cidade

A desculpa de que não sabia que tal fantasia poderia ser ofensiva, não cola mais

Por Gustavo Meira

O Carnaval já está aí. Uma das coisas que o folião mais busca nesse período, são as fantasias, seja montando em casa ou comprando em alguma loja, o importante é arrasar na avenida. Porém o carnaval de hoje não é o mesmo de 30 anos atrás, onde qualquer fantasia era bem vista. Os tempos são outros e o principal é o respeito, por isso é importante ficar atento para não correr risco de alguma fantasia ser desrespeitosa para alguma cultura, minoria social ou povo, mesmo que sem intenção. 

Vamos listar algumas ‘’fantasias’’ que não se deve usar no carnaval:

Índio (a) (indigena):

Apesar de que para algumas pessoas possa parecer uma homenagem utilizar adereços da cultura indigena ou apenas uma brincadeira, a história recente e as pessoas pertencentes a esses grupos dizem que essa apropriação cultural é ofensiva. Se a desculpa para o uso for, por exemplo, uma homenagem aos Yanomamis, vai ser pior ainda. A tribo não quer homenagens, e sim ajuda.

Homens fantasiados de índio no carnaval. foto: rede social
Homens fantasiados de índio no carnaval. foto: rede social

Homem se fantasiar de mulher (e seus desdobramentos):

Quando um homem cis hétero se veste com roupas femininas para ‘’brincar’’ no carnaval, de alguma forma ele menospreza a realidade diária de mulheres brasileiras, já que vivemos em um país machista e misógino. Muitas delas morrem todos os dias por serem mulheres, além da desigualdade em comparação com o homem, o caso é pior quando se trata de uma mulher preta. Por outro lado, este homem também atinge travestis. Homens machistas, homofóbicos e transfóbicos, que menosprezam tudo que é considerado feminino, acabam se divertindo ao usar roupas que representam tudo o que repudiam.

Foto: rede social
Foto: rede social

“Nega Maluca” Black Face 

“Nega Maluca” satiriza as mulheres negras em suas características físicas como cabelo, lábios e formato do corpo, porém são características que devem ser exaltadas, valorizadas, vistas como belas e não como chacota. O uso desta fantasia vem se tornando cada vez mais rara (ainda bem). A prática racista do black face é de meados de 1830,  onde por anos, pessoas pretas foram proibidas de trabalhar no mundo das artes. Dessa forma, no teatro, cinema e televisão, personagens negros eram interpretados por atores brancos.

Foto: rede social
Foto: rede social

Iemanjá ou qualquer orixá

vestir-se como Iemanjá, por mais que pareça uma homenagem, acaba tendo o efeito

Foto: Rede Social
Foto: Rede Social

contrário, porque banaliza religiões de matriz africana perseguidas no Brasil e que sofrem até hoje com preconceito com os rituais e deuses e violência.

 

 

Japonesa, muçulmana, cigana e afins

Vestir-se baseado em trajes típicos de outros países de forma a representar a cultura é uma forma de estereotipar toda uma nação, banalizar os símbolos culturais, seus costumes e tradições. 

Fábio Assunção

A máscara com o rosto do ator Fábio Assunção foi febre no último carnaval. O artista passou a virar piada a partir do momento que sua dependência química veio a público, sua imagem passou a ser associada à desordem, quebra de regras, “vida louca”, irresponsabilidade. Foi então que as máscaras se espalharam fácil. Transformar a dependência química em fantasia é desconhecer a doença e como ela afeta a vida dos dependentes químicos e suas famílias. Os problemas de saúde de outro ser humano não devem servir para o divertimento, pois agravam ainda mais o sofrimento.  

Foto: Redes Sociais
Foto: Redes Sociais

Hitler 

Fazer menção ao nazismo é crime! Hitler é uma das figuras históricas mais terríveis do mundo. No seu comando, cerca de 5 milhões de judeus foram assassinados. As marcas deixadas pelo Holocausto ainda estão presentes nos dias de hoje e respeitar a história e sofrimento de um povo é importante. 

