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O escândalo do Mensalão e o do bicheiro Carlinhos Cachoeira são dois casos de corrupção recentes no Brasil. É comum ouvir no ônibus, ou na fila do banco alguém dizer que está desanimado com a política, pois todos os políticos são corruptos e ladrões. Más será que a corrupção é algo que só acontece no âmbito político? Uma pesquisa realizada pela UFMG em parceria com o instituto Vox Populi mostra atitudes corruptas como, por exemplo, pagar propina a um guarda para evitar uma multa não é considerado errado por parte dos brasileiros. A equipe de reportagem do contramão foi às ruas com a seguinte pergunta! Você considera furar fila, ou comprar um CD ou DVD pirata um ato de corrupção? Confira as entrevistas.

 

Por João Vitor Fernandes

Foto: Hemerson Moraes

Vídeo: Mariah Soares

Será feito hoje em Belo Horizonte o lançamento do Livro “Seu amigo esteve aqui”, onde são relatadas as experiências de luta de Carlos Alberto Soares durante a ditadura no Brasil. Beto, como era conhecido, passou quatro anos da sua vida engajado na militância esquerdista durante o período da ditadura, e o livro é constituído de 60 relatos colhidos junto a parentes, amigos e companheiros de militância.

Ele era conhecido como uma forte liderança entre os estudantes belo-horizontinos. “Eu vivi isso integralmente, eu era jornalista na época da ditadura, já estava no Jornal Binômio e estudava  na faculdade de Ciências Econômicas. O Beto era uma liderança muito forte no meio estudantil , mas o curioso é que ele não se mostrou assim de imediato, ele andou escondido um tempo e depois apareceu como líder guerrilheiro”, relata Carlos Felipe Horta, jornalista e contemporâneo de Beto, “Ele estava um ano a minha frente na faculdade.” Informa.

Carlos conta que Beto e a também militante Inês Ettiénne, fundaram um bar temático, onde os militantes de esquerda se encontravam. Beto tinha ainda ao seu favor a beleza, que lhe dava facilidade de circulação nos lugares, tornando o trânsito de informações mais acessível para ele, “As mocinhas gostavam dele.”, aponta Carlos.

O regime militar deixou impressões que não saem da cabeça do jornalista. “Eu sabia que as pessoas estavam desaparecendo e estava sendo censurado. Quando eu me formei na faculdade eu já trabalhava no Binômio e no  Na Última Hora, os dois jornais foram fechados. Foram momentos que me deixaram marcas profundas”,  relata o jornalista. As pessoas que viveram o regime preferem certamente os dias de hoje, “Entre todas as podridões dos dias de hoje e o período da ditadura eu prefiro os dias de hoje”, ratifica Horta.

 

Por: Ana Carolina Nazareno e Hemerson Morais

Foto: Internet

Amanhã é dia de finados, a data é celebrada tradicionalmente pelos cristãos desde o século IV d.c. Porém há os que não consideram a data como sendo algo muito importante, como o estudante Arthur Ellizio. “É um dia comum, como qualquer outro. O máximo que faço é pensar naqueles que já se foram e relembrar suas vidas com muita alegria.”, relata o estudante.

Arthur é ateu e tem um olhar diferente do religioso sobre a morte. “A morte é o fim da vida. A pior coisa do universo, pois não há nada após ela, nada comprovado e provavelmente a dura realidade é que minha energia se dissipará e com a morte do meu cérebro eu não poderei mais apreciar a beleza da vida.”, afirma.

Já Rodolfo Buarque, também estudante tem uma visão diferente sobre o dia de finados. “O dia dos finados é o dia dos fiéis defuntos. Dia para lembrarmos aqueles que partiram para a vida melhor e rezarmos por eles.”, exalta o estudante.

Para ele a morte é mais que o fim. “Esse dia convida os católicos a pensar que a vida não acaba dentro de um caixão. Jesus a vida após a morte está diante deste caixão.”, pontua o estudante.

A maquiadora Renata Paula das Neves, nos mostra o olhar da umbanda sobre a morte. “Não enxergamos a morte como o fim de tudo e sim como começo de caridade, pois acreditamos em reencarnação e sabemos que o espirito estará pronto para ajudar outros.”, comenta.

O dia de finados tem seu valor também dentro da doutrina de raiz africana. “esse é um dia para fazer orações no templo. Acender vela para iluminar a caminhada do espírito, mas aconselha-se que seja em lugar específico. Fazemos homenagens silenciosas, sem entoação de cânticos.”, declara Neves.

Os kardecistas acreditam que a morte está ligada a continuidade. Que a matéria morre, porém o espírito continua vivo. “O espírito reencarna algumas vezes até cumprir suas missões e alcançar a evolução espiritual. Depois de ter vivido as experiências que necessita para alcançar esta evolução.”, explica João Vítor Fernandes estudante.

