse que após meus depoimentos, os interessados passam a desejar crianças mais velhas, de três, quatro anos. Isso é muito bom. Incentivo, pois sei que existem crianças que precisam de colo, de carinho, independente da idade. Demanda tempo, mas com amor se consegue. As pessoas acham que eu sou corajosa, mas eu nunca pensei nisso. Era apenas algo que eu queria, um objetivo. Na minha vida foi sempre assim: eu desejava, planejava, lutava e conseguia.

Não conheci outras crianças antes delas. Elas já estavam me esperando. Eu não queria separar as crianças. Já coloquei na ficha que eu queria irmãs. Elas eram as duas únicas duas irmãs do abrigo. Foi amor a primeira vista. Já me perguntaram se eu fiquei com medo, porque ainda não tinha sido destituído o poder familiar dos pais biológicos, mas eu realmente entrei com muita fé.

A licença maternidade foi uma delícia, apesar de ter sido só de um mês. O tempo é menor quando as crianças são maiores de um ano. Eu consegui estender esse tempo, pois como servidora pública pude usufruir da licença para acompanhar filho menor. Achei isso o máximo. Foi muito interessante. Introduzi os alimentos aos poucos, como faz com bebê, pois elas não conheciam todos os alimentos, ensinei a tomar banho. Trabalhei a individualidade delas. Criança que é institucionalizada perde um pouco disso. Tem que comer no mesmo horário, tomar banho no mesmo horário. A todo tempo eu ressalto as diferenças, o individual de cada uma.

Logo elas foram para a escola. De repente, tinha um monte de “para casa” pra fazer. Tive que ascender minha criatividade para ensinar. Existe preconceito na escola, do professor. Muitas vezes não é intencional, mas eles diferenciam a criança adotada, a criança que chega do abrigo. Às vezes, a melhor escola não é a melhor para essas crianças. É como se a melhor escola tivesse que ter os melhores alunos, não pode ter uma criança com déficit cognitivo. A Daiane chegou insegura, a Rosana com atitudes inadequadas. Elas foram estigmatizadas na escola e eu preferi tirar. Coloquei em uma escola boa, porém menor, onde há um tratamento personalizado, sem levantar a questão de ser adotada. Na segunda escola, a Daiane falou que era adotada porque ela quis. Ela resolveu sozinha. E diz que irá adotar. Não gosto de fazer campanha, causar um alvoroço por conta disso. Sou muito reservada. Tive dificuldade em, por exemplo, comunicar a minha chefia que estava adotando duas crianças. Algumas pessoas no meu local de trabalho ficam incomodadas e curiosas com a minha adoção, mas também admiradas com o meu desprendimento.

A adoção é um processo de autoconhecimento e exige um cuidado maior. Considero esse período a minha gestação.

Por Alex Bessas e Fernanda Fonseca

Fotos por Fernanda Fonseca

Neste sábado, 11, acontece em Belo Horizonte a Marcha da Maconha com mais de 3,6 mil pessoas confirmando presença através do evento criado no Facebook, até agora. A manifestação acontece uma vez por ano em todo país simultaneamente a Global Marijuana March. Na mesma data Cuiabá, Rio de Janeiro e Teresinha também farão suas marchas e até julho várias outras cidades brasileiras sediarão a movimento.

A manifestação terá início às 13 horas na Praça da Estação, onde os manifestantes vão se concentrar. De lá seguem, às 16h20, pela Avenida Amazonas, passando pela Praça Sete. Da praça partem para a Avenida Afonso Pena e seguem pela Rua da Bahia até a Praça da Liberdade. A praça da Estação também vai receber o Fora Renan (outro evento, parte do Enxurrada BH, que sairá da praça Sete) entre 14 e 15 horas.

Essa é a sexta edição da Marcha da Maconha na capital mineira. Elas tem acontecido desde 2008. Este ano a expectativa é superar a marca de cinco mil presentes, público maior que o presente em 2012.

A Carta de Princípio do Coletivo Marcha da Maconha Brasil explica que o movimento não faz apologia ou incentiva o uso de qualquer droga, incluindo a Cannabis. Segundo o documento o objetivo é fazer frente “a política proibicionista radical hoje vigente no Brasil e na esmagadora maioria dos países do mundo [que] é um completo fracasso e que cobra um alto preço em vidas humanas e recursos públicos desperdiçados.”. Ainda segundo a carta, o coletivo “não tem posição sobre a legalização de qualquer outra substância além da Cannabis, a favor ou contra. O nosso objetivo limita-se a promover o debate sobre a planta em questão e demonstrar para a sociedade brasileira a inadequação de sua proibição.”.

O grupo também mantém um site e fórum para discutir questões relacionadas a legalização da Cannabis, o marchadamaconha.org. O coletivo ainda faz uma ressalva: “para atingir os seus objetivos, a Marcha da Maconha Brasil atuará estritamente dentro da Constituição e das Leis. Não abrimos mão da Liberdade de Expressão, mas também não promovemos a desobediência a nenhuma lei.”.