 

Terrorista

Os atentados terroristas ao World Trade Center e Pentágono, no EUA, em 2001, reacenderam o preconceito contra os povos árabes islâmicos em todo o mundo. No Ocidente, é comum associar o terrorismo ao islamismo. Uma coisa não tem a ver com a outra. Usar uma fantasia imitando a imagem de Osama Bin Laden acaba fazendo a associação direta entre as roupas típicas de povos árabes e o terrorismo. Ao fazer isso reforça a ideia de que o islamismo é ruim e de que árabes são perigosos. E não é isso.

Foto: Redes sociais
Foto: Redes sociais

Serial Killers

 

No ano passado, a série da Netflix sobre o assassino em série Jeffrey Dahmer levou vá

Foto: Redes sociais
Foto: Redes sociais

rias pessoas a se vestirem como o criminoso durante o Halloween. A atitude foi fortemente criticada baseada no desserviço em espetacularizar e ‘heroizar’ um homem que vitimou 17 homens nos Estados Unidos, em meio a casos de c@n1b@l1smo e n3cr0fil1a.

Covid-19, Vacinas e relacionados

 

A pandemia causada pelo Covid-19 matou milhões de pessoas ao redor do mundo. Fantasias relacionadas ao tema devem ser evitadas, por se tratar de um assunto muito sensível e ainda presente na vida de muitas pessoas que perderam entes queridos.

Você viu algumas fantasias que não devem ser usadas por serem ofensivas, no carnaval e em qualquer data. Evite-as, e passe esse recado para seus amigos que pensam em usar uma delas, já que embora a princípio não pareçam, fazem apologia a xenofobia, racismo, machismo entre outros. Nada melhor do que curtir sem ofender ninguém, né?

 

Bom carnaval!

 

Milhares de foliões reunidos na Praça Sete, cartão postal de Belo Horizonte. foto: redes sociais
Milhares de foliões reunidos na Praça Sete, cartão postal de Belo Horizonte. foto: redes sociais

Faltam uma semana para os dias oficiais da festa e mais de 100 blocos desfilarão no pré-carnaval mineiro

Por Gustavo Meira

O carnaval é uma festa tradicional que faz parte do calendário brasilero, e a cada ano que passa ele está melhor e mais presente. Todos fomos pegos de surpresa por uma pandemia devastadora que nos deixou dois anos sem carnaval, por isso a expectativa para este ano está gigante. As pessoas estão com saudade de ir para a rua, de se fantasiar, andar debaixo de sol quente atrás do bloco, sem reclamar e pular o mais alto possível quando tocar ‘’Eva’’.

O que não falta são foliões animados e contentes com as festas de carnaval que já estão acontecendo, o jornalista Caio Tárcia é uma delas. ‘’Depois de uma pandemia que prejudicou muita gente e precisou interromper essa festa, nada melhor do que retomar o carnaval. Impossível a gente não querer curtir nossa cidade, que sem dúvida nenhuma tem o melhor carnaval  do Brasil, quem nega é quem nunca veio”, declara.

Multidão de foliões reunidos na Av. Afonso Pena, centro de BH. foto: redes sociais

Em 2013, a capital mineira recebeu 500 mil foliões e cerca de 70 blocos. Dez anos depois, mais de 5 milhões são esperados para curtir quase 500 blocos, um aumento de 900%. Tornando assim, o maior carnaval da história de BH e o 3° maior do mundo, ficando atrás só de São Paulo e Rio de Janeiro.

Desde o dia 04 de fevereiro já é carnaval em Belo Horizonte. Para celebrar a volta da maior festa de rua, a cidade, que já está no clima da folia, conta com a presença de mais de 300 blocos desfilando pelas ruas no pré-carnaval, além dos ensaios. Uma oportunidade dos blocos finalizarem seus enredos e conquistarem mais público.

‘’Já tem umas três semanas que estou indo no pré-carnaval e não tem nada melhor. A gente faz novas amizades, toma uma cervejinha de leve e curte a música boa, o axé. Conexão Bahia Minas tem tudo pra dar certo”, é o que diz Caio Tárcia.

O funcionamento da cidade

Agentes da BHTrans, Polícia Militar e Guarda Municipal vão atuar para garantir a segurança e a mobilidade de todos nos blocos deste final de semana. 

Serão disponibilizadas no Waze e no Google Maps as interdições de trânsito das áreas reservadas para desfile dos blocos. Com essa informação os aplicativos vão traçar rotas alternativas.

