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Na década de 50, Belo Horizonte vivia uma escassez de espaços culturais, já que o Teatro Público de BH se tornou o Cinema Metrópole e o Palácio das Artes estava ainda em construção. Tal carência fez surgir o Teatro Francisco Nunes que na época abriu as portas da capital para o teatro moderno.

Construído na década de 50, o teatro recebeu este nome por causa do maestro e clarinetista Francisco Nunes (1874-1934) que dirigiu o Conservatório Mineiro de Música e foi criador da Sociedade de Concertos Sinfônicos de BH. Desde a sua inauguração, já foram realizadas duas reformas, uma nos anos 80 e outra que teve fim neste ano (2014).

Nos últimos cinco anos, o teatro permaneceu interditado. Nesse tempo foi todo restaurado em sua originalidade, preservando os traços da época como o forro vermelho e mosaicos no jardim, porém, a parte interna do palco foi toda automatizada e as 543 poltronas foram enumeradas e mantidas.

Referência para muitos, o teatro é considerado como o principal da cidade. “É uma relação muito forte, eu comecei a fazer teatro com o Chico Nunes”, conta o ator e diretor, Chico Pelúcio, um dos fundadores do Grupo Galpão. “O galpão, antes de ser Galpão, apresentou “A alma boa de Set-Suam”, lá no teatro com os alemães há 33 anos. Ele é um símbolo do teatro em Minas, é o nosso Teatro Municipal, tinha que reabrir”, ressalta Pelúcio.

O Teatro será reinaugurado na noite desta terça-feira, 6 de maio, com a peça “Prazer”, da companhia de teatro Luna Lunera, que faz parte do Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte que teve estreia hoje.

A revitalização do local foi feita pela empresa Unimed através do Programa Adote um Bem Cultural, criado pela prefeitura com o intuito de incentivar a parceria entre o poder público e uma empresa privada na restauração de Patrimônios Culturais.

Texto: Bárbara Carvalhaes e João Alves
Áudio: Marcella Carvalho
Foto: Site da Prefeitura de Belo Horizonte

 

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O Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte (FIT-BH) comemora 20 anos. Dentre os dias 6 a 25 de maio, os apaixonados por teatro poderão acompanhar uma vasta e diferenciada programação de espetáculos. Ao todo, serão 160 apresentações, sendo, 13 nacionais, 25 locais e 17 peças internacionais. Além dos espetáculos para o público adulto, os curadores pensaram uma programação especialmente infantil, voltada para o público de até 12 anos, intitulado como “Fitinho”, visando à formação desse público na cidade de Belo Horizonte.

 Em 1994 e 1997, a trupe francesa Generik Vapeur, marcou presença com espetáculos de tirar o fôlego, o que fez com que muitas pessoas despertassem o interesse pela arte efêmera do teatro. Neste ano, em sua terceira passagem pela capital mineira, a trupe traz o espetáculo “Jamais 203”, que faz uma sátira agridoce da sociedade. O grupo francês apresenta a peça na Avenida dos Andradas, na Praça da Estação no dia 10 de maio e espera mais uma vez surpreender o público.

FIT-BH Comemora 450 anos de William Shakespeare

Em comemoração aos 20 anos, o FIT-BH celebra também os 450 anos do dramaturgo William Shakespeare, trazendo uma das obras mais importantes da carreira do autor, o dilema entre a consciência e decisão de “Hamlet”, da companhia alemã Berliner Ensemble. A apresentação será no Grande Teatro do Palácio das Artes, nos dias 17 e 18 de maio.

Um dos criadores do FIT-BH, o ator e diretor, Chico Pelúcio, destaca a importância das políticas públicas voltadas para o teatro, onde no Brasil o investimento ainda é muito baixo e se concentra no eixo Rio-SP, além de priorizar espetáculos em espaços fechados. No decorrer dos anos, o FIT-BH deixou de privilegiar de maneira igual o palco e a rua. Nesta edição serão 108 espetáculos em espaços fechados e apenas 52 em espaços públicos, diferente dos anos anteriores quer era meio a meio.

 Para participar os ingressos dos espetáculos podem ser adquiridos pela internet ou na bilheteria dos teatros com até 1 hora de antecedência. Os valores são de R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia).

Mais informações: https://www.fitbh.com.br/

Por: Lívia Tostes

Foto: Divulgação

Muita música, arte, cultura e gastronomia invadem o Circuito Cultural da Praça da Liberdade neste fim de semana, com o “Rock no Circuito”. Evento que promete discutir e difundir a música boa com quem entende e faz um som de qualidade.

Os museus e as bibliotecas que circundam a Praça vão receber nestes dois dias de evento muito Rock. O Circuito começa neste sábado, às 10h, conta com workshops, palestras, debates, oficinas e é claro, shows no melhor estilo musical. Os objetivos dos idealizadores é expandir o universo do rock na capital mineira para além das casas noturnas.

Na progrmação de sábado destacamos o workshop “Faça como Lenin: aprenda a fazer um Theremin” com Carou Araújo, no Memorial Minas Gerais Vale, às 10h, e o Debate “Café Controverso: Como fazer, produzir e viver de Rock em BH”, no Espaço do Conhecimento UFMG, a partir das 11h, com Thiakov e Marcelo Dolabela. Show com a banda Fusile, a partir das 20h30, na Biblioteca Luiz de Bessa.

Durante todo o domingo,  a Alameda recebe uma mostra com instrumentos musicais, discos, camisetas e livros todos inspirados no estilo musical. O evento também oferecerá opções de bar e alimentação oferecendo opções dos cardápios das casas que compõem o Circuito do Rock.