 

Por Alex Bessas

Imagem de divulgação

No dia 9 de maio, o Museu Mineiro irá exibir o curta Má Notícia, atividade de comemoração de seus 31 anos de fundação. A exibição ocorrerá na sala de exposição temporária do museu, a partir das 19h.

O museu integra o Circuito Cultural Praça da Liberdade e foi inaugurado em 10 de maio de1982. Seu acervo é formado por documentos e peças de arte que relatam a formação da cultura mineira em seus distintos processos,

Doutora em cinematografia, a professora e pesquisadora da UFMG Elza Cataldo foi premiada no Festival internacional de Batume, na Geórgia, em 2006, como melhor diretora estreante pelo filme Vinho de Rosas. Má Notícia foi dirigido por Elza Cataldo, estrelado por Fernanda Viana (grupo Galpão) e teve o roteiro inspirado no quadro de Belmiro de Almeida. O curta mostra, com realismo, a emoção de uma jovem mulher que recebeu uma carta. A obra de Belmiro de Almeida foi exposta em 1897 em Ouro Preto pouco antes de Belo Horizonte se tornar a capital mineira a pintura foi adquirida pelo Governo mineiro e levada ao Palácio da Liberdade.

Por: Gabriel Amorim

Foto: Divulgação

A tarde do dia 8 de maio, considerado Dia Estadual de Luta do Fisco Mineiro pelos auditores fiscais da Receita Estadual, foi marcada por manifestações organizadas pelo Sindifisco (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais). Reunidos em frente ao prédio da Secretaria de Estado da Fazenda, os manifestantes reivindicavam uma luta por um imposto justo e continuidade dos concursos públicos para substituição da categoria.

Na parte da manhã, os manifestantes reuniram-se nas outras unidades, participando de debates  e campanhas. Durante a manifestação, o presidente do sindicato, Lindolfo Fernandes de Castro, 55, frisou – ao som de “Indignação” da banda Skank – que o debate é o contrário ao senso comum. “Nós vamos fazer um plesbicito sobre a redução da tarifa de energia elétrica. Para você ter ideia, por exemplo, a energia elétrica é um dos bens mais tributados e, como ele é essencial, deveria ser tratado como cesta básica. Deveria ser o menos tributado, mas por que o governo tributa muito da energia elétrica?’, questiona.

Fernandes diz que, apesar da tentativa do governo estadual em impedir manifestações que se oponham a sua gestão, o Sindifisco-MG “não abre mão de exercer a seu pleno direito a liberdade de manifestação”. Segundo matéria publicada na Folha de São Paulo hoje, o presidente do sindicato garantiu ainda que continuarão os protestos contra o choque de gestão ate que o efeito dessa politica seja revertida.


Por: Aline Viana e Juliana Costa

Foto: João Alves 

A Praça da Liberdade é conhecida como um espaço que oferece aconchego aos visitantes. Nela, jovens e adultos namoram, crianças jogam futebol, noivas posam para fotos e um artista plástico, em horário de almoço, recolhe pregos e arames que ficaram pelo chão depois da desmontagem do palco onde ocorreu o Encontro de bandas do SESC se apresentou no último final de semana. Hermes Perdigão, 48, fazia sua habitual caminhada no centro da praça e foi coletando do chão restos de materiais metálicos que lhe deram a inspiração para uma escultura. Ele se sentou na calçada do corredor das noivas e deu inicio a uma nova criação.

“Encontrado não é roubado, mas tudo pode ser transformado”, explica Perdigão que trabalha no Pampulha Iate Club, cuja sede administrativa fica nas imediações da Praça da Liberdade. “Eu gosto mesmo é de trabalhar com material reciclado e com teatro de bonecos também criados a partir da reciclagem”, garante. “Com esse material que recolhi aqui pensei em fazer uma escultura como se fosse uma cerca de arame farpado, só que uma cerca de arame de pregos”, revela.

Para Hermes Perdigão, a Praça da Liberdade é um espaço de inspiração para muitos artistas. “A praça é muito inspiradora, às vezes, tem gente ensaiando música aqui como violino, saxofone, flauta, como eu trabalho ali há 25 anos, eu vejo de tudo”. O artista plástico já esteve com suas criações, por outras vezes, na praça, ao lado de outros colegas de trabalho. Perdigão chegou, inclusive a gravar um vídeo intitulado Menor Guitarrista , que é um boneco, feito a partir de cartões telefônicos, tocando música no meio da praça, reciclados, mas com a mudança nos termos e regras do YouTube, em 2011, o vídeo acabou por ser bloqueado por usar uma música pertencente à gravadora britânica EMI. O artista plástico disse que pretende voltar à praça com sua obra finalizada para tirar uma foto dela no local de onde foi retirado seus materiais.

Por Juliana Costa

Foto Juliana Costa