As linhas do transporte coletivo convencional e suplementar vão operar normalmente, com quadros de horários de sábado, para o dia 11, e domingo, para o dia 12.

foto: PBH

Confira a lista de alguns blocos de pré-carnaval que estarão na rua este final de semana na capital:

 

Sábado, 11 de fevereiro

 

9h – Mama Na Vaca – Praça Cairo, 111, Santo Antônio

9h – Bloco do Chifrudo – Rua Kimberlita, 88, Santa Tereza

9h – Fera Neném (Bloco Infantil) – Rua Dominicanos, 52, Serra 

9h – Bloco do Copo Cheio – Praça Nova York, 18, Sion

10h – Uai cê Samba – Av. Fleming, 1670, Ouro Preto

10h – Forró Cabra Cega – Rua Mármore, 179, Santa Tereza

11h – Rzñaço Kids – Rua Rio de Janeiro, 2098, Lourdes

11h – Bloco Universitário – Rua Professor Moraes, 226, Savassi

11h – Bailinho Pet (bloco para pets) – Pet Park do Shopping Del Rey

12h – Bloco dos Camisa Preta – Expominas (Avenida Amazonas, 6200, Gameleira)

13h – Tapa de Mina – Rua Carmem Valadares, Santa Efigênia

13h – Bloco do Amor – Quem Ama Não Mata – Av. Cristóvão Colombo, 33, Savassi

13h – Garota eu vou pro Califórnia – Rua da Clarinetas, 11, Conjunto Califórnia II

13h – Banda Mole – Av. Afonso Pena, Centro

13h – Chá com Ousadia – Babado Novo + Vitão – Mineirão (Avenida Antônio Abrahão Caram, 1001 – Pampulha)

14h – Tá Caindo Fulô – Rua Edson, 360, União

15h – Boi Rosado – Rua Mármore, 273, Santa Tereza

16h – Bloco do Cachorrão – Rua Manhuaçu, 74, Santa Inês

16h – Panthera Disco Bloco – Rua Teixeira Magalhães, 189, Floresta

18h – Corujão do Casa Branca – Rua Professor Acidália Lott, 22, Casa Branca

 

Domingo, 12 de fevereiro

 

8h – Afronta BH – Av. Brasil, 2201, Savassi

9h – Pula Catraca – Praça do Colégio Batista, Floresta

9h – Relembrando o Corso do Carnaval dos Anos 50 – Rua Marília de Dirceu, 80, Lourdes

10h -Me Beija que eu sou Pagodeiro – Rua Tenente Brito Melo, 1090, Barro Preto

10h – Asa de Banana –  Av. Getúlio Vargas, 820, Savassi

11h – Morabloco – Av. Fleming, 680, Ouro Preto

13h – Backstreet Bloco –  Rua Monsenhor Horta, 60, Calafate

13h30 – Bruta Flor – CRJ – Praça da Estação

14h – @bsurda – Rua Aarão Reis, 481, Centro

14h – CarnavaKVSH – Rua Sergipe, 1180, Savassi

14h – Baianos Usados – Rua João Nascimento Pires, 321, Jaqueline

14h – Comunidade do Soul- Rua Rio de Janeiro, 700, Centro

14h30 – Sagrada Folia – Rua Pitangui, 3189, Sagrada Família

15h – Circuladô – Rua Mucuri, 356, Floresta

15h – Santo Chico – Rua Prados, 788, Carlos Prates

16h – Swing Safado – Rua Gentios, 1119, Conjunto Santa Maria

 

A programção completa do carnaval de Belo Horizonte você encontra no site: http://portalbelohorizonte.com.br/carnaval/2023/programacao/bloco-de-rua

A cidade receberá mais de 5 milhões de foliões e um de seus  mais tradicionais blocos, o Baiana Ozadas, promete ferver o carnaval belorizontino deste ano.

Por Gustavo Meira

O carnaval de 2023 acontece entre os dias 4 a 26 de fevereiro. O último de BH, realizado em 2020, teve 4,45 milhões de foliões. A expectativa para este ano é que 5 milhões de foliões encham as ruas da capital, o maior da história com 479 blocos.

Desde 2020, Belo Horizonte se consolida como a terceira maior folia do Brasil, ficando atrás apenas para os 15 milhões de São Paulo e para os 5 milhões do Rio de Janeiro. A marca foi atingida quando a capital mineira passou de Salvador e Olinda.