Texto: João Alves
Foto: Divulgação

A cena rock de Belo Horizonte diversifica suas formas e se desdobra entre covers e trabalhos autorais. O Circuito Cultural Praça da Liberdade promove o debate sobre a produção, circulação e sobrevivência da música cultural na capital mineira, com o tema: “Como fazer, produzir e viver de Rock em BH”, os músicos Marcelo Dolabela e Thiakov Davidovic conduzem uma conversa sobre o estilo musical neste sábado, 3.

Marcelo Dolabela líder do grupo “Divergência Socialista”, conta que as primeiras gravações de rock surgiram em 1965, em paralelo a Jovem Guarda. “O pessoal começa a ter mais discos e, a partir daí, o Rock começou a fazer parte da vida da cidade”, explica Dolabela.

Viver de música é possível?

Para o cantor e produtor musical Thiakov Davidovic é possível sim viver e trabalhar da música. Como prova, ele usa sua carreira “há basicamente 15 anos vivo somente da música. Mas isso só foi viável a partir de um hall de possibilidades que eu tive que criar” ressalta o cantor.

Segundo Dolabela, a essência do rock permanece inalterada, “o Rock foi música e rebeldia, hoje é indústria. Que produz, embala e vende o mais volátil e mais temido sentimento: a rebeldia. Com a cara que tiver, com a roupa que vestir, com a causa que defender, o Rock será sempre primitivo e sempre utópico. Sempre tribal e sempre do contra” finaliza.

Serviço:

O debate será realizado no Espaço do Conhecimento UFMG – Circuito Cultural Praça da Liberdade, neste sábado, 3, às 11h. Entrada franca.

Texto: Gabriel Amorim
Foto: Túlio Travaglia

São homens, mulheres, crianças e idosos. A população em situação de rua aumentou em 52% segundo o censo realizado em 27 de novembro de 2013 e divulgado nesta sexta-feira, 25. Em 7 anos (data do último censo, realizado em 2006), passou de 1.200 para 1.827 pessoas vivendo em situação de rua. Na maioria dos casos, drogas, álcool, brigas familiares e desemprego são as causas para saírem de casa e viverem na rua.

A Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) estabeleceu obrigação das administrações estaduais e municipais e federal de criarem programas sociais que permeasse à situação dos moradores de rua. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) criou a Unidade de Acolhimento Institucional de pós-alta hospitalar para atendimento de pessoas em situação de rua. Ainda muito pouco tem para se falar do serviço, mas, de acordo com nota divulgada pelo Diário Oficial do Município (DOM), o serviço pretende acolher moradores em situação de rua pós-atendimento hospitalar e que, diagnosticado por médicos e assistentes sociais, não estejam aptos a retornar às ruas ou aos abrigos que recebem para pernoite.

Nos dois últimos anos, a imprensa bombardeou a sociedade com notícias alarmantes de política higienista por parte da PBH e por pessoas intolerantes. Agentes municipais e Polícia Militar (PM) têm passado pelas ruas e recolhido os pertences pessoais das pessoas em situação de rua.

É de grande importância a atuação dos albergues e Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em Situação de Rua e Catadores de Materiais Recicláveis (CNDDH) que abrigam as pessoas em situação de rua. Mas em conjunto com essa ação, é preciso que haja a reintegração dessas pessoas em atividades e que possam recolocar os indivíduos dentro do contexto social, como reabilitação contra as drogas, ofertas de emprego e oportunidades de estudo por exemplo.

Por: Lívia Tostes

Divulgação: Júlia Portuense

Começou nesta terça-feira, a segunda edição do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (FILE), no Espaço Oi Futuro em Belo Horizonte. Com a curadoria dos artistas plásticos Paula Perissinotto e Ricardo Barreto, o FILE que comemora 15 anos este ano, trás ao público a oportunidade de interagir com a exposição. Entre as obras expostas encontram-se duas inéditas, a da mineira Thembi Rosa e da polonesa Karina Smigla-Bobinski.

A bailarina mineira, Thembi Rosa em conjunto com os artistas Lucas Sander e Paula Santos, realiza a apresentação da vídeo instalação “Escada Adentro”, o vídeo foi criado durante um trabalho da bailarina no Palácio das Artes, em 2012. “Eu estava expondo o projeto Parâmetros e Movimento, e minha exposição ocupava toda a galeria Mari’Stella Tristão com várias obras interativas, ai no cantinho tinha essa escada de emergência que me deu a ideia de reproduzir um vídeo ali. Desenvolvi essa ideia e chamei o Lucas Sander para colocar ela em prática. Gastamos quase uma semana na galeria testando vídeo com projetor, o melhor ângulo e enquadramento, filmávamos e projetávamos tudo, tentando ver que tipo de movimentação se adequaria melhor na escada”, explicou a bailarina.

De São Paulo a exposição tem os pesquisadores Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti que atuam em parceria no desenvolvimento de estratégias de experimentação e implementação de interfaces áudio-tátil-visuais. Já entre os convidados internacionais destacamos os artistas Candas Sisman, da Turquia e Karina Smigla-Bobinski, da Polônia.

Em um bate papo com o Jornal, a polonesa Karina explicou que quando se trata de artes não é possível definir uma data exata em que o projeto começou a ser formado. O SIMULACRA, projeto que está em exposição foi assim, destaca a artista. “Ele trás a observação que venho fazendo há tempos sobre a relação das pessoas com o mundo digital”. A aparelhagem exposta na galeria começou a ser montada somente há dois meses, para ela foi a forma que encontrou para expor sua observação para as outras pessoas.

Texto: Juliana Costa
Foto: Divulgação