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A terceira etapa do BRT Move, que visa otimizar o tempo dos usuários do transporte coletivo, teve suas operações inauguradas nesta segunda-feira, 28. Com a estreia da plataforma vieram diversas críticas ao sistema que pretende melhorar a qualidade do transporte público na capital mineira. Falta de informações, de orientadores, problemas com catracas, bate-bocas e a inadequação das plataformas para receber portadores de deficiências foram alguns dos problemas apontados pelos usuários do Move.

A usuária do Move Metropolitano, Deborah Rocha, que usa a linha de Sabará para Belo Horizonte reclama que as catracas dos ônibus estão cobrando o valor das passagens duas vezes, a primeira paga quando se entra na estação do Move, no valor de R$ 3,50 e uma segunda taxa ao entrar no ônibus, no valor de R$ 3,30. Ela ainda narra uma situação confusa: o motorista do coletivo pedia os passageiros para entrar pela porta dos fundos, por conta da cobrança, enquanto um fiscal exigia que todos passassem pela catraca. Além de bate-boca e falta de informação, ela ressalta que o tempo de viagem não melhorou de maneira significativa. Além deste, diversos outros relatos e queixas foram feitas através de redes sociais.

Dentre os problemas, o com a plataforma da estação virou pauta na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Trata-se da inadequação das estações para receber usuários que portem deficiência visual ou física, como é caso dos cadeirantes. Há degraus não sinalizados, os elevadores não funcionam, não há sinal sonoro nas proximidades da pista, espaço reduzido para cadeiras de rodas. Uma audiência pública foi convocada pelo vereador Leonardo Mattos (PV) com objetivo de exigir melhorias de acessibilidade.

Texto por Alex Bessas

Foto extraída do Portal Ponta Grossa

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Após esperar cerca de uma hora para chegar em casa, no Feriado da Semana Santa , o jovem Luiz Felipe Pedone, 26 anos, resolveu registrar sua insatisfação com o transporte público diretamente no orgão responsável, no site da BHTrans. Pensando de forma coletiva, Pedone inovou no quesito reclamação. O jovem desenvolveu um site para que outros usuários também insatisfeitos pudessem contribuir com o seu projeto e criar um “mapa de condições do transporte público na capital”.

No site, intitulado como “Não Move“, fazendo uma alusão ao novo transporte implantado na cidade, o MOVE, qualquer pessoa/usuário pode fazer registra uma reclamação, basta preencher o nome e sobrenome, junto ao e-mail – que não é divulgado. A partir da inclusão dos dados, é só selecionar a linha de ônibus onde ocorreu o incidente e descrever qual o motivo da reclamação. No site já é possível acompanhar as linhas que tem mais reclamações, como é o caso das linhas 3503A (Santa Terezinha/São Gabriel), 5201 (Buritis/Dona Clara) e o 82 (Estação São Gabriel/Savassi via Hospitais), com seis reclamações cada.

O site “Não Move” é relativamente novo, somente as linhas que atendem Belo Horizonte estão cadastradas no portal, mas o programador garante ampliar o serviço para atender toda a região metropolitana da capital.

 Por: Luna Pontone

Foto: Divulgação

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais decidiu contra o recurso movido pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) que visava manter o reajuste no valor das tarifas do transporte público. A decisão, publicada na tarde de quinta-feira, 24, garante o congelamento dos preços praticados pelas concessionárias de ônibus até o dia 5 de maio, conforme decisão judicial que a PBH tentava indeferir. A validade do reajuste segue sendo analisado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que convidou a Auditoria Cidadã da Dívida Pública e o Movimento Tarifa Zero BH (TZ) para colaborar com as investigações.

Quando a PBH entrou com o recurso para derrubar a decisão judicial que congela o valor tarifário por pelo menos 30 dias, justificou o agravo argumentando que os reajustes têm sido feitos em valores inferiores a inflação, portanto, os 7,5% de aumento seriam de recomposição inflacionária.

Entre as razões que motivaram que a ação não tivesse sucesso está o atraso na entrega dos resultados da auditoria conduzida pela Ernst & Young – que deviam ser entregues em novembro do ano passado, mas só foram entregues em março deste ano – e a proximidade das datas da entrega destes documentos e do anúncio do reajuste – o relatório foi entregue no dia 31 de março e o anúncio do aumento foi feito em 4 de abril.

O porta-voz do Setra-BH, Edson Rios, informou que o recurso movido pelo sindicato ainda não foi julgado e que, portanto, não irá comentar sobre a decisão do desembargador. A postura é a mesma da BHTrans. Já a PBH informou que só responderá as perguntas sobre o caso depois da publicação da decisão final. O TZ classificou a decisão como “uma grande vitória”.

Por Alex Bessas
Foto: João Alves 

Livros, fotografias e pôsteres narram a história do rock no Brasil e no mundo. O acervo da Biblioteca Pública Estadual Luiz Bessa vira tema da exposição “Rock na Biblioteca”, inaugurada nesta quarta-feira, 23, com curadoria do jornalista João Santos. O curador teve a contribuição do músico e pesquisador Marcelo Dolabela, que cedeu algumas peças de seu acervo.

A exposição reconstrói a memória do rock, trazendo para o salão diversos elementos que marcaram a cena dos fãs do estilo. O acervo exposto reúne fanzines, biografias de grandes bandas e músicos, pôsteres e livros que influenciaram o gênero – como obras dos beatniks Ginsberg e Kerouac. Os vinis – e suas capas – também ganham espaço e vão de álbuns raros aos consagrados clássicos, junto com as antigas fitas que rememoravam os mixtapes caseiros também estavam presentes.