Multidão de foliões reunidos na Av. Afonso Pena, centro de BH. foto: redes sociais

De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, a movimentação econômica prevista é de R$ 623 milhões. A previsão é que mais de 9 mil vagas de emprego sejam geradas, além dos mais de 15 mil ambulantes credenciados. Esta edição contará com dois patrocinadores, o Sistema Fecomércio-MG (R$1 milhão), entidade que representa o comércio no estado, e a Rede de Supermercados BH (R$250 mil).

O Carnaval de Belo Horizonte terá mais de 15 mil ambulantes nas ruas. foto: PBH
O Carnaval de Belo Horizonte terá mais de 15 mil ambulantes nas ruas. foto: PBH

 

Anna e seus adereços de carnaval produzidos por ela e sua mãe. Foto: Anna Pini
Anna e seus adereços de carnaval produzidos por ela e sua mãe. Foto: Anna Pini

Para a publicitária Anna Pini, proprietária da empresa de artesanato Pixua Ateliê de Linhas, o período pré-carnavalesco já tem dado retorno. Em comparação ao mesmo período do ano anterior, onde a empresária não conseguiu vender seus adereços, neste 2023 ela se mostra muito otimista. ‘’As vendas no pré-carnaval estão indo muito bem. A expectativa está a mil, estou unindo o útil ao agradável, indo a todos os bloquinhos. Eu vou, curto e aproveito pra vender. O público está bem aquecido, botando muita fé nesse carnaval de BH, que desbancou o de muitas cidades’’, diz.

 

Bloco Baianas Ozadas

A cantora baiana Daniela Mercury e seus 30 anos de carreira, é o tema do bloco Baianas Ozadas, um dos mais tradicionais de Belo Horizonte para o Carnaval 2023.  O evento de lançamento aconteceu na última quinta-feira (2), dia de Iemanjá, e contou com ensaios da Bateria Ozada e da Ala de Dança, show da banda Baianas Ozadas, além de convidados.

‘’Pela primeira vez o Baianas Ozadas está homenageando uma artista feminina, homenageando as mulheres. Junto com uma personalidade importante da música baiana, a força das Yabás, as orixás femininas, mas celebrando 30 anos do Canto da Cidade e de carreira’’, é o que disse Geo Ozado, fundador e vocalista do Bloco Baianas Ozadas.

foto: Instagram/Baianas Ozadas
foto: Instagram/Baianas Ozadas

O Baiana é um dos blocos mais tradicionais do carnaval de BH, fundado em 2012 pelo baiano Geo Ozado. O bloco desfila com saias, turbantes, balangandãs, e lavagem das escadarias da Igreja São José, trazendo um pouco da cultura baiana e arrastando milhares de carnavalescos pelas ruas. Em 2017, registrou a marca de 500 mil foliões no carnaval da época. E neste ano, o Baianas Ozadas sai na segunda-feira (20) de carnaval às 9h em frente a Igreja São José, na Av. Afonso Pena.

 

Cármen Valadares no evento de lançamento do Carnaval 2023 Baianas Ozadas - foto: Gustavo Meira
Cármen Valadares no evento de lançamento do Carnaval 2023 Baianas Ozadas – foto: Gustavo Meira

 

Cármen Valadares, 58, é considerada por muitos blocos capital a rainha de bateria, a que puxa a comissão de frente e a ala de dança por conta de sua animação, alto astral e requebrado. Ela está presente há cinco anos no carnaval de BH e já está comparecendo aos ensaios dos blocos. ‘’O carnaval é uma festa muito bonita, que recebe todo tipo de pessoa, gera emprego e renda. Minha expectativa é muita, estou muito feliz com o carnaval e não só esse ano, mas em todos os momentos. Eu sou uma pessoa muito alegre em estar viva, com saúde, em estar bem’’, declara.

PBH faz consulta pública do redesenho de um dos locais mais movimentados da cidade

Por Matheus Dias

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) apresentou a proposta de revitalização da rua Sapucaí para a população em dezembro de 2022, e desde então tem divulgado um formulário em seu site que ficará disponível até hoje, 31 de janeiro, para escutar o público acerca do novo visual da rua. 