Segundo ele o dia de finados é um dia de convite a reflexão. “Como nós acreditamos na continuidade do espírito, acreditamos que ele não está ali no cemitério, visitá-los e ficar chorando sua morte em determinado lugar, pode atrapalhar o caminho dos que partiram. Quando falamos que perdemos um ente querido, estamos colocando algumas cargas que podem ser prejudiciais, portanto quando falamos e nos convencemos que ele apenas partiu, e que um dia o reencontro será possível, fica apenas a saudade, que para nós é um sentimento muito bonito.”, aponta Fernandez.

 

Por: Hemerson  Morais e Paloma Sena

Foto: Internet

Onde a coruja dorme é o nome do documentário que presta homenagem ao músico Bezerra da Silva, que será lançado amanhã, no Centro Cultural Cento e Quatro.  Com duração de 72 minutos e produzida em 2010, à obra tem direção de Márcia Derraik e Simplício Neto.  “O documentário aborda a vida do cantor e todas as parcerias que ele fazia, além de mostrar o ambiente musical em que ele vivia”, comenta o programador do Cine Cento e Quatro, Daniel Queiroz.

O longa relata as histórias por trás das canções que sempre retratavam as condições sociais das comunidades.  Conta também um pouco da conturbada trajetória do cantor que viveu na Baixada Fluminense, nascido em 23 de fevereiro de 1927 em Recife e falecido em  2005.

Bezerra deixou sua marca, não porque era o hit das paradas de sucesso, mas porque conquistou um público tão grande quanto sua paixão por apresentar através de sua música a realidade dos morros e favelas.

O Centro Cultural Cento e Quatro irá exibir o longa metragem de 2 a 8 de novembro, às 17h30 e às 19h30 (o espaço não funciona às segundas-feiras). A entrada custa R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia).

Por Ana Carolina Nazareno e Rute de Santa

Fotos: Internet

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL) promove, a partir de hoje (1º), a sexta edição do Festival Bar em Bar. Este ano, 34 estabelecimentos do Estado participarão de evento. A maioria (28) está localizada na capital. A campanha deste ano tem como slogan “A alegria é por nossa conta” – os bares e restaurantes participantes oferecerão pratos com o valor de R$ 10,00. “Esperamos vender bastante. Já participamos de edições anteriores e o movimento cresceu bastante”, afirma Ana Lúcia Pereira, 38, gerente do Assacabrasa há sete anos.

O festival apresenta também uma maneira descontraída para estimular a conscientização dos clientes, “Os dez mandamentos do cliente do bar”, dentre os mandamentos estão: ”Não dirigirás após consumir bebidas alcoólicas”, “Não incomodarás vizinhos e outros clientes”, “Não fumarás em ambientes fechados” e “Não estimularás a violência”.

Não é somente o preço o atrativo para os clientes, os bares apresentam também petiscos criativos ao misturar ingredientes tradicionais com inusitados, como o prato “Coma suíno, mas use filtro solar” – uma combinação de carne de sol suína servida com redução de aceto com tangerina e rapadura e acompanhamento de minibatatas com bacon – servido no bar Rima dos Sabores (situado no bairro Prado). Entre os estabelecimentos participantes estão Assacabrasa, Bhar Savassi, Bar Ideal e Maria das Tranças (Lourdes e Savassi).

O evento vai até o dia 18 de novembro, sempre das 18h até às 21h. Confira todos os estabelecimentos participantes aqui.

 

Por Marcelo Fraga e Rafaela Acar

Foto: Rafaela Acar

As temperaturas em Belo Horizonte têm atingido níveis históricos. É comum ao andar na rua ver pessoas reclamando da sensação de calor. No ano passado, um cidadão japonês criou uma roupa com sistema de ar condicionado, para se proteger do calor causado pelo terremoto que devastou seu país. E aqui em Belo Horizonte? O que a população está fazendo para se proteger do calor?

O micro-empresário Clayton Batista Coelho diz que, para enfrentar o calor, tem ingerido bastante água e usado roupas mais leves.  “Tento permanecer em ambientes ventilados e, quando vou sair, uso o protetor solar com maior frequência”, relata.

Já a estudante de biomedicina Gabriela Vilas Bôas diz que está sofrendo muito com o calor. “Nada do que eu faço está conseguindo aliviar. Nem ventilador está ajudando”, brinca a estudante.

Aumento nas vendas

Para alguns comerciantes, quanto mais calor melhor. Quem trabalha com sorvete está bem feliz com o clima. “As vendas melhoraram bastante, porém nos horários em que o calor está mais brando. Com o sol forte, as pessoas nem animam sair na rua”, explica a gerente de uma sorveteria de Justinópolis, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte.

Gerente de uma loja de fast food na região da praça da liberdade, na capital mineira, Marcelo Freitas aponta que o aumento da temperatura trouxe também aumento nas vendas de bebidas. “O impacto principal foi no aumento das vendas dos milk shakes, sorvetes e, principalmente, água”, informa.

Por Ana Carolina Vitorino e João Vitor Fernandes

Foto: João Vitor Fernandes