A memória do rock em Minas Gerais ganha ênfase na mostra. Dolabela, um dos entusiastas e colaboradores do projeto, já decretou sobre a expressão do rock mineiro: “o belo horizontino é mais cuidadoso no fazer musical”.

João Santos chama atenção para o cartaz do que pode ser um dos primeiros shows do grupo mineiro de metal, Sepultura. O Sepultura é o primeiro grupo de metal mineiro com repercussão internacional constante. Na época deles, havia outros – vários que os influenciaram, inclusive se encontravam na loja da Cogumelo, na avenida Augusto de Lima. “O cartaz é feito à caneta, é um achado, deve ser de um dos primeiros shows do Sepultura, que se tornou uma banda de reconhecimento internacional”, explica o jornalista.

Com ligação com a cena cultural, Santos está entusiasmado com a realização. Perguntado se há a pretensão de exportar o formato para outras cidades, ele brinca: “o Rock no Circuito tem um formato novo, ainda não pensamos sobre isso, ainda estamos respirando o ar da juventude, tão necessários para o rock”.

A parede da biblioteca, cheia de cartazes de festivais dos primórdios do rock n’roll, já chamava a atenção dos passantes, mesmo antes da estréia. Muitos se aproximavam e puxavam na memória de onde conheciam aquela banda que estava em cartaz na década de 70. Alguns deixavam escapar um pequeno grito, talvez a reprodução de um êxtase nostálgico, em seguida se aproximavam do curador cumprimenta-lo pelo trabalho.

A exposição Rock na Biblioteca permanecerá do dia 23 de março à 4 de maio na Galeria Paulo Campos Guimarães – Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa. O horário de visitação é de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h e nos sábados de 8h às 12h.

Texto por Alex Bessas e Gabriel Amorim

Fotos por Juliana Costa

O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) traz para Belo Horizonte entre 30 de abril a 5 de maio o Fórum Shakespeare. Em comemoração dos 450 anos de nascimento do poeta e dramaturgo William Shakespeare, o Centro Cultural está preparando uma programação gratuita que reúne oficinas, debates, palestras e exposições abertas para o público e voltados para atores, diretores e professores.

Grandes nomes da academia nacional e internacional marcam presença no Fórum, para repensar o dramaturgo sobre a ótica da realidade brasileira e analisando o por que que a obra de Shakespeare ainda é tão atual. Atores e diretores da Royal Shakespeare Company (RSC), uma das mais influentes companhias teatrais do mundo, e professores da Queen Mary University of London (QMUL), considerada em 2013 a mais importante universidade britânica em Artes Dramáticas, irão participar das palestras, oficinas e masterclass. Na programação, a fotógrafa Ellie Kurttz apresenta uma exposição com montagens de Shakespeare nos palcos das maiores companhias teatrais do Reino Unido.

A atriz, diretora e escritora do The Instant Café Theatre Company (Malásia),  Jo Kukathas, traz a oficina “Shakespeare, xamã e mágico”, que irá explorar o mundo revirado dos loucos e sábios de Shakespeare, dos tolos que falam a verdade desafiando o poder e, dos homens e mulheres que vivem à beira da loucura. Já a professora e mestre em encenação de Shakespeare do Royal Shakespeare Company (Reino Unido), Helen Leblique, traz a oficina “Shakespeare, Shakespeare, o mundo é um palco” que busca revelar as dicas de perfomaces que dramaturgo dá aos atores em seus textos. Através de exercícios simples, porém extremamente eficazes, os participantes poderão experimentar as palavras do autor de maneira visceral, descobrindo como se conectar a intimamente com os pensamentos e sentimentos dos personagens que interpreta.

Mais informações: https://culturabancodobrasil.com.br/portal/belo-horizonte/

Por: Lívia Tostes

Foto: Divulgação

Pensando em economia criativa, o Circuito Cultural da Praça da Liberdade abre as portas para um novo empreendimento. Ocupando uma antiga residência na Rua Santa Rita Durão, a Casa de Economia Criativa chega aos mineiros com o objetivo de dividir experiências e compartilhar ideias. Localizada na antiga “Casa a Amarela”, de 1910, a Casa proporciona um ambiente acolhedor, que faz com que o público interaja e busque informações sobre empreendedorismo e economia criativa, um assunto pouco explorado no Brasil.

De acordo com a coordenadora do núcleo de economia criativa do SEBRAE e gestora da Casa, Regina Faria, a Economia Criativa é um novo conceito que vem sendo discutido por urbanistas, economistas, publicitários, jornalistas, fotógrafos e grupos de teatro e dança que estão dentro das artes cênicas e que possuem a criatividade como o principal negócio.

Para a gestora, a localização da Casa dentro do Circuito Cultural vem dizer para a sociedade e para todo o complexo que circunda a praça que a Cultura é um negócio.

A Casa oferece ao público, cursos de financias, de plano de negócios e de controles financeiros. O objetivo é divulgar e disseminar o conceito de economia criativa, destaca a gestora. “Acreditamos que isso precisa estar dentro da mente das pessoas. Quando você fala indústria, você sabe o que vem a sua cabeça – quando você fala economia criativa, as pessoas pensam: Mas o que, que será isso?”.

“Aos poucos as pessoas vão entendendo isso, sabemos disso! É uma questão de tempo”, afirma Regina. A Casa de Economia Criativa trabalha também com a melhoria da gestão de novos empreendedores, realizando palestras, cursos e encontros onde o público pode debater sobre o mercado de todos os setores.

Foto e texto por: Juliana Costa