A Sapucaí é um dos locais boêmios e turísticos mais admirados da capital mineira. É ainda ponto de encontro atraído pela bela vista que destaca o centro da cidade – com direito a belíssimas fotos pelo mirante dos murais do Projeto Cura. Sua beleza estampa a área cultural extensa de Belo Horizonte, promovida pela Praça da Estação, com ambiente descontraído e polo gastronômico de restaurantes e bares populares. 

A estudante de Publicidade e Propaganda, Amanda Serafim, 22, costuma frequentar uma vez por semana a Sapucaí. Ela afirma que está bem animada para que dê certo a proposta de revitalização, pois acredita que poderá melhorar o ambiente. “A revitalização vai trazer mais segurança, vai diminuir o fluxo de carro e trazer mais conforto pro que a Sapucaí já é”, diz. 

A opinião da futura publicitária vai de encontro com o propósito da PBH, que é tornar o espaço mais agradável e seguro para quem frequenta o local, reforçar o turismo e reduzir os conflitos entre pedestres e veículos.

Revitalização por uma Floresta melhor

Com o redesenho, a proposta prevê que sejam fechados os três quarteirões entre as avenidas Assis Chateaubriand e Francisco Sales. Na rua Sapucaí seja implantado área de permanência, mobiliário urbano, arborização e paisagismo, arquibancada mirante e quiosques comerciais com banheiro público.

Na esquerda a situação atual da rua Sapucaí e na direita a proposta com a revitalização. Foto/reprodução: PBH.
Na esquerda a situação atual da rua Sapucaí e na direita a proposta com a revitalização. Foto/reprodução: PBH.

Na esquerda a situação atual da rua Sapucaí e na direita a proposta com a revitalização. Foto/reprodução: PBH.

 

 

 

 

 

 

 

Lucas Fernandes da Silva, 23, estudante de Publicidade e Propaganda, enxerga que a ideia é muito boa, porém chama a atenção para um ponto. “Antes a PBH tem que cuidar das pessoas em situação de rua, pois como é um local aberto e abandonado, pode criar um conflito com quem busca o local para lazer. Primeiro a prefeitura tem que cuidar desse ponto e posteriormente buscar o projeto para ter a revitalização”, destaca Lucas.

Opinião de comerciantes e último dia de escuta 

Hoje, o espaço conta com um público diverso de frequentadores. Com fluxo variado de acordo com o horário e dia da semana. Porém, com a nova proposta tem a esperança de atrair e aumentar visitantes e novas pessoas para a Sapucaí. É o que acredita Alfredo Lanna, 35, sócio-proprietário de dois estabelecimentos na rua, a Panorama Pizzaria e o Botequim Sapucaí.

Para Lanna é importante a revitalização, pois observa a região não só como um polo gastronômico, mas de lazer para a cidade. “Sou um entusiasta do projeto, é um presente para a cidade e os moradores se isso for realizado. Acho que BH tem esse caráter turístico de cidade urbana, cidade criativa, cidade gastronômica, isso seria de extrema importância. A gente (comerciantes) vê esse movimento, esse desejo de quantidade de turista que vai sem essa preparação que não temos hoje, então com essa infraestrutura seria melhor”, opina Alfredo.

Todos os detalhes em arte e fotografia da revitalização estão disponíveis no site da Prefeitura de Belo Horizonte, mas você pode conhecer a proposta e opinar respondendo ao formulário, que está aberto somente até hoje (31).

Vista da rua Sapucaí para o Centro de Belo Horizonte – Foto/reprodução: Lucas Fernandes da Silva.
Vista da rua Sapucaí para o Centro de Belo Horizonte – Foto/reprodução: Lucas Fernandes da Silva.

 

Por Millena Vieira e Gabriel Almeida

Entender o sentido da existência de todos os seres vivos, pode ser uma das maiores questões do ser humano, ficando atrás somente do mistério da morte. Desde sempre, os povos ao redor do mundo buscam respostas sobre a existência da vida, pairando pelo tempo as famosas perguntas “de onde viemos?”, “para onde vamos?” e “qual é a missão de cada um de nós na terra?”. Parte da construção de uma resposta, nasce da necessidade de algo sobre além, desencadeada por diversas religiões e filosofias de vida. De contraponto, um dos principais desafios à convivência democrática está ligado à intolerância, por um sentimento de soberania dentro dessa multiplicidade religiosa.

“A religião é a maneira como a gente diz sobre as coisas, além da sua condição material, ou seja, há uma realidade por trás das coisas que é maior do que a sua condição imanente, há uma perspectiva transcendental, há um sentido, há algo de sagrado e de poderoso, místico, então é uma maneira de reler o mundo também”, explica Pedro Luiz de Oliveira Doche, bacharel e licenciado em Filosofia, com pós seguido em Ciência da Religião pela Puc Minas.

A orientação espiritual concebe ao indivíduo formas de compreender o mundo, a si mesmo, os seus valores morais e até mesmo suas decisões políticas. Com a manifestação das crenças religiosas, é preciso analisar a relação do indivíduo com a fé e seu comportamento perante ela. Tal comportamento religioso, na maioria das vezes, é induzido por crenças que perpetuam em uma mesma família por gerações, ou seja, nos seus primeiros anos, o indivíduo não escolhe a sua própria religião, ele já nasce nos berços da influência. A decisão passa a ser de cada um, a partir da autodeterminação das próprias escolhas e seu entendimento de posição no mundo.

A diversidade das religiões no mundo se dá pela identificação e evolução histórica e pelo desenvolvimento de vários povos, cada um com sua própria maneira de interpretar a criação da vida e o fim dela. Em tendência, a intolerância nasce a partir da incapacidade de conviver socialmente com as diferenças, é a ausência da vontade de lidar com o outro, assim como suas ideias, ocasionando atitudes ofensivas a crenças e práticas religiosas ou mesmo a quem não segue uma religião, é a deslegitimação da fé do outro a partir do próprio ponto de vista, porém a afirmação do que é a fé para si não deveria sobressair como é a fé para o outro.

No Brasil, segundo levantamento do Datafolha, a religião mais predominante é a religião Católica, com cerca de 50% da população, seguida pela Evangélica, com 31%, Espírita, 3%, e Umbanda, Candomblé ou outras religiões afro-brasileiras com 2 % dos brasileiros. Em teoria, a Constituição Federal prescreveu o Brasil como país laico, ou seja, garante o direito fundamental à liberdade de religião e o Estado deve prestar proteção e garantia ao livre exercício de todas as religiões.

Embora haja legislação, no último ano, o país obteve 545 denúncias de intolerância religiosa, três queixas por dia, sendo as religiões de matriz africana as que mais sofrem com o preconceito, segundo levantamento realizado pelo Disque 100, serviço para denunciar denúncia de direitos do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Terreiro de Umbanda Caboclo Pena Dourada. Imagem: Ana Clara Souza.
Terreiro de Umbanda Caboclo Pena Dourada. Imagem: Ana Clara Souza.

Mateus Araújo, de 22 anos, explica sua trajetória dentro da Umbanda, religião de matriz africana. “Eu cresci aqui… Desde pequeno, eu tive o livre arbítrio para escolher a religião que queria, meus pais foram muito flexíveis com relação a isso… Eu escolhi a Umbanda, porque eu senti que era o meu lugar.” Com a identificação desde jovem, Mateus mostra também como percebe a intolerância em sua forma velada: “O preconceito não está necessariamente na fala, mas sim em como essa fala é produzida e entonada… depende de quem está falando e como está falando.”

Em um país onde seus muros são construídos a partir do roubo, da exploração, da tomada de culturas e liberdades, como a escravidão dos povos negros e indígenas e a catequização, pense em uma realidade de respeito as reais liberdades democráticas, beira ao fictício.

Para cortar as raízes herdeiras da imposição e da importunação sobre a fé do outro, é preciso, antes, de um esforço social e, principalmente, governamental para a criação de medidas e novas políticas de segurança e educação que de fato saiam do papel e sejam subordinadas.

Religiões dos povos indígenas

Apesar da catequização, uma religião indígena resiste e se assemelha em diversos aspectos entre os diferentes povos. A relação com o mundo e a forma como é vista e interpretada é muito diferente do cristianismo, por exemplo. Os povos indígenas abraçam com fé as entidades e os grandes guerreiros que se manifestam através dos elementos da natureza. Eles acreditam que há um criador, chamado Tupã, responsável também pelas chuvas, raios e trovões. Além dele, há outros responsáveis ​​pela proteção do mundo em seus diversos aspectos, sobretudo ligados às matas e às florestas, bem como a crença de que alguns espíritos estão encarnados em animais, potencializando o poder da natureza e da relação dos povos com ela. Em sua relação com a crença e a vivência da fé, acredita-se que alguns possuem o dom de manter contato com os espíritos e as entidades. 

Religiões de matrizes africanas

Assim como algumas religiões indígenas, as religiões de matriz africana, como a Umbanda e o Candomblé, possuem em sua essência, a preservação aos ancestrais, a sabedoria dos mais idosos e a proteção de entidades poderosas e espíritos. Candomblé é uma religião afro-brasileira, que foi trazida pelas pessoas negras escravizadas. Umbanda é uma religião brasileira que mescla elementos do catolicismo, espiritismo e religiões afro-brasileiras. Uma das formas mais conhecidas no Brasil, é Iemanjá, guardiã das águas, e assim como ela, é possível encontrar outros tipos presentes nas duas religiões, onde os orixás são deuses cultuados representantes das forças elementares oriundas da água, da terra, do ar, faça fogo. Duas religiões monoteístas que apesar das semelhanças, não são iguais, uma é genuinamente brasileira. 

Flavio, atleta do Sir Safety Perugia, em momento de tensão - Foto Ney Felipe
Flavio, atleta do Sir Safety Perugia, em momento de tensão - Foto Ney Felipe

Por Maria Cecília Nepomuceno 

 

No último caloroso domingo (11), a equipe do Contramão foi a Betim para oficialmente cobrir e ficar por dentro de tudo sobre o evento. Além de ver qual dos times que subiriam ao pódio do Campeonato Mundial de Clubes de Voleibol Masculino 2022. Os jogos aconteceram no poliesportivo Divino Braga.

A tarde se iniciou com a tão esperada disputa dos semi finalistas, dois times brasileiros e mineiros, o vencedor da edição 2021, Sada Cruzeiro Vôlei e o seu adversário Minas Tênis Clube.

A partida começou emocionante e muito acirrada, com o Minas Tênis Clube vencendo o primeiro set por 31 a 29. Esse primeiro set perdido, foi totalmente importante e decisivo no desempenho do Sada Cruzeiro, o motivando a voltar com tudo e ganhar os três próximos sets por diferenças minimas, finalizando com a vitória da partida e a medalha de bronze.  

Rodriguinho, atleta do Sada Cruzeiro Vôlei, se preparando para efetuar um saque - Foto Ney Felipe
Rodriguinho, atleta do Sada Cruzeiro Vôlei, se preparando para efetuar um saque – Foto Ney Felipe

O poliesportivo contou com arquibancadas cheias, muito movimento e torcedores fervorosos que foram prestigiar e vibrar com os times. O atual prefeito de Betim e um dos principais patrocinadores do Sada Cruzeiro, Vittorio Medioli, também se direcionou a quadra para prestigiar o evento e a vitória do seu time do coração.

No decorrer do dia, os dois times finalistas, Sir Safety Umbria Volley e Trentino Volley entraram em quadra pra decidir quem levaria o ouro para casa. Desde o começo foi uma sucessão de comoções entre os jogadores e todos os presentes, uma belissima partida, cheia de lances precisos e altos lançamentos.

Trentino, o favorito da casa, saiu na frente vencendo o primeiro set por 25 a 20. Sir Safety, não perdeu tempo e garantiu o segundo por 25 a 23. Sendo assim, um momento de tensão se instalou na quadra mediante a possível decisão que se aproximava e quem faria mais um set e o próximo viria em seguida? Todos apreensivos, mas otimistas. 

O Sir Safet, time da Perúgia, Itália levou o terceiro e quarto set, oficializando assim sua vitória

Sir Safet Umbria Volley comemorando a vitória, após entrega de premiação - Foto: Maria Cecília Nepomuceno
Sir Safet Umbria Volley comemorando a vitória, após entrega de premiação – Foto: Maria Cecília Nepomuceno

Betim, mais uma vez, é sede do campeonato, que terminou com cerimônia de entrega de medalhas, melhores jogadores, destaques das partidas e com o Sir Safet, iniciante da competição, estrela do dia.